Tópicos | Infiéis

Doze deputados "viraram casaca" na votação de anteontem na Câmara, que barrou o andamento da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, em relação à primeira acusação formal, apreciada em agosto. Entre os "infieis" - oito -, o principal argumento foi a pressão da opinião pública.

Já no caso de quem decidiu aderir ao governo na segunda votação - quatro -, a justificativa foi a de que uma nova mudança na Presidência seria um "mal maior" para o País. A denúncia foi barrada pelo placar de 251 votos a 233.

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Deputados que votaram por barrar a segunda denúncia relataram que foram retaliados quando se posicionaram contra o governo em agosto. O deputado César Halum (PRB-TO), que votou contra Temer na primeira denúncia, disse que foi punido com a retirada dos dois cargos que tinha em seu Estado.

"Após aquele voto meu na primeira denúncia as pessoas foram exoneradas".

Halum afirmou que, antes da votação da segunda denúncia, foi procurado por líderes partidários, que chegaram a questioná-lo se gostaria de reaver os cargos. O deputado, porém, diz ter recusado e votado a favor de Temer anteontem, "por convicção". "Não tenho interesse, não quero", afirmou. "Essa mudança seria um trauma".

Carlos Gomes (PRB-RS) também votou contra o governo na primeira denúncia e agora mudou de opinião. Ele alegou que em agosto ainda era possível destituir o presidente pela distância do período eleitoral, mas que agora haveria um "inferno econômico" porque haveria dúvida em quem colocar na função. Gomes também perdeu o cargo que tinha no Estado justamente no dia da votação da segunda denúncia. Ainda assim, disse, manteve o voto com o governo. "Tenho de fazer um voto avaliando a conjuntura."

Contramão

Entre os parlamentares que fizeram o caminho inverso, foi no PSD que Temer perdeu mais votos da primeira para a segunda denúncia: quatro. Foi o caso de Heuler Cruvinel (PSD-GO). Na primeira votação, Cruvinel alegou que as acusações dos irmãos Wesley e Joesley Batista, da JBS, não mereciam credibilidade. Mas, segundo ele, após Polícia Federal encontrar malas de dinheiro num apartamento atribuído ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, se convenceu de que há provas consistentes que indicam a formação de uma organização criminosa.

O deputado Jaime Martins (PSD-MG) disse que votou com o governo na primeira denúncia por considerar que o STF vem atuando de forma política e que, por isso, não teria isenção suficiente para julgar o presidente da República.

Agora, afirma, o cerco da opinião pública nas redes sociais e a abordagem do eleitorado na rua pesaram na mudança de voto. "Eu nunca quis votar pela impunidade. A opinião pública acha que se tem indícios de culpa, tem de haver investigação".

No DEM, Abel Mesquita Jr., que se diz independente, mudou de voto porque, segundo ele, formou convicção de que houve cometimento de crimes. "Na primeira denúncia eu não tinha convicção. Depois das denúncias, das delações, me convenci. O presidente tem de responder. Ninguém está acima da lei", disse.

Vice-líder do PMDB na Câmara e um dos principais integrantes da "tropa de choque" do governo, o deputado Carlos Marun (MS) atribuiu ontem a perda de apoio do presidente a possíveis demandas não atendidas pelo Palácio do Planalto. "Talvez tenha aparecido gente com pedido complementar, daí, com, razão o governo não quis atender", disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Previsto para ser concluído até fevereiro deste ano, o processo que analisa a infidelidade partidária de membros do PT de Pernambuco tem sido tratado com discrição pela legenda. Procurada pela reportagem do Portal LeiaJá, a presidente estadual do partido, deputada Teresa Leitão, afirmou que os trâmites seguem de acordo com os prazos estabelecidos pelo Conselho de Ética. No entanto, a dirigente afirmou que não divulgará quando a análise dos processos será finalizada. Mais de 70 filiados respondem à ação interna.

“As notificações já foram feitas, os filiados apresentaram defesa, agora todos estão sendo analisados”, disse. Indagada sobre prazos para a conclusão das ações internas, Teresa preferiu não dar detalhes. “Não vamos divulgar. Não quero fazer disso um espetáculo. É uma questão partidária”, acrescentou Leitão. 

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A petista se comprometeu em divulgar a listagem dos que forem expulsos assim que o processo for finalizado. “Os prazos tem que ser respeitados. Não tem paredão dentro do PT”, resumiu a presidente. Segundo ela, as expulsões serão em número menor do que o esperado, já que uma parte dos que respondem processo apresentou a desfiliação voluntária. Inicialmente seriam 100 infiéis, entretanto, a ala PT Lutas e Massas – liderada por Gilson Guimarães – apresentou a desfiliação de 24 membros. 

Entre os nomes mais fortes da lista que responde processo administrativo são os dos prefeitos de Orocó, Reginaldo Cavalcante, e de Jatobá, Robson Barbosa, que apoiaram o governador eleito Paulo Câmara (PSB) durante a campanha. Outro prefeito citado é Argemiro Pimentel, de Machados, no Agreste pernambucano.

O deputado federal  José Chaves, que recentemente assumiu o comando do PTB em Pernambuco, anunciou que irá começar o processo de expulsão dos infiéis. “Provoquei a comissão de ética. Vamos seguir um roteiro de advertência, discussão e até a expulsão do partido”, afirmou o parlamentar, alegando que as pessoas que não seguiram o partido no pleito de 2014 não devem continuar na legenda. “Apenas entendo que não é local deles no nosso partido. Não precisa se provar muita coisa aí”, completou Chaves.

Alguns nomes de infiéis foram citados pelo petebista. Os prefeitos de Gravatá, João Alfredo, Exu e Arcoverde são alguns dos que integram a legenda, mas apoiaram o governador eleito, Paulo Câmara (PSB), na disputa pelo Governo do Estado, e provavelmente serão punidos.

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Mas não é só nas repressões que focará o PTB. De acordo com o presidente estadual, será realizado um mapeamento dos filiados em Pernambuco e lançada uma estratégia para conquistar novos integrantes para a disputa municipal, em 2016.

As eleições de 2014 terminaram, mas os partidos começam a contabilizar os problemas com os filiados. Depois do PT anunciar a expulsão dos “infiéis”, o PPS segue pelo mesmo caminho. O partido deve se reunir no próximo sábado (22), em um hotel da zona Sul do Recife, para analisar a situação de 41 diretórios municipais e 22 detentores de mandato. 

Uma reunião da executiva estadual do partido, que aconteceu na semana passada, aprovou a punição dos diretórios municipais, vice-prefeitos e vereadores, que desobedeceram as resoluções da sigla e não fizeram campanha para os candidatos ao legislativo estadual e federal da legenda. 

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As medidas devem atingir 41 instâncias municipais, 19 Vereadores e 3 vice-prefeitos cujos nomes serão encaminhados ao Conselho de Ética, para abertura dos respectivos processos disciplinares. O encontro do próximo sábado (22) deve contar com a participação da presidente estadual do PPS, Débora Albuquerque; do secretário-geral, Marcílio Domingues; do vereador do Recife, Raul Jungmann e de dirigentes partidários de todas as regiões do Estado. 

Lista das instâncias partidárias, dos vereadores e dos vice-prefeitos que podem ser punidos:

1. Afogados da Ingazeira – O Diretório Municipal e a vereadora Antonieta da Caixa

2. Amaraji – O Diretório Municipal

3. Araçoiaba – O Diretório Municipal

4. Araripina – O Diretório Municipal

5. Barreiros – O Diretório Municipal

6. Belém de São Francisco – O Diretório Municipal

7. Bonito – O Diretório Municipal

8. Chã de Alegria – O Diretório Municipal

9. Casinhas – O Diretório Municipal

10.  Cortês – O Diretório Municipal e os Vereadores Ivo Severino da Silva e Ademir do Bento

11.  Cupira – O Diretório Municipal e o Vereador Fábio Lessa

12. Escada – O Diretório Municipal

13.  Floresta – O Diretório Municipal e o Vice-Prefeito Rinaldo Sampaio Novaes

14.  Gravatá – O Diretório Municipal (o Vereador Junior de Obras não sofrerá punição porque seguiu a orientação partidária)

15.  Ibimirim – O Diretório Municipal e o Vereador Geraldo Germano

16.  Ipojuca - O Diretório Municipal e o Vereador Hilário

17.   Itamaracá - Vereador George Baiá (O Diretório e o Vice-Prefeito F. Macedo não serão púnicos, porque seguiram a orientação partidária)

18.  Itaquitinga – O Diretório e o Vereador Roque João

19.  Jaboatão dos Guararapes - Vereadores Adeildo da Igreja e Nado do Caminhão (O Diretório Municipal não sofrerá punição, porque seguiu a orientação partidária)

20.  Lajedo – O Diretório Municipal

21.  Panela - O Diretório Municipal

22.  Parnamirim - O Diretório Municipal

23.  Pedra - O Diretório Municipal e o Vereador Benevides

24.  Pesqueira - O Diretório Municipal

25.  Petrolândia - O Diretório Municipal, a Vice-Prefeita Janielma e a Vereadora Dona Santa

26.  Ribeirão -  O Diretório Municipal e o Vereador Itamar

27.  Santa Cruz da Baixa Verde - O Diretório Municipal

28.  Santa Filomena -  O Diretório Municipal e o Vereador Geandro de Geni

29.  São Caetano - O Diretório Municipal

30.  São Joaquim do Monte - O Diretório Municipal e o Vice-Prefeito Dr. Abrantes

31.  São José da Coroa Grande - O Diretório Municipal e os Vereadores Ray e Déo do Abreu

32.  Serra Talhada - O Diretório Municipal

33.  Sertânia - O Diretório Municipal e o Vereador Toinho Almeida

34.  Sirinhaém - O Diretório Municipal

35.  Surubim - O Diretório Municipal

36.  Tamandaré - O Diretório Municipal

37.  Timbaúba - O Diretório Municipal

38.  Tracunhaém - O Diretório Municipal

39.  Trindade - O Diretório Municipal e a Vereadora Helbe

40.  Tupanatinga - O Diretório Municipal

41.  Vicência - O Diretório Municipal e o Vereador José Augusto da Silva

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