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Os gastos militares mundiais aumentaram 4% em 2019, a alta mais expressiva em 10 anos, em um cenário de crescentes rivalidades entre grandes potências e uma disputa pelas novas tecnologias, segundo o relatório anual do instituto britânico IISS divulgado nesta sexta-feira (14).

"Os gastos aumentaram com a saída das economias da crise financeira (de 2008) e uma maior percepção de ameaças", destacou o diretor geral do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês), John Chipman, ao apresentar o relatório na Conferência de Segurança de Munique, Alemanha.

O fim do tratado sobre armas nucleares de médio alcance (500 a 5.500 km) em 2019 e a possível extinção do tratado New Start sobre armamentos nucleares intercontinentais em 2021 mudaram a ordem internacional pós-Guerra Fria.

A ascensão da China e as crises regionais, da Ucrânia até a Líbia, também provocam um impacto, destaca o relatório.

Além disso, as novas armas desenvolvidas por China e Rússia - mísseis supersônicos, submarinos sem tripulação -, apresentadas como "invulneráveis", aumentam a pressão da corrida armamentista.

No atual contexto, os dois países com os maiores orçamentos militares do planeta, Estados Unidos (685 bilhões de dólares) e China (181 bilhões), prosseguem com o aumento exponencial, com um avanço de 6,6% em 2019 na comparação com 2018.

Os gastos militares americanos aumentaram 53,4 bilhões de dólares ano passado, ou seja, o equivalente ao sétimo orçamento mundial de defesa, atrás de Arábia Saudita (3º), Rússia (4º), Índia (5º) e Reino Unido (6º), à frente de França (8º), Japão (9º) e Alemanha (10º).

"Na Europa, a inquietação com a Rússia continua alimentando o crescimento dos gastos, com uma alta 4,2% na comparação com 2018", afirmou Chipman.

Os orçamentos militares europeus retomaram assim o nível de 2008 em termos reais.

Os líderes da União Europeia aprovaram planos para ampliar os gastos militares, decisão tomada segundo funcionários em parte como resposta à pressão do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para que o continente assumisse mais responsabilidade no setor de defesa.

Há dúvidas, porém, sobre como um novo grupo de compras no setor na UE funcionaria e também sobre como os custos seriam divididos. A chefe da política externa do bloco, Federica Mogherini, disse em entrevista ao Wall Street Journal que a Europa sabe que "nós precisamos fazer mais e melhor" em relação aos gastos militares.

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Mogherini disse que os novos planos de defesa do bloco, que incluem o estabelecimento de um grupo de nações da UE para criar ativos comuns de defesa, serão mais amplas que o esperado por muitos. Isso pode ser algo que mude o cenário e fortaleça a cooperação militar com os EUA.

O presidente da França, François Hollande, defendeu após a reunião mais gastos com defesa. "Os europeus precisam gastar 2%" do Produto Interno Bruto (PIB) com esse setor, defendeu ele. Alguns diplomatas disseram, porém, que apenas alguns membros da UE devem entrar no grupo de cooperação militar. Mogherini disse que pretende que esse número seja grande. Fonte: Dow Jones Newswires.

O gasto orçamentário com defesa da China aumentará entre 7% e 8% em 2016, na comparação com o ano anterior, no menor ritmo em pelo menos seis anos, anunciou uma graduada autoridade do país nesta sexta-feira (4). Trata-se da primeira indicação de que a desaceleração econômica pode começar a prejudicar as ambições militares do presidente Xi Jinping.

Mas a estimativa ainda representa um porcentual maior que o crescimento econômico projetado para a China neste ano, de 6,5% a 7%, o que sugere que Pequim prioriza o gasto com defesa, no momento em que Xi leva adiante a maior reestruturação em suas Forças Armadas desde os anos 1950.

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A informação sobre os gastos militares foi divulgada por Fu Ying, uma porta-voz do Congresso Nacional do Povo, durante entrevista coletiva na véspera do início desse encontro anual, que começa neste sábado em Pequim. Ela não deu um número exato sobre o orçamento militar, mas disse que esse dado deve ser divulgado no sábado. No ano passado, ele avançou 10,1% ante o ano anterior, para 886,9 bilhões de yuans (US$ 142 bilhões, na época).

A China tem registrado um aumento de dois dígitos em seus gastos militares na última década, com exceção de 2009, quando houve desaceleração, para um avanço anual 7,3%. Essa queda foi atribuída por analistas à crise financeira global.

Esses avanços nos gastos, em meio aos recentes esforços da China de garantir suas reivindicações territoriais no Mar do Sul da China e no Mar do Leste da China, geraram preocupações nos países vizinhos e nos EUA. Há autoridades norte-americanas e especialistas em defesa que avaliam que os gastos militares chineses inclusive são bem maiores que o anunciado publicamente, já que esse número exclui a importação de armas e outros itens. Nos próximos anos, porém, Pequim terá de gastar uma fatia significativa de seu orçamento em um plano para Xi Jinping, lançado no ano passado, de cortar 300 mil soldados e reformular as estruturas militares até 2020, segundo especialistas em defesa. Fonte: Dow Jones Newswires.

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