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Maior dupla da história do tênis, detentores de diversos recordes na modalidade, os irmãos gêmeos americanos Bob e Mike Bryan colocaram um ponto final em suas respectivas carreiras na noite de quarta-feira. Em entrevista ao jornal americano The New York Times, os dois, que têm 42 anos, revelaram a aposentadoria imediata e nem disputarão o US Open, Grand Slam em Nova York que começará nesta segunda.

"Nós dois sentimos nas entranhas que é o momento certo", disse Mike Bryan, o mais velho dos gêmeos, com diferença de apenas dois minutos. "Nessa idade dá muito trabalho sair e competir. Ainda adoramos jogar, mas não adoramos deixar nossos corpos prontos para viajar. A recuperação é mais difícil. Sentimos que fomos competitivos este ano, no ano passado, no ano anterior. Queremos sair agora, onde ainda temos um bom tênis".

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Ao longo de 22 anos de carreira foram 119 títulos, sendo 16 de Grand Slam. Eles ficaram por 438 semanas na liderança do ranking mundial da ATP e terminaram 10 temporadas como a melhor dupla do mundo. Além disso, conquistaram juntos a medalha de ouro para os Estados Unidos nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, na Inglaterra.

"Éramos praticamente invencíveis durante aqueles anos", disse Bob Bryan. "Quando tínhamos uma pausa no saque, sorriamos, e nenhuma negatividade entrou em nosso jogo", completou.

Entre 2012 e 2013, os irmãos Bryan tiveram uma sequência de quatro títulos de Grand Slam, somados à conquista do ouro olímpico em Londres, concluindo um "Golden Slam fora de época", já que a série de triunfos começou pela medalha, seguida pelo US Open também em 2012, o Aberto da Austrália, Roland Garros e Wimbledon, estes três no ano seguinte.

O plano inicial era encerrar a carreira no US Open deste ano, diante do público. Porém, com a chegada da pandemia do novo coronavírus em março, a paralisação do circuito profissional por cinco meses e a confirmação de que o Grand Slan em Nova York seria realizado sem a presença dos fãs, Bob e Mike optaram por confirmar a aposentadoria.

"Não estávamos neste último ano apenas para jogar as partidas e ganhar pontos ou ganhar dinheiro", disse Bob. "Foi para realmente agradecer a todos e sentir o clima uma última vez. As multidões são o que torna o US Open mágico em nossas mentes. Nós realmente aplaudimos o Aberto dos Estados Unidos por ser realizado, além de todo o trabalho que eles colocaram para devolver o tênis aos fãs na TV e dar aos jogadores a oportunidade de competir novamente e ganhar dinheiro. Mas simplesmente não era certo para nós".

O último troféu erguido pela dupla foi no ATP 250 de Delray Beach, nos Estados Unidos, em fevereiro deste ano, antes da pandemia da covid-19 ser decretada.

"Dedicamos mais de 20 anos ao circuito e agora estamos ansiosos para o próximo capítulo de nossas vidas. Dito isso, nos sentimos muito abençoados por termos sido capazes de jogar duplas por tanto tempo, gratos pelas oportunidades no início do ano de jogar e dizer adeus aos fãs. Vencer nosso evento final em Delray Beach e fechar a eliminatória da Copa Davis em Honolulu são momentos que vamos lembrar e amar para sempre", complementou Mike.

O tênis brasileiro conquistou neste sábado (6) um título inédito em Roland Garros, o segundo Grand Slam da temporada, que é disputado em quadras de saibro em Paris. O mineiro Marcelo Melo e o croata Ivan Dodig derrotaram de virada os irmãos gêmeos norte-americanos Mike e Bob Bryan por 2 sets a 1 - com parciais de 6/7 (5/7), 7/6 (7/5) e 7/5 - e levantaram a taça de campeão da chave de duplas masculinas.

Marcelo Melo é o primeiro brasileiro a conquistar o título de duplas em Roland Garros e também o primeiro do País a ser campeão do Grand Slam desde o tri de Gustavo Kuerten, em 2001 - os outros dois foram em 1997 e 2000. Além de impedir o tricampeonato dos norte-americanos, que são a dupla número 1 do ranking mundial da ATP, o tenista mineiro conquistou seu primeiro título de Grand Slam da carreira.

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Os irmãos Bryan, aliás, estavam engasgados na garganta de Marcelo Melo e dos brasileiros. Isso porque os norte-americanos ganharam do brasileiro e de Dodig na decisão de Wimbledon, em 2013, e poucos meses depois, na final do US Open, derrotaram o também mineiro Bruno Soares e o austríaco Alexander Peya.

A partida na quadra central Philippe-Chatrier, a última da programação deste sábado, teve a presença de Gustavo Kuerten na tribuna. Muito feliz com a conquista de Marcelo Melo, Guga fez questão de pegar seu celular e fazer imagens da comemoração do brasileiro com Dodig.

"É muito difícil jogar contra os Bryan, ainda mais com eles na frente do placar com set e quebra. Não há meio termo com eles, a tática era entrar agressivo, buscar as paralelas e ser sólido", disse Marcelo Melo, em entrevista ao canal BandSports já com a taça de campeão em mãos. "Eles não dão chance, mas tentamos acreditar e ir em todas as bolas. Depois que quebramos o saque do Mike, começamos a melhorar a energia. Esse break com o apoio dos brasileiros é muito importante".

A partida mostrou um equilíbrio enorme em todos os três sets. Na primeira parcial, nada de quebras e vitória dos norte-americanos no tie-break por 7/5. Na segunda, cada dupla teve um saque quebrado e a decisão foi novamente para o tie-break. Com direito até a uma jogada espetacular que arrancou aplausos de todos os torcedores, Melo e Dodig venceram por 7/5.

No terceiro set, tudo igual novamente. Isso até o 11.º game com o jogo empatado em 5 a 5. Os irmãos Bryan foram quebrados e em seu saque, Marcelo Melo fez o ponto decisivo para o título.

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