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A pré-candidata à Prefeitura de São Paulo Marina Helena (Novo-SP) publicou uma fotografia neste sábado, 20, na qual coloca o discurso do presidente da Argentina, Javier Milei, para seu bebê "escutar". A economista está grávida de um menino e registrou o momento em que Milei discursava no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.

Segurando um celular e um fone de ouvido em cima da barriga, Marina Helena registrou o momento em uma rede social. "Despertando meu leãozinho: Viva a Liberdade!", escreveu na legenda da foto.

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Milei discursou em Davos na quarta-feira, 17. O presidente argentino defendeu o capitalismo e, mais especificamente, o libertarianismo. No Fórum Econômico Mundial, disse que "o Ocidente está em perigo", diante do risco do socialismo, pois líderes mundiais "abandonaram a liberdade pelo coletivismo". Milei qualificou empresários como "heróis" e disse que "o Estado não é a solução, é o próprio problema". O presidente da Argentina, contudo, não tratou do quadro em seu próprio país.

"O capitalismo é justo e moralmente superior", defendeu, ao destacar o fato de que o mundo hoje é "mais rico e próspero que em qualquer momento da nossa história".

Marina Helena foi candidata à deputada federal pelo Novo em 2022, quando recebeu 50.073 votos em São Paulo. A economista é a primeira suplente do partido na Câmara. Ou seja, se algum parlamentar deixar a vaga na Câmara, ela será chamada para ocupar a cadeira em Brasília.

A pré-candidata também integrou a equipe de Paulo Guedes no Ministério da Economia, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No período em que esteve na pasta, Marina Helena foi diretora de Desestatização.

A economista anunciou a pré-candidatura à prefeitura de São Paulo em 30 de outubro do ano passado, em uma rede social. Na ocasião, afirmou que há "muitos problemas a resolver, como a violência" na capital paulista.

Nas eleições de 2022, Marina Helena declarou um patrimônio de R$ 8,6 milhões. A economista montou o plano de governo do Novo para as eleições municipais de 2020 - quando Filipe Sabará foi o candidato da sigla - e foi CEO do Instituto Millenium, entidade liberal fundada por Guedes. Antes da carreira política, ela trabalhou no mercado financeiro e em bancos.

Neste domingo, Javier Milei, recém-empossado presidente da Argentina, marcou presença nas eleições do Boca Juniors. No entanto, sua aparição não foi bem recebida por alguns membros do clube, que expressaram descontentamento e o vaiaram por seu apoio ao ex-presidente Mauricio Macri, vice da chapa de oposição, liderada por Andrés Ibarra, nas eleições da equipe argentina.

Milei, que assumiu o cargo de presidente há apenas uma semana, chegou ao estádio La Bombonera protegido por um casaco de chuva, devido a uma tempestade que causou estragos em todo o país e resultou na morte de 14 pessoas. Ele fez questão de cumprimentar alguns dos torcedores presentes na principal arquibancada do estádio.

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No entanto, assim que sua presença foi notada, Milei enfrentou a hostilidade de alguns críticos ao deixar a cabine de votação. Eles vaiaram e criticaram seu apoio declarado à chapa de oposição, que está em disputa com a situação, liderada pelo grande ídolo do clube, Juan Román Riquelme.

Vale destacar que Milei tem forte conexão com o futebol argentino. O novo presidente da Argentina ainda antes de ingressar na política, foi goleiro do Chacarita Juniors. O mesmo clube que teve, anos depois, o atacante Germán Cano, atualmente no Fluminense de Fernando Diniz, no elenco. Há ainda uma polêmica sobre o economista ter trocado de equipe do coração devido a uma "desavença" com um dos maiores clubes do país.

A carreira de Milei debaixo das traves foi apenas em categorias de base do Chacarita Juniors, clube da região de Chacarita, em Buenos Aires, e que joga a segunda divisão do campeonato nacional atualmente. Milei integrou um grupo de atletas adolescentes por volta dos 13 anos de idade. "Atirava-se em todas as bolas. Era um maluco debaixo das traves. Podia dar certo ou errado, mas, sinceramente, não me lembro de ter falhado ou de termos perdido um jogo por causa dele. Quando jogava, ele ia bem", contou Eduardo Perico Pérez, que integrou aquela equipe, ao Infobae, portal de notícias argentino.

A trajetória se estendeu pela década de 1980, mas não foi frutífera para o jovem oriundo de Palermo, bairro nobre da capital argentina. Entretanto, desde que passou a ter mais holofotes na política, Javier Milei teceu comentários sobre futebol, criticou Maradona e "abandonou" o Boca Juniors.

O ídolo máximo dos argentinos, morto em 2020, identificava-se com políticas progressistas e tinha até uma tatuagens de Che Guevara e de Fidel Castro. Durante a campanha presidencial que acaba de ganhar na Argentina, um post seu de 2016 foi resgatado antes do pleito. Na mensagem, o agora presidente argentino debochava de Maradona e o chamavam de "Maradroga", numa referência ao período em que o jogador usava drogas

Barrado na foto oficial do novo presidente argentino, Javier Milei, com os chefes de estados, nesse domingo (10), Jair Bolsonaro foi recebido na cerimônia de posse antes do ministro das Relações Exteriores do Brasil. Alvo de acusações de Milei durante a campanha, o presidente Lula não compareceu ao evento.

Bolsonaro tentou se infiltrar na foto oficial dos representantes sul-americanos, mas foi barrado pelo staff de Milei. O continente foi representado pelos presidentes Luis Lacalle Pou (Uruguai), Santiago Peña (Paraguai), Gabriel Boric (Chile) e Daniel Noboa (Equador). Também compareceram à posse o primeiro-ministro da Hungria Viktor Orbán, o líder do partido partido espanhol de extrema-direita Vox, Santiago Abascal e o presidente da Ucrânia Volodimir Zelenski.

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Se por um lado Bolsonaro foi barrado da foto oficial, ao menos conseguiu falar com Milei antes do brasileiro Mauro Vieira. O chanceler tentou cumprimentar o argentino no primeiro bloco de autoridades onde estavam os chefes de Chile, Ucrânia, Hungria e o ex-presidente brasileiro.

Contudo, Vieira foi dedurado pelo assessor de Bolsonaro e ex-secretário de comunicação, Fabio Wajngarten, que sinalizou à equipe do argentino sobre sua presença. O staff retirou o ministro do bloco e o reposicionou no terceiro. 

Javier Milei, um economista libertário e ultraliberal de 53 anos, alertou os argentinos que será necessário fazer um duro ajuste fiscal que envolverá sacrifícios, mas que acabará gerando frutos, ao assumir a Presidência da Argentina neste domingo (10).

"Não há dinheiro, não há alternativa ao ajuste, não há alternativa ao choque", exclamou Milei diante de milhares de pessoas que se reuniram para ouvi-lo na praça em frente ao Congresso. "No curto prazo a situação vai piorar, mas depois veremos os frutos dos nossos esforços", acrescentou.

Alheio à política tradicional, à qual se refere depreciativamente como "a casta", Milei optou por fazer seu discurso fora do recinto do Parlamento, perante uma multidão de apoiadores e convidados. Entre eles estavam vários presidentes, como o chileno Gabriel Boric, o paraguaio Santiano Peña, o ucraniano Volodimir Zelensky e o húngaro Viktor Orban, além do rei da Espanha, Felipe VI. O presidente Lula não compareceu à posse.

Na cerimônia, seguiu o protocolo e jurou "por Deus e pelo país sobre esses santos evangelhos". Em seguida, recebeu a faixa e o bastão das mãos do presidente cessante, Alberto Fernández. A seu lado, a vice-presidente, Victoria Villarruel, fez o mesmo juramento.

"Hoje é uma festa que todos merecemos, temos que deixar a corrupção para trás, isso acabou. Acho que a partir de agora vamos evoluir. Não acredito que haja um governo pior do que o anterior, então se esse funcionar 50% já é suficiente. Darei o tempo que for necessário", disse à AFP Fabián Armilla, funcionário judicial de 60 anos.

- "Façamos a Argentina grande" -

Ao final do discurso, Milei subiu em um conversível preto junto com a irmã, Karina, para percorrer os dois quilômetros que separam o Congresso da Casa Rosada, sede da Presidência, onde fará a posse de seus ministros.

Ele fez alguns trechos a pé e às vezes parava para cumprimentar as pessoas e também para acariciar um cachorro.

Depois, o presidente apareceu na sacada da Casa Rosada para saudar os presentes na Praça de Maio. "Olá a todos, sou o leão", exclamou exultante, antes de emendar com seu lema característico: "Viva a liberdade, caralho!"

"Hoje, nós, argentinos de bem, decretamos o fim da noite comunista e o renascer de uma Argentina próspera e liberal", afirmou.

"Fiquemos de pé e façamos a Argentina grande novamente", conclamou, em mais um de seus slogans habituais.

- Obrigado a conciliar -

Terceira economia da América Latina, a Argentina registra uma inflação anualizada superior a 140% e uma taxa de pobreza de mais de 40%. Para enfrentar esta crise, Milei propõe medidas drásticas para cortar gastos públicos, reduzir o Estado e liberalizar um país habituado durante anos a subsídios e déficits fiscais.

"Hoje começa uma nova era na Argentina, uma era de paz e prosperidade, uma era de crescimento e desenvolvimento, uma era de liberdade e progresso", disse Milei em seu discurso. "Nenhum governo recebeu uma herança pior do que a que estamos recebendo", acrescentou.

Milei afirmou que o ajuste fiscal será equivalente a 5% do Produto Interno Bruto. O número de ministérios também diminuirá, de 18 para apenas nove.

"Acho que vai ser difícil nos primeiros anos, ele já espera devido à situação do país, mas tenho muita fé", comentou Federica Diggiano, uma estudante de 20 anos, em frente ao Parlamento.

A Liberdade Avança, o partido de extrema direita de Milei, é apenas a terceira minoria no Congresso, o que o obriga a conciliar muitas das suas reformas com outras forças políticas.

"Há uma tentativa de expandir a coalizão e ampliar um pouco mais o apoio legislativo do governo. Mas tudo isso tem um preço. Se negociar, não será tão anticasta", disse à AFP o cientista político Diego Reynoso.

- 'Prova de fogo' -

O presidente tem, no entanto, a liberdade de decidir sobre a desvalorização do peso e algumas medidas de redução de gastos. A dolarização e o fechamento do banco central, temas-chave da sua campanha, estão em suspenso enquanto são esperados os primeiros resultados do seu plano econômico.

"A primeira prova de fogo decisiva para o presidente será decidir se ele vai realmente interromper a emissão [de dinheiro] ou se adota uma postura mais pragmática e deixa para depois o objetivo da não emissão", disse o economista Víctor Beker, da Universidade de Belgrano.

Depois de admitir que os primeiros dias de seu governo serão difíceis, Milei garantiu que manterá a assistência social aos mais necessitados.

"Haverá estagflação, isso é certo, mas também não é algo diferente do que aconteceu nos últimos 12 anos. Haverá luz no fim do túnel", disse Milei.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), esteve presente, neste domingo (10), na cerimônia de posse do atual presidente da Argentina, Javier Milei, em Buenos Aires. O gestor estadual estava acompanhado do ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), que já havia demonstrado apoio ao atual presidente argentino desde a época de campanha eleitoral. 

“Novos ventos vão soprar para Argentina. Ventos de liberdade, esperança e prosperidade”, disse Freitas na publicação, em seu perfil oficial no Instagram. 

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Javier Milei, economista libertário e ultraliberal de 53 anos, assumiu neste domingo (10) a Presidência da Argentina, determinado a realizar um tratamento de choque para retirar o país da sua agonizante crise econômica, embora precise do apoio da oposição.

Alheio à política tradicional, à qual se refere depreciativamente como "a casta", Milei foi empossado perante o Parlamento, entre aplausos e gritos de "liberdade, liberdade!".

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"Juro por Deus e pelo país sobre esses santos evangelhos", proclamou Milei, seguindo o protocolo usual. Em seguida, recebeu a faixa e o bastão das mãos do presidente cessante, Alberto Fernández.

Ao seu lado, a vice-presidente, Victoria Villarruel, prestou o mesmo juramento.

Em frente ao Congresso, milhares de pessoas se reuniram para celebrar sua posse. Vestidos com camisas da seleção de futebol e portando bandeiras argentinas, os apoiadores de Milei aguardavam seu discurso na praça.

"Hoje começa uma nova era na Argentina, uma era de paz e prosperidade, uma era de crescimento e desenvolvimento, uma era de liberdade e progresso", disse Milei a seus apoiadores. "Nenhum governo recebeu uma herança pior do que a que estamos recebendo", acrescentou.

Vários líderes latino-americanos comparecem à posse de Milei, como o chileno Gabriel Boric e o paraguaio Santiago Peña; e europeus, entre eles o ucraniano Volodimir Zelensky e o húngaro Viktor Orban, além do rei da Espanha, Felipe VI.

"Hoje é uma festa que todos merecemos, temos que deixar a corrupção para trás, isso acabou. Acho que a partir de agora vamos evoluir. Não acredito que haja um governo pior do que o anterior, então se esse funcionar 50% já é suficiente. Darei o tempo que for necessário", disse à AFP Fabián Armilla, funcionário judicial de 60 anos.

- Obrigado a conciliar -

Terceira economia da América Latina, a Argentina registra uma inflação anualizada superior a 140% e uma taxa de pobreza superior a 40%. Para enfrentar esta crise, Milei propôs medidas drásticas para cortar gastos públicos, reduzir o Estado e liberalizar em um país habituado durante anos a subsídios e déficits fiscais.

"Acho que vai ser difícil nos primeiros anos, ele já espera devido à situação do país, mas tenho muita fé", comentou Federica Diggiano, uma estudante de 20 anos que o aguardou em frente ao Parlamento.

A Liberdade Avança, o partido de extrema direita de Milei, é apenas a terceira minoria no Congresso, o que o obriga a conciliar muitas das suas reformas com outras forças políticas.

"Há uma tentativa de expandir a coalizão e ampliar um pouco mais o apoio legislativo do governo. Mas tudo isso tem um preço. Se negociar, não será tão anticasta", disse à AFP o cientista político Diego Reynoso.

- 'Prova de fogo' -

O presidente terá, no entanto, a liberdade de decidir sobre a desvalorização do peso e algumas medidas de redução de gastos. A dolarização, tema central da sua campanha, foi suspensa enquanto se aguardam os primeiros resultados do seu plano econômico.

"A primeira prova de fogo decisiva para o presidente será decidir se ele vai realmente interromper a emissão [de dinheiro] ou se adota uma postura mais pragmática e deixa para depois o objetivo da não emissão", disse à AFP o economista Víctor Beker, da Universidade de Belgrano.

"Teríamos uma situação de aumento dos preços, sem dinheiro no bolso das pessoas. Haverá um choque entre as promessas e a realidade. Veremos qual será o resultado", acrescentou.

De um total de 18 ministérios do governo de Alberto Fernández, o de Milei sairá apenas com metade.

Depois de alertar que provavelmente haverá estagflação nos primeiros dias de seu governo, Milei garantiu que manterá a assistência social aos mais necessitados.

Mas assim como há entusiasmo entre os seus apoiadores, outros estão preocupados com o que está por vir.

"Acho que a inflação continuará, talvez pior do que antes. Não vejo nada de bom no futuro", disse Martina Soto, uma mulher de 66 anos, perto do Congresso.

O motorista de aplicativo Ernesto Damian, de 29 anos, votou em Javier Milei nos dois turnos das eleições presidenciais porque quer uma mudança de rumo para a Argentina. No entanto, agora que seu candidato se tornou presidente, ele tem dúvidas sobre o que de fato o libertário conseguirá fazer. Damian não está sozinho: o mercado financeiro, a indústria, o agronegócio, os economistas, os analistas políticos e até o Fundo Monetário Internacional (FMI) têm desconfianças sobre como Milei se comportará no comando da Casa Rosada.

"Não concordo com tudo o que ele diz, mas ninguém nunca vai concordar 100% com alguém. Mas temos

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que dar uma chance para ele tentar fazer diferente. Vamos ver se vai conseguir", diz o motorista.

Milei foi eleito com uma campanha em que prometeu medidas radicais para tentar conter a crise

econômica. Conforme o jornal Clarín, ele prepara um pacote que será anunciado amanhã e

prevê corte de gastos, aumento de impostos, privatizações e desvalorização da moeda. Não se sabe,

porém, qual será o tamanho do apoio político ao recém-eleito para levar adiante seus planos.

Embora sua vitória tenha sido avassaladora nas urnas em 19 de novembro, com 11 pontos de

diferença para Sergio Massa, sua base de apoio é minúscula. No Congresso, seu partido, o A

Liberdade Avança (LLA), tem 38 cadeiras, exigindo que o libertário construa alianças não só com

partidos de direita, como o Proposta Republicana (PRO), de Mauricio Macri, e o União Cívica

Radical (UCR), mas também com peronistas, especialmente os antikirchneristas, do cordobês Juan

Schiaretti.

"Os primeiros sinais que Milei deu foram de que nem todos do A Liberdade Avança saíram ganhando

com as mudanças e a composição de gabinetes. E que nem todo o peronismo e o PRO perderam", diz o

cientista político da Universidade de Buenos Aires (UBA), Facundo Galván.

No seu gabinete, que será empossado hoje, Milei deixou de incluir nomes de peso do seu partido,

como Ramiro Marra e Carolina Píparo. Ao mesmo tempo, deu cargos relevantes ao PRO, com Patricia

Bullrich (que ficou em terceiro na disputa presidencial), que será ministra da Segurança, e Luis

Caputo, futuro ministro da Economia. Em nome da governabilidade, o libertário teve ainda de abrir

mão de uma de suas pautas mais caras: a dolarização imediata da economia.

Além de Patricia e Caputo, até o momento os nomes confirmados por Milei por meio de comunicados

na rede social X (antigo Twitter) são: Nicolás Posse, como chefe de Gabinete; Luis Petri (vice de

Patricia) na Defesa; Guillermo Francos, no Interior; Guillermo Ferraro, na Infraestrutura; Diana

Mondino, nas Relações Exteriores; Mariano Cúneo Libarona, na Justiça; Sandra Petovello, no

Capital Humano - que concentrará Educação, Trabalho e Desenvolvimento Social -; e Mario Russo, na

Saúde, ministério que Milei havia prometido extinguir.

Também houve definições para as presidências da Câmara e do Senado, bem como órgãos de extrema

relevância, como Anses (assistência social), YPF (estatal do petróleo) e Banco Central - que

também seria extinto, segundo a promessa de Milei na campanha.

Os cargos foram distribuídos entre libertários, macristas e peronistas.

MISTÉRIO. Para o economista Fabio Rodriguez, da UBA, as duas grandes incógnitas de Milei

até agora são seu plano econômico e seus acordos de governabilidade. Segundo ele, há uma grande

fragmentação no Congresso e não se conhece a capacidade política dos aliados de Milei para

costurar acordos. "O seu músculo político é escasso porque tem cerca de 10% do Senado e menos de

15% da Câmara dos Deputados, e as alianças com os partidos que vão apoiá-lo ainda não estão nada

claras", diz.

Na sexta-feira, a diretora do FMI Julie Kozack disse que Milei precisa ter apoio político se

quiser continuar negociando a dívida do país com o fundo. "É necessário um plano de estabilização

forte, crível e politicamente apoiado para encarar de forma duradoura os desequilíbrios

macroeconômicos e os desafios estruturais da Argentina, protegendo ao mesmo tempo os mais

vulneráveis", disse, observando que para tal é necessário um "Banco Central forte e crível", indo

na contramão da proposta de Milei de "explodir" a autoridade monetária.

NOVIDADE. Milei e seu movimento libertário são uma novidade em um país historicamente

marcado pela polarização peronismo versus antiperonismo. Ambos os movimentos possuem força

política enraizada, não só no Legislativo, mas também nos poderes estaduais e federais. Muito

diferente de Milei, que conquistou uma vitória praticamente sozinho. "O LLA tem um cardápio amplo

para garantir governabilidade, mas ainda não optou por nenhum", diz Facundo Cruz, analista

político e de dados de opinião pública pelo observatório Pulsar da UBA.

EX-PRESIDENTE. O respaldo político do ex-presidente Mauricio Macri foi o grande motor para

a vitória de Javier Milei e para a costura de seus primeiros movimentos de governo. A dúvida

agora é o quanto desse capital político emprestado por Macri se transformará em apoio político.

"Para mim ainda não está claro que Macri será o garantidor da governabilidade", afirma Facundo

Cruz. Para o cientista político, os únicos movimentos claros foram o de uma linha-dura na área de

segurança e de realinhamento na política internacional da Argentina com uma direita mais

conservadora. Jair Bolsonaro e Viktor Orbán estarão presentes na posse de Milei. "Todo o restante

é incerteza", diz.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente eleito da Argentina, o ultraliberal Javier Milei, deixa Washington nesta terça-feira (28) com uma impressão "muito boa" do governo do democrata Joe Biden, que lhe estendeu as mãos em um primeiro contato.

Em seu segundo dia nos Estados Unidos, Milei esteve na Casa Branca para se reunir com colaboradores de máxima confiança de Biden, que viajou para Atlanta para o funeral da ex-primeira-dama Rosalynn Carter.

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O presidente eleito, junto com uma equipe reduzida, falou de política e economia com Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional; com Juan González, principal conselheiro presidencial para a América Latina; com o subsecretário de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Brian Nichols, e com o embaixador dos Estados Unidos na Argentina, Marc Stanley.

Milei partilhou com eles "sua visão sobre a agenda geopolítica internacional alinhada com o Ocidente e a sua defesa dos valores da liberdade", informou seu gabinete em um comunicado publicado na rede social X.

A reunião lhe causou uma impressão "muito boa", declararam à AFP fontes de seu partido, A Liberdade Avança.

- Boa 'predisposição' -

No encontro, Sullivan "manifestou a predisposição" dos Estados Unidos "para colaborar na transição do novo governo argentino diante da desafiadora conjuntura política, econômica e social que atravessa o país", acrescenta o comunicado argentino, junto de uma foto da reunião.

Milei veio aos Estados Unidos para abrir portas e o fez pelas mãos do embaixador Stanley, com a esperança de converter o país norte-americano em seu principal aliado e marcar distâncias com China e Rússia.

Pelo que se sabe, não houve encontros com membros do Partido Republicano nem com o ex-presidente Donald Trump, com quem Milei se dá muito bem e é frequentemente comparado.

Da Casa Branca, ele seguiu para o aeroporto para retornar à Argentina, sem se reunir com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Kristalina Georgieva, com quem falou na sexta-feira por videoconferência.

Seu chefe de gabinete Nicolás Posse e Luis Caputo, cotado como futuro ministro da Economia argentino, permaneceram nos Estados Unidos para uma reunião a nível técnico no FMI liderada pela número dois da organização, Gita Gopinath. Pela manhã, mantiveram outro encontro com funcionários do Departamento do Tesouro americano.

A Argentina tem que saldar um empréstimo de 44 bilhões de dólares (cerca de R$ 215 bilhões na cotação atual), em meio à sua pior crise econômica em duas décadas, com inflação de 140% e 40% da população na linha de pobreza.

- 'Desafios complexos' -

"Debateram os desafios complexos que o país enfrenta e os planos para fortalecer urgentemente a estabilidade e assentar as bases de um crescimento mais sustentável", informaram fontes oficiais do FMI.

"Ambas as equipes vão continuar colaborando estreitamente no futuro", acrescentaram.

A equipe de Milei espera que a relação com o Fundo seja fluida, dado que o presidente eleito, que se autodefine como anarcocapitalista, não teme os cortes de gastos.

O novo presidente propõe privatizar boa parte das empresas estatais e prometeu cortar os gastos públicos, inclusive mais do que pede o FMI.

Este "outsider" da política que tem aversão ao que chama de "casta", a elite política tradicional, advertiu que vai tomar decisões "difíceis" quando assumir o cargo em 10 de dezembro.

De cara, a Argentina precisa de recursos para fazer frente ao último vencimento do ano.

Para isso, teria que passar na análise regular do Fundo para averiguar se o país cumpre as condições fiscais e de reservas. O problema é que os números não batem. Milei também pode optar por repensar o programa de crédito com o FMI.

Enquanto isso, continuam as gestões para definir o governo que moldará a nova Argentina.

O último nome confirmado é o de Eduardo Rodríguez Chirillo, que estará à frente da pasta de Energia, segundo confirmou o gabinete de Milei em comunicado.

A primeira viagem aos Estados Unidos de Milei como presidente eleito começou nesta segunda-feira em Nova York, onde ele almoçou com o ex-presidente democrata Bill Clinton e com Christopher Dodd, assessor de Biden para América Latina.

Antes, usando um kipá, visitou o túmulo do rabino de Lubavitch na metrópole dos arranha-céus. Um ato simbólico para o político argentino, de religião católica, mas muito interessado no judaísmo e a estreitar laços com Israel.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta terça-feira (21) uma crítica velada ao mandatário eleito da Argentina, Javier Milei, prenunciando uma relação tensa entre as duas maiores economias da América do Sul pelos próximos anos.

Em sua live semanal na internet, Lula disse que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem viajado pelo mundo "para discutir e saber experiências".

"Só espero que ele não vá atrás dessa nova experiência que surgiu aqui pelo continente, só espero...", brincou o presidente, arrancando risadas do ministro.

Após a vitória de Milei, no último domingo (19), Lula divulgou uma mensagem desejando "boa sorte" ao novo governo argentino, mas sem citar o presidente eleito nominalmente.

Durante a campanha, o ultraliberal chegou a chamar o líder brasileiro de "comunista furioso" e a acusá-lo de tentar interferir nas eleições argentinas para beneficiar o candidato governista Sergio Massa.

Segundo o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, Milei deveria telefonar a Lula para "se desculpar".

*Da Ansa

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desejou boa sorte ao "novo governo" da Argentina, mas sem citar o nome do mandatário eleito Javier Milei, que durante a campanha chamou o petista de "comunista furioso" e prometeu não fazer negócios com o Brasil.

"A democracia é a voz do povo, e ela deve ser sempre respeitada. Meus parabéns às instituições argentinas pela condução do processo eleitoral e ao povo argentino, que participou da jornada eleitoral de forma ordeira e pacífica", escreveu Lula nas redes sociais.

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"Desejo boa sorte e êxito ao novo governo. A Argentina é um grande país e merece todo o nosso respeito. O Brasil sempre estará à disposição para trabalhar junto com nossos irmãos argentinos", acrescentou.

Lula é amigo do atual ocupante da Casa Rosada, Alberto Fernández, e nunca escondeu a preferência pelo candidato peronista Sergio Massa, enquanto Milei acusou o líder brasileiro de tentar interferir nas eleições para prejudicá-lo.

*Da Ansa

Com 90% das urnas contabilizadas, o candidato Sergio Massa terminou na frente nas eleições realizadas neste domingo (22) na Argentina, com 36,2% dos votos.

Ele vai disputar a presidência com Javier Milei, que obteve 30,19% dos votos e era o líder nas pesquisas de intenção de voto.

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Em terceiro lugar ficou a candidata Patricia Bullrich, com 23,82%, seguida por Juan Schiaretti, com 7% e Myriam Bregman, com 2,66% dos votos.

Candidatos

Sergio Massa, do partido peronista União pela Pátria, é o atual ministro da Economia da Argentina. Político experiente, o advogado conquistou as primárias de seu partido depois da terceira tentativa. Massa também já foi presidente da Câmara dos Deputados.

Javier Milei, autodenominado “anarcocapitalista”, é da coalizão conservadora La Libertad Avanza, e se coloca como representante de um liberalismo extremo. Entre suas propostas estão a redução drástica de subsídios e do aparato estatal. Num discurso com idas e vindas, ele já propôs o fechamento do Banco Central, a saída do Mercosul e a dolarização da economia, medida vista como inviável por economistas menos radicais.

Ele passou a ganhar notoriedade ao começar a dar uma série de entrevistas polêmicas e se elegeu deputado em 2021. Nas primárias, foi o candidato mais votado, com cerca de 30% dos votos.

*Com informações da Télam

Estão abertas as urnas para as eleições presidenciais mais incertas dos últimos tempos na Argentina. 

Até as 18h, cerca de 35 milhões de cidadãos poderão votar em um dos cinco candidatos que disputam a sucessão do impopular Alberto Fernández na Casa Rosada, com os olhares voltados sobretudo para o desempenho do ultraliberal e anarcocapitalista Javier Milei, da coalizão A Liberdade Avança (LLA), vencedor das primárias e líder na maioria das pesquisas.

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Para ganhar já no primeiro turno, um candidato precisa obter pelo menos 45% dos votos, ou 40% e uma vantagem de ao menos 10 pontos sobre o segundo colocado. 

No entanto, as últimas sondagens mostram uma disputa apertada entre Milei, o postulante governista Sergio Massa, atual ministro da Economia e representante da aliança peronista União pela Pátria (UP), e a ex-ministra da Segurança Patricia Bullrich, da coligação de direita Juntos pela Mudança (JxC).

Nesse cenário, os cerca de 10% de indecisos devem ser determinantes. Se houver segundo turno, os dois candidatos mais votados se enfrentarão em 19 de novembro, e a posse do novo presidente será em 10 de dezembro, no aniversário de 40 anos da volta da democracia à Argentina. 

Os eleitores também renovarão parcialmente o Congresso, com a eleição de 24 senadores e 130 deputados.

Da Ansa

Uma pesquisa eleitoral do instituto Atlas Intel, divulgada ontem, 29, mostra o ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, à frente do candidato libertário Javier Milei na corrida presidencial, marcada para 22 de outubro. Com o resultado, as eleições argentinas iriam para o segundo turno.

Segundo o levantamento, feito com 3.778 entrevistados pela internet entre 20 e 25 de setembro, o candidato do governo tem 30,7% das intenções de voto. Milei, que saiu vitorioso das primárias em agosto, aparece com 27,9%, seguido por Patricia Bullrich, que representa a coalizão de centro-direita Juntos por el Cambio, com 27,7%. Como a margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, eles estão tecnicamente empatados. O nível de confiança da pesquisa é de 95%.

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A pesquisa foi divulgada pelo jornal argentino Perfil. O candidato Juan Schiaretti obteve 4,8%, e Myriam Bregman, 2,1%. O número de indecisos é de 3,8%. Eleitores que votariam em branco somam 1,8%, e 1,4% diz que votaria nulo.

Em um eventual segundo turno entre Massa e Milei, o candidato libertário aparece com 43,5%, contra 37,5% do ministro da Economia. Indecisos, brancos e nulos são 19%. Massa também perderia para Bullrich, por 44,9% a 34,9%, enquanto brancos, nulos e indecisos somam 20,2%. Bullrich também venceria caso fosse ao segundo turno com Milei, por 36,8% a 31,5%. Neste cenário, brancos, nulos e indecisos chegam a 31,7%.

Segundo levantamento, Bullrich, com 35%, e Milei, com 34%, superam Massa (30%) em imagem positiva. O atual presidente do país, Alberto Fernandéz aparece com apenas 14%.

A Argentina atravessa uma grave crise econômica, com a disparada da inflação. O cenário jogou 40,1% dos argentinos na pobreza, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 27, pela agência governamental de estatísticas, Indec. Desses, cerca de 9,3% passam fome. Ao todo, cerca de 11,8 milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza e mais de 2 milhões não conseguem ter o mínimo da cesta básica para sobreviver, em uma população de cerca de 29 milhões.

Representantes das 25 produções argentinas presentes no festival de cinema de San Sebastián protestaram neste domingo (24) contra o candidato de extrema direita nas eleições presidenciais Javier Milei.

O ator Leonardo Sbaraglia e o diretor Santiago Mitre, agasalhados pelo diretor do festival desta cidade do norte da Espanha, José Luis Rebordinos, posaram na escadaria do palácio Kursaal, a sede principal do evento, atrás de uma bandeira argentina com o lema "Cinema argentino unido".

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Em um manifesto divulgado ao mesmo tempo, os cineastas expressaram sua "profunda preocupação pelas palavras do candidato presidencial de um partido de extrema direita que ameaça fechar o Instituto Nacional de Cinema e Artes Audiovisuais".

Ramiro Marra, candidato a chefe de governo da Cidade de Buenos Aires por La Libertad Avanza, a legenda de Milei, escreveu recentemente no X (antigo Twitter): "vamos fechar o INCAA."

Em uma mensagem nessa mesma rede social, o Festival de San Sebastián quis mostrar seu "apoio ao cinema argentino, ao INCAA e ao restante das instituições culturais do país".

O cinema argentino tem presença de destaque na 71ª edição do festival, com dois filmes competindo na Mostra Oficial - "La Práctica", de Martín Rejtman, e "Puan", de María Alché e Benjamín Naishat -, além de contribuir com praticamente metade das produções da mostra Horizontes Latinos, dedicada ao cinema latino-americano.

Entusiasta da campanha da extrema-direita na Argentina, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) vem incentivando a candidatura do ultraliberal Javier Milei e comemorou o resultado das eleições primárias à presidência do país. Conhecido por discursos marcados por palavrões e propostas radicais, o candidato alcançou 32,57% dos eleitores e saiu na frente para o pleito de 22 de outubro. 

O resultado desse domingo (13) mostrou que o governo de Fernández vai encarar um grande desafio para tentar manter um de seus representantes. O filho do ex-presidente brasileiro foi às redes sociais para mostrar seu apoio a Milei e disse que a vitória superou as expectativas: "sonho", considerou. 

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"Se fizesse 25% já seria vitorioso, obteve mais de 30%. Um ano atrás era um sonho, daí virou meta e hoje é realidade. Um excelente começo para o que pode ser a mudança real que a Argentina precisa", publicou em seu perfil nas redes sociais. 

Eduardo ainda criticou o atual presidente argentino, Alberto Fernández, que não lançou candidatura de reeleição, e fez uma leitura sobre os reflexos da possível vitória de Milei como um facilitador para a volta da direita no Brasil.  

"Com vizinhos livres do socialismo o Brasil tem um ambiente mais favorável retomar o caminho da liberdade", publicou o parlamentar.

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