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O presidente Jair Bolsonaro (PL) assumiu, nessa quarta-feira (8), que esperava uma interferência de Sergio Moro (Podemos) - seu provável rival nas eleições de 2022 - em órgãos de investigação enquanto ministro da Justiça do governo. "Esse cara não fez absolutamente nada para que Coaf e Receita não bisbilhotassem minha vida e dos brasileiros", declarou o chefe do Executivo em entrevista à Gazeta do Povo. "Pode investigar o presidente? Pode, mas legalmente", emendou.

De acordo com Bolsonaro, Moro, enquanto ministro, "selecionava" as ações da Polícia Federal. "Queria mandar embora lá atrás. Mas como ele tinha prestígio grande, ficava difícil justificar", afirmou o presidente.

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Bolsonaro ainda citou um diálogo que teria tido com o antigo aliado. Ele o teria questionado sobre investigações da PF em torno do então ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio, envolvido em um esquema de candidaturas laranja nas eleições de 2018. "Por que a PF está investigando esse ministro que foi candidato?", teria perguntado o presidente, segundo ele mesmo. "Por que você não está investigando outros, é só para queimar o governo", teria acrescentado.

Vice ideal

Jair Bolsonaro afirmou na entrevista que seu vice ideal para as eleições de 2022 seria um nordestino ou um mineiro. "Pode ser um general de quatro estrelas também", acrescentou o chefe do Executivo - que disse já estar em contato com um "possível vice".

Nos corredores do Palácio do Planalto, especula-se sobre a escolha do ministro das Comunicações, Fábio Faria, para o posto. Ele é do Rio Grande do Norte e evangélico. Nesta semana, o G1 revelou negociações para emplacar na chapa o ministro da Defesa, general Braga Netto.

Porém, de acordo com Bolsonaro, todos os nomes para vice que circularem na imprensa serão riscados de sua lista. "Já tenho dois nomes riscados", disse o presidente na entrevista.

STJ

Depois de emplacar um ministro "terrivelmente evangélico" no Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro afirmou que vai escolher ministros com perfil do seu eleitorado para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). A corte tem duas vagas abertas. Na entrevista à Gazeta do Povo, Bolsonaro também confirmou a escolha ideológica para juízes de tribunais regionais. "Globo diz que vou escolher por critério ideológico. Não, não, vou escolher pessoal do PSOL", ironizou o presidente.

Combustíveis

Na área da economia, o chefe do Executivo reiterou que a redução do preço dos combustíveis é algo "natural" para os próximos meses, considerando a queda da cotação do petróleo no exterior, e negou ter informações privilegiadas da Petrobras sobre reajustes da gasolina e do diesel. A empresa é investigada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pelo suposto repasse de informações ao presidente, que no domingo anunciou a baixa no valor dos combustíveis.

Bolsonaro também atacou o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), por esclarecer que o ICMS cobrado pelos Estados sobre os combustíveis é uma alíquota que não variou na maioria do País. "Falou que eu era mentiroso. Mentiroso é ele, é um crime que acontece no Brasil todo", disparou Bolsonaro, que costuma dizer que Estados aumentaram a taxação dos combustíveis.

Ainda na entrevista, Bolsonaro disse que, "para o sistema", sua reeleição não é interessante. "Mercado sempre aproveita para fazer algo contra a gente."

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito das Fake News errou ao colocar o jornal paranaense Gazeta do Povo em uma lista de 47 supostos propagadores de notícias falsas. No fim da quinta-feira (4), consultores legislativos admitiram que houve equívoco, se retrataram e retiraram o periódico da lista de sites com "conteúdo inadequado", segundo o entendimento da comissão.

"Concluímos que a inclusão do jornal Gazeta do Povo na categoria 'canais com comportamento desinformativo' foi equivocada", diz o documento divulgado na quinta à noite, assinado pelos consultores legislativos Cristiano Aguiar Lopes e Daniel Chamorro Petersen. "Nos retratamos, portanto, de ter atribuído essa classificação no anexo da informação e promoveremos a sua retirada."

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O documento original, feito por assessores do Congresso e divulgado na quarta-feira havia mapeado gastos de propaganda do governo em veículos.

A inclusão do jornal na lista havia causado surpresa e protestos. "É absolutamente inusitado, para dizer o mínimo, a CPMI incluir um jornal centenário, com incontáveis contribuições ao Paraná e ao Brasil, entre os difusores de desinformação", afirmou o presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Marcelo Rech, antes do anúncio do recuo.

O erro ocorreu no momento em que o Congresso tenta votar um projeto para combater fake news. Segundo especialistas, uma lei sobre desinformação, dada a dificuldade de definir o problema em termos objetivos, pode restringir a liberdade de expressão e causar danos ao jornalismo.

"Este episódio demonstra os riscos de se gravar em lei um conceito de desinformação e deixar a cargo do Estado a classificação de uma notícia como falsa", afirmou o presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Marcelo Träsel.

Além de admitir o equívoco, os consultores legislativos divulgaram nota metodológica para explicar seus critérios. Segundo eles, foi registrado "comportamento desinformativo" em canais que reiteradamente contrariam consensos científicos, difundem "teorias da conspiração" ou apresentam conteúdos potencialmente danosos à saúde pública.

Além disso, foram marcados "canais nos quais existem três ou mais matérias ou conteúdos classificados como falsos, deturpados ou incorretos" por checadores de fatos.

Os checadores citados pela comissão - Estadão Verifica, Comprova, Aos Fatos, Fato ou Fake, Agência Lupa, E-farsas e Boatos.org - negaram ter sido consultados sobre a lista.

Desinformação

O Estadão Verifica, núcleo de checagem de fatos do jornal O Estado de S. Paulo, nunca classificou a Gazeta do Povo como um veículo de fake news, e não foi procurado pela CPMI.

O mesmo ocorreu com o Comprova, projeto colaborativo de checagem do qual o jornal O Estado de S. Paulo faz parte, com 23 outros veículos.

A Agência Lupa informou que "não é correto afirmar que foi consultada sobre uma lista de sites produtores de 'notícias falsas'". Segundo a agência, "as checagens da Lupa não devem ser usadas de forma aleatória para classificar sites inteiros. Elas versam sobre conteúdos específicos, de forma granular".

O Aos Fatos afirmou que também não foi consultado e que desconhece a metodologia. "Aos Fatos vê com preocupação qualquer tentativa de institucionalizar fiscalização de conteúdo e não endossa listas de sites que eventualmente produzam conteúdo desinformativo."

"O E-farsas não foi consultado, em nenhum momento, sobre algum possível ranking ou lista de sites propagadores de fake news e, mesmo que fosse, não cabe à nossa agência esse tipo de julgamento", disse Gilmar Lopes, responsável pelo site. "Costumamos revelar qual site, perfil ou publicação originou a notícia falsa quando encontramos essa informação, mas isso não torna o citado uma publicador contumaz de desinformação."

"Não é possível classificar um site como de fake news com base apenas em artigos checados", disse Edgard Matsuki, responsável pelo Boatos.org. "Achamos também perigosa a classificação de veículos de mídia profissionais como canais de desinformação." 

O jornal A Gazeta do Povo anunciou hoje (7) que irá deixar de veicular sua versão impressa em 31 de maio. A decisão do Grupo Paranaense de Comunicação, responsável pela publicação, é motivada pela tecnologia. A empresa pretende manter todo o quadro de funcionários e concentrar todos os esforços nas plataformas digitais. A novidade foi anunciada ontem, em um evento realizado em Curitiba.

A empresa noticiou que investiu R$ 23 milhões no novo projeto, que visa modernizar e melhorar a navegação do novo site. Os jornalistas do veículo contarão com uma plataforma exclusiva em seus smartphones, que possibilitará trabalhar de qualquer lugar, postando conteúdo direto no site da Gazeta do Povo. “Acompanhamos o crescimento de leitura no digital, sobretudo no celular. No nosso caso, crescemos 89% no digital em dois anos”, disse o presidente-executivo do GRPCom, Guilherme Döring Cunha Pereira.

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Além dos profissionais que já fazem parte do jornal, o Grupo irá contratar jornalistas especializados em áudio e vídeo, para elaborar formatos novos para as editorias, que também serão remodeladas. A única versão impressa do periódico circulará aos sábados e será uma espécie de suplemento especial, com matérias investigativas e aprofundamento dos assuntos abordados no digital.

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) divulgou nota nesta quarta-feira, 15, repudiando a escolha do jornal Gazeta do Povo para receber o Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa 2016, concedido pela Associação Nacional de Jornais.

O prêmio, que será entregue em solenidade no dia 18 de agosto, foi concedido depois que jornalistas da publicação paranaense passaram a ser alvo de ações de indenização movidas por juízes em várias cidades do Estado por causa da publicação de uma série de reportagens sobre os vencimentos recebidos por juízes e representantes do Ministério Público neste ano.

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"A postura da Associação Nacional de Jornais (ANJ) de premiar jornalistas por matéria tendenciosa sobre os vencimentos da magistratura é um atentado ao direito à informação", disse o comunicado da AMB, que foi assinado pelo presidente da entidade, João Ricardo Costa.

Ainda segundo a nota, a reportagem premiada denunciou recebimentos acima do teto "sem explicar que verbas indenizatórias não são submetidas ao teto constitucional". Essa postura, nas palavras da AMB, "revela uma lamentável política de desinformação à cidadania".

Em reposta ao comunicado dos magistrados, o presidente da ANJ, Carlos Lindenberg Neto, afirmou que a associação não questiona o direito constitucional de todo cidadão de recorrer à Justiça em defesa de seus direitos, mas rejeita o expediente utilizado no Paraná, que é similar ao já utilizado contra os jornais Folha de S.Paulo (SP) e A Gazeta (ES).

"Em ambos os casos todas as ações foram ganhas pelos jornais e jornalistas. A inadequação desse tipo de ação, aliás, é reconhecida pela própria AMB ao afirmar que discorda "da estratégia definida" e entende que "a melhor ação seja de natureza coletiva, pois se trata de um direito constitucional", disse Lindenberg Neto.

Ministros

A Associação Nacional dos Jornais também ressaltou que a atuação do Poder Judiciário e de seus membros é "respeitada e reconhecida" pela entidade e lembrou que o Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa já foi conferido a dois ministros do Supremo Tribunal Federal - Carlos Ayres Britto e Cármen Lúcia. "A premiação representa o apoio da Associação Nacional de Jornais (ANJ) a pessoas, jornais ou instituições que tenham se destacado no exercício, na promoção e na defesa da liberdade de imprensa."

À reportagem, o diretor de redação da Gazeta do Povo, Leonardo Mendes Júnior, afirmou que a reportagem tem "elevado interesse público" e foi produzida com base em dados públicos. "Tivemos o cuidado de colocar cada adicional ao salário e a sua origem, bem como a oscilação mês a mês da remuneração final. Reafirmo a veracidade de tudo o que publicamos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O número de ações movidas por juízes e promotores contra três repórteres e outros dois profissionais do jornal Gazeta do Povo, do Paraná, chegou a 45. As ações tiveram início após a publicação de reportagem sobre os vencimentos dos magistrados e representantes do Ministério Público.

Os processos começaram a ser ajuizados em abril, em várias cidades paranaenses. O fato tem alterado a rotina dos profissionais do jornal, de 97 anos de existência. As audiências marcadas para esta segunda-feira, 13, no interior do Estado foram remarcadas. Hoje, o grupo viaja para União da Vitória, a três horas de Curitiba, para participar de audiências. Eles se deslocam e retornam no mesmo dia. Amanhã, seguem para Medianeira, a 600 quilômetros da capital paranaense, para depor na quinta-feira.

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A reportagem, publicada em fevereiro, mostrava que, somadas as gratificações, o rendimento médio dos juízes e promotores superava o teto constitucional do funcionalismo público, de mais de R$ 30 mil. "Essas ações adicionais só mostram que tem mais alguns juízes que não conseguem entender que a função que eles exercem é pública, e que a remuneração deles faz parte de um debate público necessário", disse o diretor de redação do jornal, Leonardo Mendes Júnior.

"Esperamos que esse aumento de ações ajude na compreensão total da ministra Rosa Weber do que está acontecendo aqui no Estado e de que esse é um caso para o Supremo Tribunal Federal", afirmou o diretor de redação, lembrando que o jornal aguarda decisão da ministra sobre recurso para que as ações sejam encaminhadas à Corte.

'Assédio judicial'

As ações judiciais foram alvo de notas de repúdio da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Associação Nacional de Jornais (ANJ), Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), cujos dirigentes denunciaram o "assédio judicial" na sexta-feira passada, no 29.º Congresso Mundial dos Jornalistas, em Angers, na França.

Ao todo, os processos contra os repórteres Francisco Botelho Marés de Souza, Rogério Galindo e Euclides Garcia, o analista de sistemas Evandro Balmant e o infografista Guilherme Storck cobram indenização de R$ 1,3 milhão do jornal.

Áudio do presidente da Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar), Francisco Mendes Júnior, reforçou a suspeita de uma ação coordenada dos magistrados. "Já estamos providenciando um modelo de ação individual feito a muitas mãos por vários colegas e com viabilidade de êxito para que cada um possa ingressar com essa ação individual caso considere conveniente", diz ele no WhatsApp.

O jornal O Estado de S. Paulo procurou nesta segunda-feira a Amapar, mas nenhum representante foi localizado para comentar o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que "não existe" a possibilidade de ser candidato à Presidência da República em 2014, mas não descartou uma volta em 2018, embora ache que "já cumpriu sua missão na Presidência". "O que eu vou fazer nas eleições é ser um militante para a presidenta Dilma Rousseff continuar o bom trabalho que ela vem fazendo", disse o presidente em entrevista ao jornal paranaense Gazeta do Povo. "Em política não devemos dizer nunca, mas é muito cedo para discutir 2018", completou.

Perguntado sobre a insatisfação de parlamentares do PMDB com o governo e sobre os conselhos dados a Dilma, Lula se esquivou e negou seu papel de conselheiro da presidente. "Com a presidenta Dilma eu troco ideias, não dou conselhos", disse, antes de completar se negando a contar o que foi debatido: "Uma conversa com a presidenta pertence à presidenta".

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Lula, que estará nesta sexta-feira, 14, no Paraná para um evento com a provável candidata do PT ao governo do Estado, Gleisi Hoffmann, falou sobre seu papel de militante. "Não deixei de ser um militante político porque saí da Presidência. Eu vou atuar como um ativista político até morrer, pois acredito que essa é a melhor maneira de melhorar a sociedade e combater as injustiças", afirmou.

Como militante da pré-campanha de Gleisi, Lula tenta fazer o PT chegar ao governo do Paraná pela primeira vez. Para isso, a candidatura petista terá de vencer o atual governador, o tucano Beto Richa. "Acho que o nosso partido acumulou forças, projetou grandes lideranças e se credenciou para disputar com boas chances de vitória o governo do Paraná nas próximas eleições", finalizou.

O presidente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), Clayton Coutinho Camargo, suspendeu, nesta quarta-feira, 4, ação que proibia notícias de denúncias contra ele pelo Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCOM), que publica o jornal Gazeta do Povo. Camargo é investigado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por suposta venda de sentença.

Camargo ressaltou que o grupo produzia "factoides" contra ele. "Em um dado momento me vi compelido a utilizar a medida judicial para fazer cessar a interminável prática de criação de factoides contra minha pessoa", e para justificar sua decisão, disse que sua carreira "impõe sacrifícios".

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O presidente do TJ disse que nunca teve intenção de coibir as ações da imprensa. "Jamais foi minha intenção atacar um dos valores do qual sou ardoroso defensor, a liberdade de imprensa, e agora verifico que para continuar minha caminhada frente ao Poder Judiciário do Paraná a providência judicial que adotei é dispensável, razão pela qual desisto a esse direito", afirmou.

O diretor executivo do grupo, Guilherme Döring Cunha Pereira, disse que o jornal sempre manteve uma postura de independência e fez seu trabalho com isenção. "Nós publicamos as reportagens privilegiando a informação, dando os fatos de forma jornalística e isso que aconteceu nos entristece, pois partiu de quem deveria justamente garantir esse direito, a liberdade de imprensa", comentou. Pereira aguarda o desfecho de um recurso proposto pela empresa. "Vamos levar esse caso até o fim, para que prevaleça a liberdade de imprensa que sempre defendemos", comentou.

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