Tópicos | intelectual

Nesta segunda-feira (21) inicia a campanha da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla. Ela é caracterizada pelo funcionamento cognitivo que não corresponde à média esperada, ou seja, abaixo do que é considerado normal. Por isso, algumas pessoas confundem em identificar essa deficiência e optam por englobar essa forma como um xingamento às outras. O objetivo da data é promover a garantia da inclusão, conscientização e oportunidades sobre os direitos por essas pessoas. 

A dúvida de pais ou responsáveis, se deve aos campos que podem ser direta ou indiretamente afetados pelo desempenho cerebral da criança, por exemplo. Para alcançar o objeto da data por completo, é necessário entender que a igualdade é um processo contínuo e uma das formas de estimular esse processo é a explicação e colaboração do assunto na educação familiar e escolar, seja dos pais, responsáveis ou até mesmo os professores. 

##RECOMENDA##

A equipe médica não trabalha com apenas uma linha de pesquisa objetiva para o resultado final da deficiência, ela deriva de um aspecto multifatorial. “Uma criança que tem o resultado positivo para a deficiência intelectual e múltipla, pode apresentar por vários motivos variados o desempenho inalcançado considerado dentro do normal. Cada especialista segue uma linha para a resposta”, ressalta a médica em clínico geral, Dra. Karla Nogueira. 

Os sinais para essa deficiência são: pouca interação com os colegas e com a professora; dificuldade em se adaptar aos mais variados ambientes; falta de interesse pelas atividades dadas em sala de aula; esquecer o que havia aprendido; dificuldade para identificar letras, desenvolver a fala de maneira satisfatória; dificuldade em coordenação motora e outros sinais. E o diagnóstico deve vir de um profissional da área, mas o tratamento pode ser realizado por meio de uma equipe multidisciplinar. 

 

Um intelectual maoísta foi detido na China por "alteração da ordem pública", uma medida contestada por centenas de simpatizantes que enviaram uma petição aos sucessores do "Grande Timoneiro".

Zhang Yunfan, um jovem graduado na prestigiada Universidade de Pequim, foi detido no mês passado enquanto participava de um debate sobre a atitude das autoridades com os discursos "esquerdistas" na Universidade de Cantão (sul), segundo informaram os autores da petição.

Yunfan, que não foi julgado, foi colocado na prisão por seis meses por "organização de reuniões de natureza que alteram a ordem pública", segundo o texto, que nesta quarta-feira (27) já havia sido assinado por mais de 350 pessoas, principalmente universitários, estudantes e jornalistas.

Questionada pela AFP, a Polícia de Cantão - a quem é dirigida a petição - respondeu que não estava autorizada a falar sobre este caso.

A figura de Mao Tsé-Tung, fundador em 1949 da República Popular da China, continua sendo intocável no país, apesar dos milhões de mortos que são atribuídos a ele durante o seu mandato, que terminou com o seu falecimento em 1976.

Mas alguns militantes de esquerda relembram o falecido presidente para criticar seus sucessores por terem abandonado o sonho do igualitarismo comunista, em um país onde as diferenças de riqueza são consideráveis.

Normalmente esses ativistas têm mais margem de manobra para expressar suas opiniões do que os dissidentes "de direita", que reivindicam democracia e o respeito aos direitos humanos, e costumam ser condenados a penas de prisão por "subversão".

Grande intelectual italiano, o escritor Umberto Eco, que morreu na noite de sexta-feira aos 84 anos, era um estudioso, linguista e filósofo, que alcançou a fama em todo o mundo com um romance medieval e erudito, "O nome a rosa".

Filósofo de formação, ficou famoso tarde, quando estava próximo de completar cinquenta anos, tendo conseguido um enorme feito com seu primeiro romance, publicado em 1980. "O nome da Rosa" vendeu milhões de cópias e foi traduzido para 43 idiomas.

##RECOMENDA##

O livro foi adaptado para o cinema, em 1986, pelo francês Jean-Jacques Annaud, com Sean Connery no papel do monge franciscano Guillaume de Baskerville, o ex-inquisidor encarregado de investigar a morte suspeita de uma freira em uma abadia do norte da Itália.

Salpicado com latin, o suspense deste renomado semiólogo foi ainda alvo de edições piratas, incluindo uma em árabe sob o título de "Sexo no convento".

Outra consequência, significativa para a mercado editorial italiano, "O nome da rosa reviveu o romance na Itália e a literatura italiana no exterior. Os escritores italianos voltaram a ser traduzidos", ressalta o escritor e crítico italiano Alain Elkann.

Eco, neto de um editor da pequena burguesia, contou que começou a escrever aos dez anos de idade histórias que ele mesmo editava.

Nascido em Alessandria, no norte da Itália, em 5 de janeiro de 1932, Umberto Eco estudou Filosofia na Universidade de Turim e dedicou sua tese ao "problema estético em Tomás de Aquino".

Este especialista em história medieval, que traduziu Nerval em italiano e que conhecia de cor Cyrano de Bergerac, também trabalhou para a rádio-televisão pública italiana RAI, uma oportunidade que lhe serviu para estudar o tratamento da cultura pela imprensa.

Poliglota, casado com uma alemã, Eco lecionou em várias universidades, especialmente em Bolonha (norte), onde ocupou a cadeira da semiótica até outubro de 2007, quando se aposentou.

Eco explicou que demorou para embarcar no gênero da ficção porque "considerava a escritura romanesca como uma brincadeira de criança que ele não levava a sério".

Homem de esquerda

Depois de "O nome da rosa", ele ofereceu aos seus leitores "O Pêndulo de Foucault" (1988), "A Ilha do Dia Anterior" (1994) e "A Misteriosa Chama da Rainha Loana" (2004). Seu mais recente romance, "Número zero", publicado em 2014, é um thriller contemporâneo centrado no mundo da imprensa.

Ele também é o autor de dezenas de ensaios sobre temas tão diversos como a estética medieval, a poética de Joyce, a memória vegetal, James Bond, a história da beleza ou da feiura.

"A beleza se situa dentro de certos limites, enquanto a feiura é infinita, de modo mais complexo, mais variado, mais divertido", explicou em uma entrevista em 2007, acrescentando que sempre "teve afeição por monstros".

Afirmando que "escrevia para se divertir", Il Professore - de olhos maliciosos e uma barba branca - também era bibliófilo e possuía mais de 30.000 títulos, incluindo edições raras.

"Eco era o primeiro da turma, muito inteligente, muito erudito. Ele encarnou a figura do intelectual europeu. Sentia-se tão a vontade em Paris ou Berlim quanto em Nova York ou no Rio de Janeiro", afirma Alain Elkann.

Militante de esquerda, Eco não foi um escritor trancado em sua torre de marfim, sua abertura não o impediu de ter um olhar crítico para com a evolução da sociedade moderna.

Após a vitória eleitoral de Silvio Berlusconi em 2008, dedicou um artigo ao retorno do espírito dos anos 40, lamentando "ouvir discursos semelhantes aos da 'defesa da raça', que não só atacava os judeus, mas também ciganos, marroquinos e estrangeiros em geral".

Sua última luta foi conduzida juntamente com outros escritores, incluindo Sandro Veronesi (Chaos calma), para proteger o pluralismo das editoras na Itália após a aquisição da RCS Libri pela Mondadori, propriedade da família Berlusconi.

Umberto Eco e outros grandes nomes da literatura italiana decidiram então se juntar a uma editora nova e independente batizada "La nave di Teseo" (o navio de Teseo, o mítico rei de Atenas), liderada por Elisabetta Sgarbi, ex-diretora da Bompiani, florão do grupo RCS, editora na Itália de Umberto Eco, mas também do francês Michel Houellebecq.

Eduardo Galeano, falecido nesta segunda-feira aos 74 anos de idade em Montevidéu, era um jornalista, cronista e escritor uruguaio, um contador de histórias que se tornou referência intelectual para a esquerda com sua obra "As Veias Abertas da América Latina".

Eduardo Hughes Galeano nasceu em 3 de setembro de 1940 em Montevidéu, tendo adotado o nome materno para assinar seus textos.

##RECOMENDA##

Ensaísta comprometido com as causas da esquerda, explorou em suas obras as profundidades e os contrastes da América Latina.

"As Veias Abertas da América Latina" é a sua obra mais emblemática, na qual denunciou, em 1971, a opressão e amargura do continente em meio às ditaduras em toda a região. Traduzido para mais de 20 idiomas, o livro tenta - de acordo com as palavras do próprio Galeano - "explorar a história para impulsionar a fazê-la".

Esse livro foi o presente dado pelo já falecido presidente da Venezuela Hugo Chávez ao presidente americano Barack Obama na Cúpula das Américas de 2009, em Trinidad Tobago, um gesto que voltou a estimular as vendas da obra.

Mas, com uma amostra de autocrítica pouco comum, Galeano comentou há um ano numa coletiva de imprensa em Brasília que "não seria capaz de lê-lo novamente. Cairia dormindo. Para mim, essa prosa da esquerda tradicional é chatíssima. Meu físico não aguenta mais. Teria que ser internado no hospital".

O escritor, cuja educação formal não passou do primeiro ano do Ensino Médio, afirmou ter aprendido a arte de contar histórias nos antigos cafés de Montevidéu, dos quais era um cliente assíduo.

"Eu tive a sorte de conhecer Scheherazade; não aprendi a arte de contar histórias nos palácios de Bagdá, minhas universidades foram os antigos cafés de Montevidéu; os contadores de histórias anônimos me ensinaram o que eu sei", disse o autor em outubro de 2009, em Madri.

"Nos cafés descobri que o passado estava presente e que a memória poderia ser contada de forma a deixar de ser ontem para tornar-se agora", acrescentou o mágico das palavras, que cativou com suas letras e sua voz.

Galeano começou sua carreira de jornalista aos 14 anos, quando publicou sua primeira caricatura no jornal El Sol, do Partido Socialista do Uruguai, sob a assinatura de "Gius", onomatopeia irônica de seu sobrenome de origem galesa.

Entre 1961 e 1964 ele foi editor da prestigiada revista Marcha, dirigida por Carlos Quijano e que era reduto de intelectuais latino-americanos, para qual também escrevia Mario Benedetti. Em seguida, foi diretor do jornal independente de esquerda Época (1964-1966).

O romance "Los días seguientes" (1963) e o livro de contos "Los fantasmas de los días del león y otros relatos" (1967) revelaram a sua veia literária entre cenários de Montevidéu, conflitos existenciais e atmosferas sutis.

"Vagamundo" (1973) e "La canción de nosotros" (1975, que lhe rendeu o prêmio Casa das Américas) confirmaram suas habilidades como narrador, misturando uma história social com mitos e lendas, ficção e testemunhos.

Com a instauração da ditadura em 1973 no Uruguai, que durou 12 anos, Galeano, vinculado a correntes marxistas, exilou-se na Argentina, onde fundou e dirigiu a revista literária Crisis.

Dois anos mais tarde mudou-se para Espanha, Calella (norte de Barcelona), onde escreveu para publicações deste país e colaborou com meios de comunicação na Alemanha e no México.

Na espetacular trilogia "Memória do fogo" (I - Os nascimentos, 1982, II - As caras e as máscaras, 1984, e III - O século do vento, 1986), Galeano revive o passado indigenista latino-americano, onde a história passada e o presente se entrelaçam, em relatos breves de uma potência sem par.

Com o retorno à democracia em 1985, Galeano regressou ao Uruguai, onde residiu desde então e manteve uma prolífica produção.

Em 1989 editou "O livro dos abraços", que o próprio autor definiu como "um livro sobre os vínculos com os demais".

Seguiram coleções de crônicas e artigos, e até mesmo um livro sobre o futebol, esporte que era fanático: "O Futebol ao Sol e à Sombra" (1995).

Fiel a sua política, continuou a publicar histórias de povos indígenas, da luta pelos recursos naturais e questionamentos sobre a guerra no Iraque, os Estados Unidos, os grandes bancos ou multinacionais internacionais.

Ganhou o Prêmio Casa das Americas duas vezes (em 1975 e 1978) e sua trilogia "Memória do fogo" recebeu o American Book Award de 1989, uma distinção atribuída pela Universidade de Washington.

Em 2010, recebeu o prêmio sueco Stig-Dagerman por "sua escrita que apoia inabalavelmente todos aqueles que são marginalizados e condenados".

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando