Tópicos | fogo amigo

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) parece não estar com o discurso alinhado ao do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Depois de várias declarações de Bolsonaro colocando em risco a realização das eleições em 2022 e duvidando da lisura do processo eleitoral, Mourão afirmou que a disputa presidencial vai acontecer sim. 

"Cumpro o meu papel pelo bem do Brasil. Mas eleição vai haver, eu garanto", declarou ao colunista do UOL Josias de Souza. "As eleições serão realizadas", reforçou Mourão ao falar também sobre o assunto para a CNN.

##RECOMENDA##

Na última sexta-feira (9), assim como já tinha dito em outros momentos, Jair Bolsonaro acusou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de participar de fraudes ao não aceitar a implantação do voto impresso e disse que "corremos o risco de não termos eleições no ano que vem".

 

Após ser alvo de "fogo amigo" dentro do próprio governo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, lançou mão de mais uma cartada para tentar agilizar o avanço das reformas no Congresso. Em uma articulação com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), Guedes costura um acordo para enviar em bloco medidas que podem destravar a economia e, ao mesmo tempo, auxiliar no ajuste. A ofensiva tem sido chamada de "agenda da transformação".

O ministro precisará conciliar essa pauta com as medidas de curtíssimo prazo para fechar o Orçamento de 2020 e também com a diretriz do presidente Jair Bolsonaro - que vetou do dicionário de propostas do governo três termos: criação de nova CPMF, quebra da estabilidade para servidores em atividade e desobrigação de reajustar o salário mínimo pela inflação.

##RECOMENDA##

Bolsonaro já avisou à equipe econômica não querer que integrantes do governo voltem a esses assuntos publicamente, sobretudo o do salário mínimo, fonte do maior desconforto na ala política do governo. Com a pressão sobre Guedes, revelada pelo Estado, o presidente também buscou emitir sinais de que está alinhado com o ministro.

O primeiro passo da agenda foi o acordo, alinhavado na semana passada, para promulgar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que destrava o megaleilão de petróleo do pré-sal, programado para novembro. Com o acerto, o governo conseguirá usar os recursos da venda do petróleo excedente para fechar as contas deste ano.

A próxima etapa é passar no Congresso uma proposta que aciona mais rapidamente medidas de contenção (os chamados "gatilhos") dos gastos previstos na Constituição, criando novos freios para as contas, como a proibição do reajuste a servidores.

Um senador vai apresentar o texto, que será semelhante à proposta de redesenho das regras fiscais do deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), incorporando modificações da área técnica do governo. A expectativa é que a iniciativa possa tramitar em até 35 dias no Senado e depois seja apensada à de Pedro Paulo na Câmara dos Deputados.

Em seguida, outro senador também vai encampar a ideia de Guedes de desvincular (retirar os "carimbos"), desindexar (remover a necessidade de conceder automaticamente reajustes) e desobrigar o pagamento de despesas. Essa nova proposta tem recebido o apelido de PEC DDD.

Também fazem parte da agenda a criação do Conselho Fiscal da República (uma espécie de "Copom das contas públicas", órgão que definiria metas fiscais para União, Estados e municípios) e uma reforma administrativa, que vai enxugar o número de carreiras e reduzir o salário inicial dos funcionários públicos.

A Câmara dos Deputados ficará com a reforma tributária - coordenada com o Senado por meio de uma comissão mista -, a autonomia do Banco Central, a privatização da Eletrobrás e o novo marco legal do saneamento. Algumas dessas propostas já estão tramitando na Casa, e as que ainda não chegaram, como a reforma tributária, serão enviadas pelo rito normal, começando pela Câmara.

Comunicação

Em outra frente, o Ministério da Economia está atacando a pressão por mais recursos dentro do próprio governo e destacou um grupo de técnicos para conversar pessoalmente com representantes das demais pastas. A estratégia de comunicação interna é detalhar a situação difícil das finanças, conscientizar os outros ministérios e amenizar a insatisfação com a falta de dinheiro. O mesmo já foi feito em reunião com lideranças do Congresso.

A equipe de Guedes considera a pressão política natural, por conta do momento de alta restrição fiscal, que levou o governo a enviar uma proposta orçamentária para 2020 com apenas R$ 89,2 bilhões para as chamadas despesas discricionárias, que incluem investimentos e custeio da administração pública.

'Tempinho'

Nos últimos dias o ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu mais de uma vez um "tempinho" para que a equipe econômica consiga entregar mais resultados, apesar de já contabilizar 68 ações concluídas - o que é visto internamente como um alcance melhor que em outros governos.

Um dos exemplos citados dentro do governo é que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou, no fim do primeiro ano do mandato, uma minirreforma previdenciária, alcançando apenas novos servidores, enquanto a atual gestão está perto de concluir uma ampla mudança nas regras de aposentadoria e pensão do País. A proposta como está hoje garante uma economia de R$ 876 bilhões em dez anos.

A reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e com o do Senado, Davi Alcolumbre, também serviu para afinar as estratégias dos três, depois de uma medição de forças entre as duas Casas por protagonismo na agenda econômica. Na sexta-feira, 27, houve nova reunião na casa do presidente do Senado para tratar dos temas econômicos.

Apesar da tentativa de mostrar maior sintonia política, a equipe econômica ainda enfrenta dificuldades que incluem problemas de articulação interna pela "imensidão" da estrutura do Ministério da Economia, que juntou órgãos e secretarias antes distribuídas em cinco pastas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O senador Aécio Neves (MG) rebateu neste sábado (8) as críticas do ex-governador José Serra ao PSDB, desencadeando uma crise no partido. Nesta manhã, na capital amazonense, o mineiro abandonou o discurso conciliador que marcava a superfície da relação entre ambos. "Cada um contribui com o partido do jeito que pode. Eu estou aqui em Manaus falando bem do PSDB e mal do PT, né? Agora, não me acho a melhor pessoa para falar de complexos."

Na sexta-feira (7), o ex-governador paulista, que ainda se movimenta para se afirmar como candidato potencial da legenda ao Planalto em 2014, afirmou que o PSDB sofre da necessidade de ser aceito pelo PT.

##RECOMENDA##

No momento em que o senador Aécio Neves articula com o PSDB a antecipação da escolha do seu nome como candidato do partido à Presidência em 2014, o ex-governador José Serra, que também pleiteia a vaga, fez ontem críticas ao partido e censurou indiretamente o rival - que é presidente nacional da legenda.

Durante um evento em São Paulo organizado pela juventude tucana, ele dividiu suas queixas em quatro pilares: "regionalismo", "mercadismo"."colunismo" e "bovarismo". O ex-governador citou o clássico Madame Bovary, de Gustave Flaubert, para dizer que o PSDB tem a síndrome do "bovarismo" porque "tem necessidade de ser aceito pelo PT".

##RECOMENDA##

"Que me desculpem as mulheres, pois a coisa é mais complexa do que isso. Mas o problema da Madame Bovary é querer ser ser aceita pelo outro lado. Ela vai à loucura, quebra a família e trai o marido com Deus e todo mundo para ser aceita. O PSDB tem um pouco do bovarismo, de precisar ser aceito pelo PT", opinou.

Serra usou o leilão do campo petrolífero de Libra para exemplificar sua metáfora e mostrar que o partido não sabe criticar o governo Dilma Rousseff. "Eles fazem um leilão mal feito, como o do campo de Libra. O que faz o PSDB? Sai dizendo: 'olha aí, eles falaram que eram contra a privatização, mas estao fazendo'. Isso dá voto? Nenhum."

No caso do "mercadismo", o ex-governador criticou o discurso programático do PSDB. "Se confunde o fato de que a economia tem que ser mais aberta com a ideia de que o mercado vai resolver tudo." Sobre o regionalismo, o ex-governador disse que esse "instrumento" não pode ser usado em "eventuais lutas internas". Em outro momento, disse que muitos tucanos "trabalham contra o erário", mas não citou nome. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando