O Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (PIF), criado pelo príncipe Mohammed bin Salman, comprou uma participação de 5% na desenvolvedora de jogos Nintendo. De acordo com um relatório da empresa de tecnologia Bloomberg, isso significa que o PIF (que vale US$ 500 bilhões, quase R$ 249 trilhões) é agora o quinto maior acionista da companhia japonesa.
A Nintendo, que soube da compra através da mídia, se recusou a comentar a negociação. O PIF disse que a compra foi feita para fins de investimento. Isso faz parte de um esforço conjunto, por iniciativa do PIF, para investir em empresas de jogos. O fundo comprou participações em empresas como Electronic Arts, Capcom, Activision Blizzard e Take-Two.
##RECOMENDA##“A Arábia Saudita vem intensificando os esforços para criar sua própria indústria de conteúdo, e essa série de investimentos em empresas de jogos japonesas é provavelmente uma maneira de aprender com o Japão”, disse o analista sênior da Toyo Securities, Hideki Yasuda, à Bloomberg.
A Arábia Saudita fez vários desses investimentos no Japão, pois a queda no valor do iene internacional tornou a moeda mais acessível. A razão pela qual a compra é motivo de controvérsia é por causa da própria natureza do PIF e também por problemas diplomáticos acerca do príncipe Mohammed bin Salman.
O líder árabe criou o fundo e é uma figura controversa. A C.I.A. o culpou pelo assassinato do jornalista do Washington Post Jamal Khashoggi. Além disso, a homossexualidade ainda é uma ofensa criminal na Arábia Saudita, o que provocou boicotes internacionais e um distanciamento de grandes empresas do fundo do país. A Nintendo ainda não comentou a venda e pode querer se distanciar do PIF por esses motivos, apontam os analistas.
Em notícias recentes da Nintendo, o presidente da empresa, Doug Bowser, falou sobre as recentes reclamações dos contratados. Axios publicou trechos de um e-mail interno de Bowser, dizendo: “Como muitos de vocês, a equipe de liderança executiva e eu achamos muitos desses pontos preocupantes e estamos analisando de perto o conteúdo.” Ele também falou sobre a “tolerância zero da Nintendo para condutas inadequadas”.