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Candidato a prefeito de São Paulo, Arthur do Val (Patriota), o "Mamãe Falei", propôs mudar a sede da Prefeitura para a região da Cracolândia, no bairro da Luz, região central de São Paulo. Em vídeo publicado em suas redes na manhã desta segunda-feira, 14, o deputado estadual afirmou que, caso eleito, despacharia do local, onde há grande concentração de moradores de rua e usuários de drogas, "até que a situação se resolva".

Segundo o candidato, a Prefeitura e suas principais secretarias devem se aproximar dos problemas da cidade. "A questão da Cracolândia precisa ser resolvida integralmente, abordando seus aspectos humanos, jurídicos, sanitários e urbanísticos".

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A medida faz parte de uma proposta do candidato, de fazer um gabinete itinerante, focado nos temas mais sensíveis da cidade. Os outros endereços desse gabinete ainda não foram revelados pelo candidato do Patriota.

Arthur foi escolhido candidato pelo partido na semana passada, tendo, como vice, Adelaide de Oliveira, também do Patriota.

A Polícia Militar (PM) fez nesta quarta-feira (15) uma ação para prender pessoas acusadas de tráfico de drogas na Cracolândia, na região da Luz, no centro da capital paulista. Segundo a Secretaria estadual de Segurança Pública, seis pessoas foram presas e um policial baleado. Ele foi atingido na perna após participar das detenções, sendo socorrido e levado à Santa Casa de Misericórdia.

Em nota, a secretaria informou que a operação foi motivada por uma denúncia anônima. Os policiais militares usaram bombas de gás lacrimogêneo contra a aglomeração de usuários de drogas e população em situação de rua na região. A munição química se espalhou pelo bairro, chegando aos apartamentos próximos. O tráfego na Avenida Rio Branco foi interrompido.

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Não há informações sobre outros feridos além do policial. A PM negou ter usado armas de fogo na ação.

Uma confusão entre usuários de drogas e policiais militares terminou em tiroteio na região da Cracolândia, no centro de São Paulo, na manhã desta quarta-feira, 15. Não havia informação sobre vítimas até a publicação desta matéria. A Polícia Militar (PM) não deu detalhes sobre o tumulto e se limitou a dizer que os agentes reagiram a uma suposta ação truculenta dos dependentes químicos.

Nas redes sociais, pessoas afirmam que ouviram barulho de tiros e bombas de lacrimogêneo. Vias importantes da região, como a Avenida Rio Branco, foram interditadas.

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Problema antigo

As tentativas de por um fim à região conhecida como Cracolândia, no centro da capital, já vêm de longa data. Os primeiros registros do crack em São Paulo datam do início de 1990. A Cracolândia, porém, nasceu como espaço de consumo em meados dos anos 2000.

Entre 2000 e 2017, prefeitos e governadores de São Paulo tentaram acabar com a região do "fluxo", onde os dependentes químicos ficam concentrados e os traficantes vendem drogas. As Polícias Civil e Militar também realizaram diversas ações para combater os traficantes da área.

A Polícia Civil realiza uma operação contra o tráfico de drogas na região da Cracolândia, no centro da capital paulista, na manhã desta quinta-feira (22).

A ação, que faz parte do Programa Redenção 2, conta com 566 agentes de segurança, apoio de cerca de 140 viaturas e uma aeronave da Polícia Civil. A operação ocorre entre a Alameda Cleveland e Rua Helvétia.

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Os policias do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) cumprem 20 mandados de busca e apreensão e 21 de prisão na região, resultado de cinco meses de investigação realizada pela 6ª Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise).

A ação é comandada pelo Denarc e conta com apoio do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro) e do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep).

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o prefeito da capital, Bruno Covas (PSDB), participaram na tarde desta terça-feira, 13, de uma cerimônia para marcar o início das obras do Hospital Pérola Byington, que será transferido da Avenida Brigadeiro Luís Antônio, na Bela Vista, para a Avenida Rio Branco, próximo à cracolândia, na Luz. As obras eram uma promessa do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) feita em 2013.

O hospital será construído pela empresa Construcap e operado pela Inova, braço da construtora que gerencia hospitais, em um modelo de Parceria Público-Privada (PPP). A empresa ficará encarregada de manutenção predial e de equipamentos, mediante pagamento mensal do Estado. A promessa é que as obras terminem daqui 36 meses, em 2022.

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A obra foi anunciada por R$ 307 milhões, sendo que R$ 123 milhões serão pagos pela Inova e R$ 184 milhões pelo Estado, por meio de um financiamento com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A Construcap, em São Paulo, venceu a licitação para a gestão do Parque do Ibirapuera e aguarda a elaboração do plano diretor do parque para assumir a área. O grupo tem a gestão de hospitais estaduais em Sorocaba e São José dos Campos.

O atual local de funcionamento do Pérola Byington será desativado. O hospital fica em um prédio alugado por R$ 380 mil por mês. O centro cirúrgico e o centro de diagnósticos serão ampliados em 60%, segundo o Estado, no novo complexo hospitalar.

O Pérola Byington é o local da rede pública estadual de saúde que recebe pacientes mulheres para tratamento de sete tipos de câncer e de violência sexual, entre outros atendimentos.

Parte do atraso para o início das obras se deu por ação do Ministério Público, que apontou irregularidade no processo de escolha do terreno por parte do governo. O terreno do hospital foi definido pelo Plano Diretor da cidade de São Paulo como uma zona para a construção de habitações para famílias de baixa renda. O Estado teve de convencer a Justiça de que aquela era a melhor opção. O licenciamento só foi emitido pela Prefeitura em julho deste ano, quando a cidade transferiu o terreno para o governo.

Cracolândia

Além da ampliação do atendimento do hospital, a mudança de endereço do Pérola Byington faz parte das mais recentes ações prometidas por Estado e município para tentar revitalizar a cracolândia, fazendo as ruas da região deixarem de serem pontos livres para venda e consumo de crack. Tentativas para resolver o problema fracassam desde o início dos anos 1990. No bairro, também estão sendo construídos edifícios residenciais para trazer mais moradores para a área.

No evento, ao tratar as ações da área, Covas tratou da transferência de equipamentos de saúde e assistência social da região, que atendiam os dependentes químicos que frequentam o "fluxo", a aglomeração de usuários de crack, para outro equipamento, na Rua Porto Seguro, em outro ponto do bairro da Luz, distante três quilômetros dali.

"A ideia é ofertar um espaço onde ela tenha tratamento. A gente não manda as pessoas irem para lá ou para cá", disse o prefeito, ao ser questionado se a transferência era uma tentativa de transferir o fluxo do centro para outro local. "A gente não manda, a gente orienta (a ida para locais de atendimento). Não há nenhuma obrigatoriedade, nenhuma ordem de expulsão", afirmou o prefeito.

Segundo Covas, a cracolândia tem hoje entre 400 e 600 usuários de drogas no período da manhã e entre 1.400 e 1.500 no período da noite. O prefeito afirma que, quando a gestão Doria (da qual ele era vice) assumiu o mandato, em janeiro de 2017, eram cerca de 4.000 usuários.

Um ano após a inauguração das primeiras unidades habitacionais no Complexo Julio Prestes, a poucos metros da Cracolândia, no centro de São Paulo, os moradores dos apartamentos construídos por uma parceria público-privada vivem uma rotina sitiada. Separadas por muros e cercas de arame farpado, as 656 famílias das 5 torres, com 17 andares cada, vivem medo constante de caminhar à noite nas ruas vizinhas e são assediadas por usuários de drogas até mesmo quando estão na varanda de casa.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que a Secretaria Estadual da Habitação recebeu relatos de arremesso de pedras às janelas dos apartamentos de moradores do complexo. A situação tem feito aumentar as desistências de futuros moradores. A pasta estuda a realização de uma força-tarefa para monitorar a relação entre moradores e usuários de droga.

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A analista de departamento pessoal Raquel (nome fictício), de 29 anos, conta que é repreendida por pessoas do chamado "fluxo" (o grupo maior de viciados que caminha pelas ruas) quando, da varanda do 7.º andar, mexe no celular. "Alguns ficam revoltados, pedem para a gente entrar. Às vezes, tem uns que estão armados. Vemos tudo lá de cima." Nem os muros altos conseguem proteger os moradores. "Eles jogam lixo, garrafas, cachimbos e muito lixo por cima do muro. Dia desses, morderam uma criança que mora aqui", diz Raquel. "Viemos sabendo que este espaço é deles há décadas. Sinto medo, mas já me acostumei. Na verdade, eu não ando para os lados do fluxo, nunca passei para lá."

Todos os dias, ela sai da faculdade, no Largo de São Bento, às 22 horas. Para evitar surpresas, traçou um caminho seguro para chegar em casa. "Só vou pelas ruas com segurança na porta. Aquelas com comércio que fecha às 18 horas eu não ando."

A questão da segurança também é um desafio para a assessora parlamentar Larissa D'Alkimin, de 31 anos, que acabou de se mudar com o filho de 5 anos para um apartamento no Complexo. "Ainda preciso descobrir o jeito mais seguro de chegar à noite aqui, já que saio do trabalho quando está escuro."

A moradora tem esperança de que a situação melhore quando os muros forem derrubados, o que não tem previsão. "A gente sabe que a ideia é abrir os muros. E já ouvi falar que há planos de instalar um supermercado aqui dentro. Vai ser maravilhoso."

No ano passado, o número de furtos na área do DP de Campos Elísios, onde está a Cracolândia, cresceu 37% em relação a 2017, quando houve a megaoperação do governo e da Prefeitura. No mesmo período, a alta de furtos na capital ficou em 4%.

Praça

Também entregue há um ano pelo governo estadual, a Praça Julio Prestes continua cercada por um gradil, sem prazo para ser retirado. O local é aberto todos os dias às 8 horas e trancado novamente às 20 horas. Durante o dia, é vigiado por dois seguranças e não costuma ser frequentado pelos novos moradores.

As crianças acabam brincando dentro dos muros do complexo, em uma quadra e nas áreas abertas do terreno. Quando saem do prédio, são levadas pelos pais para ambientes fechados, como o Sesc 24 de maio.

No mesmo terreno do complexo, o governo estadual entregou há um ano 67 lojas, o chamado "boulevard comercial", mas elas estão fechadas. Segundo a Secretaria de Habitação, não há prazo para a derrubada dos muros que isolam os edifícios das lojas e o complexo como um todo, por questões da segurança no entorno.

"Há uma sequência de ações entre várias secretarias, coordenadas entre Município e Estado, e a nossa busca é por trazer o mais rápido possível a Escola de Música, a creche e outras construções", afirma o secretário Flavio Amary. "As PPPs farão 3 mil apartamentos no centro, e essa é a solução. Quando a gente leva moradia, lojas, escola de música e creche, há melhora na região, no convívio e no conceito urbanístico."

Desde maio do ano passado, foram entregues 1.131 unidades habitacionais da PPP do Centro, sendo 914 delas no complexo. Ao fim do processo, contabilizando toda a PPP do Centro, o governo prevê entregar um total de 3.683 moradias, sendo 2.260 habitações de interesse popular (HIS) e 1.423 habitações de mercado popular. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma ação da Guarda Civil Metropolitana (GCM) na chamada Cracolândia deixou ao menos três feridos após um tiroteio, segundo o Batalhão de Ações Especiais Policiais (BAEP) da Polícia Militar. Entre os três baleados está uma mulher, que foi atingida após troca de tiros entre a GCM e um suspeito que estava armado no local, de acordo com o 77º DP, de Santa Cecília.

Segundo o major Robinson Castropil, comandante do BAEP, o tumulto teve início por volta das 13h após uma apreensão de drogas feita pela GCM. A ação fez, segundo o oficial da PM, que pessoas que estavam no fluxo da Cracolândia começassem a brigar. Usuários de drogas na região teriam jogado pedras em direção à GCM.

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"Nessa briga, tiros foram disparados dentro do fluxo", disse Castropil. O major não soube precisar quem fez o socorro às vítimas, mas afirmou que, com os disparos, o fluxo se dispersou em uma grande correria. Segundo a Polícia Civil, um suspeito teria disparado contra agentes municipais e conseguido fugir, logo em seguida.

"Usuários de crack se dirigiram às avenidas Rio Branco e Duque de Caxias. Parte foi para a Praça Júlio Prestes. "Eles pularam o muro e entraram no nosso prédio", disse uma auxiliar de limpeza que trabalha nos condomínios residenciais do governo do Estado, recém instalados ali. Ela não quis se identificar.

Ainda segundo Castropil, inicialmente a GCM e policiais do 13º Batalhao da PM, unidade que atende a Cracolândia, tentaram evitar a correria, mas precisaram do reforço do BAEP. "Fizemos um trabalho de agrupar as pessoas na praça (Júlio Prestes) para fazer a limpeza e revistas. Agora as coisas se acalmaram", disse o PM, por volta das 17h30.

A mulher atingia teria sido encaminhada à Santa Casa de Misericórdia. A polícia não soube informar se a vítima foi atingida por tiros da GCM ou do suspeito, que conseguiu fugir. Não há informações sobre a idade da vítima nem seu estado de saúde. Guardas da GCM levaram cápsulas de calibre .380 ao 77º DP, que seriam do suspeito armado.

Em apoio à ação da Prefeitura, a PM fez um cerco aos dependentes químicos na região da Luz e fechou o acesso à rua Helvétia, causando transtorno no trânsito da região. Apesar da ação policial, usuários se espalharam pelo entorno da Praça Princesa Isabel usando crack.

Contatada, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana informou que ainda estava apurando as informações sobre o episódio.

Limpeza

Há dez dias, outra ação semelhante já havia resultado em troca de tiros, correria e depredação no mesmo local. Guardas municipais foram alvo de tiros de ao menos dois suspeitos na terça-feira passada, 30 de abril, em outra operação de limpeza.

Na ocasião, a PM também cercou os quarteirões ao redor da Helvetia e jogou bombas de efeito moral e gás. Houve correria, depredação e fechamento do comércio no entorno. Vários moradores de rua foram pisoteados.

A Polícia Civil de São Paulo realiza na manhã desta sexta-feira (23) uma operação na região da Cracolândia, no centro de São Paulo. Objetivo dos agentes é apreender drogas e armas em casas que abrigam usuários de drogas.

A operação é coordenada pelo Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) e conta com o apoio da Polícia MIlitar e da Guarda Civil Metropolitana (GCM).

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Combater o tráfico de drogas e criar políticas públicas são as principais ações que devem ser adotadas pela Prefeitura São Paulo para resolver a situação da Cracolândia, segundo a pesquisa realizada pelo Ibope em parceria com a Rede Nossa SP.

A Cracolândia está localizada no bairro da Luz, no centro da capital, e é conhecida pela grande concentração de usuários de crack. No local já houveram diversos conflitos envolvendo a polícia paulista.

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O levantamento ouviu 800 pessoas entre os dias 5 e 22 de abril. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Para 59% dos entrevistados, o governo municipal deve priorizar o combate ao tráfico de drogas no local. A criação de políticas públicas em áreas como saúde, segurança, educação e trabalho é vista como solução para 53%.

A construção de unidades de saúde especializadas para atender exclusivamente aos usuários de drogas é citada por 43% das pessoas. Para 33%, o ideal é incentivar a criação de projetos sociais de apoio aos usuários de drogas. Já 27% afirmam que a prefeitura deve se unir ao governo do estado e intensificar a ação da polícia; para outros 27% é preciso cuidar das famílias que residem na área e que convivem com o tráfico e  usuários de drogas.

Enquanto a instalação de empresas, comércios e centros culturais é apontada como importante para 23%; outros 23% acreditam que é necessário obter ajuda das Forças Armadas para combater o tráfico e o consumo de drogas no local.

Em relação ao acesso à educação integral e ao primeiro emprego, 77% concordam que políticas de estímulo ao primeiro emprego garantem mais oportunidades para os jovens; 68% concordam que ampliar a oferta do ensino em tempo integral afasta crianças e adolescentes de situações de vulnerabilidade social.

Medidas socioeducativas são apontadas por 47% como a melhor alternativa para as crianças e adolescentes que desrespeitaram as leis; 35% concordam que a “palmada” contribui para educação e formação das crianças e adolescentes; 43% discordam que crianças sejam responsáveis por tarefas domésticas; e 63% discordam que trabalhar é mais importante para a formação das crianças do que o estudo.

Relatores da Organização das Nações Unidas (ONU) denunciaram as políticas de combate às drogas na região da Cracolândia, em São Paulo, e alertam que a estratégia é "discriminatória, já que de fato vai contra aqueles que vivem em situação de pobreza e exclusão social".

O documento foi enviado ao governo brasileiro em 28 de agosto de 2017 e dava 60 dias para que uma resposta fosse apresentada. Mas nenhuma comunicação foi transmitida pelo governo aos representantes da ONU. Nesta quarta-feira (21) a entidade colocou a carta enviada ao governo em seu site, para dar visibilidade.

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Pelas regras da ONU, é o Brasil quem faz parte da instituição, e não governos locais ou estaduais. Portanto, cabe ao governo federal se posicionar. Tradicionalmente, o governo federal encaminha a queixa para a cidade ou o Estado implicado, na esperança de obter uma resposta.

Numa das queixas, os relatores da ONU criticavam as ações adotadas em São Paulo pelo prefeito João Doria (PSDB) em relação à Cracolândia. A operação foi realizada pela Prefeitura e pelo governo estadual, que responde pelas polícias. Ainda que seja uma política local, a ONU considera que o interlocutor oficial é o Itamaraty.

A carta confidencial foi preparada pelos relatores da ONU para Direito à Saúde, Dainius Puras, para Moradia, Leilani Farha, e para o Combate à Pobreza Extrema, Philip Alston. No texto, eles citam operações realizadas no início do ano passado e apontam "múltiplas violações cometidas durante e depois da intervenção contra residências do bairro conhecido como Cracolândia".

"O novo prefeito anunciou que ela (Cracolândia) seria eliminada até o fim de seu mandato", destaca a carta. Os relatores dizem que, apesar das promessas de programas sociais, uma nova operação aconteceu em maio na mesma região. "A polícia prendeu a todos que resistiram", escreveram os relatores, que apontam "uso desproporcional da força". "Nos dias seguintes à intervenção da polícia, centenas de pessoas, incluindo crianças e idosos, foram deixados desabrigados, sem acesso a serviços essenciais. Nenhuma acomodação alternativa foi oferecida", afirma o texto.

Numa lista de diversos pedidos, a carta solicita que o governo preste esclarecimentos sobre os resultados de sua política e pede para saber se houve alguma investigação realizada sobre o uso da força contra a população. De acordo a ONU, nenhuma resposta foi dada por enquanto pelo Brasil.

Documentos obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo revelam que, entre agosto de 2017 e janeiro de 2018, os relatores das Nações Unidas enviaram cinco cartas sigilosas ao governo sobre diferentes problemas de direitos humanos. Nenhuma delas foi sequer respondida.

Prefeitura diz que criou "maior rede de atendimento para dependentes no País"

Procurada, a Prefeitura de São Paulo afirma que recebeu os questionamentos feitos pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos no dia 13 de setembro e respondeu ao governo federal duas vezes, em 11 e 31 de outubro, esta última vez com informações complementares das Secretarias de Habitação, Urbanismo e Licenciamento e Prefeitura Regional da Sé.

"Cabe destacar que o documento, aparentemente baseado apenas em relatos feitos pela imprensa, denota desconhecimento da realidade dos dependentes químicos que se concentram na região da Luz. Um exemplo desse desconhecimento é a afirmação de que a administração municipal na região retirou usuários de drogas de suas residências. Como é sabido, infelizmente, cerca de 1.800 pessoas viviam naquela região dormindo na rua. Hoje, os cerca de 400 dependentes químicos que ainda permanecem na região têm acesso a alimentação, banheiro e camas para pernoite", diz a Prefeitura, por meio de nota.

"Ressalta-se também que o documento ignora que as ações da Prefeitura de São Paulo na região têm sido acompanhadas pelos órgãos de controle, notadamente o Ministério Público, com o qual acaba de ser celebrado um acordo (termo de ajustamento de conduta). Ignora ainda os desenvolvimentos havidos desde maio do ano passado." A Prefeitura defende sua estratégia, dizendo que "criou a maior rede de atendimento social e de saúde para usuários de álcool e drogas do País".

A reportagem procurou o Itamaraty para entender por que a resposta de São Paulo não foi encaminhada, mas não obteve resposta. Também acionou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, por causa das observações sobre violência policial, mas não houve resposta.

A Defensoria Pública de São Paulo realizou uma audiência pública para ouvir relatos de pessoas em situação de rua, moradores e frequentadores da região da Cracolândia, no centro da cidade. Segundo nota da própria Defensoria, há queixas de violência e abusos cometidos por policiais contra as pessoas do local. A intenção do órgão é abrir um procedimento administrativo e caso haja indícios suficientes, mover uma ação civil pública para apurar as denúncias.

Com base nos depoimentos obtidos até agora os organizadores da reunião disseram que também podem ser abertos processos pedindo reparação por danos morais e físicos causados. Além de moradores e frequentadores, também foram ouvidos assistentes sociais, psicólogos, médicos e outros profissionais que trabalham no apoio a essas pessoas. Os depoimentos colhidos serão encaminhados ao Ministério Público de São Paulo para que sejam analisadas as medidas judiciais a serem tomadas.

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Há cerca de um ano a atual gestão começou a remover as pessoas da Cracolândia compulsoriamente, após pedido do prefeito João Doria para que se criasse legislação específica para que as pessoas fossem submetidas a tratamento compulsório. Em maio de 2017, a Justiça suspendeu o decreto que permitia esse tipo de ação. Porém, de acordo com a Defensoria, as denúncias de violência continuaram.

Desafio da área da saúde, a Cracolândia foi alvo de inúmeras polêmicas no primeiro ano da gestão Doria. Após operação policial na área, em maio, o prefeito chegou a dizer que a Cracolândia havia acabado. Dias depois, anunciou a tentativa de buscar autorização judicial para fazer internações à força, o que acabou barrado. A Prefeitura de São Paulo optou, então, por fazer só internações voluntárias.

Hoje, segundo a Prefeitura, o chamado fluxo - concentração de usuários de droga - foi reduzido drasticamente, de 1.861 pessoas em abril para 414 em outubro. Moradores e comerciantes da área têm opiniões distintas sobre a operação. "O fluxo reduziu mesmo, não tem mais barracas e a feira livre de droga. Antes não dava nem para andar na rua", diz o comerciante José Martins, de 55 anos.

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Dona de uma pensão na Alameda Dino Bueno, Maria das Graças Bernardino, de 54 anos, tem percepção diferente. "Eles tiraram a Cracolândia da nossa porta para botar do nosso lado. A região continua degradada e ninguém quer frequentar. Minha pensão vive vazia."

Para Doria, como endereço, a Cracolândia acabou. "Ali (ao redor da Praça Júlio Prestes) ainda tem o consumo e tem o tráfico. Mas não tem uma área de domínio de facção criminosa como existia", disse ele.

Em busca de ajuda

Quanto ao atendimento dos dependentes químicos, a gestão municipal diz que tem crescido o número de usuários que buscam tratamento. Em maio, no início do programa Redenção, eram 18 pacientes por dia. Hoje, são 27, segundo dados oficiais.

Entre os que optam pela internação para desintoxicação, porém, só metade termina o tratamento de quatro semanas. Como as internações são todas voluntárias, o paciente pode sair quando quiser. Desde maio, 2.673 dependentes já foram internados pelo programa.

Coordenador do Redenção, o psiquiatra Arthur Guerra disse que o índice de cumprimento do tratamento já vem aumentando. "Em julho, 30% completavam o tratamento. Hoje o índice já é de 52% porque melhoramos as abordagens e as indicações de quem precisa ser internado, mas precisamos aprimorar ainda mais esses processos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Duas tendas de atendimento a usuários de drogas foram fechadas nas últimas semanas pelo Estado e a Prefeitura de São Paulo na região da Cracolândia, em Campos Elísios, no centro da capital. Parte dos programas Redenção (municipal) e Recomeço (estadual), os espaços ofereciam serviços como pernoite, higiene e atendimento psicossocial. Mais de cinco meses após megaoperação policial na área, centenas de dependentes químicos ainda se concentram no entorno do antigo "fluxo".

À reportagem, voluntários de uma ONG afirmaram que os usuários ficaram mais agressivos e em maior número após o fechamento das unidades. Já um rapaz de 28 anos disse à reportagem estar dormindo na calçada há três dias por não conseguir mais vagas para pernoitar nas imediações.

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Poder público

De acordo com o prefeito João Doria (PSDB), o espaço Atende 2 será reaberto no dia 18 na Rua Helvétia, a cerca de 500 metros do local original, na Alameda Cleveland. Ele alegou ontem que a mudança ocorreu porque o terreno anterior integra a área de uma Parceria Público-Privada (PPP) de Habitação.

Já o Governo do Estado, por nota, afirmou que sua tenda na Rua Helvétia era temporária e teve seus serviços transferidos para outras unidades. Um dos motivos apontados é a queda no total de triagens, que foi de 953, em maio, para 642, em setembro. No mesmo período, a Unidade Recomeço, na mesma via, teve um aumento nos acolhimentos, de 2.960 para 3.487. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) coletou dados sobre as instituições psiquiátricas que mantém convenio com a prefeitura para o atendimento de pessoas que são retiradas da Cracolândia e declarou que há irregularidades nos procedimentos. Entre os problemas apontados estão a falta de alvará de funcionamento das clínicas e armazenamento inadequado de medicamentos destinados ao tratamento dos pacientes.

Além disso, o grupo designado pelo Cremesp para averiguar os locais constatou a falta de equipamentos adequados, prescrições vencidas e pacientes sem a devida identificação. “O problema dos usuários da Cracolândia deve ser tratado, pela Prefeitura de São Paulo, de maneira (...) que eles não retornem a vulnerabilidade social que os levou à Cracolândia”, explica o coordenador do departamento jurídico do Cremesp, Mauro Aranha.

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O profissional também abordou a questão do retorno do paciente às ruas, sem amparo social e distante da família, como um dos problemas a serem enfrentados pelas autoridades na recuperação dessas pessoas. O Cremesp pretende agora, junto com o Ministério Público e outras entidades da área da saúde, encaminhar os dados à gestão municipal, com uma série de recomendações para aperfeiçoar o atendimento.

A Polícia Militar usou bombas de efeito moral para dispersar usuários de drogas durante uma ação de limpeza de rua da Prefeitura na região da Cracolândia, no centro de São Paulo, na tarde desta segunda-feira, 14.

Alguns viciados reagiram atirando pedra contra os policias. Houve correria e muitos comerciantes baixaram as portas com medo de depredações. Até a noite desta segunda-feira, 14, não havia registro de detidos ou feridos.

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Segundo comerciantes da região, tumultos envolvendo dependentes químicos e policiais já viraram rotina pela manhã ou no fim da tarde, quando as equipes de limpeza da Prefeitura limpam a Alameda Cleveland, esquina com a Helvétia, novo endereço da Cracolândia.

"Todo o dia é a mesma história. Chega pessoal da limpeza, eles saem de lá e vão para a praça (Julio Prestes). Depois a polícia joga bomba para eles voltaram para o lugar deles", disse o jornaleiro Luciano Rocha, de 44 anos, que trabalha há 20 na região da Luz.

"Está muito ruim de trabalhar. Todo dia tem confusão, eles (policiais) jogam bombas e o pessoal corre para todo o lado. A gente tem que fechar tudo senão eles invadem. Não tem uma solução definitiva", disse o dono de um minimercado na Avenida Duque de Caxias que preferiu não se identificar.

Os usuários migraram para a região da Praça Julio Prestes, em frente à estação da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), no dia 22 de junho. Antes eles ficaram por um mês a cerca de 500 metros dali na Praça Princesa Isabel, após a ação da Polícia Civil realizada em maio, que prendeu traficantes e dispersou os viciados.

Segundo balanço da Prefeitura, o número de usuários de drogas no chamado fluxo da Cracolândia dobrou de 300 em julho para entre 500 e 600 neste mês. Eles ocupam a Alameda Cleveland com barracas ao lado dos equipamentos da Prefeitura e do governo do Estado voltados para atendimento de dependentes químicos.

A concentração de usuários de drogas na Cracolândia, no centro de São Paulo, praticamente dobrou no último mês. Se no início de julho a Prefeitura dizia que o "fluxo" não ultrapassava 300 dependentes químicos, os cálculos mais recentes da gestão João Doria (PSDB) apontam que, hoje, esse número varia entre 500 e 600 pessoas. A Prefeitura diz que o número é flutuante e há "um trabalho coordenado e integrado para ampliar a oferta de atendimento aos dependentes".

Hoje, o "fluxo" está instalado nas proximidades da Praça Júlio Prestes e é monitorado pela Prefeitura, que faz a contagem por fotos e com um aplicativo que calcula multidões. Os usuários estão lá desde que deixaram a Praça Princesa Isabel, onde ficaram por um mês, após a operação policial que prendeu traficantes e desmontou a "feira de drogas".

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Antes da operação, o "fluxo" era maior e ocupava a quadra da Alameda Dino Bueno, entre a Glete e a Helvétia. Segundo a Prefeitura, uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Programa das Nações Unidas (Pnud) contou 1.861 frequentadores por dia, em média, em janeiro. Mesmo na Princesa Isabel, o número chegava a 900 à noite.

Mas o novo aumento preocupa comerciantes e acontece apesar do trabalho de equipes de assistência social e de saúde, que convenceram 1.196 usuários a se internar, entre 21 de maio e 30 de julho. "Tem mais gente chegando do que saindo", afirma o vendedor Daniel Souza, de 60 anos.

Neste domingo, 6, a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo foi à região e viu que havia mais pessoas do que no dia 22 de junho, quando os usuários migraram para Júlio Prestes. Também constatou a presença de cinco barracas e a oferta de crack na rua.

Em nota, a Prefeitura diz que "é equivocado" fazer avaliação "com base em observações aleatórias ou mesmo atendo-se somente ao número flutuante de pessoas". Segundo a gestão, equipes de assistência social fizeram 111.085 abordagens de rua, enquanto profissionais de saúde já realizaram mais de 18,4 mil atendimentos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Guardas-civis metropolitanos (GCMs) foram acusados na noite desta quinta-feira, 20, de tentar impedir a distribuição de sopa quente para moradores de rua e dependentes químicos na região da Cracolândia, no centro. A denúncia foi feita pelo padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua. "Neste momento, o grupo Mensagem de Paz está oferecendo sopa quente, água e acolhida na Cracolândia e estão sendo pressionados e impedidos pela GCM. Informei ao secretário de Segurança Urbana da Prefeitura. É inaceitável", escreveu o padre, em sua conta no Facebook. O incidente aconteceu por volta das 22 horas.

O secretário de Segurança Urbana, coronel José Roberto Rodrigues, confirmou ter recebido o telefonema do padre. Ele afirmou que de imediato telefonou para o inspetor que estava responsável pela trabalho da Guarda na região, liberando a entrega da sopa para os moradores de rua. "Falei com o inspetor que estava lá para deixar distribuir. O padre me ligou dizendo que o pessoal estava lá. Existe decreto de que o alimento manipulado não poderia ser (entregue), mas como é uma igreja e o pessoal está empenhado em relação ao frio, eu falei para o inspetor: 'Libera aí a sopa'."

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Segundo Rodrigues, tudo foi resolvido. "Neste momento de imediato (noite desta quinta), estamos fazendo esforço com Defesa Civil para minorar o sofrimento das pessoas em situação de vulnerabilidade. As viaturas estão a noite inteira rondando para auxiliar essas pessoas. A gente tem de ver o lado humano das coisas. Tentamos convencer as pessoas para irem para albergues e a Defesa Civil da área está orientada a entregar cobertores."

O episódio acontece um dia após moradores de rua reclamarem de terem sido acordados com jatos de água na Sé. Nesta quinta, o prefeito João Doria (PSDB) voltou a negar. Houve, disse, quatro cobertores molhados, depois repostos. (Colaborou Juliana Diógenes)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após a crise envolvendo a Cracolândia, deflagrada em maio, a gestão do prefeito João Doria (PSDB) decidiu incluir o programa de tratamento de usuários de drogas no Plano de Metas (2017-2020). Agora, a Prefeitura promete criar em quatro anos 2 mil vagas de atendimento a dependentes químicos na capital, entre as quais 970 vagas de acolhimento em repúblicas e albergues, 500 vagas em leitos hospitalares de desintoxicação e 100 vagas em residências terapêuticas.

A versão final do plano foi entregue nesta segunda-feira (10) na Câmara Municipal de São Paulo, depois de passar por consulta popular. "A inclusão do tema reforça o compromisso da Prefeitura de São Paulo em enfrentar o problema do uso abusivo de psicoativos"diz o texto.

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"Para atingir a meta, houve a inclusão do projeto Redenção, também em função das sugestões feitas pelos munícipes", afirma a gestão Doria no texto final do Plano de Metas. Em relação ao plano apresentado pelo prefeito no fim de março, foram feitas seis alterações, sendo uma retirada, três acréscimos e duas modificações de metas.

Além das vagas para usuários de drogas, Doria incluiu no plano a meta de reduzir em 15% (156.649 toneladas) a emissão de CO², em 50% (37 toneladas) a emissão de material particulado, e em 40% (1.999 toneladas) a emissão de NOx pela frota de ônibus municipais até 2020 e a de melhorar a classificação de São Paulo no Mapa de Insegurança Alimentar de Média para Baixa.

Consulta

Durante o período de consulta pública, a Prefeitura recebeu 23.953 sugestões, maior participação popular desde que a elaboração de um programa de metas tornou-se obrigatória, em 2008. A meta retirada foi a que previa a mobilização de 5 mil voluntários na cidade. Além das alterações em metas, projetos e linhas de ação, a gestão Doria incluiu novos elementos no plano, como a regionalização das propostas e orçamento de cada projeto. A falta de metas por região da cidade era uma das críticas das entidades que monitoram a gestão pública, como a Rede Nossa São Paulo.

Com a regionalização das metas, será possível cobrar, por exemplo, a quantidade prevista de vagas em creches em cada uma das prefeituras regionais de São Paulo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Guarda Civil Metropolitana (GCM) mudou a rotina das equipes de limpeza do centro da cidade, responsáveis pela área próxima à estação Júlio Prestes. Segundo o inspetor da GCM responsável pela coordenação das ações, César Filho, a alteração se deu por conta do aumento no número de dependentes que estão se concentrando na Alameda Cleveland. “Essa rua estava ficando inviável, não cabia mais", disse o agente ao portal G1.

De acordo com informações da GCM, a quantidade de usuários de drogas no local aumentou de 250 pessoas, que ficavam na Praça Princesa Isabel, para quase 700. “Se a gente não tomar conta agora, vai aumentar e ficar impossível de resolver sem haver conflito", disse César Filho. Mesmo com a ação, dependentes químicos reclamaram da retirada de pertences e alguns confrontos aconteceram.

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Segundo policiais que participaram da abordagem, foram encontradas armas brancas e uma pistola falsa. Além disso, um estilingue, empregado nas tentativas de abater os drones usados pela polícia, e grande quantia em dinheiro foi apreendida. Duas pessoas foram detidas e a grande quantidade de crianças no local surpreendeu as autoridades. "A gente vai oficializar o Conselho Tutelar para estar acionando, porque a gente identificou hoje que tem vários menores", disse o policial militar responsável pela região, Eduardo Lima.

Uma orientadora socioeducativa que atua na região da Cracolândia, região central de São Paulo, foi presa durante uma ação policial na tarde de quarta (21). De acordo com testemunhas, a funcionária estava trabalhando com algumas pessoas quando os policiais chegaram e abordaram duas menores. A orientadora pediu para acompanhar os procedimentos dos policiais, que a advertiram que ela não poderia. Diante da insistência, ela foi levada para a delegacia.

A prefeitura declarou em nota que vai averiguar o caso e, por enquanto, não vai se posicionar. A Secretaria de Segurança Pública disse em seu comunicado que “os policiais abordaram duas mulheres em atitude suspeita na Praça Princesa Isabel e pediram para verificar casacos e bolsas. Não houve revista pessoal e, como não foi encontrado nada de ilícito, elas foram liberadas. Uma mulher tentou impedir a ação dos policiais e passou a insultá-los, dizendo que tinham cometido abuso”.

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Desde que as ações do governo para acabar com o tráfico de drogas começaram, os dependentes químicos que viviam na região começaram a “migrar” para vários pontos do centro da cidade. A Praça Princesa Isabel, no bairro dos Campos Elíseos, fica a cerca de 500 metros da antiga Cracolândia e é para onde a maioria dos usuários foi após as desapropriações.

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