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O grande desafio dos estudantes, responsável pela aprovação de muitos “feras” nos vestibulares, mas que, também, reprova muitos. Assim é a redação nos principais processos seletivos das universidades públicas de Pernambuco. O Portal LeiaJá chega ao fim da sua série de reportagens sobre as disciplinas que fazem parte das principais seleções para quem quer ingressar nas universidades.

Não faltam exemplos de pessoas que se dão muito bem nas outras matérias e quando se deparam com a prova de redação, acabam perdendo a chance de ser aprovado. Geralmente as médias na avaliação não são boas e alguns professores têm uma opinião sobre o que causa este empecilho que assola os estudantes.

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De acordo com o professor de redação, Eduardo Pereira, que há 15 anos atua na profissão, a ausência do gosto pela leitura e o comodismo das pessoas por causa de alguns produtos tecnológicos são alguns fatores que prejudicam as pessoas na hora de escrever uma redação. “O excesso de informação e os avanços tecnológicos gerou um comodismo na sociedade, que vive cheia de tablets, celulares, com acesso a internet, e que às vezes esquecem de ler e escrever”, argumenta Pereira.

O professor salienta que a leitura, aliada ao processo de compreensão, são ações essenciais para a realização de uma boa redação. “Além de ler é importante compreender a leitura, de forma ampla e contextualizada. Isso não vale só para a redação, mas sim, para todas as outras provas”, explica o professor.

Redação no Enem

Segundo o professor Eduardo Pereira, a prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foca muito nos temas sociais. Ele diz que é uma prova muito abrangente e que visa alcançar várias classes sociais, com temáticas que façam parte da realidade nacional.

“Um tema muito forte para este ano é sobre o Brasil sediar grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas. Outro tema que pode aparecer é a questão da mobilidade urbana, pois os problemas com o trânsito é algo que atinge muitas cidades brasileiras”, diz o educador. Ele também destaca que pode ocorrer um debate interessante, ainda, sobre a organização de grandes eventos esportivos. Pereira comenta que há uma grande diferença entre sediar estes eventos e investir em esportes. “Quando se sedia um evento desses, o turismo aumenta, há a exposição do Brasil para outros países, entre outras ações. Já investir em esportes beneficia mais o ser humano, uma vez que você promove inclusão social, incentiva a manutenção de uma boa saúde, proporciona oportunidade de uma vida melhor para os mais pobres”, fala. Outro tema forte é a pirataria, em que poderão ser discutidas suas vantagens e desvantagens.

Algumas pessoas dizem que criticar o poder público na redação, se o tema sugerir críticas, pode prejudicar o aluno. O professor rebate essa informação e afirma que isso não é verdade. De acordo com ele, o aluno deve ser equilibrado, porque existem pontos positivos e negativos que precisam ser destacados. O “fera” deve ser maduro e não cair no risco de parecer ingênuo.

Técnicas

O professor explica que a redação deve ser escrita de maneira impessoal, como uma dissertação. Ela deve ter os elementos linguísticos, que correspondem à gramática, bem como elementos textuais, que são as ideias organizadas. “É importante que o candidato domine a língua padrão, atentando para acentuação gráfica e ortografia, por exemplo”, relata o professor.

A boa redação, segundo o professor, deve possuir de quatro a cinco parágrafos. O primeiro deve ser a introdução, composta de quatro a seis linhas, os dois ou três seguintes são os de desenvolvimento, e por último, é o parágrafo de conclusão, que deve ter a quantidade de linhas parecida com a do primeiro. No total, Pereira aconselha que o bom texto deve ter de 20 a 30 linhas. O espaçamento do início do parágrafo deve ser de mais ou menos cinco letras e margem direita da folha deve ser totalmente ocupada para que o texto não fique torto, pois isso pode prejudicar o “fera” na hora da avaliação. Sobre as rasuras, se o candidato errar uma palavra é aconselhável que ele faça um traço em cima do erro. Porém, se ocorrerem muitos, eles podem prejudicar a nota.

O professor alerta que “a verdade tem que ser dita por um escritor universal”, sem o uso da primeira pessoa e sem palavras e expressões como “pense”, “você”, “na minha opinião”, entre outras. Pereira também frisa que o estudante precisa atentar para a coesão (ligação correta entra as frases e os períodos), e a coerência (organização das ideias, que nunca devem entrar em contradição), explica.

Escrever bem na UPE

As regras para uma boa redação também servem para a Universidade de Pernambuco (UPE). Porém, existe uma diferença em relação ao tema que pode aparecer no Enem. “O tema da UPE pode sair da objetividade e trabalhar com a subjetividade e até com temáticas filosóficas”, explica o professor, o que faz o aluno pensar mais para interpretar.

Algumas possibilidades de temas são a seca que atinge o Nordeste do Brasil, a corrupção e mobilidade urbana. É de suma importância que o candidato seja fiel ao tema, tanto no Enem quanto na UPE. Objetividade também é fundamental.

“Redação não tem milagre. É preciso praticar. Em vez de fazer várias redações, é preferível que o aluno faça uma, corrija os erros e vá a aperfeiçoando. As pessoas devem deixar de escrever por obrigação e, sim, escrever por prazer”, aconselha Eduardo Pereira.

Veja abaixo dois exemplos de redação dados pelo professor. Há uma boa redação e uma cheia de erros.

Tema: A importância da leitura

O professor avalia esta redação como quase perfeita. O candidato foi coeso e coerente, obedeceu ao tema, mostrou domínio sobre o assunto, entre outras competências.

Quadro Negro

            Se para Monteiro Lobato um país se faz de homens e livros, para os governantes diferente não poderia ser. O papel da leitura na formação de um indivíduo é de notória importância. Basta-nos observar a relevância da escrita até mesmo na marcação histórica do homem, que destaca, por tal motivo, a pré-história.

            Em uma esfera mais prática, pode-se perceber que nenhum grande pensador fez-se uma exceção e não deixou seu legado através da escrita, dos seus livros, das anotações. Exemplos não são escassos: de Aristóteles a Nietzsche, de Newton a Ohm, sejam pergaminhos fossilizados ou produções da imprensa de Gutemberg, muito devemos a esses escritos. Dessa forma, iniciamos o nosso processo de transformação adquirindo tamanha produção intelectual que nos é disponibilizada.

            A aquisição de ideias pelo ser humano apresenta um grande efeito colateral: a reflexão. A leitura é capaz de nos oferecer o poder de questionar, sendo a mesma frequente em nossas vidas. Outrossim, é impossível que a nossa visão do mundo ao redor não se modifique com essa capacidade adquirida.

            Embora a questão e a dúvida sejam de extrema importância a um ser pensante, precisam ter um curto prazo de validade. A necessidade de resposta nos é intrínseca e gera novas ideias, fechando, assim, um círculo vicioso, o qual nos integra e nunca terminamos de transformar e sermos transformados.

            A leitura é a base para o desenvolvimento e a integração na sociedade e na vida, porquanto viver não é apenas respirar. Se Descartes estiver certo, é preciso pensar. Pensando, poderemos mudar o quadro negro do país e construir o Brasil de Monteiro Lobato: quadro negro apenas na sala de aula, repleto de ideias, pensamentos, autores, repleto de transformação e de vida.

 

Tema: Ecologia e desenvolvimento sustentável

Já este texto é bastante criticado por Pereira. O candidato entre em contradição com seus argumentos, é redundante, como por exemplo, quando escreve “falta de amor próprio, consigo mesmo”. Leia e jamais cometa esses erros.

Precisamos tentar

          Desesperada. É assim que se encontra quase toda a população mundial. Sabendo que o planeta Terra é a fonte de tudo o que temos, ainda assim o condenam. Por falta de organização e compreensão de nossas mentes, estamos morrendo aos poucos. Possuímos todo e qualquer recurso para manter o mundo saudável e livre de problemas maiores, e não usamos por falta de vontade.

          Na minha concepção, ficaríamos horas e horas aqui discutindo esse problema causado pela ambição do homem, mas tentaremos resumir um pouco o porquê é tão difícil para ele. É a sua completa falta de ideologia e idealismo que o faz ficar perdido e divagando diante das questões importantes da vida.

          Uma outra razão é a falta de amor próprio, consigo mesmo que leva o individuo a cometer absurdos assim. Só mesmo a falta de caridade no coração é que leva o homem a cometer atos horríveis como os que atualmente comete contra si, contra os outros e contra o planeta.

          O que precisamos de verdade é tentar, quem sabe as coisas possam mudar. Pedir desculpa não adianta, a humanidade ainda está em desenvolvimento, ela não para, porém permanece intacta até que alguma coisa lhe aconteça. Mas não podemos nos entregar tão fácil, vale a pena tentar.

          Sendo assim, não adianta esperar que venham dizer o que temos que fazer. Basta. Precisamos nos conscientizar e tentar.

Em vestibulares, no que diz respeito às provas do Enem, UPE e UFPE, os candidatos precisam optar entre inglês ou espanhol como prova de língua estrangeira. Para quem faz curso de um dos dois idiomas, a escolha é fácil. Mas para quem não tem afinidade com nenhuma das duas línguas, como escolher qual prova fazer?

Nesse caso, muitas pessoas escolhem o espanhol por ser mais parecido com o português e, assim, apresentar maiores chances de pontuação. Mas não é tão fácil como pode parecer. Na verdade, o fato da língua espanhola se parecer com o português pode mais atrapalhar do que ajudar.

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A  professora do Colégio BJ e da UNINASSAU, Vládia Medeiros, afirma que é preciso muita interpretação de texto na hora da prova. “O foco é a interpretação de distintos gêneros discursivos: textos informativos, charges, linguagem publicitária. O vocabulário também é explorado. Neste caso, é importante que os alunos atentem para o contexto em que a palavra está sendo utilizada”, diz. “Muitas pessoas pensam que, por serem parecidas, a compreensão da língua espanhola é muito fácil - se você sabe o português consequentemente sabe traduzir a língua espanhola -, é essa familiaridade entre as línguas que gera a maioria dos erros de tradução. Pois há palavras em espanhol que são escritas exatamente como algumas palavras em português, mas apresentam significados distintos”, completa.

A estudante Carla Santos, 19 anos, pretende cursar medicina e decidiu optar pelo espanhol. “A língua é muito parecida com o português e ao mesmo tempo é muito diferente, o que na maioria das vezes causa confusão durante a tradução. Mesmo assim optei por ela, pois é mais fácil de compreender”, ressalta. “Aprender espanhol é mais fácil do que pensamos, basta ter atenção e dedicação”, finaliza Vládia.

Confira as dicas da professora Vládia Medeiros para se sair bem na hora da prova: 

A prova de espanhol do Enem exige, basicamente, leitura e construção de sentido, ou seja, compreensão dos textos e vocabulário. Já a UPE e UFPE, além da interpretação, também traz questões gramaticais contextualizadas.

As tendências dos vestibulares estão em:

•Conhecer e usar a língua como instrumento de acesso a informação e a outras culturas e grupos sociais;

•Utilizar os conhecimentos da língua e de seus mecanismos como meio de ampliar as possibilidades de acesso a informações, tecnologias e outras culturas;

•Relacionar as estruturas linguísticas, sua função e seu uso social;

•Reconhecer a importância da produção cultural como representação da diversidade cultural e linguística.

Por fim, vale ressaltar que o vocabulário geralmente é bem compreensível e o foco é interpretação de textos, o que torna as provas muito acessíveis. A elaboração é inteligente e exige raciocínio.

Com o término das inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na última sexta-feira (15), os candidatos às vagas nas universidades já podem partir para os livros e estudar.


Os vestibulandos deste ano poderão contar com a nota do exame como forma de entrada em várias universidades públicas do país. Então a corrida para ser aprovado já começou.

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O Guia de Vestibular desta semana traz dicas sobre uma das matérias mais temidas nas provas: química.


Marco Aurélio, professor de química do Jaula Cursos e há 15 anos na área de pré-vestibular, explica que nesta matéria não se pode fugir da tabela periódica. “Ela (a tabela periódica) é o alfabeto da química. Então é essêncial que o estudante saiba domina-la para acertar as questões da prova”, argumenta o professor.

Ele também alerta ao aluno que não tenha pressa de fazer as questões e fique atento às famosas “cascas de banana”, pois uma letra a mais na resposta pode fazer com que o vestibulando perca a questão.

Enem

Para os estudantes que irão fazer a prova do Enem, Marco Aurélio afirma que devem focar no estudo da relação massa-massa, além de créditos de carbono, sequestro de carbono, fontes de energia e fontes de energia sustentável. O professor aposta também que a prova virá com questões sobre radioatividade e lixo eletrônico. “Esse último é um tema muito novo e é um problema que o país vem enfrentando atualmente, como descartar o lixo eletrônico. Então é um assunto que o fera deve investir”, aconselha.

UFPE- 1ª e 2ª fase

Para os feras que estão se preparando para o vestibular da Universidade Federal de Pernambuco, podem se dedicar aos seguintes temas: química geral, fisicoquimica (onde segundo o professor Marco Aurélio, surgem as dificuldades) e química orgânica.


O professor aposta que na 1ª fase deverá haver pelo menos seis questões envolvendo química orgânica - identificação das principais funções orgânicas - álcool, audeído, cetona e ácido. O aluno também pode se dedicar à estudar isomeria e reações químicas, fortes candidatas à questões.


Para os feras que escolheram cursos onde terão que enfrentar química na segunda fase do vestibular, Marco Aurélio dá uma dica. “Como são questões de verdadeiro ou falso, o aluno deve ficar atento à posição de sinais como maior quê e menor quê”, aponta.

UPE

Quem optou pela Universidade de Pernambuco deve saber que diferentemente da prova da UFPE, na qual as questões são contextualizadas, a partir da aplicação da química em situações do dia-a-dia, a prova da UPE fecha o foco na teoria.O candidato precisa lembrar, também, que não é fornecida fórmulas de compostos nem tabela periódica, obrigando os estudantes a memorizarem esses aspectos. Então, faça da tabela períódica a sua melhor amiga, ela vai te ajudar muito.

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