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Dos 35 partidos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 14 não atingiram a chamada cláusula de desempenho e vão perder, a partir do próximo ano, o direito de receber recursos do Fundo Partidário e participar do horário gratuito de rádio e televisão. Dessas siglas, nove elegeram deputados federais, mas não conseguiram atingir o mínimo de votos ou de eleitos para a Câmara, em todo o território nacional, como é exigido pela Constituição.

Foram atingidos pela cláusula de desempenho: PCdoB, Rede, Patri, PHS, DC, PCB, PCO, PMB, PMN, PPL, PRP, PRTB, PSTU e PTC. O dispositivo atingiu os partidos da candidata a vice-presidente na chapa de Fernando Haddad, Manuela d'Ávila (PCdoB), e do candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro, General Mourão (PRTB). Neste ano, o Fundo Partidário chegou a R$ 888,7 milhões. Em ano eleitoral, há ainda o Fundo Especial de Financiamento de Campanha, que em 2018 foi de R$ R$ 1,7 bilhão.

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A cláusula de desempenho toma por base a votação para a Câmara. São duas regras: perderão o acesso ao fundo e ao horário partidário, entre 2019 e 2023, as legendas que não conseguiram, nestas eleições, uma bancada de pelo menos nove deputados federais em nove unidades da federação ou pelo menos 1,5% dos votos válidos distribuídos em um terço das unidades da federação, com no mínimo 1% em cada uma delas.

Para o analista político Antônio Augusto de Queiroz, diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), a cláusula de desempenho tem aspectos positivos e negativos. “De um lado, evita os chamados partidos de aluguel que, sem chances de eleger ninguém, vendiam o espaço no horário gratuito. De outro, prejudica partidos tradicionais e ideológicos, como o PCdoB, que perdem o horário gratuito para divulgar sua doutrina e os recursos para fazer campanha”, disse.

Eleitos Neste pleito, 31 deputados foram eleitos por partidos que não atingiram a cláusula de desempenho. O PCdoB elegeu nove deputados em sete estados – dois na Bahia, dois no Maranhão, uma no Acre, uma no Amapá, uma no Rio de Janeiro, um em Pernambuco e um em São Paulo. Não chegou, portanto, ao mínimo de nove unidades da federação. O PHS elegeu seis; o Patri, cinco; o PRP, quatro; o PMN, três; o PTC, dois; o PPL, a DC e a Rede elegeram um cada.  Esses deputados podem mudar de partido a qualquer momento sem risco de perder o mandato. Porém, a cláusula de desempenho não prejudica o funcionamento dos partidos na Câmara, que mantêm o direito de encaminhar as votações, informando a posição das bancadas, e de ter liderança ou representação. A tendência, segundo Queiroz, é que os parlamentares busquem outras legendas para garantir maior visibilidade política, reduzindo o número de partidos na Câmara. 

A cláusula de desempenho vai aumentar progressivamente até 2030, quando os partidos terão de conquistar 3% dos votos válidos para a Câmara, distribuídos em um terço das unidades da federação, com no mínimo 2% em cada uma delas, ou eleger no mínimo 15 deputados federais em nove unidades da federação. 

No próximo pleito, em 2022, por exemplo, os partidos precisam atingir 2% dos votos válidos para a Câmara, em nove unidades da federação, com um mínimo de 1% em cada uma delas, ou eleger 11 deputados federais em nove unidades da federação.

O último dia de horário eleitoral gratuito em Goiás teve mais tela azul do que imagens dos candidatos: 60% dos 20 minutos reservados aos candidatos para o segundo turno foi suspenso pelo Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO). Iris Rezende (PMDB), que faz campanha de oposição com ataques à atual gestão, teve sete de seus dez minutos suspensos pelo tribunal. Marconi Perillo (PSDB), que tenta a reeleição e diz fazer campanha propositiva, apenas com "resposta aos ataques", perdeu metade de seu programa.

Os candidatos reservaram o último dia de campanha para carreatas e caminhadas. Ambos focam as campanhas na região metropolitana de Goiânia, algo que já havia acontecido no primeiro turno. A região concentra um terço dos votos do Estado e receberá seis dos sete eventos de rua dos concorrentes. Os últimos atos acontecerão em Trindade, a 17 quilômetros de Goiânia. Perillo tem uma caminhada marcada para 16h. Rezende agendou uma carreata às 17h30.

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Álcool liberado

Não haverá lei seca no Estado, a exemplo do primeiro turno. Os dois candidatos repetirão o ritual da votação em 5 de outubro: Perillo vota, durante a manhã, no município de Palmeiras de Goiás, segue para Pirenópolis, onde passa o dia, e depois retorna a Goiânia, para acompanhar a apuração. Rezende vota durante a manhã no Colégio Marista, em bairro homônimo, e espera a apuração em seu escritório político.

No último programa eleitoral na TV antes do segundo turno, a campanha presidencial do PSDB utilizou na noite desta sexta-feira trechos da matéria publicada pela revista Veja em que afirma que o doleiro Alberto Youssef acusou a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de saberem do esquema de corrupção na Petrobras.

As acusações teriam ocorrido em depoimento prestado pelo doleiro à Polícia Federal na última terça-feira. No final do programa do PSDB, um locutor traz a imagem da capa da revista, lê alguns trechos e afirma que no domingo, dia da eleição, o eleitor poderá dar "um basta nesses escândalos".

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Por sua vez, a campanha presidencial do PT preferiu recorrer a dois atores para rebater às acusações. "Não há nenhuma prova do que a revista diz. Mas para a Veja isso é o de menos, o que importa mesmo é tentar de todas as maneiras evitar a vitória de Dilma", diz o ator.

Na edição da tarde, a estratégia da campanha foi utilizar a própria candidata para tentar desqualificar o conteúdo da matéria. A petista utilizou 3min37s do seu tempo e em um discurso bastante inflamado acusou a revista Veja de promover um "ato de terrorismo eleitoral" ao publicar reportagem.

Os dois programas também mostraram uma série de imagens coletadas ao longo da campanha presidencial com depoimentos de eleitores de várias regiões. No caso dos tucanos, também foi inserido um pedido de voto da candidata presidencial derrotada Marina Silva (PSB) e da viúva de Eduardo Campos, Renata Campos.

O ex-presidente Lula ganhou destaque no programa do PT em depoimento sobre as conquistas do atual governo na área social. "A gente já sabe o que foi o Brasil dos tucanos e sabe com é o Brasil da Dilma do presente. Mesmo vivendo uma grave crise econômica a Dilma garantiu que isso não prejudicasse os mais pobres", diz Lula.

Os programas eleitorais de rádio e TV se encerram hoje, dois dias antes do término do segundo turno. De acordo com a Lei Eleitoral, os candidatos ainda poderão até as 22 horas deste sábado distribuir material gráfico e realizar caminhada, carreata, passeata ou carro de som. No domingo, a votação se inicia às 8h e é encerrada às 17h quando começa a apuração e totalização dos resultados.

O primeiro programa da propaganda eleitoral do PSB vai homenagear o ex-governador Eduardo Campos, morto num acidente aéreo na quarta-feira passada, dia 13. De acordo com informação de dirigentes do PSB, o programa falará dos sonhos de Campos e fará referência à última frase que ele disse no Jornal Nacional, na entrevista concedida um dia antes de morrer: "Não vamos desistir do Brasil".

"A ideia é mostrar imagens e declarações de Campos ao longo da pré-campanha e da campanha. Será um programa mais plástico, emocional, com imagens bonitas, seleção de frases marcantes", disse o presidente da legenda, Roberto Amaral. Deverão ser mostradas também as imagens do encontro entre Campos e Marina Silva, quando a ex-ministra anunciou sua filiação ao PSB, logo depois de ter o registro negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por falta das assinaturas exigidas.

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Amaral disse ainda que o roteiro final do programa não foi apresentado à cúpula do partido, que só vai vê-lo a partir de segunda, 18, a tempo de mandá-lo para as emissoras de televisão e rádio.

Embora a ex-ministra Marina Silva seja também personagem do programa, ela ainda não será apresentada como a substituta de Campos, porque a decisão a esse respeito sairá apenas no dia seguinte. Do ponto de vista legal o PSB considera que não pode apresentar Marina como candidata a presidente sem antes oficializar a escolha e pedir o registro do nome dela no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), bem com do candidato a vice.

A coligação do PSB conta com 2min3s de propaganda em cada bloco de 25 minutos diários, distribuídos entre os todos as candidaturas.

A partir desta terça-feira, com a estreia da propaganda eleitoral no rádio e na televisão, a alta exposição dos principais adversários será o maior obstáculo para Celso Russomanno (PRB) em sua tentativa de conquistar a Prefeitura de São Paulo. Um dos líderes nas pesquisas eleitorais, o candidato está em quarto lugar no ranking de tempo de TV em São Paulo.

Na primeira semana de propaganda, Russomanno aparecerá em 31 inserções distribuídas ao longo da programação das emissoras. Serão cerca de 15 minutos de exposição, 38 minutos a menos que cada um dos adversários do PSDB (José Serra) e do PT (Fernando Haddad).

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As inserções são consideradas os instrumentos mais efetivos do marketing político, pois atingem até a população que "foge" do horário eleitoral fixo, ao se misturar à propaganda comercial das 8h às 24h, sete dias por semana.

Até o dia 4 de outubro, serão exibidos 30 minutos diários de inserções em cada emissora, em spots de 15, 30 ou 60 segundos. As peças são divididas entre os candidatos de forma proporcional - as coligações maiores ficam com mais tempo.

Para cada inserção de Russomanno, do minúsculo PRB, serão exibidas sete em que estarão ou Serra ou Haddad.

Somados horários fixos e inserções, o tucano e o petista ocuparão, nos primeiros sete dias de campanha, quase 1 hora e 40 minutos em cada emissora. Isso significa que cada um terá vantagem total de 1 hora e 10 minutos de exposição semanal em relação a Russomanno em cada emissora.

Serra e Haddad ficaram com exatamente o mesmo quinhão na divisão do tempo de propaganda, pois suas coligações empataram no quesito representação na Câmara dos Deputados. Segundo a Lei Eleitoral, o número de parlamentares baliza a divisão de dois terços da propaganda, e o terço restante é distribuído igualitariamente entre todos os concorrentes.

O PT, para ampliar a exposição de seu representante, fará com que ele ocupe também o espaço destinado à propaganda dos vereadores. O petista aparecerá pedindo votos para candidatos de sua coligação à Câmara Municipal - uma brecha prevista na própria Lei Eleitoral.

Mas isso não acontecerá hoje - o PT chegou a avaliar a possibilidade de antecipar a estreia de Haddad, mas preferiu apresentar seu candidato no horário fixo somente amanhã, no espaço destinado aos prefeitos.

As campanhas do PSDB e do PRB não pretendem se valer agora da brecha de usar o horário dos vereadores - Serra e Russomanno, assim como Haddad, só devem estrear amanhã no horário fixo da propaganda.

Candidatos a prefeito podem aparecer nos programas dos candidatos a vereador de suas coligações, mas somente para pedir votos para os próprios vereadores, segundo a Lei Eleitoral. Caso contrário, a candidatura pode ser punida com perda de tempo.

Advogados de todas as campanhas estão preparados para recorrer à Justiça Eleitoral se adversários usarem o tempo dos vereadores para promover suas candidaturas a prefeito.

Serra usará seu tempo na TV para expor sua biografia e apresentar suas propostas de governo, além de promover seu jingle de campanha. O PSDB já gravou nove inserções com esses temas.

Para o PT, o tempo de exposição será decisivo para tornar seu candidato mais conhecido e para associá-lo aos nomes de Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff.

Com apenas 9% de intenção de voto e atrás de Serra e Russomanno, segundo a última pesquisa Ibope, Haddad está longe dos patamares atingidos por petistas em outras campanhas em São Paulo. Desde 1988, o partido ficou em primeiro ou segundo lugar em todas as disputas realizadas na cidade e venceu a eleição naquele ano e em 2000.

Tecnologia de Hollywood

As campanhas do PT e do PSDB passaram a usar câmeras de altíssima geração, usadas por cineastas europeus e norte-americanos, para captar imagens de seus candidatos, o petista Fernando Haddad e o tucano José Serra, respectivamente.

No front petista, o marqueteiro João Santana usa a Alexa, da alemã Arri, cujo valor é de cerca de US$ 60 mil. Já a campanha tucana, comandada por Luiz Gonzalez, comprou a Epic, da americana Red Digital Cinema, que custa a partir de US$ 35 mil.

A Alexa foi usada por Lars Von Trier no filme Melancolia, e a Epic, na produção de Piratas do Caribe. As imagens dessas câmeras têm resolução quatro vezes maior que a de full HD. Mas, apesar do investimento, os programas são enviados em fita analógica ao Tribunal Regional Eleitoral, para poderem ser exibidos em todos os canais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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