Um pernambucano, morador de Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR), foi ouvido pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) por ser suspeito de integrar o grupo responsável por ofensas racistas contra a jornalista Maria Júlia Coutinho, conhecida como Maju, da TV Globo. De acordo com o MPPE, o homem negou fazer parte de tais grupos e que tenha feito alguma ofensa racista contra a jornalista.
O suspeito, que não teve o nome divulgado, é técnico em rede de computadores e possui 30 anos. Sua oitiva foi concluída na sexta-feira (11) e as informações serão enviadas ao Ministério Público de São Paulo (MPSP).
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Segundo o MPPE, a suspeita de envolvimento do técnico veio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do MPSP, que solicitou apoio para o cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência do pernambucano. Na ocasião, o acusado não estava em casa, mas equipamentos apreendidos no local vão passar por perícia.
Ao todo, foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão em oito Estados, sendo eles: Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás, Amazonas, Santa Catarina e Ceará. A investigação apura a prática de crimes de racismo, injúria qualificada, organização cibernética e corrupção de menores.
Conforme informações do Ministério Público de São Paulo, já foram identificados 12 suspeitos, entre eles três adolescentes. Alguns dos suspeitos teriam confessado a autoria das mensagens e apontado outros envolvidos. A 1ª Promotoria de Justiça Criminal de São Paulo já levantou que todos os administradores dos grupos de internet nos quais as mensagens foram postadas são maiores de idade.
A jornalista Maria Júlia Coutinho foi vítima de ataques racistas na internet. O caso que mobilizou as redes sociais aconteceu em julho deste ano, na página no Facebook do Jornal Nacional, em uma foto da repórter. Na época, em sua página da rede social, a jornalista chegou a comentar: “Minha militância é fazer meu trabalho bem feito, sem esmorecer, nem perder a serenidade. Os preconceituosos ladram, mas a caravana passa”.