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Um especialista americano em energia atômica criticou nesta sexta-feira a companhia elétrica Tepco por sua política de comunicação na gestão das consequências do acidente nuclear de Fukushima, afirmando que "este tipo de comunicação é muito ruim" e que "isto mostra que não sabem o que fazem".

Dale Klein, ex-presidente da Comissão de Regulação Nuclear dos Estados Unidos, criticou severamente as autoridades da Tokyo Electric Power (Tepco) por terem esperado semanas antes de reconhecer que ocorria o vazamento de água altamente radioativa para o oceano Pacífico que cerca a central de Fukushima Daiichi, arrasada pelo tsunami de 11 de março de 2011.

"Esta maneira de agir (relativa à gestão da água contaminada) demonstra as lacunas na tomada de decisões", criticou este especialista que preside o comitê para a "reforma da atividade nuclear", colocado em andamento pela Tepco para ajudar a resolver a crise.

Na última segunda-feira, a companhia admitiu que água subterrânea contaminada com trítio, estrôncio, césio e outros elementos radioativos não permanecia parada sob a terra, como havia defendido durante semanas, mas que chegava ao oceano.

Já o presidente da Tepco, Naomi Hirose, reconheceu que houve "ao menos quatro momentos antes" nos quais se suspeitou que água contaminada chegava ao mar, mas que a decisão de anunciar essa possibilidade só foi tomada depois que muitos dados foram reunidos e analisados.

Os outros membros do comitê também questionaram o modo de agir da Tepco.

"No futuro, a Tepco deve prestar atenção a sua maneira de deixar a população informada, já que pode prever que ocorrerão outros problemas técnicos porque o desmantelamento é uma tarefa complexa que levará tempo", declarou Barbara Judge, presidente emérita da autoridade nuclear britânica.

Para Masafumi Sakurai, membro japonês do comitê, a tática da Tepco sempre foi a mesma: "Enquanto não tiver sido completamente verificado, não pode ser anunciado".

A Tepco, administradora da central nuclear de Fukushima, anunciou nesta terça-feira que o nível de césio radioativo se multiplicou por 90 em três dias em um poço de teste situado entre os reatores e o mar. Esta enésima descoberta problemática provoca novas dúvidas sobre a possível propagação de água subterrânea contaminada.

Segundo testes realizados no dia 8 de julho, a água no subsolo em um ponto situado a 25 metros do mar continha 9.000 becquerels/litro de césio 134 e 18.000 becquerels de césio 137, contra 99 e 210 Bq/l, respectivamente, três dias antes. O fator de multiplicação é de 91 vezes no primeiro caso e de 86 no segundo. "No momento não estamos em situação de poder dizer se a água contaminada vai ou não parar no mar", informou a Tepco à imprensa.

O grupo promete reforçar os controles e adotar medidas para impedir a contaminação do oceano Pacífico. A Tepco descobriu no dia 5 de julho, no mesmo lugar, um nível fenomenal de outros elementos radioativos: estrôncio 90 e outros elementos produtores de raios beta a 900.000 Bq/l. No dia 8 de julho, o nível destas substâncias era quase idêntico: 890.000 Bq/l, milhares de vezes acima do admitido na água do mar.

A Tepco explicou que o poço de teste está situado próximo a um tubo por onde vazou grandes volumes de água contaminada um mês após a catástrofe atômica em Fukushima, atingida por um tsunami em 11 de março de 2011, mas isto não explica o súbito aumento do césio.

Após o tsunami, uma falha elétrica interrompeu a refrigeração dos sistemas e em três dos seis reatores ocorreu fusão do combustível, o que dispersou numerosos elementos radioativos.

Um comboio de combustível nuclear MOX que saiu da França em abril chegou nesta quinta-feira ao porto próximo à central de destino de Takahama (oeste do Japão). Esta é a primeira carga deste combustível (uma mistura de óxidos de urânio e plutônio) que o Japão recebe desde o acidente nuclear na central de Fukushima, provocada pelo terremoto e tsunami de 11 de março de 2011.

O "Pacific Heron" e o "Pacific Egret", dois navios especializados idênticos, saíram do porto francês de Cherburgo em 17 de com destino ao Japão, seguindo um itinerário secreto.

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Os navios são operados pela empresa britânica PNTL, filial da International Nuclear Services, o grupo francês Areva e empresas elétricas japonesas.

O combustível é transportado apenas em um dos navios (o outro o acompanha por precaução), em embalagens específicas de 30 cm de espessura que pesam uma centena de toneladas cada para 10 toneladas de material atômico, segundo a Areva, responsável pelo retratamento.

O comboio demorou dois meses e meio para chegar ao destino, onde foi recebido por 50 manifestantes antinucleares.

A empresa que opera a central nuclear de Fukushima no Japão, a Tepco, informou neste domingo (7) que um possível novo vazamento de água contaminada pode ter acontecido em um depósito subterrâneo de armazenamento, mas minimizou as consequências para o meio ambiente.

A Tepco já havia anunciado que 120 toneladas de líquido contaminado teriam vazado na noite de sexta-feira de um depósito - dos sete da central - situado a 800 metros do oceano.

Foram detectados elementos radioativos na água acumulada entre o solo ao redor do tanque e a capa externa de um revestimento impermeável no fundo do depósito, mas a Tepco considera pouco provável que a água radioativa possa chegar ao mar.

Segundo a operadora, elementos radioativos foram detectados ao redor da segunda cuba.

"Uma quantidade mínima de água teria vazado do depósito, mas não constatamos uma diminuição do nível de água no tanque", afirma a empresa em um comunicado.

Os incidentes se multiplicaram nas últimas semanas na central de Fukushima, afetada pelo terremoto seguido de tsunami de 11 de março de 2011.

Os internautas podem passear virtualmente a partir desta quinta-feira pelas ruas de uma cidade fantasma japonesa próxima à central de Fukushima, graças ao gigante informático americano Google.

Em Namie, uma cidade que chegou a ter 21.000 habitantes, não resta uma alma. O tempo parou em 11 de março de 2011, dia da catástrofe nuclear na central.

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Namie foi evacuada pelas radiações emitidas pela central de Fukushima Daiichi, devastada há dois anos por um tsunami gigantesco na costa do Pacífico, no nordeste do Japão. Tudo foi contaminado: a terra, a água e o ar.

"O mundo muda, olha para o futuro. Mas aqui o tempo parou", escreveu Tamotsu Baba, o prefeito de Namie, em um blog do Google Japan.

"Espero que as imagens das ruas façam as futuras gerações compreenderem o que o grande terremoto e o desastre nuclear causaram aqui", acrescentou.

"Ainda serão necessários muitos anos e a ajuda de muitas pessoas para superar esta catástrofe nuclear. Não abandonaremos nunca a ideia de voltar para casa, para as nossas casas", acrescentou Tamotsu Baba.

No entanto, os internautas podem dar um passeio deprimente entre as casas abandonadas e ruas desertas ou avançar por uma estrada que conduz a uma paisagem plana, sem rastro de árvores, como se uma onda as tivesse engolido.

Há apenas alguns barcos pesqueiros em seu acostamento, arrastados terra adentro pelas águas.

Um rato foi apontado nesta quinta-feira com a provável causa da grave interrupção do fornecimento de energia à central nuclear japonesa de Fukushima, que entre a noite de segunda-feira e a manhã de quarta paralisou parte do sistema de refrigeração do complexo.

"Confirmamos a presença de um pequeno animal", explicou um porta-voz da companhia Tokyo Electric Power (Tepco) ao apresentar uma foto do rato, de cerca de 15 cm, que teria provocado um curto-circuito.

O apagão começou na noite de segunda-feira, paralisando os sistemas de refrigeração das piscinas de armazenamento de combustível usado da central nuclear.

Durante a interrupção do fornecimento de energia, a temperatura da piscina central, que contém mais de 6 mil barras de combustível usado, subiu a 31,8 graus, mas se manteve distante do limite de segurança de 65 graus.

Sem a adequada refrigeração, a água na piscina se aquece em contato com o combustível nuclear e diante de um calor muito intenso, ocorre a evaporação e a consequente contaminação do ar.

O incidente não afetou a injeção de água nos reatores 1 e 3 da central, cujo combustível se fundiu após o acidente de 2011, quando um tsunami inundou Fukushima Daiichi (220 km a nordeste de Tóquio) e levou à suspensão da refrigeração dos reatores e das respectivas piscinas de armazenamento, provocando fuga de material radioativo.

O acidente nuclear de Fukushima foi o pior desastre atômico desde a crise na central ucraniana de Chernobil (Ucrânia), em 1986.

O tsunami gigante de março de 2011 provocou a suspensão do fornecimento de energia e a paralisação dos sistemas de refrigeração da usina atômica, onde importantes quantidades de radiação se disseminaram no meio ambiente.

A fase crítica do acidente foi considerada superada em dezembro de 2011, mas os trabalhos de proteção da área não avançam pelos altos níveis de radioatividade.

O operador da central nuclear de Fukushima informou nesta quarta-feira que reativou o conjunto dos sistemas de refrigeração das piscinas de armazenamento de combustível usado, após a paralisação provocada por um corte de energia na noite de segunda-feira.

"À 00H12, o sistema de refrigeração da piscina central voltou a funcionar", explicou a Tokyo Electric Power (Tepco) em um comunicado, acrescentando que os sistemas foram reativados também para as piscinas de armazenamento dos reatores 1, 3 e 4.

A companhia elétrica destacou que a temperatura da piscina central, que contém mais de 6 mil barras de combustível usado, estava em 31,8 graus quando a refrigeração foi retomada, muito abaixo do limite de segurança fixado pela Tepco em 65 graus.

Sem a adequada refrigeração, a água na piscina se aquece em contato com o combustível nuclear e diante de um calor muito intenso, ocorre a evaporação e a consequente contaminação do ar.

A piscina central, afastada dos reatores nucleares, não foi atingida pelo tsunami de 11 de março de 2011 que inundou a central de Fukushima Daiichi (220 km a nordeste de Tóquio) e levou à suspensão da refrigeração dos reatores e das respectivas piscinas de armazenamento, provocando fuga de material radioativo.

"Nossos instrumentos de medição nas imediações não detectaram nenhuma mudança importante dos níveis de radioatividade", afirmou a empresa em um comunicado.

O incidente não afetou a injeção de água nos reatores 1 e 3 da central, cujo combustível se fundiu após o acidente de 2011.

O acidente nuclear de Fukushima, o pior desde o desastre na central ucraniana de Chernobil (Ucrânia), em 1986, ocorreu após o tsunami gigante de março de 2011, que provocou a suspensão do fornecimento de energia e a paralisação dos sistemas de refrigeração da usina atômica.

Importantes quantidades de radiação se disseminaram no meio ambiente ao redor da central nuclear japonesa em consequência do acidente.

A fase crítica do acidente foi considerada superada em dezembro de 2011, mas os trabalhos de proteção da área não avançam pelos altos níveis de radioatividade.

Os sistemas de resfriamento voltaram a funcionar em quarto piscinas de resfriamento na usina nuclear de Fukushima, mais de 24 horas depois de uma falha de energia ter interrompido o fornecimento de água resfriada para o local e ter elevando temores sobre a instalação, que funciona com equipamentos improvisados.

A Tokyo Electric Power Co (Tepco), empresa que opera usina, disse que o sistema de resfriamento da piscina da usina Fukushima Dai-ichi foi consertado na manhã de quarta-feira (horário local). A companhia informou que as temperaturas na piscina estavam dentro dos níveis de segurança e que os reatores não foram afetados.

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A empresa disse que funcionários ainda tentam determinar a causa da falha, que teve início após uma breve interrupção do fornecimento de eletricidade, na noite de terça-feira.

Um forte terremoto e subsequente tsunami, ocorrido em março de 2011, causaram extensos danos à instalação. As informações são da Associated Press.

O governo japonês anunciou que vai vender uma participação da Japan Tobacco (JT), a terceira maior produtora mundial de tabaco, por 747 bilhões de ienes (US$ 7,8 bilhões), em uma oferta de ações pública. A venda da participação ajudará a financiar as reconstruções necessárias após o terremoto e o tsunami que atingiram o país em março de 2011. O anúncio coincide com o aniversário de dois anos dos desastres naturais.

O governo disse que vai vender as participações da JT por 2,949 ienes a ação, representando um desconto de 2,03% do preço do papel, diante do valor de fechamento desta segunda-feira. Inicialmente agendada para o ano passado, mas cancelada devido às fracas condições do mercado acionário na época, a venda da Japan Tobacco, agendada para sexta-feira, é considerada um teste importante para verificar o apetite dos investidores em meio à melhora do mercado depois de um longo período de dificuldades.

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A melhora do mercado de capitais do país foi provocada pela combinação de fatores como a rápida desvalorização do iene, a esperança de que o governo promova enormes gastos e a política monetária expansionista adotada pelo Banco do Japão, conduzida pelo governo de Shinzo Abe, que assumiu o cargo de primeiro-ministro do país em dezembro do ano passado.

Combinada com os 231 bilhões de ienes obtidos no mês passado, quando o governo vendeu ações da JT para a própria empresa, a venda da participação governamental na companhia deverá totalizar 977 bilhões de ienes (US$ 10,2 bilhões), o maior acordo desse tipo desde que o governo dos Estados Unidos vendeu US$ 20,7 bilhões em ações da American International Group Inc. (AIG), em setembro do ano passado. As informações são da Dow Jones.

O governo japonês questionou nesta sexta-feira as conclusões de um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre um aumento dos riscos de câncer perto da acidentada central de Fukushima.

"Estes cálculos foram baseados na hipótese de que as pessoas continuaram vivendo nesta região e se alimentando de comida proibida. Mas não é o caso", explicou à AFP um funcionário do ministério do Meio Ambiente.

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Segundo o relatório, o primeiro da OMS após a catástrofe nuclear de 2011, em um raio de 20 km ao redor da central acidentada por um violento terremoto seguido de um tsunami o risco de câncer de tireóide entre as mulheres e as crianças chegou a 1,25%, acima do índice comum, de 0,75%.

Em 1986, depois do acidente de Chernobyl, na Ucrânia, foi detectado um aumento considerável do número de casos de câncer de tireóide entre as crianças.

"A primeira preocupação identificada neste relatório envolve os riscos específicos de câncer vinculados à região e a fatores demográficos", explicou María Neira, diretora da OMS para a Saúde e o Meio Ambiente.

"Uma análise dos dados, baseada na idade, no sexo e na proximidade em relação à central mostra um risco maior para aqueles que estavam nas zonas mais contaminadas. Fora destas zonas, incluindo a cidade de Fukushima, não se espera nenhum aumento de risco de câncer", afirmou Neira.

O funcionário do ministério do Meio Ambiente ressaltou, no entanto, que os especialistas estão "divididos sobre a forma de calcular o impacto de uma exposição no longo prazo a fracas doses radioativas".

"É errado acreditar que os moradores (próximos à central) vão desenvolver câncer nestas proporções", acrescentou.

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A prefeitura de Fukushima, no Japão, está realizando o Campeonato Mundial de esqui freestyle. Ainda se reestruturando do acidente nuclear ocorrido há dois anos, a cidade aposta nesse tipo de evento para transformar o local em um ponto turístico. "Se conseguirmos fazer isso, então, vamos mostrar as pessoas como Fukushima está se recuperando”, apostou Yasuda Shuichi, organizador da competição.

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As festividades da competição deste ano não foram completas por conta do mau tempo em Fukushima, o que ocasionou o cancelamento, por exemplo, da queima de fogos que estava prevista. Trens e teleféricos também tiveram o funcionamento comprometido devido ao volume de neve. Mesmo com os problemas, a organização assegurou um espaço agradável para os competidores. “O Japão é sempre ótimo. Eles fazem uma grande cerimônia de abertura e os espectadores comparecem, fazem barulho. Eles torcem por todo mundo e não só pela equipe do país”, declarou Kc Oakley, esquiadora norte-americana .

Cerca de um quarto dos US$ 148 bilhões gastos na reconstrução após o terremoto seguido de tsunami e desastre nuclear no Japão, em março de 2011, foram usados em projetos não relacionados aos eventos, como subsídios para a construção de uma fábrica de lentes de contato e a pesquisa sobre a pesca das baleias. Os resultados de uma auditoria feita pelo governo levaram a uma série de reclamações sobre os atrasos na reconstrução do nordeste japonês, mais atingido pelas catástrofes. Mais da metade do orçamento ainda não foi desembolsada, levando a reclamações sobre a burocracia e a indecisão do governo de Tóquio. Cerca de 325 mil pessoas retiradas das suas casas perto de Fukushima continuam sem saber quando poderão voltar para suas residências ou onde irão viver.

Grande parte dos projetos no pacote de 11,7 trilhões de ienes (US$ 148 bilhões) foram incluídos no plano como um pretexto de que ajudariam para uma suposta reativação da economia japonesa, uma estratégia que agora o governo reconhece ter sido um erro.

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"É verdade que o governo não fez o suficiente e não foram feitas coisas adequadas. Precisamos escutar os que dizem que a reconstrução precisa ser a prioridade imediata", disse o primeiro-ministro Yoshihiko Noda no Parlamento. Ele prometeu que todos os projetos não relacionados à reconstrução serão retirados do orçamento.

"Isso tudo é uma prova da indiferença do governo japonês com a reconstrução. O governo é muito bom em pedir desculpas", disse Masahiro Matsumura, professor de política na Universidade Saint Andrews em Osaka.

Entre os projetos não relacionados com a reconstrução do nordeste japonês, estão: construção de rodovias na distante ilha de Okinawa, não atingida pelo desastre; treinamento vocacional para presidiários em outras regiões japonesas; subsídios para uma fábrica de lentes de contato no Japão central; reforma dos escritórios do governo central em Tóquio; recursos para pesquisas sobre a pesca das baleias, de acordo com dados da auditoria do governo publicada semana passada. A auditoria também indicou que 30 milhões de ienes (US$ 380 mil) foram gastos para promover a Tokyo Sky Tree, uma torre de transmissão que é a estrutura mais alta do mundo para transmitir imagens da televisão.

Das 340 mil pessoas retiradas das proximidades da usina nuclear de Fukushima após 11 de março de 2011, pelo menos 325 mil ainda não conseguiram encontrar novas moradias, vivem em abrigos ou viraram mendigos.

As informações são da Associated Press.

Os peixes do litoral da Província de Fukushima - região atingida por terremoto, tsunami e acidente nuclear em março do ano passado - continuam apresentando níveis de radioatividade que os tornam impróprios para o consumo, de acordo com as rígidas normas de segurança estabelecidas pelo próprio Japão. A situação dos peixes é sinal, segundo artigo publicado hoje na revista Science, de que a usina nuclear continua a vazar contaminantes radioativos no oceano. Desde o acidente, o governo japonês tem feito monitoramentos mensais em amostras de peixes, crustáceos e algas marinhas coletadas em Fukushima e nas províncias vizinhas. Os relatórios têm constatado que, quanto maior a proximidade de Fukushima, maior o risco de encontrar peixes contaminados.

Na região próxima ao vazamento de material radioativo, 40% das espécies de peixes que vivem no fundo do mar tinham nível de césio acima do limite de segurança estabelecido pelo Japão, de 100 becquereis por quilo. Até abril deste ano, esse limite era de 500 bq/kg. A tolerância foi reduzida pelo governo com o objetivo de estimular a confiança para o consumo dos produtos domésticos. Porém, como aponta o cientista Ken Buesseler, pesquisador do Instituto Oceanográfico Woods Hole e autor do artigo da Science, o efeito foi o contrário. O fato de a população passar a ver com maior frequência produtos considerados impróprios para o consumo aumentou ainda mais a ansiedade pública no Japão, país que apresenta um dos maiores consumos per capita de frutos do mar.

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No limite

De acordo com a física Emico Okuno, professora do Departamento de Física Nuclear do Instituto de Física da USP, o novo limite estabelecido no Japão é dez vezes inferior ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). "É um limite de precaução", diz Emico. No caso dos peixes das províncias vizinhas a Fukushima, a quantidade de radioativos é similar à encontrada em alimentos que consumimos habitualmente. Já na própria região do acidente, a situação é outra: "Muitos dos peixes de Fukushima não devem ser consumidos, pois estão altamente contaminados. A ingestão contínua pode causar câncer no futuro." A física destaca o fato de que a contaminação parece não ter se dispersado.

Durante o acidente, 80% do material radioativo que vazou da usina Daiichi foi parar no oceano. Parte foi levada pelos ventos e parte foi diretamente jogada no oceano pelas águas usadas para resfriar as turbinas da usina. Para Buesseler, a maior radioatividade identificada em peixes do fundo do mar aponta para um possível vazamento contínuo. "Precisamos de um entendimento melhor das fontes e vazamentos de césio e outros radionucleotídeos que continuam a provocar o que temos visto no oceano próximo a Fukushima", diz. Emico lembra que, no caso do acidente de Chernobyl, em 1986, vários rios da região foram contaminados com césio-134 e césio-137. Em cerca de 15 anos, a contaminação dos peixes desses rios diminuiu em quase 93%. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

FOTO: Greenpeace/AFP/Arquivo / Christian Aslund

TÓQUIO (AFP) - Mutações genéticas foram detectadas em três gerações de borboletas nos arredores da central nuclear japonesa de Fukushima, informaram cientistas japoneses, o que aumenta os temores de que a radioatividade possa afetar outras espécies.

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Quase 12% das pequenas borboletas azuis da família das Lycaenidae expostas à radioatividade ainda em estado de larva durante a catástrofe nuclear de março de 2011 desenvolveram anomalias, em especial asas menores e uma má-formação dos olhos, explicaram os cientistas. 

Insetos presos em uma área próxima da central de Fukushima Daiichi dois meses depois do acidente foram transportados a um laboratório para fins de reprodução. No total, 18% da geração seguinte desenvolveu problemas semelhantes, afirmou Joji Otaki, professor da Universidade Ryukyu de Okinawa.

A proporção aumentou ainda mais, a 34%, na terceira geração, apesar dos cientistas terem utilizado borboletas saudáveis de outra região para acasalar com os insetos de Fukushima.

Seis meses depois do desastre, um novo lote de borboletas foi preso nas proximidades de Fukushima Daiichi e desta vez a taxa de anomalia da geração seguinte foi medida em 52%, informou Otaki.

Os cientistas japoneses também fizeram um experimento com uma população de borboletas não afetadas, que foram expostas em laboratório a doses muito baixas de radioatividade, e constataram a mesma proporção de anomalias registrada na primeira geração de borboletas de Fukushima.

Os resultados do estudo foram publicados na Scientific Reports, uma publicação virtual editada pela revista Nature.

"Chegamos à conclusão clara de que a radiação emitida pela central de Fukushima Daiichi afetou os genes das borboletas", disse Otaki.

O cientista, no entanto, advertiu que os resultados devem ser considerados com precaução porque o efeito observado foi comprovado, até o momento, apenas nas borboletas, e não sobre outras espécies animais ou humanos.

A equipe pretende realizar novos experimentos com outros animais.

Nenhuma pessoa morreu por ação direta da radiação liberada pelo acidente de Fukushima, mas os habitantes da região temem os efeitos a longo prazo.

Muitos lembram que os efeitos da radioatividade foram transmitidos a várias gerações em Hiroshima e Nagasaki, depois do lançamento das bombas atômicas pelos Estados Unidos em agosto de 1945, nos últimos dias da segunda Guerra Mundial.

 

Centenas de manifestantes levando velhas e luzes formaram uma corrente humana em volta do prédio do parlamento japonês em Tóquio neste domingo como forma de protestar contra a energia nuclear após a crise de Fukushima no ano passado, informou a AFP.

O mar de pessoas iluminou o anoitecer no ato mais recente de um movimento que vem ganhando força no país. Os manifestantes pediram que o Japão abandone a energia nuclear. O movimento tem sido estimulado pela decisão recente do primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, de retomar o uso da energia nuclear após a paralisação das usinas.

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Segundo organizadores, o número de manifestantes totalizou 200 mil, mas a polícia disse à mídia local que eram entre 10 mil a 20 mil pessoas.

Muitos usavam máscaras de gás e roupas protetoras similares às usadas no trabalho de descontaminação na usina de Fukushima. Eles marcharam pela capital até o parlamento tocando tambores amarelos com símbolos de lixo atômico.

Noda defendeu a retomada da energia nuclear citando a escassez de energia após o país suspender a atividade de seus 50 reatores.

O sentimento antinuclear no Japão também levou à formação do Greens Japan, uma organização política para angariar candidatos com uma agenda ambiental para as eleições parlamentares. As informações são da Dow Jones.

A Tokyo Electric Power Co. (Tepco), operadora da usina de Fukushima, ainda enfrenta problemas para lidar com a questão, 16 meses após o desastre nuclear, adiando as investigações e tentando minimizar os reais danos ocorridos no complexo, afirmaram investigadores nesta segunda-feira.

O relatório de um painel apontado pelo governo está entre os vários que criticam a Tepco e o governo por fazerem muito pouco para proteger a usina Fukushima Dai-ichi do terremoto e tsunami que atingiram o local em março de 2011 e por não agir corretamente quando três dos reatores derreteram, configurando o pior acidente nuclear do mundo desde Chernobyl.

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Os investigadores disseram que a empresa ainda tem de tratar de problemas de sua própria cultura interna, que contribuiu para as falhas durante a crise, dentre elas a presença de funcionários "não treinados para pensarem por si mesmos".

"Ainda não vemos muito entusiasmo na investigação do acidente" da parte da empresa, diz o documento. "A Tepco deve aceitar com sinceridade nossas descobertas e resolver os problemas para atingir um nível mais alto de cultura de segurança na companhia."

Funcionários da Tepco entrevistados pelos integrantes do painel demonstraram experiência com equipamentos de emergência, mas muitos não conseguiram dizer em que momento da crise eles eram mais necessários, diz o relatório.

Um exemplo mostrado no documento foi o fato de os funcionários estarem cientes de que os medidores de água dos recipientes de confinamento estavam provavelmente quebrados e que suas medições eram incorretas. Mas nenhum deles levantou a questão e a empresa continuou a divulgar dados incorretos durante meses.

Novos medidores instalados em um reator mostram que não havia praticamente água no interior dos recipientes, o que sugere que os outros dois reatores afetados podem apresentar condições semelhantes.

Os trabalhadores "não foram completamente treinados para pensarem por si mesmos e não tinham uma forma de pensamento flexível e proativa, necessário na gerência de crises", diz o relatório.

O documento divulgado nesta segunda-feira, assim como outros publicados anteriormente, diz que a operadora e os reguladores fracassaram em melhorar a segurança da usina e em atender os padrões internacionais para minimizar riscos, incluindo a possibilidade de danos graves no caso de falta de energia. As informações são da Associated Press.

O comitê do governo que investiga o desastre nuclear de Fukushima informará que não foram encontradas evidências de danos causados pelo terremoto em equipamentos vitais da usina, contradizendo o forte argumento da comissão do Parlamento, informou hoje a agência de notícias Nikkei. O Comitê de Investigação do governo, chefiado pelo professor da Universidade de Tóquio, Yotaro Hatamura, divulgará o relatório no dia 23 de julho.

Foram entrevistados trabalhadores na usina e examinados dados dos reatores horas antes de o terremoto atingir o noroeste do Japão, em 11 de março de 2011. Até o momento, o Comitê não viu sinais de danos ao principal sistema da planta atingida pelo tsunami, embora o relatório não vá fazer uma conclusão definitiva, porque não foi possível examinar o local.

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Por outro lado, uma investigação feita por uma comissão independente levantou dúvidas de que o tsunami possa ser o culpado pelo desastre nuclear, porque as operações da Tokyo Electric Power Co. foram mantidas. Em relatório recente, a comissão citou várias pistas, incluindo o vazamento de água de reator número um e a falha no acionamento da energia alternativa como suporte aos seus argumentos sobre a "possibilidade de os danos provocados pelo terremoto no equipamentos necessários para garantir a segurança."

O comitê do governo, que chegou a sua conclusão antes de a comissão independente ter emitido sua opinião em 5 de julho, recomendará que um grupo separado continue a investigação. As informações são da Dow Jones.

O acidente nuclear de Fukushima, no Japão, foi um desastre "provocado pelo homem", já que deveria ter sido previsto e evitado, de acordo com o relatório de uma comissão parlamentar que investigou a tragédia.

O documento aponta que, pelo menos desde 2006, a Agência de Segurança Industrial e Nuclear do Japão, e o operador da instalação, a Tokyo Electric Power (Tepco), sabiam do risco de uma queda total de energia em Fukushima no caso de um grande tsunami. O relatório acusa a agência e o operador de, "intencionalmente", adiar medidas de segurança, a fim de evitar a interrupção de reatores.

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"Fica claro que este acidente foi um desastre provocado pelo homem. Os governos anteriores e o da época, as autoridades reguladoras e a Tepco falharam no dever de proteger a população e a sociedade", segundo o documento.

No dia 11 de março de 2011, um terremoto de magnitude 9,0 e um subsequente tsunami atingiram a instalação em Fukushima e causaram o segundo pior desastre nuclear da história. As informações são da Associated Press.

O Japão colocou pela primeira vez em operação neste domingo um reator nuclear desde o desastre nuclear de Fukushima, no ano passado. Desde o acidente, todos os 50 reatores nucleares comerciais do Japão foram sendo gradualmente desligados e há dois meses o Japão deixou de contar com a energia nuclear para abastecer a rede elétrica do país.

A Kansai Electric Power iniciou a remoção das varas de controle utilizadas para evitar a fissão nuclear do reator principal número 3 em sua usina em Ohi, no leste do Japão, às 22h de sábado em Brasília ou 9h da manhã pelo horário local. A energia começará a ser fornecida até a quarta-feira (4) e o reator atingirá sua capacidade plena quatro dias depois, disse um porta-voz da Kansai Electric.

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A volta à operação do reator foi marcada por protestos nas imediações da usina, onde manifestantes gritavam e dançavam. A imprensa local disse que cerca de 650 manifestantes marcharam contra a reativação do reator nas proximidades da prefeitura de Fukui durante o fim de semana e que cerca de 100 tentaram bloquear a entrada principal da usina.

O porta-voz da Kansai Electric disse que o reator número 4 também deve voltar a funcionar este mês, provavelmente no dia 17 e os planos seriam de que estivesse em pleno funcionamento até o dia 24 de julho.

Paralelamente, o jornal Nikkei reportou que um painel composto por representantes do Ministério do Comércio e da Indústria estuda a possibilidade de as maiores empresas de energia do Japão repassarem aos consumidores os custos do acidente nuclear de Fukushima, por meio do aumento das tarifas. As informações são da Dow Jones.

O ministro do Meio Ambiente e responsável pela gestão nuclear no Japão, Goshi Hosono, visitou neste sábado a usina nuclear Fukushima Dai-ichi, atingida pelo tsunami no ano passado, para inspecionar a piscina de armazenamento de combustível que está no centro das preocupações de segurança. Ele afirmou que a instalação parecia corretamente reforçada.

A visita de Hosono, aparentemente destinada a demonstrar a segurança da usina, ocorre em meio ao ressurgimento das preocupações sobre as condições do reator número 4 após a Tokyo Electric Power Co., empresa que opera a unidade, reportar um arqueamento da parede do edifício. Os órgãos reguladores do setor nucelar ordenaram uma nova investigação e testes sísmicos do prédio e de sua piscina de armazenamento de combustível.

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O prédio foi danificado por uma explosão e um incêndio logo após a usina ter sido atingida pelo forte terremoto de magnitude 9,0 e um subsequente tsunami no dia 11 de março de 2011. A piscina, localizada no topo do prédio acima do reator, permanece como um dos maiores riscos devido a sua vulnerabilidade a terremotos. As informações são da Associated Press.

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