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Um dos coordenadores da ocupação do prédio do Instituto Lula nesta quarta-feira (23), Paulo Albuquerque negou que a ação tenha cunho político. Segundo o sem-terra, a ação de invadir o Instituto Lula foi decidida pelos próprios assentados e apesar de ter o apoio de correntes do PSOL, do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) e de sindicalistas de Campinas e Limeira a ocupação foi apenas "um ato de desespero".

Albuquerque revelou que a decisão aconteceu após uma reunião com dirigentes do Incra de São Paulo, onde parte do grupo está instalada desde o dia 15. Nesta reunião, um representante do órgão teria dito aos sem-terra que o novo mandado de reintegração de posse do assentamento onde moram inviabilizaria qualquer decreto presidencial tornando a área de interesse social. Com essa informação, os invasores acharam que a última alternativa para evitar a reintegração seria a ocupação do Instituto Lula, uma vez que a criação do assentamento pelo Incra teria ocorrido durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Isso é uma atitude de desespero, não é uma ação política. Viemos a um companheiro (Lula) pedir ajuda", contou o sem-terra.

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Segundo o coordenador da ocupação, a área ocupada há sete anos entre os municípios de Americana e Cosmópolis tem 75 famílias, sendo que 15 permaneceram no local. O resto do grupo se dividiu entre a ocupação do prédio do Incra em São Paulo e a invasão nesta quarta-feira do Instituto Lula. De acordo com ele, as três pessoas que estão acorrentadas em greve de fome em frente ao escritório da presidência da República em São Paulo não fazem parte do movimento. "Foi um ato de solidariedade. É um gesto muito bonito", disse.

O grupo continua na sede do Instituto Lula aguardando alguma posição oficial do governo federal em favor da desapropriação da área em litígio judicial. Entre os assentados que estão no Instituto Lula há militantes do PSOL, estudantes da USP e sindicalistas apoiando a ação. "Tem até militantes do PT", afirmou Albuquerque. Ele negou que o objetivo da ocupação tenha sido atacar politicamente o ex-presidente. "Estamos pedindo a solidariedade do Lula."

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta segunda-feira (21), no instituto que leva seu nome, na capital paulista, de encontro com intelectuais da América Latina.

É o segundo encontro realizado pelo Instituto Lula com representantes da América Latina. O primeiro foi com movimentos sindicais e populares e o próximo será com empresários da região. "Vamos levar as sugestões apresentadas no encontro para os organismos regionais, sem a preocupação de cobrar ações governamentais", disse o diretor do Instituto Lula e ex-secretário-geral da Presidência da República, Luiz Dulci.

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Segundo Dulci, os grandes desafios para a América Latina são as integrações física, energética e do setor produtivo. Na avaliação dele, a integração física é necessária com a construção de estradas e melhoria da infraestrutura aérea. E a ampliação da integração produtiva tem como exemplo o que já ocorre no setor automotivo no Mercosul, onde há um acordo para comércio na região.

De acordo com o diretor do instituto, a América Latina avançou muito nas últimas décadas e hoje há uma "democracia generalizada, com todos os governantes eleitos pelo voto popular". Dulci avaliou ainda que houve diminuição da desigualdade e da pobreza na região, com crescimento econômico.

Pré-candidato em São Paulo, o deputado Gabriel Chalita (PMDB) criticou nesta segunda a doação de um terreno de R$ 20 milhões, na Luz, ao Instituto Lula: "Isso não vai revitalizar o centro". A cessão do imóvel para a construção de um Memorial da Democracia partiu do prefeito Gilberto Kassab (PSD). "Não precisava. Já que foi aprovado pela Câmara, né? Se fizer um belo instituto para a população usufruir como área cultural, está feito."

Na sexta-feira, Chalita havia dito que, como Fernando Haddad, também era candidato de Lula e da presidente Dilma Rousseff.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em meio às investidas do PSD para compor uma aliança com o PT para as próximas eleições municipais, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) vai enviar um projeto de lei à Câmara Municipal prevendo a cessão de uma área da Prefeitura ao Instituto Lula. A área fica na Rua dos Protestantes, no centro, dentro do perímetro da concessão urbanística da Nova Luz.

O projeto vai ser apresentado hoje à tarde, em reunião entre o prefeito e vereadores da base aliada. Atualmente, Kassab tem o apoio de 41 dos 55 vereadores e não deverá enfrentar dificuldades em aprovar o projeto, que vai ceder a área por 99 anos para a entidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além de abrigar o acervo documental de Lula, o local vai ser sede do Memorial da Democracia, um espaço de preservação de arquivos políticos e históricos no molde de instituições norte-americanas e de outros países.

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A contrapartida exigida por Kassab é que o Memorial seja aberto à população, com acesso gratuito aos estudantes da rede pública de ensino e às instituições públicas de todos os níveis de governo. Outra exigência do prefeito é de que 20% das turmas do ensino público que passarem por cursos de formação no local tenham isenção de tarifa.

Segundo a Prefeitura, não há incompatibilidade entre a cessão do terreno e a concessão urbanística da Nova Luz, pois o Memorial contribuiria positivamente no processo de requalificação da região. O projeto da Nova Luz está parado por causa de decisão judicial que contestou a falta de participação popular no processo.

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