A presidente Dilma Rousseff se saiu muito mal na entrevista ao Jornal Nacional, mesmo falando em sua casa, no Palácio da Alvorada, o que, naturalmente, mexe com o psicológico, diferente de Aécio e Eduardo, obrigados a irem sentar na bancada do JN, no Rio, frente a frente com William Bonner e Patrícia Poeta.
Dilma usou a estratégia de fugir de todas as perguntas centradas no campo da corrupção, principalmente. Indagada sobre sucessivos escândalos na administração federal e sobre a posição do PT na defesa dos condenados no mensalão, Dilma recorreu à ironia: “Nos dois governos do PT, nenhum procurador-geral da República foi chamado de "engavetador-geral da República”, disse, numa indireta ao governo neoliberal de FHC.
Bonner perguntou se ela não foi "condescendente" com a corrupção já que o PT é um partido com "um grupo de pessoas comprovadamente corruptas, mas que são tratados como guerreiros, como vítimas". Ele se referia ao julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal, que condenou e levou à prisão dirigentes do partido.
"Eu sou presidente. Eu não faço nenhuma observação sobre julgamentos realizados pelo Supremo Tribunal. A Constituição exige do presidente da República que nós respeitemos e consideremos a autonomia dos outros órgãos. Eu não julgo as ações do Supremo. Eu tenho opiniões pessoais. Durante o processo inteiro não manifestei nenhuma opinião. Não vou tomar nenhuma posição que me coloque em confronto, em conflito, aceitando ou não. Eu respeito as decisões da Suprema Corte brasileira", declarou.
Segundo a presidente, nem todas as pessoas denunciadas nos escândalos foram punidas pelo Judiciário, porque nem todas as denúncias apresentadas na mídia foram comprovadas. Questionada sobre a substituição de denunciados por pessoas dos mesmos partidos envolvidos nos escândalos, afirmou que os partidos podem fazer exigências, "mas eu só aceito quando são pessoas íntegras e competentes na área".
ENTREVISTAS– O NE-TV segunda edição, da TV-Globo Nordeste, começa a entrevistar os candidatos a governador no mesmo modelo adotado pela bancada do Jornal Nacional, que ontem encerrou a sua série com o Pastor Everaldo (PSC). O primeiro a ser questionado será Paulo Câmara, da Frente Popular, enquanto Armando Monteiro, do bloco de oposição, segue na sexta-feira. Como o candidato do PSOL, José Gomes, não atinge 5% dos votos, fica de fora.
O vice sai hoje – Hoje, é o dia D para Marina Silva em Brasília, quando o diretório nacional do PSB se reúne para referendar sua candidatura à Presidência da República no lugar de Eduardo, morto em acidente aéreo na semana passada. Sai também o candidato a vice, que o núcleo do PSB pernambucano trabalha e torce pelo nome do deputado Danilo Cabral.
Palanque complicado– A futura candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, não vai subir nos palanques do tucano Geraldo Alckmin (SP), nem do petista Lindbergh Farias (RJ), segundo revela Ilimar Franco. “Ela não vai, o PSB vai”, explica um integrante da cúpula da Rede. Os ‘marineiros’ argumentam que nem Eduardo Campos iria e não veem ruído entre Marina e os socialistas. E garantem que “todo o legado de Eduardo será respeitado".
Sem desistir - “Nunca, jamais desistir do Brasil. É assim, querido Eduardo, que vamos guardar sua memória para sempre”, disse, o ex-presidente Lula, ontem, no programa de estreia na propaganda eleitoral ao exaltar as qualidades do ex-governador de Pernambuco, com quem, segundo enfatizou, tinha, na verdade, de uma relação de pai para filho.
Nas ruas– Depois da tragédia que abalou o País, o candidato da Frente Popular ao Governo do Estado, Paulo Câmara, volta, hoje, às ruas com Raul Henry, seu vice, e o candidato a senador, Fernando Bezerra. Na agenda, às 16 horas, uma caminhada pelo centro da capital com concentração em frente à Pracinha do Diário.
CURTAS
CAMINHADA– Já o candidato a governador pelo PTB, Armando Monteiro, faz caminhada em torno do mercado de Cavaleiro, em Jaboatão, pela manhã e de noite tem encontro com lideranças comunitárias no Clube das Pás, em Afogados.
COMITÊ– O companheiro Jota Alcides, que atua em Brasília há muitos anos, diretor-presidente do jornal Fatorama, lança, amanhã, na Assembleia Legislativa, às 19 horas, o livro “Mestre da bola no ar”, biografia do comentarista esportivo Luiz Cavalcanti, o “palavra abalizada”.
Perguntar não ofende: Qual foi o melhor programa de estreia da propaganda de TV dos candidatos a presidente?