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Uma loja de câmeras de segurança foi invadida e saqueada na Rua Santa Ifigênia, na região central de São Paulo, na manhã de sábado, 27. Imagens do circuito de monitoramento flagraram um grande grupo de pessoas, que parecem ser dependentes químicos da região conhecida como Cracolândia, invadindo a loja da rede "Portal das Câmeras".

Pelas imagens, centenas de pessoas caminhavam pela área. O vídeo mostra a movimentação em frente ao local. O grupo conseguiu forçar a porta do estabelecimento e levou diversos equipamentos.

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Algumas das pessoas perceberam o crime e correram, enquanto outras aproveitaram e invadiram a loja. Toda a ação para levar os produtos do comércio durou cerca de cinco minutos.

De acordo com os funcionários, foram levados câmeras, gravadores digitais de vídeo, cabos, fontes, conectores, estabilizadores e no-break. "É assustador você chegar para trabalhar e ver coisas quebradas, roupas, cachimbos, chinelos, tênis. Na hora da invasão, cerca de 100 usuários entraram na loja", afirma o gerente Ricardo Aquino, que trabalha em outra unidade do grupo.

"Não temos o número exato, mas acreditamos que o prejuízo seja algo próximo de R$ 300 mil", afirma. Em função do tamanho dos danos, Aquino avalia que a loja será fechada. "A gente vai ter de fechar essa unidade. Para refazer essa loja vai um dinheiro que a gente não tem. Não tem estoque mais para trabalhar. Então, a gente vai ter que fechar essa unidade", projeta.

O gerente afirma que não é a primeira vez uma das lojas da rede é roubada. A outra ocorrência, segundo o funcionário, ocorreu na unidade da Avenida Senador Queiróz, um ano atrás. "Lá, a Guarda Municipal conseguiu chegar no momento. Eles quebraram as portas, vitrines e alarmes. Tivemos de refazer tudo isso por conta do arrombamento."

Policiais militares da 2ª companhia do 7º BPM foram acionados para comparecer ao local do furto às 6h13. Segundo a PM, a ocorrência foi encaminhada ao 2º Distrito Policial (Bom Retiro).

Policiais da Guarda Civil Metropolitano (GCM) localizaram três homens na Rua Vitória, região da Cracolândia, com objetos eletroeletrônicos, incluindo câmeras, na manhã deste domingo, 28. Eles foram levados ao 2°DP, onde o caso foi registrado.

Ações como essa estão se tornando comuns na região. Uma loja de eletrônicos havia sido invadida e saqueada no dia 20 de novembro. Conforme a Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo, cinco homens e uma mulher, com idades entre 49 e 23 anos, foram presos em flagrante.

O proprietário da loja foi acionado pela polícia. Ao chegar ao estabelecimento, ele constatou o furto de mais de 120 itens.

"Chegamos aqui e estavam saqueando tudo. Tinha um grupo tirando as mercadorias da loja e outro protegendo eles", diz Ângela Aparecida de Oliveira, de 44 anos, ao Estadão. Nascida na Bahia, ela se mudou para São Paulo em 2013, mesmo ano em que abriu a Carlos Eletrônicos, em outro endereço também na Santa Ifigênia.

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou, nesta quarta-feira (3), a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o trabalho filantrópico realizado pelo padre Júlio Lancellotti com pessoas em situação de rua que vivem na Cracolândia, no centro da cidade. A CPI, que reuniu 25 assinaturas, foi requerida pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil-SP), um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL).

Em trecho da justificativa, o parlamentar afirma que, através da CPI, os vereadores da capital paulista buscarão “examinar as atividades desempenhadas e se elas estão sendo executadas de maneira satisfatória” pelas ONGs que promovem projetos sociais na Cracolândia. Inicialmente, o requerimento mira a entidade Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto (Bompar) e o coletivo Craco Resiste.

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O padre Júlio Lancellotti disse, em entrevista à Folha de S.Paulo, que não tem vínculo com nenhuma das duas entidades citadas e que se desvinculou da Bompar há 17 anos. "São autônomas, têm diretorias, técnicos, funcionários. A Câmara tem direito de fazer uma CPI, mas vai investigar e não vai me encontrar em nenhuma das duas", pontuou o líder religioso.

A CPI das ONGs deve ser instalada em fevereiro, com a retomada das atividades na Câmara Municipal da capital paulista.

Repercussão

A iniciativa de Rubinho Nunes foi criticada por vereadores da oposição, como Luna Zarattini (PT-SP) e Hélio Rodrigues (PT-SP). Alegando “perseguição” contra o padre Júlio Lancellotti, os petistas apresentaram uma denúncia contra Rubinho Nunes na Corregedoria da Câmara.

Através das suas redes sociais, a deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) definiu o requerimento de Rubinho como algo “obsceno” e “absurdo”. “Tinha que ser obra dos mimados e criados a danoninho do MBL. Investigar o desperdício de comida? A inação da prefeitura para criar políticas públicas de moradia, emprego e segurança alimentar? Não. Os politiqueiros não ligam para isso. Querem desestimular a solidariedade com uma caça às bruxas que vai desperdiçar dinheiro público”, escreveu.

 

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou nesta sexta-feira (10) que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) não determina os locais para onde a Cracolândia se desloca. Ao mesmo tempo, reconheceu que algumas movimentações são barradas. "A gente não vai dizer para onde eles vão, mas tem locais que a gente vai dizer que eles não podem ficar", afirmou, em entrevista coletiva na Praça da Sé, na região central da cidade.

Nesta semana, o fluxo, nome dado à aglomeração de usuários de drogas, passou duas madrugadas na Rua Mauá, em trecho bem ao lado da Estação da Luz. A movimentação da Cracolândia gerou protestos de comerciantes e moradores da região, que na noite de quinta-feira (9) impediram os dependentes químicos de voltar para o local.

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"Ficar numa via que passa muito carro ou muito ônibus coloca em risco até a própria segurança deles", disse Nunes, sem citar exemplos. "Se houver um local que a gente entender que ali existe um risco para eles, e que não é razoável eles ficarem, aí a gente pode pedir para que eles saiam daquele local. A questão do fluxo, para onde eles vão, é uma lógica própria deles."

O prefeito negou que tenha havido orientação por parte de agentes da GCM para que o fluxo se deslocasse para mais perto da Estação da Luz nesta semana. "Se eu pudesse falar onde eles iriam ficar, com certeza não seria na Rua Mauá", disse Nunes. Ao mesmo tempo, vídeos obtidos pela reportagem mostram os agentes cercando a Rua dos Gusmões, endereço para onde a Cracolândia ia no período da noite antes de migrar para a Rua Mauá.

Como mostrou o Estadão, a presença de dependentes químicos na via tem levado insegurança para quem reside ou trabalha por lá. Um morador até chegou a deixar a faculdade por medo de ser assaltado ao voltar para casa à noite. Em média, cerca de 121,6 mil pessoas passam diariamente pela Estação da Luz em dias úteis, segundo balanço da CPTM.

A reportagem passou a tarde de quarta-feira, 8, na região da Cracolândia. Até por volta de 17h30, o fluxo ficou concentrado na Rua dos Protestantes, onde tem passado a manhã e a tarde nos últimos meses. Depois, os usuários foram pela segunda noite consecutiva para a Rua Mauá, concentrando-se bem ao lado da Estação da Luz.

Cerca de 60 agentes da GCM estavam por lá durante a movimentação, além de algumas viaturas da Polícia Militar. Duas portas que davam acesso à estação pela Rua Mauá foram fechadas, inclusive com "barricadas" improvisadas do lado de dentro. Agora, só é possível acessar a CPTM pelo lado do Parque da Luz da Luz ou pela entrada do Metrô, na Avenida Cásper Líbero.

Integrantes da Guarda Civil Metropolitana negam ter havido condução do fluxo. Moradores e comerciantes da região, porém, afirmam ao Estadão que são avisados previamente por agentes da GCM sobre o local para onde o fluxo vai se movimentar.

Na noite desta quinta-feira, 9, foram moradores e comerciantes que, por meio de um cordão humano, impediram que o fluxo voltasse para a Rua Mauá. Sem ter como passar, os usuários de drogas voltaram para a Rua dos Protestantes. Até por volta de 20h desta sexta-feira, 10, a Cracolândia seguia concentrada por lá.

Como mostrou o Estadão, até outubro, ao menos 11 endereços já foram ocupados pela Cracolândia no ano, segundo mapeamento da Prefeitura. Antes de a rotina mudar, o fluxo passava a noite na Rua dos Gusmões, no cruzamento com a Avenida Rio Branco. A presença por ali, no entanto, foi marcada por episódios de violência, como saque a comércios nos arredores e o atropelamento de 16 usuários por um motorista.

Conforme a Prefeitura, a GCM atua na região com patrulhamento comunitário e preventivo, em apoio às ações das demais secretarias, com o objetivo de garantir a segurança dos agentes públicos e da população em geral. Segundo a Prefeitura, houve intensificação do "patrulhamento comunitário e preventivo, com a ampliação do número de viaturas e motos na região, que hoje conta com mais de 1.600 agentes" da GCM.

Um atropelamento na Avenida Rio Branco, esquina com a Rua dos Gusmões, na região da Cracolândia, no centro de São Paulo, deixou ao menos 16 pessoas feridas na noite deste domingo (22) de acordo com o Corpo de Bombeiros. Entre os feridos, ao menos três sofreram fraturas expostas nas pernas.

A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) disse que um homem de 30 anos teve seus pertences roubados quando passava de carro pelo local com sua família. Em uma tentativa de fuga, ele atropelou as pessoas que vieram para cima de seu carro.

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"Policiais militares foram acionados para atender a ocorrência, e no endereço indicado identificaram que a vítima estava em seu veículo VW/Virtus, quando, ao parar em um cruzamento, foi abordada por indivíduos que estavam saindo do fluxo da Cracolândia. Os autores quebraram o vidro do carro e roubaram a bolsa de sua esposa e seu aparelho celular, que estava com uma criança no banco traseiro", disse a pasta.

Para socorrer as vítimas, onze viaturas do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram encaminhadas para o local. Os feridos foram levados para hospitais da região central.

O homem, por sua vez, encontrou uma viatura da Polícia Militar e comunicou os fatos, deixando o local posteriormente. Uma das placas do veículo caiu na via e foi apreendida para perícia.

O caso foi registrado como roubo a interior de veículo e lesão corporal culposa na direção de veículo automotor pelo 2º DP (Bom Retiro).

Levantamento feito pelo Estadão com base em mapeamento da Prefeitura mostra que a aglomeração de usuários de drogas se fixou em ao menos 11 vias só neste ano. O fluxo chegou a diminuir no fim do primeiro semestre, mas voltou a crescer entre julho e setembro.

A Cracolândia passa o dia na Rua dos Protestantes, entre Santa Ifigênia e Luz. De noite, os usuários voltam para a Rua dos Gusmões, no cruzamento com a Avenida Rio Branco, um dos trechos mais ocupados pelo fluxo no ano, e onde ocorreu o atropelamento deste domingo.

Além dos roubos a pedestres, muitos usuários atuam como "quebra-vidros", modalidade de furto a carros.

Em duas operações deflagradas na região da Cracolândia, no Centro de São Paulo, a Polícia Civil prendeu 11 pessoas entre a quarta-feira (13) e a quinta-feira (14). Os suspeitos foram detidos por associação, tráfico de drogas, homicídio e posse ilegal de arma, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP).

Nas ações policiais, que contou com apoio da Polícia Militar e também com a Guarda Civil Municipal, foram apreendidas porções de drogas, armas e mais de R$ 22 mil em espécie.

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As prisões foram realizadas 10 dias depois da gestão do governador Tarcísio de Freitas trocar o comando do 13º Batalhão, responsável pelo policiamento na região da Cracolândia, atualmente instalada na rua dos Gusmões e nas imediações da Avenida Rio Branco.

Na primeira fase da operação Resgate, deflagrada na quarta, um homem foi preso em flagrante por porte ilegal de armas e receptação - ele estava em posse de um celular roubado. No mesmo dia, a polícia chegou a uma "casa bomba" (onde as drogas são estocadas antes da distribuição), em Poá, na Grande São Paulo, onde localizou e apreendeu porções de drogas (maconha, cocaína, crack e K9) e cadernos de anotações de tráfico.

Realizada na quinta-feira, a segunda fase da operação prendeu, em flagrante, mais duas pessoas por envolvimento com o tráfico e uma foi detida por porte ilegal de arma de fogo. Os policiais localizaram dois hotéis usados como esconderijos dos criminosos, que atuavam próximo à Cracolândia.

De acordo com a SSP-SP, foram apreendidos R$ 21 mil em espécie, 378 pedras de crack, 228 porções de cocaína, 212 porções de K9, 192 porções de maconha (incluindo um tijolo da droga), balanças de pesagem, celulares e uma pistola calibre 9 mm. A pasta informou que as investigações continuam para localizar e prender outro alvo da investigação.

Também nesta quinta-feira, as policiais civis deflagraram a Operação AC35 e prenderam oito pessoas por associação e tráfico de drogas. Três deles, segundo a secretaria de Segurança, também foram indiciados por tentativa de homicídio.

"Os policiais ainda flagraram 15 condenados descumprido medidas cautelares impostas pelo poder Judiciário e localizaram duas pessoas sobre as quais constavam queixas de desaparecimento", informou a SSP.

Além de drogas como crack, maconha, e K9, a polícia encontrou com os suspeitos R$ 1,8 mil de dinheiro em espécie e perucas que os criminosos usavam para se disfarçar no meio fluxo de usuários da Cracolândia.

Ainda nestes dois dias, os policiais identificaram dois homens envolvidos com o tráfico na região da Cracolândia após um processo de investigação. A Justiça concedeu à Polícia Civil mandados de prisão temporária para a dupla.

Os 11 detidos dos dois últimos dias se somam às 47 pessoas que foram presas entre o final de julho e a última semana de agosto, em operações de combate ao tráfico no centro de São Paulo.

Um homem de 54 anos morreu na noite de terça-feira, 15, após ser vítima de latrocínio (roubo seguido de morte) na Praça General Osório, na região da Cracolândia, no centro da capital paulista. Ele chegou a ser socorrido e encaminhado à Santa Casa, também na área central da cidade mas não resistiu aos ferimentos.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), a vítima teria sido atacada por um indivíduo que tentou pegar sua mochila, e ao resistir, foi golpeada com uma arma branca na lateral do tórax.

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Em seguida, guardas civis foram acionados por populares e, ao chegarem no local, encontraram o homem caído no chão. A investigação segue em andamento no 3° Distrito Policial (Campos Elíseos), que registrou a ocorrência. Diligências prosseguem para esclarecer os fatos.

Não há informações se o indivíduo que cometeu o ataque é um usuário de drogas da região. Até o momento, o suspeito e a mochila subtraída não foram localizados.

A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta quarta-feira (9) um traficante de drogas que tentava se disfarçar com uma peruca loira na Cracolândia, na região central de São Paulo. Imagens feitas pelos investigadores mostram o suspeito João Vitor Emboava Araújo com longos cabelos loiros, em momentos diferentes, na concentração de usuários conhecida como "fluxo".

De acordo com o delegado Alexandre Dias, titular do 3º Distrito Policial, nos Campos Eliseos, a prisão em flagrante por associação ao tráfico de drogas é importante porque o suspeito era responsável por impor normas e conduta no fluxo, além de solucionar eventuais conflitos. Para a polícia, as imagens captadas comprovam o envolvimento com o tráfico de drogas.

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A detenção do suspeito foi uma das sete prisões feitas pela Operação Policial AC 35 III, que monitorou atividades dos traficantes na cena aberta de uso da Cracolândia entre os dias 1 e 8 de agosto. Entre os presos também está Paulo Roberto de Souza Oliveira que, segundo as forças de segurança, já havia sido detido na operação do dia 22 de julho.

Em outra ação, policiais do 2º DP, na região do Bom Retiro, prenderam o traficante Wilian Silva Toledo. De acordo com os investigadores, ele estava com 100 quilos de cocaína.

Nos últimos meses, o poder estadual vem intensificando as ações contra os traficantes na Cracolândia, que agora ocupa a Rua dos Gusmões, nas proximidades da Avenida Rio Branco.

O espalhamento dos dependentes químicos tem sido um problema para as gestões municipal e estadual há mais de um ano, quando uma ação policial expulsou dependentes químicos e traficantes da praça Princesa Isabel após três meses no local.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), chegou a cogitar a transferência do fluxo de usuários para o Bom Retiro, também na região central, no mês passado. Após reclamações de comerciantes da região e críticas de especialistas em segurança pública, a ideia foi descartada.

Também no mês de julho os Poderes municipal e estadual já haviam feito uma primeira tentativa de remover o fluxo do centro. Relatos de líderes sociais e profissionais de saúde apontam que a Polícia Militar, a Polícia Civil e a GCM conduziram o fluxo da Rua dos Gusmões até a ponte Orestes Quércia, na Marginal do Tietê, em um caminho de cerca de três quilômetros. No final da operação, os usuários fugiram do local e retornaram ao centro.

Diante da movimentação dos usuários de drogas da Cracolândia e da alta de roubos de celulares pela chamada "gangue das bicicletas" no centro da capital paulista, o governo de São Paulo planeja criar em fevereiro de 2024 um batalhão policial especial para a região e ocupar os espaços com novas sedes de agrupamentos da Polícia Militar.

O número de soldados e a modalidade de atuação ainda estão em estudo. A opção mais provável é um batalhão Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas (Rocam) para atuar contra os ladrões que agem de bicicleta.

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"Tudo indica que o novo batalhão será formado por motocicletas, que têm mais agilidade para atender a qualquer tipo de ocorrência na região central", afirmou o vice-governador de São Paulo, Felicio Ramuth (PSD), ao jornal O Estado de S. Paulo.

No caso da "gangue das bicicletas", os bandidos atuam quase sempre da mesma forma, circulando à espera de algum alvo pelas ruas e calçadas. Quando o pedestre se distrai com o celular em mãos, o ladrão arranca o aparelho da vítima com a bicicleta em movimento. Nessa perseguição, por exemplo, as motos podem ser mais ágeis que as viaturas.

Levantamento do Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) aponta que o Estado de São Paulo teve média de 950 registros por dia de roubos ou furtos de celular no ano passado.

Formação

O lançamento desse novo agrupamento no centro aguarda a formação de policiais que estarão na academia ao longo do segundo semestre. Em março, o governo autorizou a abertura de editais para a contratação de 5,6 mil novos policiais militares. O centro é a região prioritária de atuação.

Também para tentar frear a alta de roubos, estão previstas mudanças de sede de unidades já existentes no centro. A nova sede da 2.ª Companhia do 7.º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (7 BPM/M) deverá ocupar as imediações da Rua 7 de Abril a partir do fim do mês. E a corporação está em tratativas adiantadas para a transferência da sede da Companhia de Força Tática do mesmo batalhão para a Rua Vitória.

O Estadão apurou que a mudança de endereço está diretamente relacionada à tentativa de fortalecer o policiamento nas proximidades da concentração de dependentes químicos da Cracolândia.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Civil realizou 15 prisões neste domingo, 30, na Rua dos Gusmões, local da concentração de dependentes químicos da Cracolândia, na região central de São Paulo. De acordo com os policiais, um dos detidos era procurado pela Justiça.

A Secretaria de Segurança Pública informou que um criminoso havia sido autuado em flagrante por tráfico de drogas no mesmo local, há dois dias, mas foi solto em audiência de custódia no sábado, 29. Hoje foi autuado novamente. Doze pessoas foram presas em flagrante por associação ao tráfico e tráfico de drogas.

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Foram apreendidas 75 porções de cocaína, 39 de maconha, 16 de k9, além de dois pedaços de crack e três tijolos de maconha.

Participaram da operação 60 policiais civis em 30 viaturas, de acordo com a SSP. Agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) realizaram a contenção dos dependentes químicos, enquanto os agentes da Polícia Civil prendiam criminosos citados em um relatório de inteligência.

Quatro operações em oito dias na Cracolândia

A mesma tática tem sido adotada nas últimas operações, que se tornaram cada vez mais frequentes. Esta foi a quarta operação em cerca de uma semana. Até então, 24 pessoas foram presas desde o dia 22, incluindo um homem e uma mulher que seriam líderes do tráfico de drogas local. Do total de presos, ao menos 16 tinham antecedentes criminais.

Um homem de 44 anos preso em flagrante na quarta-feira, 27, foi apontado por investigadores como um dos principais fornecedores de crack da região. Segundo o Governo do Estado, ele estava com 1,5 kg de crack e R$ 12 mil em dinheiro quando foi abordado pela polícia, na Rua dos Andradas.

As investigações teriam identificado que o homem trazia semanalmente matéria-prima para a produção da droga do Guarujá, na Baixada Santista. Ainda de acordo com o Governo, ele tem outros 10 passagens pela polícia, por crimes como roubo, estelionato, tráfico, receptação e furto. Também na quarta, outra operação fez cinco prisões, de três homens e duas mulheres, além da apreensão de dinheiro e da droga sintética M4.

Já a mulher de 23 anos apontada como liderança do comércio ilegal de drogas foi presa no dia 22, durante uma ação conjunta da polícia, que identificou 16 alvos, presos em flagrante. Dezoito pessoas foram presas, duas foragidas da Justiça. Segundo o Governo, todos passaram por audiência de custódia, dos quais seis conseguiram liberação. Um balanço do Estado aponta que 1.322 suspeitos foram presos na Cracolândia no primeiro semestre.

As operações se tornaram mais comuns desde que usuários de drogas realizaram ataques a ônibus, uma viatura, um caminhão de lixo, além de outros carros, no dia 11. O caso assustou moradores e comerciantes da região de Campos Elíseos, República e Santa Ifigênia. Duas pessoas foram presas e duas outras ficaram feridas.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que as operações de combate ao tráfico de drogas no centro da capital paulista "serão diárias" e que outros traficantes "continuarão sendo presos". A declaração desta segunda-feira (24) ocorre dois dias depois de 18 pessoas serem presas após ação deflagrada pela Polícia Civil em conjunto com a Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana na Cracolândia.

"Do início do ano pra cá, prendemos 600 traficantes no centro de São Paulo e vamos prender muito mais", afirmou o governador.

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"As operações em si não resolvem, precisamos das outras componentes de abordagem, que é o grande desafio. Mas, as operações vão ser rotineiras, vamos fazer mais operações, vamos prender mais traficantes. Não vamos dar descanso para o tráfico de drogas no centro de São Paulo", disse.

Na semana passada, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) antecipou que, em conjunto com o governo estadual, ficou definido que uma nova estratégia adotada em relação à Cracolândia seria "não dar trégua para o traficante". O objetivo é reduzir o fornecimento de drogas para dependentes químicos da região.

Também na semana passada, Tarcísio declarou que pretendia transferir o fluxo da Cracolândia para o bairro do Bom Retiro. Mas, o próprio governador acabou desistindo da propostas em meio às críticas de especialistas, moradores e comerciantes da região.

Nesta segunda-feira, 24, Tarcísio declarou que a situação da Cracolândia precisa ser analisada sob a óptica de um programa de Estado, e não de governo. Afirmou também que estratégias de gestões anteriores "fracassaram". "Tinha programa que focava mais em segurança e pouco na assistência. Outros pesavam na assistência, mas faltavam na segurança."

Segundo o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, o governo de São Paulo está formando uma parceria com o Poder Judiciário com o objetivo de fornecer informações instantâneas sobre pessoas abordadas na Cracolândia que cumprem penas no regime aberto, mas que não obedecem a ordem de estar em casa depois das 20h.

"No momento em que o policial abordar (o usuário na Cracolândia), vai poder notificar diretamente o Judiciário sobre um possível não cumprimento de pena. Com isso, o Judiciário vai estudar se há a possibilidade de regredir de regime ou não."

Tarcísio defendeu a proposta de fazer um censo sobre as características dos usuários (idade, origem e tempo que frequenta a Cracolândia), mas não deu um prazo para esse trabalho ser realizado. "É uma dinâmica complexa. Tem dias que um é preso, e outras pessoas chegam (na Cracolândia). Esse trabalho (de mapeamento) é feito diariamente."

Operação Impacto SUmaSSP

Em outra ação de combate ao tráfico de drogas, foram apresentados os resultados da operação SUmaSSP, que reúne policiais de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. O objetivo da atuação conjunta é combater crimes interestaduais e transnacionais que acontecem nas fronteiras, como tráfico de drogas e armas, contrabando, crimes ambientais e outras ocorrências.

De acordo com os resultados apresentados, em São Paulo os policiais apreenderam 7.911 quilos de drogas, recuperaram 609 veículos e prenderam 1.186 pessoas entre os dias 20 e 24 de julho. O número de menores apreendidos foi de 167.

Na soma dos cinco Estados, o balanço foi 1.563 pessoas presas (423 eram procurados), além da apreensão de 11,1 toneladas de drogas e 185 armas de fogo ilegais.

Além das fronteiras, as ações policiais no território paulista se concentraram na Baixada Santista, em decorrência do Porto de Santos, foco de escoamento das drogas para outros países. Tarcísio classificou os resultados da operação como "expressivos".

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou nesta quinta-feira (20), que, em conjunto com o governo estadual, ficou definido que uma nova estratégia adotada em relação à Cracolândia será "não dar trégua para o traficante", com o objetivo de reduzir o fornecimento de droga para dependentes químicos da região. A decisão ocorre após reunião de Nunes com Tarcísio de Freitas (Republicanos) e em meio às críticas sobre a possibilidade de transferência do fluxo de usuários para o Bom Retiro, ideia que o próprio governador acabou desistindo depois de anunciá-la na terça-feira (18).

"Conversei com o Tarcísio para aprimorar ainda mais a questão da investigação, não dar trégua para o traficante. O que vai ter daqui pra frente é a mão cada vez mais forte do Estado em cima do traficante. Vamos ser implacáveis, contundentes, Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda Civil Metropolitana, porque ninguém aguenta mais que uns bandidos vendedores de crack prejudiquem a vida das pessoas", disse Nunes.

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Segundo o prefeito será adotada a política de "tolerância zero com traficante", sem centralizar as discussões sobre a Cracolândia na questão da localização do fluxo. "Eles têm uma mobilidade própria. Os traficantes manipulam essas pessoas para pressionar o poder público", justificou.

A ideia inicial de Tarcísio era tentar aproximar os usuários de drogas do Complexo Prates, equipamento municipal que atende a população em situação de rua e também dependentes químicos, no Bom Retiro, no centro do capital. A proposta, no entanto, provocou reclamações de comerciantes da região e críticas de especialistas em segurança pública. Atualmente, a Cracolândia se concentra na região das ruas Gusmões, Vitória, Santa Ifigênia e Avenida Rio Branco, também na área central da cidade.

Na semana passada, os poderes municipal e estadual já haviam feito uma primeira tentativa de remover o fluxo do centro. Relatos de líderes sociais e profissionais de saúde apontam que a Polícia Militar, a Polícia Civil e a GCM conduziram o fluxo da rua dos Gusmões até a ponte Orestes Quércia, na Marginal do Tietê, em um caminho de cerca de três quilômetros. No final da operação, os usuários fugiram do local e retornaram ao centro.

Usuários de drogas da Cracolândia atearam fogo em objetos e obstruíram ruas do centro de São Paulo na noite desta quarta-feira (19). A Polícia Militar diz que não há informações ainda sobre o que motivou o ato dos dependentes químicos, mas afirmou que as vias foram desobstruídas por agentes do 7º Batalhão de Ações Especiais (Baep).

Até a publicação da reportagem não havia ainda informações de feridos ou detidos na ação, que aconteceu nas proximidades da avenida Duque de Caxias com a rua Santa Ifigênia. Segundo a Polícia Militar, a confusão começou por volta das 19h15 e a situação foi controlada depois das 20h.

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Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado informou que equipes do 7º Batalhão de Ações Especiais de Polícia "dispersaram um tumulto e apagaram um pequeno foco de incêndio ocorrido na noite desta quarta-feira".

Na terça-feira (18), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou que pretende levar a concentração de dependentes químicos da Cracolândia para a região do Bom Retiro, também na região central de São Paulo.

Segundo o governador, neste endereço, os usuários de drogas ficariam mais próximos do Complexo Prates, um programa municipal que reúne, dentro de uma área de 11 mil metros quadrados, equipamentos públicos especializados no acolhimento da população em situação de rua e também dependentes químicos, como o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps).

Na semana passada, a região central da cidade foi palco de outro confronto de policiais com dependentes depois que usuários apedrejaram carros, um ônibus e uma viatura da PM. Duas pessoas foram presas e duas outras ficaram feridas na ocorrência. Na ocasião, a PM disse que os ataques aconteceram após uma ação de dispersão dos dependentes na Rua Conselheiro Nébias, a 750 metros da Praça Julio Mesquita.

Na semana passada, os Poderes municipal e estadual tentaram remover o fluxo do centro da rua dos Gusmões até a ponte Orestes Quércia, na Marginal do Tietê, em um caminho de cerca de três quilômetros. Relato de líderes sociais e profissionais de saúde apontam que a Polícia Militar, a Polícia Civil e a GCM conduziram o fluxo. No final da operação, os usuários fugiram do local e retornaram ao centro.

Ataques sucessivos

Relatos de ataques na região cresceram nos últimos meses, principalmente depois que os dependentes químicos, após ações policiais de combate ao tráfico de drogas, se dispersaram dos entornos da Praça Santa Isabel, onde ficavam concentrados até o ano passado. Desde então, os usuários não têm ponto fixo, e trocam de endereço com frequência.

No mês passado, um supermercado na avenida Rio Branco foi invadido e saqueado por usuários, e um bar chegou a ser invadido. Dias antes, um carro foi apedrejado na rua Vitória, na Luz, também na região central da cidade, por dependentes que avançaram sobre o veículo. Em ambos os casos houve confronto com policiais.

Em abril, imagens gravadas por moradores da região também flagraram usuários saqueando uma farmácia e um mercado - e um restaurante sofreu uma tentativa de invasão no mesmo mês.

O governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou nesta terça-feira, 18, que pretende levar a concentração de dependentes químicos da Cracolândia para a região do Bom Retiro, na região central. Ali, segundo o governador, os usuários de drogas ficariam mais próximos do Complexo Prates, equipamento da Prefeitura de São Paulo que atende a população em situação de rua e também dependentes químicos, como o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps), além de uma unidade da Assistência Médica Ambulatorial (AMA).

"A gente quer levar essas pessoas para o Complexo Prates. Lá, eu tenho uma AMA, lá eu tenho um Caps e consigo deixá-los um pouco mais afastados da área residencial e da área comercial. Vamos ver se a estratégia vai dar certo. Vai dar certo? Não sei. Vamos tentar esse movimento agora para oferecer assistência imediata, sem tanto transtorno para a cidade", afirmou o governador.

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O plano foi anunciado durante o lançamento do programa UniversalizaSP, no Palácio dos Bandeirantes. A iniciativa vai oferecer assistência técnica aos municípios para regionalizar os serviços de água e esgoto da Sabesp.

Na semana passada, os poderes municipal e estadual já haviam feito uma primeira tentativa de remover o fluxo do centro. Relatos de líderes sociais e profissionais de saúde apontam que a Polícia Militar, a Polícia Civil e a GCM conduziram o fluxo da Rua dos Gusmões até a ponte Orestes Quércia, na Marginal do Tietê, em um caminho de cerca de três quilômetros. No final da operação, os usuários fugiram do local e retornaram ao centro.

Tarcísio reafirmou que a intenção do deslocamento é facilitar o atendimento dos usuários de drogas. O Complexo Prates tem um núcleo para a população de rua, três centros de acolhimento, um Caps e uma unidade da AMA numa área de 11 mil metros quadrados.

"Temos uma estratégia de colocar essas pessoas um pouco mais distante das áreas residenciais e comerciais, em uma área em que a gente tenha equipamentos e possa prestar atendimento mais próximo. Não adianta tentar fazer abordagem sem estar próximo dessas pessoas.", disse.

O espalhamento dos dependentes químicos tem sido uma questão incômoda para os poderes municipal e estadual desde o ano passado, quando uma ação policial expulsou dependentes químicos e traficantes da praça Princesa Isabel, nos Campos Elísios. O chamado "fluxo" permaneceu na praça por cerca de três meses após dispersão do entorno da praça Júlio Prestes, endereço da Cracolândia por mais de três décadas.

Em relação ao tráfico de drogas, o governador afirmou que as operações policiais vão continuar. "Em breve, vamos instalar mais uma companhia da Polícia Militar no centro. Em fevereiro do ano que vem, teremos um batalhão instalado lá, vamos aumentar brutalmente o efetivo e vamos trabalhar com monitoramento", afirmou.

O governador citou como exemplo bem-sucedido as ações na Praça da Sé. Em uma ação controversa, a Subprefeitura da Sé colocou gradis móveis para "promover a segurança na região e proteger os jardins e locais que recebem intervenções de zeladoria". Pessoas em situação de rua passaram a ocupar outros locais como o Páteo do Colégio e os baixios dos viadutos do Minhocão e Glicério. Mas não retornaram à Praça da Sé.

"A gente liberou a Praça da Sé e não deixou mais a turma voltar e assim vamos tentar fazer com a rua dos Protestantes, com a rua dos Gusmões, ir avançando, levando o pessoal para lá para oferecer o melhor tratamento", disse Tarcísio. O governador voltou a afirmar que não há um cronograma definido. "Se você me perguntar qual é a solução, eu não tenho. Se me perguntar qual é o cronograma para resolver, eu não tenho. Vamos fazer o melhor possível."

Usuários de drogas realizaram ataques a carros e ônibus na região de Campos Elíseos, República e Santa Efigênia, no centro de São Paulo, no início da tarde desta terça-feira, 10. De acordo com a Polícia Militar, os atos aconteceram principalmente na praça Julio Mesquita, na avenida São João, onde houve registros de ataques a ônibus.

Ao Estadão, a PM disse que os ataques aconteceram após uma ação de dispersão na rua Conselheiro Nébias, a 750 metros da praça Julio Mesquita, por volta das 12h30. A polícia recebeu uma denúncia de um morador sobre uma interdição da via causada pelos usuários.

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Após a ação da polícia, os usuários se espalharam pela região quebrando vidros de carros e ônibus. Não há um levantamento sobre o prejuízo total causado e nem sobre em quais ruas, exatamente, houve depredação.

Não é a primeira vez que usuários de drogas provocam ataques na região. No fim de junho, um supermercado foi saqueado. E no começo do mês passado, um bar havia sido saqueado e carros atacados com pedras. Esse tipo de problema se intensificou após a dispersão da Cracolândia, ainda no começo de 2022.

Moradores do entorno da área da Cracolândia, no Centro de São Paulo, registraram uma investida de usuários de drogas contra um motorista por aplicativo. As imagens feitas na tarde dessa sexta-feira (9) mostram quando o grupo cerca o veículo e quebra o para-brisas.

O motorista passava entre a Rua Vitória e Guaianases no momento em que foi surpreendido. Os criminosos usaram um pedaço de madeira e destruíram o para-brisa, enquanto outros abriram as portas para encontrar itens de valor. 

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A ação só para com a chegada de um policial Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam), que consegue dispersar o grupo. O celular do condutor foi furtado, mas ninguém foi preso. Também não foram registrados feridos na ocorrência.

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A Secretaria de Segurança Pública SSP confirmou à Folha de S.Paulo que foram usadas "munições químicas" para afastar os usuários. Diante do agravamento da insegurança na Cracolândia, a pasta apontou que tem reforçado o policiamento com mais de 120 policiais militares, sendo 80 em motos. O efetivo da Polícia Civil que atende à área também teria ganhado mais 50 agentes. 

Um ano depois da operação que dispersou a concentração de pessoas em situação de rua e que usam drogas, conhecida como Cracolândia, na Praça Princesa Isabel, o centro da capital paulista vive um aumento do medo e das tensões por todos os lados. As pessoas que dormem nas calçadas e militantes reclamam do aumento da violência policial e desmonte de políticas públicas. Moradores e comerciantes dizem sofrer com o aumento da insegurança na região central da cidade.

Logo após ação policial, à época como parte da chamada Operação Caronte, comandada pela Polícia Civil, a concentração de pessoas se espalhou por diversos pontos dos bairros da República, Santa Ifigênia, Santa Cecília e Campos Elíseos. Levantamento realizado em julho de 2022, pelo Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade (LabCidade), da Universidade de São Paulo, apontou 16 locais de concentração de pessoas. Atualmente, existem duas maiores concentrações, em cada lado da Avenida Rio Branco, uma mais próxima à Santa Ifigênia e a outra na região da República, além de alguns grupos menores.

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Pior momento

A Guarda Civil Metropolitana (GCM) força a movimentação constante das pessoas para que a concentração não permaneça por muito tempo em um único lugar. Também são feitas ações periódicas de limpeza das ruas. Nesse momento, os guardas municipais também promovem a abordagem e revista das pessoas que estão no local. São formadas longas filas para que sejam submetidas a busca pessoal. Alguns objetos, considerados proibidos pela prefeitura, são confiscados.

“Quando a gente pensa sobre a situação das pessoas, é uma condição muito, mas muito desesperadora. Elas estão há um ano circulando sem parar e gerando uma série de conflitos com outros atores da Cracolândia, que antes não havia”, diz a antropóloga Amanda Amparo, que pesquisa a Cracolândia pelo ponto de vista das relações raciais.

A partir dos dados preliminares de um levantamento que ouviu 100 pessoas em situação de rua, Amanda afirma que a população que dorme nas calçadas da região, em sua grande maioria vê a situação atual como um dos piores momentos. “É o mais violento, a polícia é a mais violenta e essa estratégia, de fazer as pessoas circularem, não vai funcionar do ponto de vista de acabar com a Cracolândia”.

Histórico de violência

A defensora pública Fernanda Balera vê uma continuidade de políticas que já se provaram ineficazes no sentido de melhorar as condições de vida da população. “E, mais uma vez, a gente está vendo a GCM na linha de frente da Cracolândia, o que já causou inúmeros problemas. Esse histórico da atuação da guarda civil no território da Luz está, inclusive, na Justiça, em uma ação civil pública que discute o que ocorre por causa dessa prática. E isso voltou”, diz em referência a uma ação movida pelo Ministério Público de São Paulo questionando a atuação da guarda na região.

Segundo Balera, além de inúmeros relatos colhidos pela defensoria, a ação está embasada pela série de vídeos feitos com câmera escondida pelo movimento A Craco Resiste, que mostram agentes da GCM promovendo agressões com bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta de surpresa, contra pessoas em situação de rua distraídas ou até sentadas. Na última segunda-feira (8), a TV Brasil flagrou o momento em que um homem foi sufocado por quatro guardas até ficar desacordado e ser levado em uma viatura.

Desmonte dos serviços

Para Fernanda, o governo do estado e a prefeitura fizeram “uma ação completamente ineficiente, super violenta” e não demonstram preocupação real em trazer soluções. “Porque a questão continua lá da mesma forma que era antes”, enfatiza. A defensora alerta ainda para uma desestruturação dos serviços de atendimento de saúde mental.

“Uma completa desestruturação dos Caps [Centros de Atenção Psicossocial] e serviços que estão dentro da previsão legal da rede de atenção psicossocial. A criação de novos serviços e novas estratégias completamente à margem da legislação e sem nenhuma evidência científica de que essa seja a melhor abordagem”, diz. A crítica de Fernanda diz respeito aos novos serviços criados pelo governo estadual, o HUB, inaugurado em abril, e o Centro de Cuidado Prolongado, criado em fevereiro.

Moradores em conflito

O clima tenso afeta também quem vive sob um teto na região. “Com a dispersão [da Cracolândia], acho que aumenta muito mais a sensação de insegurança, principalmente quando tem ação da polícia, seja da GCM ou da Polícia Civil”, diz Pâmela Vaz, estudante que mora com os pais em um apartamento na Santa Ifigênia. “Se eles [policiais] não tratam o usuário de uma forma digna e com respeito, eles também não tratam os moradores aqui dessa forma. É sempre muito chato e desgastante ter que pedir à polícia para a gente poder passar. Ter que mostrar documento, falar para onde vai”, conta sobre a situação quando as ruas ficam fechadas pelas operações policiais.

Por outro lado, Pâmela enfrenta dificuldades por ter em parte do dia uma aglomeração com centenas de pessoas na porta de casa. “Após a dispersão da Praça Princesa Isabel, aqui é tomado pelo fluxo. E não vou falar que não atrapalha a gente de dormir ou  descansar”, desabafa. Mesmo assim, a jovem diz que tenta manter boa relação com as pessoas socialmente desprotegidas. “Eu tento não criar nenhum tipo de conflito com essas pessoas, até porque são as nossas vizinhas”, comenta.

Mas não são todos os moradores da região que têm essa visão do problema. Na sexta-feira da semana passada (5), foi organizada uma manifestação em frente à delegacia dos Campos Elíseos. “Bom, como todos sabem, a situação da nossa rua está cada dia pior”, dizia um dos textos que chamava para o ato pelas redes sociais. “Só queremos direito a uma rua segura e limpa!”, acrescentava a convocação.

Mais crimes

A revolta de parte das pessoas que vive e trabalha na região está ligada a um significativo aumento dos furtos e roubos e dos eventuais casos em que lojas são invadidas em arrastões. Segundo dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública, em maio de 2022 as delegacias de Campos Elíseos e Santa Cecília registraram aumento de 110% no número de roubos. Em todos os meses seguintes, os índices continuaram em alta, com crescimento de 74% nos furtos em fevereiro deste ano e 38% nos roubos, na comparação com o mesmo mês de 2022. Em abril, entretanto, foi divulgada queda de 24% nos furtos e 13% nos roubos, em relação ao ano passado.

Na opinião do artista e educador social Raphael Escobar, as operações acirram esse conflito. “Tem que ver o que está acontecendo antes [dos arrastões], que está tendo ação policial todo santo dia, tirando tudo das pessoas, as únicas coisas que elas têm com valor afetivo. Então, [a violência] é uma resposta do fluxo para essa situação. O que está acontecendo ali é criar um caos social”, diz.

A circulação constante também dificulta, segundo Escobar, ação dos projetos da sociedade civil que prestam atendimento a essa população. “Com ação policial diária, essas pessoas ficam mudando e fica muito difícil para a gente, trabalhador do território, conseguir achar o pessoal com quem a gente tem vínculo. Ou seja, se você tem um projeto de cuidado, fica muito difícil encontrar e continuar o projeto”.

O psiquiatra Flávio Falcone, que também atua em projetos sociais na região, acredita que há ação deliberada para instaurar o conflito entre pessoas “com CEP e sem CEP”. “Depois da deflagração da Operação Caronte, a Cracolândia passou a incomodar três bairros”, disse em entrevista à TV Brasil. “Do ponto de vista de saúde, essa operação é completamente ineficaz. Não tem nada na ciência que justifique tortura para fazer com que as pessoas se motivem para o tratamento. O que está em jogo é tirar essas pessoas, a maior parte pretas e pobres, daqui. E a burguesia branca não quer conviver com elas”, acrescenta.

Governo do estado

A Secretaria estadual de Saúde informou que o Hub, serviço que ocupou o lugar do antigo Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas, próximo ao Parque da Luz, realizou 3,5 mil atendimentos e 535 encaminhamentos para tratamento entre 6 e 30 de abril. De acordo com a pasta, o novo serviço “superou em 10,4% os atendimentos que o antigo Cratod prestou em todo mês de abril do ano passado e em 254,3% os encaminhamentos de pacientes para a realização do tratamento”.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública disse que tem realizado a integração das polícias Civil e Militar e vê, neste momento, “início de reversão do cenário local que degradou, por décadas, a segurança local”. A pasta diz ainda que tem agido para “sufocar o tráfico de entorpecentes” e coibir os crimes patrimoniais. De acordo com a secretaria, de janeiro a 7 de maio, foram presas 142 pessoas e apreendidos 345 quilos de drogas.

Um homem foi cercado por um grupo de cinco pessoas, na madrugada do último domingo (16), em uma rua próxima da região da Cracolândia, no centro de São Paulo, e levaram todos os seus pertences. No final da abordagem, ele fica sozinho, apenas vestindo cueca e meias. Vídeo captado por câmera de segurança de um imóvel mostra o momento da ação.

A vítima estava acompanhada de uma mulher, que parecia ser cúmplice dos indivíduos. Assim que ele é atacado por um dos integrantes, ela se afasta, e só se aproxima novamente quando ele já está imobilizado no chão, devido a um mata-leão. Ela chega a pegar algum pertence dele e foge com a gangue.

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A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que não foi registrado boletim de ocorrência em nenhuma delegacia da cidade.

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O governo de São Paulo vai divulgar semanalmente para a população um diagnóstico criminal no centro da cidade de São Paulo, com o número de furtos e roubos e também a contagem de dependentes químicos na região conhecida como Cracolândia. A iniciativa foi divulgada nesta quinta.

As informações sobre a criminalidade na região central estão disponíveis no site da Secretaria de Segurança Pública (SSP) por meio de um mapa interativo com dados das áreas atendidas pelo 7.º e 13.º Batalhão da PM. O órgão promete detalhar até o tipo de delito cometido, como roubos e furtos realizados pela chamada "gangue das bicicletas", uma das modalidades de crime que se tornou comum. O site vai divulgar também o número de prisões realizadas a partir dos boletins de atuação da Polícia Civil,

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Dependentes

Um dos focos da ferramenta é o monitoramento da concentração de dependentes químicos na Cracolândia. Semanalmente, o governo promete divulgar a evolução do número de usuários na cena aberta. Na semana passada, a média da medição foi de 898 usuários.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com a promessa de um atendimento especializado para cada dependente químico, e com a parceria de igrejas, o governo de São Paulo lançou na terça-feira (11) o Hub de Cuidado em Crack e outras drogas no Bom Retiro, região central da cidade. A cerimônia de entrega do equipamento contou com a participação do vice-governador do Estado, Felício Ramuth (PSD), o prefeito Ricardo Nunes (MDB), políticos e representantes de entidades religiosas e comunidades terapêuticas. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não compareceu ao evento.

A unidade, que funcionará como uma porta de entrada para o encaminhamento a outros serviços de tratamento contra a dependência química, pretende ampliar as ações de acolhimento aos usuários de drogas da cidade, sobretudo aos que vivem no Centro, local onde a Cracolândia está instalada.

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Para isso, o vice-governador promete um atendimento aos adictos em que seja "respeitada a singularidade de cada um", e reforçou que, além dos equipamentos municipais especializados em saúde mental, como Caps (Centro de Apoio Psicossocial), os pacientes também poderão ser direcionados para grupos de ajuda mútua, como narcóticos anônimos, e também para comunidades terapêuticas.

"Aqui (no Hub) será oferecida uma linha de cuidados ampla, atendimento através dos Caps, grupos de mútua ajuda, das comunidades terapêuticas e internação em hospitais gerais e psiquiátricos", disse Ramuth. "O próprio nome 'Hub' já mostra a integração de várias entidades".

O hub será administrado pela SPDM, uma organização social (OS) de natureza privada, e contará com 380 profissionais especializados em dependência química, 40 leitos sociais e 20 leitos de internação, informou o vice-governador.

A unidade já está funcionando desde o último dia 6, no mesmo endereço onde operava o antigo Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas).

Contratadas por meio de edital, as comunidades terapêuticas, ligadas a igrejas, vão oferecer 700 vagas para o acolhimento dos dependentes químicos, segundo Ramuth. O vice-governador disse que o trabalho dessas instituições será fiscalizado, mas não conseguiu lembrar o nome da empresa responsável pela gestão e contratação das entidades.

O prefeito Ricardo Nunes disse que as abordagens serão mais desafiadoras nos casos de pessoas que estão há mais tempo no mesmo local consumindo a droga. Ele citou uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) que mostra que 39% dos usuários estão há mais de 10 anos na mesma cena de uso, e 53% há mais de cinco anos.

"Vamos ter uma ação muito mais complexa para convencê-los a um tratamento do que as pessoas que estão a menos tempo", disse Nunes. O prefeito ainda projetou a necessidade de cuidados com a nova droga K9, cujo consumo tem crescido na capital nos últimos meses. "É uma nova realidade", disse.

Sobre as internações compulsórias, o vice-governador respondeu que "não é o principal tema" das políticas de combate ao uso de drogas do governo, e que abordagens desse tipo vão depender de um relatório clínico fornecido por um médico e também "com anuência da Justiça".

No evento, Ramuth anunciou também que o governo de São Paulo pretende instalar, no Centro, 500 câmeras de segurança inteligentes com capacidade de fazer reconhecimento facial. O objetivo é aumentar a segurança da região, diz o vice-governador. A área de abrangência dos equipamentos, segundo ele, será de 7,5 quilômetros quadrados.

Protesto

Durante o evento de lançamento do hub, servidores que atuavam no extinto Cratod fizeram uma manifestação contrária ao governo. Eles seguravam faixas com mensagens se opondo à privatização dos equipamentos públicos de São Paulo.

"Agora, eles vão fortalecer as comunidades terapêuticas. Há um departamento de comunidades terapêuticas e será para esse departamento que os pacientes vão. O tratamento vai deixar de ser humanizado", disse o agente técnico de saúde Fabiano Siqueira, um dos manifestantes.

Ele era servidor e trabalhava no centro de referência há 18 anos. O Cratod foi extinto por meio de decreto nesta terça-feira, e uma nova equipe de profissionais foi contratada pela SPDM para trabalhar na unidade.

Especialista vê avanços, mas faz alerta sobre falta de prevenção

A pesquisa citada por Ricardo Nunes em sua fala na cerimônia foi desenvolvida pela pesquisadora Clarice Madruga, coordenadora do Levantamento de Cenas de Uso de Capitais (Lecuca), da Unifesp. Ela também compareceu à entrega do hub no centro de São Paulo.

Ao Estadão, Clarice diz que as ações anunciadas pelo atual governo apresentam avanços em relação às gestões passadas no que compete ao tratamento dos dependentes químicos. De com a pesquisadora, isso vai permitir, em tese, uma ação mais integrada e aproximada das áreas de saúde e assistência social.

Nas outras gestões, havia um extremo que só via a parte social e depois outro extremo que só via saúde, diz a pesquisadora. A recuperação da dependência química não pode ser olhada de maneira avulsa, diz a pesquisadora, que defende ações contínuas e de longo prazo para evitar que, após o tratamento e reinserção, os pacientes retomem o consumo das drogas.

Clarice Madruga alerta, porém, sobre a falta de medidas de prevenção no plano nas políticas apresentadas pelo governo. "Continua um grande buraco que é o que vai ser feito para que não haja mais frequentadores entrando na cena de uso", diz a especialista. "Eu queria saber o que essa estratégia está considerando para a prevenção e para reduzir o influxo de novos frequentadores. Isso é fundamental e parece que ainda falta", afirma.

Ela afirma também que o acolhimento aos usuários, independente por qual serviço seja, precisar ser feito seguindo as diretrizes estabelecidas pela governo. E diz ainda que há risco dessas diretrizes deixarem de ser seguidas por algumas comunidades terapêuticas que, ligada às igrejas, poderiam desrespeitar os direitos daqueles que serão direcionados a esses espaços.

"É necessário saber como vão fazer um monitoramento que garanta que nenhum indivíduo seja encaminhado para algum serviço que não segue as diretrizes esperadas para o serviço de acolhimento social, seja religioso ou não", afirma a pesquisadora.

A poucos metros da esquina das Avenidas Ipiranga e São João, a mais famosa da cidade, na região central, funcionários do minimercado Extra instalaram uma grade de contenção na entrada principal. Isso só permite a entrada de um cliente por vez. Essa é a medida de segurança mais visível depois que o estabelecimento foi saqueado por grupos de dependentes químicos da Cracolândia, agora localizada na região da Santa Ifigênia, na sexta (7).

A unidade da Drogaria SP localizada na esquina da Avenida São João com a Rua Vitória, também alvo de um "arrastão", abriu apenas parcialmente na manhã desta segunda-feira (10). Das três portas do estabelecimento, apenas uma estava aberta. Tanto na farmácia como no minimercado, os funcionários mantêm o silêncio como forma de precaução e evitam relatar quais produtos foram roubados.

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Após os episódios do fim de semana, cada estabelecimento busca a própria solução de segurança, com medo de novos saques. Os arrastões ocorreram depois de uma ação de zeladoria da Prefeitura de São Paulo para remover lixo e desmontar as tendas usadas para o tráfico de drogas, de acordo com a polícia, na área conhecida como "fluxo", que reúne grande número de usuários e atualmente se localiza entre as Ruas Conselheiro Nébias e dos Gusmões.

Medo

Imagens de câmeras de segurança mostram o momento do saque. Uma grande quantidade de pessoas entra de forma desorganizada, levando tudo o que consegue. Neste domingo, 9, usuários de drogas invadem uma lanchonete na altura do 450 da Avenida Rio Branco e tentam furtar uma televisão, uma chapa de lanche e um computador. Policiais afirmaram que os objetos permaneciam no local.

Até os estabelecimentos que escaparam do vandalismo também estão precavidos. No Bar e Lanches Pombalense, os funcionários são orientados a baixar as portas ao primeiro sinal de aglomeração, como conta o gerente Eduilson Dantas, que trabalha no local há seis anos. O toldo, normalmente usado para os dias de chuvas, é usado permanentemente para proteger os clientes que preferem as mesas nas calçadas. O local estava fechado no feriado.

Moradores da região central afirmam que estão mudando seus hábitos pessoais e profissionais e evitam sair de casa nos horários da ação da Prefeitura no fluxo, por volta das 8h (manhã) e 15h (tarde). Eles contam que essa dinâmica costuma espalhar os usuários. Além disso, relatam a atuação dos assaltantes de bicicleta, a chamada "gangue das bikes", durante a dispersão do fluxo. "Eu evito sair de casa nesses horários e, quando saio, coloco o celular dentro da meia e dentro do top", conta uma moradora. Iézio Silva, presidente da Associação de Moradores e Comerciantes de Campos Elísios, chama a atenção para os receptadores. "Temos dezenas de depósitos de ferro-velho que compram qualquer coisa, inclusive de madrugada. Isso também precisa ser fiscalizado", afirma.

Roubo

Na manhã desta segunda-feira, o Estadão chegou poucos minutos depois de uma viatura da PM a uma loja da Oxxo, no Largo do Arouche, que havia acabado de sofrer uma tentativa de assalto. Não foi um arrastão. De acordo com o gerente Madson Wilker, um casal tentou roubar quatro barras de chocolate ao leite Nestlé. Ele e o segurança conseguiram impedir o assalto. Madson ainda estava ofegante quando relatou o episódio que, segundo ele, é frequente na região central. "A gente sabe quando sai de casa, mas não sabe se vai voltar", afirmou.

As gestões do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do prefeito Ricardo Nunes (MDB) anunciaram planos para resolver o problema da Cracolândia.

Estratégia é 'caminho certo' e saques são reação do tráfico, diz secretário

As invasões e saques em uma drogaria e um mercado na Avenida São João, no centro de São Paulo, na sexta-feira, são a reação do tráfico de drogas à estratégia da Prefeitura na região da Cracolândia. Além disso, apontam que o poder municipal está no "caminho certo" na forma de atuar na maior concentração de dependentes químicos da região central da cidade.

A avaliação é feita por Alexis Vargas, secretário executivo de Projetos Estratégicos da Prefeitura de São Paulo. "Os saques mostram que estamos mexendo com a economia da Cracolândia e que a estratégia está no caminho certo", afirmou o secretário. "Esses saques são a resposta do crime organizado às iniciativas do poder público, que tem conseguido reduzir o comércio de drogas na região", disse Vargas.

Para minimizar os transtornos causados, ele também prometeu uma "presença forte e robusta" do policiamento. A Secretaria Municipal de Segurança Urbana informou que intensificou o patrulhamento comunitário e preventivo, ampliando o número de viaturas e motos em pontos estratégicos, sendo 90 agentes a mais nas ruas, além dos 80 guardas e 20 viaturas da Inspetoria de Operações Especiais (IOPE) que já atuam no território. De acordo com Prefeitura, a região conta com mais de 500 agentes da GCM.

A polícia ainda investiga o que levou aos saques nos estabelecimentos no centro, mas algumas hipóteses já são descartadas. Na avaliação de investigadores do Denarc, setor focado em reprimir o narcotráfico, os episódios não têm relação com o avanço da maconha sintética nas ruas. A polícia aguarda as imagens internas dos estabelecimentos para a identificação de mais envolvidos. "Por essas imagens, vamos tentar localizar e identificar os autores do crime", disse o delegado Alexandre Dias, titular do 3.º Distrito Policial.

Estado

O governo de São Paulo inaugura nesta terça-feira (11) o Hub de Cuidados com Crack e Outras Drogas, nova medida para tentar conter a Cracolândia no centro da capital paulista. Trata-se de uma "repaginação" do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), localizado próximo a um fluxo de dependentes químicos no Bom Retiro. O local foi ampliado e terá capacidade de realizar 700 atendimentos clínicos e 6 mil atendimentos por mês.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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