Tópicos | Mauro Vieira

Barrado na foto oficial do novo presidente argentino, Javier Milei, com os chefes de estados, nesse domingo (10), Jair Bolsonaro foi recebido na cerimônia de posse antes do ministro das Relações Exteriores do Brasil. Alvo de acusações de Milei durante a campanha, o presidente Lula não compareceu ao evento.

Bolsonaro tentou se infiltrar na foto oficial dos representantes sul-americanos, mas foi barrado pelo staff de Milei. O continente foi representado pelos presidentes Luis Lacalle Pou (Uruguai), Santiago Peña (Paraguai), Gabriel Boric (Chile) e Daniel Noboa (Equador). Também compareceram à posse o primeiro-ministro da Hungria Viktor Orbán, o líder do partido partido espanhol de extrema-direita Vox, Santiago Abascal e o presidente da Ucrânia Volodimir Zelenski.

##RECOMENDA##

Se por um lado Bolsonaro foi barrado da foto oficial, ao menos conseguiu falar com Milei antes do brasileiro Mauro Vieira. O chanceler tentou cumprimentar o argentino no primeiro bloco de autoridades onde estavam os chefes de Chile, Ucrânia, Hungria e o ex-presidente brasileiro.

Contudo, Vieira foi dedurado pelo assessor de Bolsonaro e ex-secretário de comunicação, Fabio Wajngarten, que sinalizou à equipe do argentino sobre sua presença. O staff retirou o ministro do bloco e o reposicionou no terceiro. 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), não participará da cúpula do Conselho do Mercosul, que acontecerá nesta quarta-feira (6), no Rio de Janeiro. O evento, que reunirá representantes sul-americanos, discutirá vários assuntos, como por exemplo, o fortalecimento da democracia nos países do bloco econômico e as desigualdades sociais.

O petista afirmou, através de uma nota, que cancelou sua participação pois precisa tratar de pautas econômicas de interesse da União no Congresso Nacional. A ausência do ministro representa uma lacuna para a gestão Lula (PT), que se encontra em seu penúltimo dia na presidência do Mercosul. A partir da próxima sexta-feira (8), o bloco será comandado pelo presidente do Paraguai, o Santiago Penã.

##RECOMENDA##

“O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, retornou nesta madrugada (6) para Brasília, após a viagem da última semana para países do Oriente Médio e Alemanha. O ministro não participará da cúpula do Mercosul, no Rio de Janeiro, e se dedicará aos temas da agenda econômica ainda pendentes no Congresso Nacional”, diz nota.

O Brasil será representado no evento pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckimin (PSB-SP).

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não viajará a Buenos Aires, capital da Argentina, para a posse do presidente eleito do país, Javier Milei, segundo a Secretaria de Comunicação Social da Presidência. A cerimônia de posse será do próximo domingo (10).

O convite ao petista foi feito no último dia 26, quando a futura chanceler Diana Mondino, designada por Milei, se reuniu em Brasília com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira. Segundo informações do Planalto, Mauro Vieira representará o Brasil na solenidade.

##RECOMENDA##

O convite ao presidente foi realizado por meio de uma carta assinada por Milei, na qual ele diz desejar que seu tempo em comum com o petista no poder "seja uma etapa de trabalho frutífero e construção de laços" entre os dois países.

A mensagem sinalizou uma mudança de tom após críticas duras de Milei a Lula durante a campanha presidencial. O argentino já chamou o petista de "corrupto" e "comunista". Questionado em entrevista ainda enquanto candidato, respondeu que não se encontraria com o petista caso fosse eleito. O PT, partido de Lula, apoiou a candidatura do rival de Milei, Sergio Massa, derrotado nas urnas.

A cerimônia deve reunir as principais lideranças da direita latino-americana, que pretendem usar a ocasião como demonstração de força. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que recebeu uma ligação do próprio Milei no dia 20, após o resultado das eleições argentinas, com o convite para a posse. Bolsonaro informou que levará o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, e seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), na comitiva que o acompanhará à Argentina.

FHC e Bolsonaro também já faltaram a posses na Argentina

Essa não será a primeira ocasião em que um presidente do Brasil não comparece à posse do novo comandante do país vizinho. Em 2019, o então presidente Bolsonaro não esteve presente na posse de Alberto Fernández, sendo representado pelo então vice-presidente Hamilton Mourão.

Fernando Henrique Cardoso (PSDB) também faltou a cerimônias de posse em duas ocasiões, quando os presidentes argentinos foram eleitos pelo Congresso. Uma em 2001, na eleição de Adolfo Rodríguez Saá, e outra no ano seguinte, em 2002, quando Eduardo Duhalde foi eleito.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, condenou neste sábado (21) os "ataques terroristas perpetrados pelo Hamas", mas cobrou que Israel respeite o direito internacional, em discurso na cúpula de paz promovida pelo Egito.

O evento reúne líderes de diversos países no Cairo, mas não conta com representantes de alto escalão de Israel nem dos Estados Unidos, que são contra a instituição de um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza.

##RECOMENDA##

"O governo brasileiro condena inequivocamente os ataques terroristas perpetrados pelo Hamas em Israel em 7 de outubro, bem como a tomada de reféns civis. Brasileiros estão entre as vítimas, e três deles foram assassinados em Israel", declarou Vieira em sua intervenção na cúpula.

Em seguida, o chanceler disse que o Brasil também têm cidadãos que aguardam para ser evacuados de Gaza, "enquanto assistimos com alarme à deterioração da situação humanitária na região, especialmente a escassez de suprimentos médicos, comida, água, eletricidade e combustível".

"Israel, como potência ocupante, tem responsabilidades específicas no âmbito dos direitos humanos internacionais e do direito humanitário. Estas devem ser cumpridas em qualquer circunstância", alertou o ministro.

Segundo Vieira, "o impasse no processo de paz, a estagnação social e econômica que prevalece há muito tempo em Gaza, a contínua expansão dos assentamentos israelenses nos territórios ocupados, a violência contra civis, a destruição de infraestrutura básica e as violações do status quo histórico dos locais sagrados em Jerusalém" se combinam para "gerar um ambiente social e cultural que põe em risco a solução de dois Estados e gera ódio, violência e extremismo".

O chanceler também criticou indiretamente os Estados Unidos pelo veto a uma resolução apresentada pelo Brasil no Conselho de Segurança da ONU em defesa de "pausas humanitárias" na guerra.

"Lamentavelmente, o Conselho de Segurança foi incapaz de aprovar uma resolução em 18 de outubro. Apesar disso, os muitos votos favoráveis que a resolução recebeu - 12 de um total de 15 - são evidência do amplo apoio político para uma ação veloz do Conselho. Acreditamos que essa visão é compartilhada pela maioria da comunidade internacional", ressaltou.

O ministro representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se recupera de uma cirurgia no quadril.

*Da Ansa

O ministro das Relações Exteriores (MRE), Mauro Vieira, disse neste sábado (21), no Cairo, que a expectativa do Brasil sobre o encontro convocado pelo Egito para discutir a crise humanitária provocada pela guerra entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza, é grande. 

“A expectativa é que se crie uma consciência de que é chegado o momento de pôr um ponto final a este derramamento de sangue e a essa guerra que, no fundo, afeta todo o mundo”, disse o chanceler brasileiro, ante do início do encontro.  

##RECOMENDA##

O ministro representa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cúpula egípcia. Também participam do encontro membros permanentes no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), países do mundo árabe e outros atores na região do conflito. Durante o mês de outubro, o Brasil está na presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU. 

O chanceler brasileiro adiantou que foi ao Cairo levar a mesma mensagem apresentada por ele em Nova York (EUA) durante a reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, na última quinta-feira, a de que é chegado o momento de se tomar medidas de ajuda humanitária para aliviar o sofrimento do povo de Gaza.

“Não é possível mais que continuem com uma carência absoluta de todos os víveres, de todas as necessidades, de água. Precisamos discutir essa questão antes que a situação se transforme num problema humanitário de maior volume ainda.” 

Mauro Vieira disse, ainda, que serão discutidas as questões relativas ao conflito, tanto sobre os atos do Hamas contra Israel, como também a reação do Estado de Israel a esses atos de violência, que já vitimaram, aproximadamente, 4,4 mil pessoas, do lado palestino, e cerca de 1,4 mil, do lado de Israel.  Estima-se que 201 pessoas foram feitas reféns pelo Hamas e levadas para a Faixa de Gaza, em 9 de outubro. Duas norte-americanas foram as primeiras reféns libertadas nesta sexta-feira.

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN) da Câmara prepara requerimentos de convocação ao chanceler do País, Mauro Vieira, e ao assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, após o ministro cancelar participação em uma audiência do colegiado que ocorreria nesta quarta-feira (18), para a qual havia sido convidado. Os parlamentares querem ouvir Vieira sobre a posição do Brasil em relação à guerra no Oriente Médio entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

Quando um ministro de Estado é convocado por uma comissão do Congresso, a participação é obrigatória. No entanto, é raro que isso ocorra. Normalmente, é feito um acordo para transformar os requerimentos de convocação em convites. Nesse caso, a presença da autoridade é opcional. A tentativa de convocar Vieira, portanto, será um teste para a base do governo no colegiado.

##RECOMENDA##

O convite para Vieira comparecer à Câmara foi feito pelo presidente da CREDN, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP). O ministro, contudo, já havia confirmado presença em reunião da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, presidida por Renan Calheiros (MDB-AL), também nesta quarta-feira. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, Barbosa sugeriu que deputados e senadores ouvissem e questionassem o chanceler em uma audiência conjunta, o que foi rejeitado pelo Senado.

"A insatisfação com a decisão do ministro de faltar à reunião terá como reação uma série de requerimentos de convocação, que torna obrigatória a participação na reunião da Comissão. Serão apresentados pedidos de convocação do ministro Mauro Vieira e do assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, o ex-chanceler Celso Amorim", diz nota divulgada pela assessoria de Barbosa. O texto afirma que Vieira havia confirmado a presença diretamente ao presidente da Comissão e que não apresentou "nenhuma justificativa plausível".

Um dos requerimentos de convocação de Vieira foi apresentado na comissão da Câmara pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A oposição tem criticado a postura do governo, do Itamaraty e do PT em relação ao conflito na Faixa de Gaza, que virou um embate político no Brasil, inclusive com bate-bocas no Congresso entre petistas, mais simpáticos à causa palestina, e bolsonaristas, com posição pró-Israel.

O partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que Israel "não tem moral" para falar em direitos humanos, em uma resposta à embaixada israelense no País, que havia rebatido posicionamentos da sigla em relação à guerra. "É um ataque injustificável a um partido que ao longo de sua história abriga militantes palestinos, árabes e judeus e defende a coexistência dos Estados de Israel e da Palestina", diz nota assinada pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann.

"É muito lamentável que um partido que defende os direitos humanos compare a organização terrorista Hamas, que vai de casa em casa para assassinar famílias inteiras, com o que o governo israelense está fazendo para proteger os seus cidadãos", havia escrito a Embaixada de Israel no Brasil, após o PT ter divulgado uma resolução em que condenava tanto as ações do Hamas, quanto as de Israel.

Nos últimos dias, Lula conversou com autoridades de Israel, da Palestina e do Egito. É com a ajuda do governo egípcio que o Itamaraty tenta retirar cerca de 30 brasileiros da Faixa de Gaza, após repatriar mais de 900 brasileiros que estavam em Israel, por meio de aeronaves da Força Aérea. O petista condenou os ataques terroristas, pediu que o Hamas liberte crianças sequestradas como reféns e defendeu um corredor humanitário na Faixa de Gaza.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou a jornalistas nesta sexta-feira, 13, que os brasileiros que estão na Faixa de Gaza sairão da região por meio do Egito. O Brasil negociava um corredor para tirar cidadãos da região, marcada pelo conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

"O governo brasileiro negociou para que os brasileiros que se encontram em Gaza, possam sair pelo Egito. É a única forma de sair. Sairão neste ônibus que sai amanhã e serão levados até um aeroporto em uma localidade próximo à fronteira, onde um avião da Força Aérea Brasileira está esperando em Roma para poder levá-los de volta", afirmou Vieira, após reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

##RECOMENDA##

Vieira reforçou ainda que a posição do Brasil em relação ao Oriente Médio é de dois Estados independentes em paz. "Presidente Lula manifestou necessidade de corredores humanitários. A vocação pacifista do Brasil foi emitida pelo presidente", afirmou o chanceler.

A reunião do Conselho de Segurança da ONU convocada pelo chanceler brasileiro terminou sem nenhuma resolução sobre o conflito entre o grupo terrorista Hamas e Israel. O encontro aconteceu nesta sexta-feira, em Nova York, e é a segunda reunião chamada para a situação. Atualmente, o Brasil é presidente rotativo do Conselho de Segurança.

A Faixa de Gaza foi isolada por Israel depois de um ataque terrorista do grupo Hamas, no sábado, 9. Pelo menos 130 reféns foram capturados pelos terroristas. Na quinta-feira, 12, Israel Katz, ministro da Energia israelense, escreveu em suas redes sociais que a região não receberia combustível, água ou eletricidade até que os reféns fossem libertados.

"Ajuda humanitária para Gaza? Nenhum interruptor elétrico será ligado, nenhum hidrante de água será aberto e nenhum caminhão de combustível entrará até que os reféns israelenses sejam devolvidos para suas casas. Humanitário por humanitário. E ninguém deve nos pregar moral", afirmou.

Desde então, o exército israelense tem se preparado para uma grande operação militar de invasão por terra na Faixa de Gaza. Com pelo menos 1,2 mil mortos em Israel, e 2,7 mil feridos na mais letal incursão ao território israelense da história, o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, está sob enorme pressão para mandar tropas ao enclave. Ele já respondeu com bombardeios aéreos que mataram pelo menos 1,9 mil palestinos. Cerca de 7.696 palestinos ficaram feridos.

A região registra o deslocamento de milhares de pessoas após as Forças Armadas de Israel ordenarem na madrugada desta sexta-feira, 13, pelo horário de Brasília, que toda a população vivendo na porção norte da Faixa de Gaza se retire da região em direção ao sul do território para "preservar vidas civis". Ao menos 1,1 milhão de pessoas moram na área indicada.

Milhares de civis já começaram a deixar Gaza a pé, de carro, em motos e caminhões. O movimento em massa é caótico e perigoso, já que é feito por apenas uma estrada, em uma das regiões mais densamente povoadas da Cidade de Gaza. O Hamas rejeitou o ultimato e pediu para que os palestinos "se mantenham firmes".

"As Nações Unidas consideram impossível que tal movimento ocorra sem consequências humanitárias devastadoras", disse em comunicado o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric. "A ONU apela veementemente para que qualquer ordem desse tipo, se confirmada, seja revogada, evitando o que poderia transformar a atual tragédia em uma situação calamitosa."

Incursões terrestres

O exército israelense realizou as primeiras incursões pontuais dentro da Faixa de Gaza na tentativa de encontrar os reféns e atacar terroristas do Hamas na região, informou nesta sexta-feira, 13, um porta-voz militar israelense, segundo informações da agência de notícias Efe.

As primeiras incursões são menores e visam "desmantelar células e infraestruturas terroristas na área" e resgatar reféns sequestrados - não foram especificadas a quantidade nem as tropas envolvidas. Terroristas do Hamas dispararam mísseis anti-tanque em direção ao território israelense em resposta e foram atacados pela aviação de Israel.

"No último dia, o exército realizou operações na Faixa de Gaza para eliminar a ameaça de terroristas e armas na região e localizar os reféns", disse a fonte, acrescentando que as tropas israelenses atacaram terroristas do Hamas e sua infraestrutura, e também receberam disparos de mísseis anti-tanque, enquanto os aviões de combate israelenses bombardeavam a área.

Segundo ele, os soldados "buscaram e reuniram informações" que podem ajudar nas atividades de localização dos reféns.

Com o ultimato israelense e uma iminente invasão da Faixa de Gaza, o Itamaraty decidiu remover os 13 brasileiros que estão refugiados em uma escola no Sudoeste da Cidade de Gaza. Eles demonstraram interesse em ser repatriados e, desde então, o governo brasileiro tenta retirá-los do território palestino por uma passagem terrestre pelo Egito.

A previsão é que um ônibus leve os brasileiros para a cidade de Khan Yunis, no Sul da Faixa de Gaza e a cerca de 10 quilômetros da cidade de Rafah, no Egito. O comboio tem previsão de sair da escola na manhã de sábado, 14, no horário local.

Em Khan Yunis, eles deverão se reunir aos cerca de 12 brasileiros que estão na cidade e também aguardam a repatriação. Ao todo, o governo brasileiro estima que 30 brasileiros possam ser repatriados, mas esse número está variando a todo momento, em meio à escalada do conflito em Gaza. A documentação de 28 deles foi entregue ao governo do Egito.

Antes da confirmação de Vieira, o governo brasileiro ainda aguardava a autorização do Egito para fazer a remoção dos brasileiros com segurança. Um avião cedido pela Presidência da República com capacidade para 40 passageiros está em Roma, na Itália, aguardando o sinal verde para o resgate. Mesmo que autoridades brasileiras tenham obtido sinalizações positivas, o governo egípcio alega que as estradas estão danificadas em razão de bombardeios israelenses.

Além disso, há o temor do Egito em abrir a fronteira e permitir que terroristas passem junto com refugiados - o país tenta manter distância do conflito entre Israel e o Hamas, autor dos atentados terroristas em Israel no fim de semana passado e que controla a Faixa de Gaza.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, está a caminho de Nova York, nos Estados Unidos (EUA), para participar pessoalmente da reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que vai discutir a situação do conflito entre Israel e Palestina, que chegou ao quinto dia nesta quarta-feira (11). A reunião está marcada para esta sexta-feira (13).

O chanceler cumpria agenda oficial no Camboja e, de lá, seguiria para as Filipinas, mas adiou a viagem ao Sudeste Asiático para comparecer à reunião de emergência, já que o Brasil preside o Conselho de Segurança ao longo deste mês de outubro, e tem a prerrogativa de convocar reuniões do colegiado.

##RECOMENDA##

Esta é a segunda reunião do Conselho de Segurança da ONU para debater este novo conflito. No fim de semana, o colegiado se reuniu a portas fechadas e nenhuma declaração foi emitida. Na ocasião, o Brasil foi representado pelo embaixador na ONU, Sergio Danese.

Ainda no fim de semana, em nota, o Palácio do Itamaraty defendeu seu compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas.

Mais cedo, nesta quarta, Lula fez um apelo ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e à comunidade internacional, em defesa das crianças palestinas e israelenses.

Após intensificar o bombardeio contra a Faixa de Gaza, nos últimos dias, o Ministério da Defesa de Israel informou que pretende ocupar o território por terra, o que pode ampliar o número de vítimas civis.

A Embaixada de Israel em Washington informou que o número de mortos nos ataques do Hamas no fim de semana passa de mil. Os mortos são, em sua maioria, civis, baleados em casas, nas ruas e em uma festa ao ar livre, que ocorria a poucos quilômetros da fronteira com a Faixa de Gaza.

Já o Ministério da Saúde de Gaza disse que os ataques aéreos retaliatórios de Israel tiraram a vida de pelo menos 830 pessoas e feriram mais de 4,3 mil até esta terça-feira. A ONU afirmou que mais de 180 mil habitantes de Gaza ficaram desabrigados, muitos deles amontoados nas ruas ou em escolas. Além disso, pelo menos 11 funcionários da organização morreram em Gaza nos últimos dias, em decorrência dos ataques israelenses.

Em Munique, na Alemanha, onde até este domingo (19) representa o Brasil na 59ª Conferência de Segurança, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reiterou que o Brasil não enviará munição para tanques à Ucrânia. A declaração foi feita na sexta (17) , primeiro dia do encontro, que reúne mais de 40 líderes mundiais.

Na avaliação do governo brasileiro, a medida seria entendida como uma participação do Brasil na guerra. "Em vez de participar de uma guerra, preferimos falar de paz", ressaltou o chanceler. Vieira enfatizou a disposição do país de participar de uma mediação para se chegar a uma trégua e depois negociar a paz: "O Brasil está pronto para ajudar sempre que possível", afirmou.

##RECOMENDA##

No fim de janeiro, o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, visitou o Brasil, e o presidente Luz Inácio Lula da Silva propôs que o Brasil faça parte, junto com a China, de uma espécie de “clube da paz” para mediar o fim do conflito.

Na Alemanha, Mauro Vieira já teve vários encontros bilaterais com os chanceleres da Bósnia e Herzegovina, do Canadá, da Colômbia, Eslovênia, de Malta, da República Dominicana, do Reino Unido e da Suíça, bem como com o alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.

Criada em 1962, a Conferência de Segurança de Munique tornou-se um dos principais foros globais de discussão e reflexão sobre os desafios à paz e à segurança internacional. A agenda do ministro Mauro Vieira continua neste sábado (18), quando participa do painel Defending the UN Charter and the Rules-Based International Order, além de participar de novos encontros bilaterais.

O futuro chanceler, o embaixador Mauro Vieira, disse nesta quarta-feira, 14, que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o orientou a restabelecer as relações com a Venezuela a partir do primeiro dia do novo governo.

"Vamos enviar primeiro um encarregado de negócios para reabrir a embaixada brasileira em Caracas e pretendemos enviar um embaixador em seguida", afirmou, em entrevista coletiva no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) de Brasília, onde funciona o gabinete de transição.

##RECOMENDA##

O embaixador Fernando Igreja, responsável pelo cerimonial da posse presidencial, afirmou que, apesar de o presidente venezuelano Nicolás Maduro ter sido convidado para o evento, há ainda a impossibilidade do governante entrar no País, pois isso dependeria de uma autorização do atual governo, que não mantém relações com o país vizinho.

Anunciado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta sexta-feira, 9, como futuro ministro das Relações Exteriores, o diplomata Mauro Vieira ocupa atualmente o cargo de embaixador do Brasil na Croácia. Horas após a confirmação de seu nome, a seleção brasileira foi derrotada pelo time do país do leste europeu na Copa do Mundo, dando adeus à competição.

Vieira foi chanceler no governo Dilma Rousseff (PT), entre 2015 e 2016. Foi sucedido por José Serra (PSDB) após o impeachment da ex-presidente. Chegou à embaixada brasileira na Croácia em 2019, na gestão de Jair Bolsonaro (PL). Antes, ocupou as embaixadas de Buenos Aires, entre 2004 e 2010, e a de Washington, entre 2010 e 2014.

##RECOMENDA##

O anúncio de Vieira pelo presidente eleito ocorreu antes de a seleção brasileira entrar em campo contra a Croácia no Mundial. Lula também anunciou o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, para a Fazenda; o governador da Bahia, Rui Costa, para a Casa Civil; o ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio Monteiro para a Defesa; e o senador eleito Flávio Dino para a Justiça.

Ao retomar o comando do Itamaraty, Vieria terá a missão de recuperar a imagem do Brasil no exterior, concluir negociações de acordos em andamento, como entre Mercosul e União Europeia, e retomar posições tradicionais da política externa brasileira, a exemplo do protagonismo na diplomacia verde.

O Brasil empatou com a Croácia na prorrogação e perdeu nos pênaltis por 4 a 2 nesta quarta-feira, pelas quartas de final da Copa do Mundo.

O ministro dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Luxemburgo, Jean Asselborn, classificou como “atos bárbaros” os atentados terroristas na Bélgica. Em visita ao Brasil, onde encontrou-se nesta terça-feira (22) com o chanceler brasileiro Mauro Vieira no Itamaraty, Asselborn comentou o atentado que matou pelo menos 34 pessoas e deixou vários feridos.

“Como ministro de um país europeu, é difícil encontrar palavras para esses atos bárbaros. Bruxelas sofreu, a Bélgica sofreu. Espero que os perpetradores sejam achados logo. Nossos valores foram desafiados, mas não destruídos”, disse o ministro de Luxemburgo.

##RECOMENDA##

Para ele, o conflito na Síria deve ser combatido por todos os países que pretendem eliminar o terrorismo. “O conflito na Síria e suas atrocidades são elementos cruciais do terrorismo na União Europeia. Acho que Estados Unidos, Rússia, Irã e Arábia Saudita e todos os países da União Europeia têm o mesmo alvo. É preciso acabar com a guerra na Síria e eliminar o Estado Islâmico”.

Vieira também comentou o episódio. Ele expressou solidariedade à Bélgica e repudiou os atentados ocorridos na manhã de hoje em Bruxelas. “Queria expressar a solidariedade do governo brasileiro ao povo e ao governo da Bélgica em relação aos atentados ocorridos esta amanhã em Bruxelas. Reiteramos, nos mais fortes termos, nosso repúdio a todo e qualquer ato terrorista, sejam quais forem suas motivações e origem”.

Relações 

Mauro Vieira também falou das relações entre Brasil e Luxemburgo, que classificou como “excelentes”. Destacou a participação do país no setor siderúrgico brasileiro e destacou a presença de Luxemburgo nos setores financeiro e comercial do Brasil.

“Nossas relações são excelentes. Tivemos a participação de Luxemburgo na siderurgia brasileira, através da empresa Arcelor Mittal [multinacional sediada naquele país], além da grande presença no setor financeiro”, disse o ministro.

“Em 2015, Luxemburgo foi o terceiro maior investidor no Brasil. Nosso comércio bilateral tem crescido. Reconhecemos que podemos fazer mais para termos um comércio de maior envergadura. Evidentemente que a proporção dos investimentos ajudará nesse sentido”, concluiu Vieira.

A Comissão de Relações Exteriores da Câmara desistiu por ora de convidar o embaixador do Brasil na Venezuela, Ruy Pereira, a prestar esclarecimentos aos parlamentares sobre o incidente envolvendo a comitiva de senadores brasileiros na semana passada, em Caracas. O requerimento foi discutido, mas retirado de pauta.

Na quinta-feira passada, oito parlamentares liderados pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) e pelo senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, retornaram ao Brasil após cinco horas de espera e duas tentativas frustradas de sair do aeroporto metropolitano em direção ao centro da capital venezuelana. O veículo em que se encontravam foi cercado por manifestantes pró-governo Nicolás Maduro. Os senadores acusam a diplomacia brasileira de não ter dado o suporte necessário para garantir a segurança da comitiva.

##RECOMENDA##

Em razão disso, um outro grupo de senadores foi formado para visitar a Venezuela. O desembarque deles, na madrugada desta quinta-feira, 25, ocorre um dia após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela marcar a data das eleições parlamentares para 6 de dezembro.

A definição do calendário era uma das principais reivindicações dos opositores locais. O tom que deve ser a tônica dos próximos meses foi dado pelo presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, deputado Diosdado Cabello (PSUV), em discurso realizado ontem em comemoração à Batalha de Carabobo. "A oposição diz ter a data, 6 de dezembro, mas nós temos os votos", disse Cabello, que deve receber o grupo de parlamentares brasileiros hoje à tarde.

Na agenda dos senadores também estavam previstas visitas às Vítimas da Guarimba, às mulheres de políticos opositores presos e a representantes da Mesa da Unidade Democrática, composta pelos partido de oposição. Os parlamentares iriam também ao Ministério Público. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ao se sentar na cadeira do Barão de Rio Branco, fundador da diplomacia do Brasil republicano, o embaixador Mauro Vieira enfrentará a agenda interna mais pesada para o Ministério das Relações Exteriores nos últimos 20 anos. Habituado ao trabalho nos bastidores e à sombra das principais autoridades da casa, Vieira não encontrará maior desafio do que convencer a presidente Dilma Rousseff a observar o Itamaraty com apreço e a listar a política externa brasileira entre as prioridades de seu segundo mandato.

De seu gabinete, Vieira não desencadeará mudanças abruptas na política externa nem confrontos com seus pares no exterior ou na Esplanada. Nada será abandonado - como a política Sul-Sul - e tudo será considerado - como a retomada das relações entre Brasil e Estados Unidos -, avisam seus antigos colaboradores. Dele não se ouvirá declarações agressivas nem manifestações de irritação ou atitudes revanchistas. A mudança, se houver, se dará em doses suaves.

##RECOMENDA##

O Itamaraty tradicionalmente reflete a personalidade do chanceler. Sob a liderança de Vieira, parecerá mergulhado em águas mornas, enquanto o novo ministro e seus principais auxiliares atuarão silenciosamente nos bastidores do governo e no exterior. Um velho observador de sua carreira o define como um "peixe de águas profundas".

Não à toa, Vieira escolheu dois colaboradores diretos de sua total confiança e de ampla aceitação pela casa. O embaixador Sérgio Danese, um dos mais experientes e preparados de sua geração, será o secretário-geral das Relações Exteriores - segundo cargo da hierarquia do Itamaraty. O chefe de gabinete de Vieira será o embaixador Júlio Bitelli, que atuou na equipe que escrevia os discursos de Fernando Henrique Cardoso no Palácio do Planalto e, mais tarde, na de Marco Aurélio Garcia, assessor internacional de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff.

Danese e Bitelli trabalharam com Vieira na Embaixada do Brasil em Buenos Aires. Nos últimos anos, Danese conduzia a Subsecretaria das Comunidades Brasileiras no Exterior, e Bitelli era embaixador em Tunis (Tunísia). O trio terá a missão de recuperar o orçamento do Itamaraty neste período de ajuste nas contas públicas.

Celso Lafer, ex-chanceler de FHC e de Itamar Franco, sublinha ser Mauro Vieira um diplomata experiente, com bom conhecimento da casa, e ter vindo do comando das duas mais importantes embaixadas brasileiras - Buenos Aires, de 2004 a 2010, e Washington, de 2010 ao fim de 2014. "Mauro conhece os ambientes político, social e econômico do País, o que é um ativo importante para o reposicionamento e a valorização do Itamaraty."

Surpresa

Dilma surpreendeu todos os implicados diretamente na escolha de seu chanceler em 31 de dezembro, véspera da posse de seu segundo mandato. O então ministro Luiz Alberto Figueiredo esperava permanecer no posto, mas foi frustrado apenas 30 minutos antes do anúncio oficial do nome de Vieira. O ministro da Defesa, Celso Amorim, contava com uma recondução à cadeira de Rio Branco, com as bênçãos de Lula, e não escondeu sua decepção na cerimônia de transmissão do cargo, no dia 2.

Mauro Vieira, por sua vez, aspirava o posto de Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais desde 2003, que não pretendia continuar no governo no segundo mandato de Dilma. Ao ser chamado a Brasília, no dia 31, deduziu que sua missão seria acompanhar o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, representante de seu governo na posse. Mas foi nomeado chanceler.

A decisão de Dilma, na leitura de um embaixador experiente, revelou sua habilidade para descartar a sugestão do ex-presidente Lula sem desapontá-lo totalmente. Nem ao favorito do líder petista. Vieira é tido em alta conta por ambos. O chanceler é leal amigo de Amorim há mais de 30 anos. Em 1985, quando foi designado secretário executivo adjunto do Ministério de Ciência e Tecnologia, Vieira resgatou Amorim do ostracismo ao sugerir seu nome ao então ministro da pasta, Renato Archer. Amorim assumiu o posto de secretário de Assuntos Internacionais, no qual se manteve até 1988. Em 2003, ao ser nomeado chanceler pela segunda vez - a primeira fora com Itamar Franco -, Amorim designou Vieira como chefe de gabinete, mesmo depois de ele ter exercido a mesma função com os embaixadores Osmar Chohfi e Luiz Felipe Seixas Corrêa, os últimos secretários-gerais das Relações Exterior do governo FHC.

O ex-chanceler também foi o responsável pela nomeação de Vieira como embaixador em Buenos Aires - decisão avalizada por Lula. Ao ver abortado seu projeto de continuar no posto no primeiro mandato de Dilma, no fim de 2010, Amorim indicou Vieira para Washington. O posto estaria vago com a designação do embaixador Antônio Patriota para o comando do Itamaraty. Na época, a permanência de Vieira na capital americana foi avaliada como temporária. Vieira e Patriota não tinham um convívio fácil. O embaixador, porém, assumiu essa posição estratégica por quatro anos.

Garcia ficou no governo e deverá manter sua influência na formulação de políticas para a América Latina. Mas caberá a Vieira conciliar a sobrevivência do Mercosul à necessidade, destacada por Dilma em seu discurso de posse, de ampliar a inserção comercial do Brasil. Ele dificilmente se chocará com Garcia nessa tarefa. O assessor de Dilma foi uma das autoridades petistas cativadas pelo chanceler: era seu hóspede frequente quando embaixador na Argentina.

Tanto em Brasília como em Buenos Aires e em Washington, Vieira valeu-se do que mais soube fazer ao longo de sua carreira: cativar figuras relevantes para sua atuação e montar uma rede de contatos de primeira qualidade.Na capital argentina, tornou-se interlocutor frequente do casal Kirchner e dos governadores de províncias - todas visitadas por ele. Em Washington, teve o mesmo cuidado de explorar os contatos com governadores estaduais e em circular pelo Capitólio.

Sua atuação nos EUA, porém, foi prejudicada pelo desinteresse da presidente no aprofundamento das relações bilaterais. "O desempenho de Mauro Vieira refletiu a política brasileira sobre os EUA, desinteressada em maior cooperação e em projetos conjuntos", afirmou Peter Hakim, presidente honorário do Diálogo Interamericano. "É mais fácil ser um Rubens Barbosa no governo de FHC do que um Vieira no governo de Dilma", completou, referindo-se ao embaixador brasileiro em Washington entre 1999 e 2004, gestão que deu prioridade à política externa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando