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Uma ação da Polícia Militar para buscar suspeitos de tráfico de drogas na Praça Princesa Isabel, onde está instalada uma nova Cracolândia, terminou em confusão na manhã deste sábado (17). A tropa de choque e helicópteros foram acionados para controlar a situação.

A PM informou que os policiais foram abordar indivíduos que estavam comercializando crack na praça quando, por volta das 9h30, os dependentes químicos começaram a correr pelo local e para as ruas do entorno. Com a confusão, o trânsito teve que ser desviado para outras vias.

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A polícia disse ainda que viaturas e cavalos da corporação foram atingidos por paus e pedras. A tropa de choque e helicópteros foram acionados para controlar a confusão que, segundo a PM, terminou por volta das 10 horas.

Preso

Há três dias, outra confusão já havia ocorrido na nova Cracolândia e terminou com um suspeito de tráfico preso, um guarda civil ferido e um ônibus depredado.

O tumulto da última quarta-feira, 14, ocorreu durante uma ação de limpeza da Praça, que passou a ocorrer duas por dia com o objetivo de evitar a reinstalação de barracas e tendas, que facilitariam o tráfico na área.

O idoso José Aparecido Nogueira, 73 anos, está morando na rua desde que a prefeitura lacrou o hotel em que vivia na Cracolândia, na região central da capital paulista, no último dia 23 de maio.

Segundo contou à Agência Brasil, ele morava há 3 anos no local, onde pagava mensalidade de R$ 350. Sem o quarto que cabia dentro do orçamento de um salário mínimo, Nogueira passou a dormir nas calçadas da Avenida Paulista. “Estou dormindo na marquise da farmácia ou na marquise do bar. Estou passando as noites ali, com duas cobertas”, conta.

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Ele reclama que não sabia do despejo, realizado após a mega-operação policial que destruiu as barracas improvisadas que ocupavam a Rua Helvetia e a Alameda Dino Bueno.

“Não fomos avisados. Nada de cadastro, já chegaram metendo o trator na parede”, diz em referência ao imóvel, ao lado do hotel onde vivia, que começou, por engano, a ser derrubado sem ser evacuado. No episódio, três pessoas ficaram feridas.

Demolições proibidas pela justiça

Após o caso, uma decisão do juiz Luis Manuel Fonseca Pires, da 3ª Vara de Fazenda Pública, proibiu a prefeitura de continuar com as demolições e remoções sem o cadastramento prévio dos moradores “para atendimento nas áreas de saúde e habitação, disponibilizando-lhes alternativas de moradia e atendimento médico, além de permitir que retirem os pertences e animais de estimação dos imóveis”, diz a decisão do dia 24 de maio. Foi estipulada multa de R$ 10 mil em caso de descumprimento.

Desde a determinação, a Secretaria Municipal de Habitação informou ter cadastrado 275 famílias na região. No entanto, para casos como o de Nogueira, a prefeitura oferece acolhimento na rede de atenção social. “Nesses locais de acolhimento eles podem tomar banho, dormir, fazer refeições e ter acesso a atendimento socioassistencial”, destaca comunicado da prefeitura.

Segundo o último balanço da prefeitura, desde o dia 21 de maio foram realizados 7,4 mil encaminhamentos para a acolhimento na rede assistencial. Há a previsão ainda da criação de 280 vagas de atendimento emergencial na região da Luz. Os contêineres instalados perto da Cracolândia fizeram 2,2 mil atendimentos, entre fornecimento de refeições, banho e pernoite.

Nogueira diz que, devido aos problemas de saúde, que incluem complicações renais e dificuldades de locomoção, não conseguiria se adaptar aos abrigos disponibilizados para moradores de rua. “Albergue é só para gente sadia. Para gente doente, que nem eu, não serve. Prefiro morar na calçada. Albergue tem muitos problemas internos”, diz Nogueira, que anda com a ajuda de muletas e que carrega tudo o que possui em duas sacolas de compras.

Saudades de um pequeno quarto

Da antiga habitação, tem saudades. “Um quartinho simpático, confortável. Tinha banheiro privativo, chuveiro quente. Todo conforto e não pagava muito. Tem outros hotéis por ali, mas cobram demais”, opina.

As ações na Cracolândia têm levado à dispersão dos usuários de drogas e população em situação de rua por outros pontos da cidade. Logo após a operação do dia 21, a Guarda Civil Metropolitana mapeou 22 pontos de concentração dessas pessoas, alguns novos outros já existentes. A Avenida Paulista tem, no complexo viário que interliga a Rua da Consolação e a Avenida Doutor Arnaldo, há vários anos, uma aglomeração de consumidores de crack.

Na área próxima ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) se concentram moradores em situação de rua. O governo estadual e a prefeitura dizem que a dispersão em grupos menores facilita as abordagens das equipes de saúde e assistência social.

Nova York enfrentou a partir de meados da década de 1980 uma epidemia de crack que durou dez anos. Os efeitos devastadores da droga elevaram a violência a índices alarmantes em várias regiões da cidade, que passaram a ser dominadas por traficantes e dependentes, muitos dos quais viviam nas ruas de bairros como Washington Heights, Alphabet City e Village. Quando assumiu a prefeitura da cidade, em 1994, Rudolf Giuliani respondeu com a política de tolerância zero à criminalidade e o drástico aumento da presença policial.

No âmbito federal, os Estados Unidos viviam a fase da guerra às drogas declarada pelo ex-presidente Ronald Reagan em 1986. O Congresso aprovou leis que endureceram a punição a traficantes e consumidores, especialmente de crack. Os que fossem pegos com 5 gramas da droga estavam sujeitos a uma pena de cinco anos de prisão, a mesma aplicada aos que tivessem 500 gramas de cocaína.

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Essa política levou à explosão da população carcerária dos Estados Unidos, que passou de 600 mil pessoas em 1985 para mais de 1 milhão uma década mais tarde. Atualmente, o número está em 2,2 milhões. Apesar de a legislação ter sido revisada, a posse de 28 gramas de crack continua a ser punida com os mesmos cinco anos aplicados a 500 gramas de cocaína.

Cadeia

Entre 1989 e 1999, Nova York realizou 900 mil detenções ligadas a drogas, mais do que qualquer outra cidade do mundo, segundo o jornal The New York Times. No mesmo período, o número de policiais dedicados ao combate a narcóticos se multiplicou por seis.

Mas o consumo de crack também caiu em cidades americanas que não aumentaram o policiamento, como Washington. Isso levou alguns especialistas a concluírem que o principal fator para a redução não foi o endurecimento da legislação, mas uma mudança de atitude entre gerações, com a rejeição por parte dos jovens da droga que havia destruído suas comunidades.

De acordo com pesquisa mencionada pelo NYT, 35,7% dos adultos com mais de 36 anos detidos pela polícia da cidade em 1998 havia consumido crack recentemente. Entre as pessoas de 15 a 20 anos de idade, o porcentual era de 4%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A polícia prendeu no fim da tarde desta segunda-feira (12) uma das 38 pessoas procuradas pela atuação ligada ao tráfico de drogas na região do antigo fluxo da Cracolândia, no centro de São Paulo. Contra Fabio Wellington da Silva, de 28 anos, havia um mandado de prisão temporária em aberto após a suspeita da sua ligação com a venda de drogas na área, além de indícios que apontam para ele como autor de disparos contra policiais.

A prisão ocorreu às 17 horas na Rua Guaianases, na República. O mandado havia sido expedido pelo juiz Claudio Juliano Filho no último dia 17 de maio após as investigações do Departamento de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), da Polícia Civil paulista. O homem é natural de Campo Formoso, na Bahia. A reportagem não conseguiu obter informações sobre a defesa do suspeito.

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O Denarc ainda tenta encontrar 37 procurados da Justiça identificados atuando na Cracolândia. A lista de procurados conta com 18 mulheres e 20 homens cuja atuação na antiga região do fluxo foi documentada pelos investigadores. São imagens em que os suspeitos aparecem portando armas, realizando disparos e organizando a distribuição e venda da droga nas barracas anteriormente instaladas no local. Eles não foram localizados na operação do dia 21 e a polícia tinha a expectativa de localizá-los a partir de contatos feitos com traficantes menores da Praça Princesa Isabel, o que não se concretizou diante da dispersão inicial deste domingo.

Mesmo com as prisões de mais de 50 traficantes que atuavam na Cracolândia nas duas operações policiais das últimas três semanas, a polícia paulista ainda tem 38 mandados de prisão contra criminosos acusados de abastecer o "fluxo" na região da Luz.

Segundo o secretário estadual da Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves, o Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) continua trabalhando para prender os traficantes que escaparam das ações.

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A lista de procurados tem 18 mulheres e 20 homens cuja atuação na antiga região do "fluxo" foi documentada pelos investigadores em imagens nas quais os suspeitos aparecem com armas, realizando disparos e organizando a distribuição e venda da droga nas barracas anteriormente instaladas no local. Dentre os procurados está Anderson Alves de Siqueira Bernardino Kunzle, natural de Pernambuco. Segundo a polícia, ele desertou do serviço militar do Exército e atuava como segurança do PCC. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou neste sábado (10) que a ação na região da Cracolândia, no centro da capital paulista, não terá recuo. "Nem a ação policial, nem a emergencial - que é de natureza social e medicinal -, nem a urbanística, que é de recuperação das áreas. À medida em que elas forem sendo desocupadas, elas vão sendo recuperadas para que não sejam mais ocupadas nem por usuários e muito menos por traficantes", disse.

Ele reconheceu que os traficantes voltaram a ocupar parte a área. "Lamentavelmente os traficantes voltaram. Estão vendendo drogas, não apenas crack, mas também heroína, cocaína e outras drogas, ecstasy inclusive", declarou.

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Por isso, disse, a ação policial continua, tanto pelas polícias Civil e Militar quanto pela Guarda Civil Metropolitana. Segundo o prefeito, drones fazem a vigilância durante o dia e as imagens são transmitidas direto para a polícia.

Doria também afirmou que, além da ação policial, os investimentos agora são na ampliação do acolhimento do projeto Redenção. "Criamos a unidade emergencial de acolhimento, que já está funcionando para abrigar 100 pessoas com dormitório, 150 pessoas para alimentação. Instalamos amplo refeitório, ampla área de convivência com TV, uma área para ginástica, exercícios", disse. Para terça, disse que haverá "cabeleireiro para as mulheres, barbeiro para os homens e muito atendimento".

Para o fim da semana que vem, ele prometeu ampliação do espaço para que 150 pessoas possam dormir e 300 se alimentarem. "E vamos criar mais duas dessas unidades emergenciais de acolhimento do projeto Redenção. Individualizando as abordagens", afirmou. Segundo o prefeito, a ideia é que "as pessoas acolhidas possam ser encaminhadas, num processo individualizado e seletivo, para o atendimento médico".

Ainda de acordo com Doria, hoje 300 funcionários da prefeitura estão na região central da cidade conversando com usuários e tentando convencê-los a fazerem tratamento.

O prefeito deu as declarações durante a 24.ª estapa do programa Cidade Linda, em ação de zeladoria na Avenida dos Bandeirantes. Por cerca de 45 minutos, Doria, vestido com uniforme da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), ajudou a assentar gradis de segurança.

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), inaugurou, nesta quinta-feira, 8, um centro de atendimento emergencial com contêineres para acolher até 400 dependentes químicos por dia no centro de São Paulo. O espaço começa a funcionar a partir das 18 horas.

A estrutura foi doada por empresas em um acordo de comodato que deve durar até dezembro deste ano, com possibilidade de prorrogação e fica em um estacionamento da Guarda Civil Metropolitana (GCM) na Rua General Couto de Magalhães, a 750 metros da Praça Princesa Isabel, que virou o novo ponto de venda e consumo de drogas desde a operação policial na antiga Cracolândia, há 18 dias.

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A gestão Doria não informou o custo total das instalações doadas.

Foram instalados 25 contêineres com 100 camas para pernoite dos dependentes, um refeitório grande, 20 chuveiros, três banheiros com 18 vasos sanitários, duas salas de atendimento social e de saúde e uma academia ao ar livre.

Cada contêiner tem quatro beliches em um espaço estreito, com capacidade para até oito pessoas.

O plano inicial do governo municipal era montar a estrutura em um terreno da Companhia Metropolitana de Habitação (Cohab) a 100 metros da nova Cracolândia, mas foi revisto após protestos de moradores do bairro Campos Elíseos.

Na nova área, no entanto, também existe resistência. "Eles montaram tudo na madrugada, escondidos, porque sabem que nós moradores não concordamos", disse a aposentada Maria Cleide Casarotti, de 65 anos.

"Vai atrapalhar o nosso comércio, afastar o público", reclama o comerciante Palada Badú, de 55, dono de uma loja de informática na região. "Achamos que vai degradar a região", reclama o comerciante Luiz Vieira, de 51.

Sobre a distância maior em relação ao fluxo de usuários de droga, alvo de reclamações dos agentes de assistência social, Doria diz que há veículos da Prefeitura que podem levar ao local aqueles que tiverem interesse em receber atendimento.

"Temos convicção de que aqueles que estão convencidos de que é possível ter uma porta para a vida, se deslocarão até aqui", afirmou o prefeito, acompanhado do secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Filipe Sabará.

Um homem natural da cidade do Rio de Janeiro encontrado na Cracolândia da região central de São Paulo morreu na noite desta quarta-feira (7), em uma clínica de recuperação para dependentes químicos. Carlos Eduardo Albuquerque de Maranhão, o Cadu ou Sarda, de 46 anos, tinha o tratamento custeado por amigos de infância, que o reconheceram em um vídeo publicado na internet pela página Jornalistas Livres.

A informação da morte foi publicada no Facebook pelo executivo Carlos H. Moreira Jr., amigo que iniciou a campanha para ajudar Cadu. O movimento reuniu antigos colegas do Colégio Santo Inácio, na zona sul do Rio de Janeiro, que estudaram com Cadu. O grupo lançou uma campanha de crowdfunding para financiar o tratamento.

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"Nosso Sarda faleceu há poucas horas durante o período mais crítico de abstinência pela qual passava. Estou vazio, com as emoções bloqueadas e preso dentro de um avião com Wi-Fi. Tristeza profunda", publicou Moreira Jr. "Entreguei a noticia à família com um enorme peso nas costas. Eu sou parte de um grupo de pessoas que agiram de forma coordenada e movidas por um só sentimento, que é o amor."

Moreira Jr. não divulgou detalhes sobre como Cadu morreu.

Campanha

Intitulada "Nova chance ao Cadu", a campanha ficaria dois meses no ar para tentar arrecadar R$ 200 mil. No primeiro dia, os amigos conseguiram quase 10% do valor em aproximadamente 70 doações.

"Confesso que faria tudo o que fiz novamente. Imagino que o grupo também. Sem tirar nem por. O Sarda disse em determinado momento que se chegássemos três meses mais tarde ele não estaria mais vivo", continuou Moreira Jr., em outro trecho.

Na publicações, outros amigos de infância de Cadu e pessoas que se comoveram com a história prestaram solidariedade.

"Você foi o portador e o mensageiro do amor que sentíamos por nosso amigo ruivo pleno de sardas. Em seu coração, ele leva para o plano espiritual a certeza de que em algum momento da vida ele foi amado e querido, em um colégio singular, composto de pessoas especiais, escreveu Luiz Eduardo Soares Fragozo. "Parabéns por suas ações. Que Deus o acolha com compaixão e sua família com conforto."

Menos de 3 metros separavam o lar da família de Elizânia do Nascimento Souza, de 27 anos, do "lixo". É como ela descreve o Largo Coração de Jesus, na Luz, região central de São Paulo, antes da operação policial do dia 21 de maio, que prendeu traficantes e expulsou usuários de drogas. A euforia com o desmonte da antiga Cracolândia, contudo, durou pouco.

No dia seguinte, a demolição de imóveis pela Prefeitura, para dar início à revitalização do bairro, trouxe uma angústia para a dona de casa em relação ao futuro. Agora, a gestão do prefeito João Doria (PSDB) conseguiu mapear a situação de quem vive na área e deve passar pelo processo de mudança.

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Um censo da Secretaria Municipal de Habitação nas duas quadras que serão desapropriadas e demolidas para dar lugar a moradias populares e equipamentos públicos constatou que 40% dos cômodos existentes no local onde funcionava o "fluxo" - agrupamento para consumo e venda de drogas - estão ocupados por famílias como a de Elizânia, que é casada e tem quatro filhos.

Ao todo, 275 famílias foram cadastradas. Apenas no endereço onde ela mora, uma pensão, residem mais de 30, quase todas com vínculos na região, como emprego e filhos matriculados em escolas próximas. "Moro aqui desde 2006. Vim de Água Branca, Alagoas, para cuidar do meu sobrinho e aqui fiquei", diz Elizânia, que paga R$ 900 de aluguel por um cômodo : um quarto com pia e banheiro. "Eles (Prefeitura) vieram aqui fazer um cadastro e queriam saber quantas pessoas tinham aqui. Mas a gente ouve que querem demolir tudo.

Paguei o aluguel ontem e não sei se vou perder minha casa."

Após a ação policial, a Justiça determinou que o Município realizasse o cadastramento dos moradores e desse uma solução de moradia antes de removê-los e demolir os imóveis. A demolição é aprovada por 55% dos entrevistados ouvidos na semana passada pelo Datafolha e abre caminho para um novo projeto urbanístico.

Perfil

Em duas semanas, a secretaria visitou 688 unidades em 64 endereços nos dois quarteirões da Rua Helvétia com a Alameda Dino Bueno. A maioria dos locais analisados (626) é residencial, incluindo quartos de cortiços e pensões, onde os aluguéis variam de R$ 300 a R$ 900. Desses, 278 estavam vazios e 348 tinham sinais de ocupação, como colchões e aparelhos domésticos, mas em 65 unidades os moradores não foram localizados e em 8 se recusaram a receber os agentes da Prefeitura.

Os dados do censo mostram que 525 pessoas moram no perímetro da ex-Cracolândia, entre elas 79 crianças e adolescentes, 41 idosos, 20 deficientes e 26 pessoas com doenças graves, como HIV e tuberculose.

Para o secretário municipal de Habitação, Fernando Chucre, o número de famílias estabelecidas na região foi surpreendente . E confirma a importância da política habitacional dentro do Projeto Redenção, programa lançado por Doria há duas semanas para tratar dependentes químicos e revitalizar a antiga Cracolândia.

"Esse projeto está ancorado na Habitação. Por isso, cadastramos as famílias para poder reassentá-las na região. Vamos aproveitar que já tem a PPP (Parceria Público-Privada) da Habitação no centro, em parceria com o Estado, para atender a essa demanda", disse Chucre.

"Ter a casa própria seria ótimo, mas, agora que tiraram os traficantes, podiam deixar a gente aqui", diz a atendente Márcia Pereira, de 27 anos, que mora há três anos com o marido e o filho no quarto de uma pensão na Alameda Dino Bueno, pelo qual paga R$ 400 por mês.

A PPP prevê quase 2 mil moradias de interesse social e baixa renda na região, sendo 436 nos dois quarteirões que serão demolidos. A previsão é de que isso ocorra até o fim do ano. "Vamos fazer tudo dentro da lei", ressalta Chucre. Para a mudança, a Prefeitura prevê conceder auxílio-aluguel de R$ 400 e mais R$ 900 para a mudança.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em meio à revolta de moradores, a gestão do prefeito João Doria (PSDB) suspendeu o plano emergencial de acolhimento dos usuários de drogas da nova Cracolândia, na Praça Princesa Isabel, centro de São Paulo. A instalação de 25 contêineres e de um abrigo com banheiros, refeitórios, dormitórios e salas de atendimento médico para atender os dependentes da região havia sido prometida para esta quinta-feira, 1º, mas não saiu do papel nem tem prazo de conclusão.

Na terça, o secretário de Assistência Social, Filipe Sabará, disse ao Estado que a estrutura para atender até 280 viciados estaria "operacional" em dois dias - 150 pessoas nos contêineres que seriam instalados na Rua General Rondon, via vizinha da praça, e 130 no abrigo onde residem ex-moradores de rua, na frente da nova Cracolândia.

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Desde quarta-feira, moradores de Campos Elísios protestam contra a instalação dos contêineres em um terreno vazio da Cohab na General Rondon, a uma quadra do acampamento onde até 900 dependentes fumam crack durante todo o dia. "Aqui tem casas e comércios. Se fizerem isso, vai virar mais um ponto de drogas e deixar o bairro sujo e violento", disse a corretora de imóveis Marina Veron, de 50 anos, vizinha da praça.

Após reunião com os moradores ontem, o prefeito regional da Sé, Eduardo Odloak, disse que o plano dos contêineres está suspenso e será discutido com os secretários de Doria. Já no prédio da Prefeitura do outro lado da praça, que receberia os viciados, os moradores se recusam a mudar para outro abrigo na Mooca, zona leste. "Além de ficar longe, lá são 40 pessoas por quarto. Ninguém quer ir", disse Márcio Coutinho, de 44 anos. Em nota, a Prefeitura afirmou que "está negociando com os moradores" dos dois locais e não deu prazo para abrir os pontos de acolhimento.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Entidades de defesa dos Direitos Humanos enviaram essa semana um apelo à órgãos específicos da Organização das Nações Unidas (ONU), solicitando que interfiram nas ações que estão sendo feitas na região da Cracolândia. O documento utiliza um dos canais disponibilizados pela entidade para que indivíduos e organizações denunciem práticas abusivas e violações em seu país.

O texto foi elaborado pela Conectas Direitos Humanos, Plataforma Brasileira de Política de Drogas, Conselho Municipal de Drogas e Álcool de São Paulo) e Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas. Elas também pedem que a prefeitura de São Paulo investigue e puna agentes responsáveis por práticas abusivas e suspenda as internações compulsórias e desapropriações.

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“O que vemos na região da Cracolândia é uma sobreposição assustadora de violações das normas de direitos humanos. Na medida em que as autoridades do governo do Estado e da Prefeitura de São Paulo desdenham todas as críticas, resta ao Brasil responder internacionalmente por descumprir essas obrigações. É inaceitável e vergonhoso que sigamos usando a polícia, a perseguição e a coerção para lidar com um tema que é de saúde pública”, declarou Henrique Apolinario, advogado da Conectas.

Na quarta-feira, a reportagem entrou em uma minicracolândia da Avenida Carlos Reinaldo Mendes. Quem passa de carro ou a pé pela avenida, principal acesso ao Centro Administrativo de Sorocaba, onde funcionam a prefeitura, a Câmara, o Fórum e a Justiça do Trabalho, nem imagina a situação em que estão mergulhadas, dentro de um galpão abandonado, de 12 a 20 pessoas, que dedicam as vidas à busca da pedra.

A entrada é um buraco aberto no muro. O líder do "covil", como eles chamam, é B., de 35 anos, um ex-atirador e perito em armas das Forças Armadas que, depois de fumar uma pedra, descreveu os efeitos. "As pernas começam a formigar, a boca saliva, dá tremores, a gente fica com muita força, muita energia. É preciso dar socos, chutar as paredes para aliviar."

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Ele conta que o efeito é muito forte e, logo depois, a vontade de fumar de novo é quase irresistível. "O crack é como o câncer, o imperador de todas as drogas. Pegou, é difícil sair. Até consigo ficar sem, o que falta é um apoio. Não quero ir para uma clínica, sair e voltar a usar."

B. tem curso superior incompleto, fala inglês e espanhol, exibe habilidades em Matemática, tem pai e um filho, mas não quer ser reconhecido. "Minha família está aqui, agora estes são meus irmãos", diz, apontando os outros usuários. Ele ocupa um dos dois cômodos superiores no mezanino, com um banheiro entre eles - todos muito sujos. Os outros homens se distribuem em colchões e barracos montados no galpão e nos fundos do prédio. Alguns fazem "bicos" de roçagem de quintais e jardins, outros pedem dinheiro em semáforos.

Família

S., de 23 anos, passa parte do dia na avenida, pedindo dinheiro em troca de artesanato feito com folha de coqueiro. Ele conta que o pai e os três irmãos, o mais novo com 3 anos, moram no mesmo bairro, a Vila Rica, a alguns quarteirões do "covil" e, às vezes, eles o veem no semáforo. "Meu pai para e conversa comigo, mas meu irmão abaixa a cabeça. Eles querem que eu me interne. Nesses seis anos, já passei por várias internações e uma vez fiquei limpo alguns meses, mas, por ter cabeça fraca, tive uma recaída."

Ele garante que reduziu o consumo de até 36 pedras por dia, para 3 ou 4. "Um pouco foi por causa do preço da pedra, que subiu de R$ 5 para R$ 10."

Serviços públicos

A coordenação de Saúde Mental da prefeitura de Sorocaba informou que a cidade possui Centros de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (Caps AD III) e Infantojuvenil (IJ) que dão atendimento integral a adultos, crianças e adolescentes com dependência química, incluindo orientação e acompanhamento dos familiares. Quando há necessidade de internação, os serviços analisam a transferência para leito de psiquiatria na Santa Casa ou no Conjunto Hospitalar de Sorocaba.

O município não conta com vaga para internação de criança e adolescente. Está em estudo proposta de leito de psiquiatria para criança em hospital geral. A Secretaria de Igualdade e Assistência Social mantém serviços regulares de busca ativa para a identificação e assistência de pessoas em situação de rua ou usuárias de drogas, entre elas o crack, encaminhando a tratamento voluntário. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O crack não para de avançar por São Paulo. Dos 645 municípios do Estado, pelo menos 558, incluindo a capital, enfrentam problemas relacionados à droga, conforme mapeamento do Observatório do Crack, da Confederação Nacional de Municípios (CNM). Em 193 cidades do interior, o nível desses problemas é muito alto, segundo o ranking, atualizado em tempo real com informações de prefeituras. Em outras 259, o alerta é médio; e, em 105, baixo.

Apenas 20 cidades disseram não ter problemas com o crack. Outras 67 não responderam oficialmente o levantamento (mais informações abaixo). De 608 municípios paulistas ouvidos este mês (incluindo dados parciais), 92% afirmaram enfrentar problemas com a circulação de drogas, enquanto 95% confirmaram problemas com o consumo delas. As prefeituras informaram ainda que as principais áreas afetadas são Saúde (67,1%), Assistência Social (57,5%) e Segurança (49,1%).

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O Observatório do Crack inclui grandes cidades do interior na "lista vermelha" da droga, entre elas Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Bauru e Marília. O avanço das drogas pelo interior, mostrado pelo Estado em reportagem especial em 2014, não teve melhora com o passar do tempo, segundo Ernesto Stranz, consultor da CNM. E a droga continua avançando em municípios menores e rurais, como Campos Novos Paulista, Planalto e Colômbia, com menos de 7 mil moradores.

Segundo ele, o fato de a maioria dos municípios responder espontaneamente ao questionário indica a gravidade do problema. "São prefeituras que têm a coragem de se expor porque é algo que afeta muito a população. É como um grito de socorro", disse. Apesar disso, praticamente nada mudou na política de governo. "Não houve investimento e o recurso que estava previsto em alguns programas sofreu contingenciamento."

Número de usuários

Procurada, a Secretaria da Saúde do Estado informou ter ampliado em seis vezes o número de vagas para dependentes químicos, de 500 em 2011 para 3,3 mil atualmente, em serviços próprios ou conveniados. Desse total, 2 mil vagas, ou 60%, estão no interior (integralmente custeadas pelo Estado). O encaminhamento é feito pelos municípios. A pasta destacou que a internação só é indicada para casos graves. O Estado ainda mantém o Serviço de Atenção e Referência em Álcool e Drogas (Sarad) em Botucatu, onde foram realizados 13 mil atendimentos desde 2014. Das cerca de 2 mil internações na unidade, 77% aconteceram de forma voluntária, 13% involuntária e 10% compulsória.

O Observatório trabalha agora em uma nova metodologia para estimar a população envolvida com o crack no Estado, já que não há dados precisos. A Secretaria Nacional de Política sobre Drogas (Senad) estima o usuário regular em 0,5% da população - o equivalente a cerca de 164 mil pessoas no Estado, desconsiderando a capital. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Presidente do PSDB paulistano, o vereador Mário Covas Neto criticou nesse sábado, 27, a ação da Prefeitura na região da cracolândia, no centro de São Paulo.

"Sem querer colocar culpas, mas foi uma ação policial e, por isso, os órgão todos que deviam atuar não foram acionados. A Prefeitura não estava preparada para uma ação desse tipo. A ação não foi bem sucedida. Foi precipitado", disse o tucano Estado".

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Covas Neto participa nesse sábado de um seminário sobre gestão pública organizado pela Prefeitura de São Paulo e que contou com a participação de João Doria e do governador Geraldo Alckmin. (Daniel Weterman e Pedro Venceslau)

Após uma semana marcada por desencontros sobre a ação na Cracolândia, o prefeito João Doria e o governador Geraldo Alckmin, ambos do PSDB, participaram juntos na manhã deste sábado de um seminário sobre gestão em um hotel da capital paulista.

Os dois trocaram elogios e reforçaram o discurso do PSDB de compromisso com as reformas diante da crise pela qual passa o presidente Michel Temer (PMDB). Enquanto Alckmin disse que o compromisso não era com o governo, mas com o País, Doria afirmou que é preciso "proteger" o Brasil e que não é momento de eleição.

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Na fala de abertura, Doria fez afagos ao padrinho político. "Se estou aqui, devo a ele, que foi o grande avalista das prévias. Nossa relação é indivisível" disse o prefeito, ressaltando os 38 anos de amizade com o governador. Ele afirmou que a relação entre os dois não era ancorada em questões políticos, mas na amizade e que isso não poderia ser quebrado por qualquer circunstância.

O prefeito da capital elogiou nominalmente, além de Alckmin, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), que se encontraram na casa de Fernando Henrique Cardoso na última quinta-feira.

Falando sobre o momento atual do País, Doria repetiu um jargão do governador e disse que é preciso "proteger o Brasil" e, no caso de São Paulo, isso se faz com gestão. Doria afirmou temos que administrar a realidade com o bom senso que tem Alckmin, Tasso e FHC. Doria encerrou sua fala dizendo que o momento "não é momento de eleição, mas de gestão".

Já o governador, durante a fala direcionada a prefeitos e vereadores de outras cidades e Estados que participam do evento, devolveu os elogios e disse que Doria é um "exemplo" quando o assunto é dar sentido de pertencimento à cidade. Ele também voltou a reforçar o compromisso do PSDB com as reformas diante da crise nacional. "Não temos compromisso com o governo, temos compromisso com o Brasil, com as reformas, com a retomada do crescimento econômico", frisou.

A cada dia que passa, uma nova Cracolândia fica mais forte na Praça Princesa Isabel, no centro da capital paulista. Entre a noite de quarta-feira (24) e a madrugada de ontem (26), o número de usuários de droga no local dobrou, de acordo com levantamento da Guarda Civil Metropolitana (GCM). E, agora, também começaram a aparecer as primeiras barracas dentro do novo "fluxo" – em um modelo parecido ao que ocorria no antigo quadrilátero da droga.

Localizada a menos de 600 metros da Cracolândia original, a Praça Princesa Isabel tornou-se o principal ponto de concentração de usuários, logo após a dispersão provocada na megaoperação policial no domingo. Na quarta, contagem da GCM apontou cerca de 300 pessoas no local, por volta das 21h30. Às 3h35 de ontem, no entanto, havia 600 usuários na praça, número próximo dos 800 que ficavam aglomerados no quadrilátero antigo.

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Anteontem, o secretário estadual da Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho, admitiu que a droga continuava chegando à região, embora, segundo ele, em uma escala muito menor do que antes. Para fazer entregas, traficantes usariam motocicletas. Investigação da Polícia Civil aponta, ainda, que o crack continua saindo da Favela do Moinho, a menos de um quilômetro do "fluxo", e é levado até lá por traficantes a pé.

Barracas

Cada vez mais numerosos, os usuários começaram a montar barracas na praça. Antes da operação, elas eram usadas para promover a "feira livre" da droga na Cracolândia e as "franquias" chegavam a ser comercializadas por cerca de R$ 80 mil pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que administrava os pontos. Por volta das 16h30 de ontem, 15 barracas já estavam erguidas no local.

Usadas na montagem, armações e lonas são entregues na praça por carroceiros, que descarregam o material às vistas de todos. Enquanto isso, equipes municipais de Saúde e Assistência Social circulam em busca de pessoas dispostas a se tratarem. Há, ainda, duas bases fixas da PM.

"Agora que eles subiram as barracas está igual ao que era na Dino Bueno", diz a comerciante Thaynara Christian, de 24 anos, que trabalha em um açougue na frente da Princesa Isabel.

Segundo ela, a concentração de usuários elevou a sensação de insegurança e afugentou a clientela. "Entravam umas cem pessoas por dia aqui. Nesta semana, não passou de 20. Está todo mundo com medo de passar pela porta."

Lixo

Cinco dias após a ocupação da praça, é possível ver muito lixo acumulado. Ruas próximas viraram banheiros ao ar livre. "Ninguém aguenta o fedor", diz a aposentada Marlene Francenildo, de 57 anos, vizinha da praça. "Antes, eles ficavam confinados lá. Agora, a gente fica ilhado, sem poder sair de casa à noite." Marlene conta que também aumentaram os casos de furto de fios na região. "Eles sobem no poste e cortam. Ontem (quinta), fiquei sem luz até as 13 horas."

Segundo os moradores, a concentração de usuários aumenta após as 18 horas. João Hagop Chamlian, proprietário de uma concessionária vizinha, classifica a cena como "dantesca". "A gente tem mantido os ferros para baixar as portas, porque, às vezes, eles passam correndo. O movimento, aqui, caiu 70%."

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, 22 pessoas foram presas na região da Nova Luz após a operação realizada no domingo. O policiamento na região foi reforçado com 212 policiais, que se somam aos 120 que já atuavam na área.

A Defensoria Pública de São Paulo conseguiu uma liminar hoje (24) que proíbe a remoção compulsória de pessoas da região conhecida como Cracolândia e a demolição ou interdição de prédios na área. De acordo com a entidade, esses procedimentos só poderão ser adotados quando houver atendimento social e psicológico, no caso de pessoas em situação de rua, e estudo prévio e alternativas de moradia, no caso das demolições e interdições.

A liminar foi obtida a partir de ação cautelar da Defensoria, que ressaltou a necessidade de processo legal para efetuar as remoções. Caso a liminar seja desrespeitada, a prefeitura terá que pagar R$ 10 mil de multa diária. De acordo com o relatório apresentado à Justiça pela Defensoria, a prefeitura regional da Sé recolheu documentos, cobertores e outros pertences das pessoas em situação de rua e jogaram em caminhões de lixo.

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A ação determina que nenhuma atitude seja tomada com relação às pessoas e as propriedades que estejam na região compreendida entre as alamedas Nothmann e Cleveland, e entre as avenidas Rio Branco e Duque de Caxias, região central da cidade.

A Promotoria de Direitos Humanos do Ministério Público de São Paulo (MPSP) solicitou a abertura de inquérito para investigar a conduta da Guarda Civil Metropolita (GCM) durante as ações na região conhecida como Cracolândia, no centro da cidade. A pedido da prefeitura, policiais civis e militares, além da GCM, estão no local desde a semana passada cumprindo mandados de busca e apreensão.

As ações fazem parte do projeto Redenção, elaborado pela administração João Dória e que substituirá o programa De Braços Abertos, que passou a funcionar no final do governo de Fernando Haddad. “O projeto Redenção passou por um longo processo de discussão e estava pronto para entrar em vigor, era um projeto civilizatório, não previa, em hipótese nenhuma, essa ação mais forte na região, ou seja, tudo ao contrário do que está acontecendo agora”, afirmou o promotor de Justiça da Saúde Pública, Arthur Pinto Filho.

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De acordo com Arthur Filho, as ações e a força empregada não surtem efeito algum no problema principal, que é a dependência. A Defensoria Pública, o Conselho Regional de Medicina, o Conselho Regional de Psicologia, o Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas e Álcool e organizações sociais se reuniram para avaliar a atuação dos oficiais e se ouve desvio de função.

A gestão João Doria (PSDB) iniciou a demolição de dois imóveis na Cracolândia, na região central da capital paulista, ainda com pessoas dentro. Segundo o Corpo de Bombeiros, duas pessoas tiveram ferimentos leves e foram socorridas na tarde desta terça-feira, 23.

Os imóveis são localizados na Alameda Dino Bueno, onde ficava concentrado o "fluxo" antes da operação policial no domingo passado, 21. O motivo da demolição, segundo a Prefeitura, é para desarticular o domínio do Primeiro Comando da Capital (PCC), que controla o tráfico na região.

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Nos imóveis havia moradores, que foram surpreendidos por retroescavadeiras por volta das 14 horas. No horário, o prefeito concedia entrevista no Largo Coração de Jesus, a poucos metros da Dino Bueno.

Doria foi informado sobre um tumulto, mas disse não ter informações sobre o que havia acontecido. Ao fim da entrevista, informou que já tinha dado uma volta pela região e foi embora.

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta segunda-feira (22) que a Cracolândia não voltará a existir na região da Luz, no centro da capital paulista. Segundo ele, as ações para coibir o uso de drogas na região serão contínuas e perpetuadas durante a sua gestão.

"Não volta mais, não volta mais. Pode afirmar, pode duvidar, mas pode ter certeza, enquanto eu for prefeito de São Paulo, a Cracolândia não vai mais existir. Ali, a partir de agora, é um espaço reconquistado pela cidade, pela cidadania e pelos habitantes que poderão circular com segurança", disse o prefeito.

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Doria afirmou ainda que vai manter permanentemente as ações na região, com o uso de câmeras de monitoramento móveis e fixas. Também disse que a Prefeitura já iniciou a instalação de tapumes e demolição de hotéis da Cracolândia - alguns deles foram emparedados com tijolos de concreto.

"O próximo passo será a derrubada e a implantação de moradias dos programas Casa Paulista e Casa da Família, um CEU (Centro de Educacional Unificado), uma creche e uma UBS (Unidade Básica de Saúde)", disse.

Doria afirmou também que o programa Redenção fará ações "em breve" em pequenas cracolândias na Vila Nova Ceagesp, na zona oeste, Radial Leste, na zona leste, e Roberto Marinho, na zona sul, onde há atuação do pequeno tráfico, segundo o prefeito tucano.

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