Tópicos | Gabriela Anelli

Equipes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) prenderam, na manhã desta terça-feira (25), um homem suspeito de ter envolvimento na morte de Gabriela Anelli, torcedora do Palmeiras atingida no pescoço por estilhaços de uma garrafa no dia 8 de julho, nos arredores do Allianz Parque, em São Paulo, antes de um jogo com o Flamengo. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), a prisão ocorreu no bairro de Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro. Ele será apresentado na unidade policial daquele estado e depois seguirá para São Paulo.

O caso, que antes estava com a Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), foi assumido pelo DHPP no dia 14 de julho, por determinação da Justiça. Segundo a delegada Ivalda Aleixo imagens da briga que resultou na morte da jovem de 23 anos estavam sendo analisadas e a polícia também ouviu novas testemunhas. No dia 16, a perícia criminalística da Polícia Civil esteve na rua Padre Antônio Tomás, uma das que cercam o Allianz Parque, onde Gabriela foi morta, para reconstituir a cena do crime virtualmente.

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Imagens que circulam nas redes sociais mostram ao menos dois torcedores, um flamenguista e um palmeirense, atirando garrafas durante o tumulto. Um vídeo gravado pelo canal ESPN exibe um homem de barba e camiseta clara lançando uma garrafa em direção aos torcedores do Palmeiras que estavam do outro lado de uma divisão de metal que separava as torcidas.

De acordo com a delegada Ivalda, esse homem de barba não é o principal suspeito, mas um deles. Outras imagens mostram um torcedor do Palmeiras, com uma mochila nas costas e vestindo a camisa verde do time, arremessando o que parece ser uma garrafa de vidro. O objeto explode na proteção de metal que dividia as duas torcidas. Gabriella Anelli aparece na parte de cima da tela, de jaqueta branca e calça azul marinho.

O flamenguista Leonardo Felipe Xavier Santiago, ex-integrante de uma organizada ligada ao clube, a Fla Manguaça, chegou a ser preso em flagrante no dia do crime, mas foi solto na última quarta-feira por fragilidade de provas, como apontaram o Ministério Público de São Paulo e a juíza Marcela Raia de Sant'Anna. A magistrada que determinou a soltura de Santiago afirmou, em sua decisão, que o delegado que vinha investigando o caso, Cesar Saad, "se mostrou açodado e despreparado para conduzir as investigações".

Saad declarou reiteradas vezes publicamente que Santiago tinha confessado, em conversa informal com os policiais, ter atirado a garrafa que feriu e matou Gabriela. No entanto, no interrogatório na delegacia, Santiago deu outra versão. Ele disse que palmeirenses jogaram rojões em direção à torcida do Flamengo e que, como revide, resolveu lançar pedras de gelo, "mas essas eram muito pequenas e não atingiram sequer a barreira" de metal que separava torcedores locais e visitantes.

A MORTE DE GABRIELA

Gabriela Anelli, de 23 anos, morreu no dia 10 deste mês depois de ser ferida durante uma briga entre torcedores do lado de fora do Allianz Parque, no dia 8, na partida entre Palmeiras e Flamengo. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, (SSP) ela foi atingida por uma garrafada no pescoço e levada em estado grave ao Hospital Santa Casa, no centro da cidade, mas não resistiu aos ferimentos. Os familiares da torcedora chegaram a fazer uma campanha na redes por doações de sangue para ajudá-la.

De acordo com informações da SSP, Gabriela foi ferida em confusão nas proximidades dos perto dos portões C e D do Allianz Parque, na rua Padre Antônio Tomas, perto da entrada de visitante. Havia uma divisão de metal separando as torcidas e os flamenguistas jogaram garrafas e pedras por cima dessa proteção.

Uma outra briga entre palmeirenses e flamenguistas, na Rua Caraíbas, foi contida com a ação da Polícia Militar, que usou bombas de efeito moral e gás de pimenta. A partida precisou ser paralisada por das vezes porque jogadores e torcedores nas arquibancadas ficaram com os olhos irritados.

O corpo de Gabriela foi enterrado no dia 11 de julho, no cemitério Memorial Parque Paulista, em Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo. Torcedores da Mancha Alvi Verde e de outras organizadas homenagearam Gabriela com bandeirões, fogos e cantorias. A pedido da família, o hino do Palmeiras foi cantado em uníssono antes de a palmeirense ser enterrada.

Está sendo velado nesta terça-feira o corpo de Gabriela Anelli Marchiano, torcedora do Palmeiras de 23 anos morta no entorno do Allianz Parque, em São Paulo, após estilhaço de uma garrafa de vidro arremessada por um flamenguista atingir seu pescoço. O velório no cemitério Memorial Parque Paulista, em Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo, começou às 6h e tem previsão para ser encerrado às 13h, quando o corpo será enterrado.

A primeira parte da cerimônia foi reservada a amigos e familiares de Gabriela. Depois, às 10h30, o portão foi aberto também para não convidados.

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O velório reuniu muita gente, incluindo torcedores do Palmeiras e membros de todas as organizadas ligadas ao clube, que vestiam trajes alusivos às torcidas. Muitos também foram ao cemitério com a camisa do Palmeiras.

A jovem fazia parte da Mancha Alvi Verde, principal uniformizada palmeirense, e namorava com um integrante da Porks, outra uniformizada. Ela estava perto da sede da Porks, em um dos acessos ao Allianz Parque, quando estilhaços da garrafa lançada por um torcedor do Flamengo acertaram a veia jugular de seu pescoço e a glândula tireoide.

"Esses malucos que fazem isso têm que pagar. É o que eu desejo", desabafou o avô paterno da palmeirense. Usando uma jaqueta da Mancha Alvi Verde, o pai da jovem, Ettore Marchiano Neto, contou que o Palmeiras "era a vida" da filha. "A balada dela era o Palmeiras. Meninas de 23 anos gostam de outras coisas, ela gostava do Palmeiras. Era apaixonada demais", resumiu.

Ele e a mulher, Dilcilene Prado Anelli, acompanhavam a filha nas partidas do Palmeiras. Inclusive foram ao Allianz Parque no último sábado, quando Gabriela foi morta pela garrafa de vidro atirada por um flamenguista. "Vou continuar a fazer o que fazia com a Gabriela. Mas claro que, quando eu pisar lá no estádio, em cada canto, vou lembrar dela. A gente chegava juntos, ia embora juntos. Vou continuar o que ela queria, o legado dela", afirmou o pai.

"Desde pequena até os 23 anos sempre foi muito carinhosa, extremamente família, muito apegada aos avós", detalhou o tio, Bruno Tadeu Anelli, outro a se revoltar com a violência no futebol que, desde janeiro deste ano, já vitimou oito torcedores no País. "Estádio é um lugar em que não deveria haver violência, mas a sociedade está doente, precisando de cura".

LEGADO

A mãe, Dilcilene, foi quem mais conversou com a imprensa. Emocionada e também vestida com trajes da Mancha Alvi Verde, ela defendeu a organizada da qual a filha fazia parte e avisou que continuará o legado da filha. "A Gabi amava a torcida e eu vou continuar o legado dela", declarou.

"Dói muito. Nunca imaginei ver minha filha na UTI e depois no caixão. Cai a ficha, me dá um desespero, mas a força que vem lá de cima é muito grande", continuou a mãe, para quem a segurança do jogo "foi bem falha". "Isso tem que parar. Tem que ter mais amor ao próximo. Não estamos falando de futebol, estamos falando de vidas."

No local, familiares, amigos e torcedores do Palmeiras prestaram suas últimas homenagens. Foi possível ver ao menos 20 coroas de flores ao lado do caixão.

TRAGÉDIA NO ENTORNO DO ALLIANZ PARQUE

O crime aconteceu por volta das 17h45 do último sábado, isto é, mais de três horas antes do início do jogo entre Palmeiras e Flamengo, na rua Padre Antônio Tomas, entre os portões C e D, este que dá acesso aos torcedores visitantes. Havia uma proteção de metal para separar os flamenguistas dos palmeirenses, mas ela não foi suficiente para evitar a morte da torcedora. Uma outra pessoa também foi ferida pelos estilhaços de vidro.

O autor do crime, de acordo com a polícia, é Leonardo Felipe Xavier Santiago, de 26 anos, torcedor do Flamengo. Ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça na segunda-feira e vai responder por homicídio doloso, quando há a intenção de matar.

Segundo disse ao Estadão o delegado César Saad, que é titular da Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), e investiga o caso, Leonardo Felipe atirou a garrafa no momento em que a divisória de metal que separava a torcida local e visitante foi aberta para a passagem de uma viatura da Guarda Civil Metropolitana.

Gabriela foi socorrida no posto de atendimento do Allianz Parque. Ao ser constatada a gravidade dos ferimentos, ela foi encaminhada à Santa Casa, onde ficou internada e passou por cirurgia. A palmeirense teve duas paradas cardiorrespiratórias, ficou em coma induzido e morreu na madrugada de segunda-feira.

Os quatro grandes clubes do futebol paulista, Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos, divulgaram nota oficial conjunta pedindo o "fim da impunidade a criminosos"de torcidas e cobrando das autoridades atitudes mais firmes para "restaurar a paz no futebol". O comunicado ocorre após a morte de Gabriela Anelli, palmeirense de 23 anos, que foi atingida no pescoço por estilhaços de uma garrafa arremessada por torcedor rubro-negro antes da partida com o Flamengo, no sábado, pelo Brasileirão.

"Que este caso revoltante não seja em vão. É urgente uma conversa definitiva sobre o fim da impunidade de criminosos que, vestidos com as cores de um clube o qual não representam, cometem atos tenebrosos, como temos visto todas as semanas, infelizmente", escreveram os representantes dos clubes do Estado, usando a hashtag #VouTorcerPelaPaz.

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"É preciso que autoridades e todos os envolvidos no esporte - em São Paulo, no Rio de Janeiro e todo o Brasil - restaurem a paz e a força afetiva da prática esportiva. Nós, atletas, comissões técnicas e torcedores queremos ver arenas e estádios sem medo, sem violência, sem discriminação nem intolerância, com uma rivalidade sadia e justa nos gramados, num ambiente no qual prevaleça a alegria, traço tão marcante do futebol brasileiro", completaram no manifesto.

Gabriela Anelli, de 23 anos, morreu nesta segunda-feira de manhã depois de ser ferida durante uma briga entre torcedores do lado de fora do Allianz Parque, no sábado, na partida do Palmeiras com o Flamengo. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), ela foi atingida por uma garrafada no pescoço e levada em estado grave ao Hospital Santa Casa, no centro da cidade, mas não resistiu aos ferimentos. Os familiares da torcedora chegaram a fazer uma campanha na redes por doações de sangue para ajudá-la.

De acordo com informações da SSP, Gabriela foi ferida em confusão nas proximidades do portão C, na rua Padre Antônio Tomas, perto da entrada de visitante. Havia uma divisão de metal separando as torcidas e os flamenguistas jogaram garrafas e pedras por cima dessa proteção. Uma outra briga entre palmeirenses e flamenguistas, na Rua Caraíbas, foi contida com a ação da Polícia Militar, que usou bombas de efeito moral e gás de pimenta. A partida precisou ser paralisada por duas vezes porque jogadores e torcedores nas arquibancadas ficaram com os olhos irritados.

César Saad, titular da Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (DRADE), informou que o suspeito de cometer o crime foi identificado como Leonardo Felipe Xavier Santiago, de 26 anos. Ele declarou ser membro de uma organizada do Flamengo, mas teria ido ver o jogo sozinho. Segundo o delegado, o suspeito teve o flagrante convertido em prisão preventiva pela Justiça e vai responder por homicídio doloso consumado.

Este é o segundo caso de violência em menos de 15 dias no futebol paulista. Na última semana, o meia-atacante Luan, do Corinthians, foi agredido em um motel da zona norte de São Paulo por membros da Gaviões da Fiel, principal organizada do clube. Segundo o Boletim de Ocorrência, um dos torcedores estava armado e o jogador foi ameaçado de morte. Entre os integrantes do grupo que agrediu o atleta estão dois corintianos presos em Oruro acusados de envolvimento com a morte do Kevin Espada durante um jogo da Libertadores, contra o San Jose, em 2013.

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