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Após a apresentação de Jorginho Neto, foi a vez do baixista Walter Areia subir ao palco montado na Praça do Carmo, no Sítio histórico de Olinda, para encerrar a programação de shows do Mimo. Areia e Grupo de Música Aberta contaram com uma trégua da chuva, que castigou Olinda desde a noite deste sábado (6), para mostrar sua música por vezes minimalista e muito melódica.

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Em um 7 de setembro chuvoso, de temperatura amena, o calor veio do público que, novamente, apesar do pequeno número, foi muito ativo e deu um espetáculo à parte. No tempo entre um show e outro, o tradicional bloco carnavalesco Pitombeira de Olinda passou em frente à praça, fazendo sua primeira prévia de Carnaval, que tradicionalmente acontece no domingo mais próximo do feriado da independência. A Pitombeira lembra onde o Mimo acontece: no Sítio Histórico que abriga o carnaval mais pulsante do mundo.

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Investindo em uma sonoridade sem muitos maneirismos, que foca nas bases bem trabalhadas e em belas melodias, Areia e seu grupo fogem do estereótipo de uma música instrumental baseada em virtuosismo e solos intermináveis. Os solos estão lá, mas o que se sobrepõe são os temas, as levadas da 'cozinha' (baixo e bateria) e as texturas sonoras. Destaque para o saxofonista Ivan do Espírito Santo, dono de uma musicalidade e técnica invejáveis.

Após o fim da programação de shows do Mimo, ainda era possível assistir aos filmes exibidos no Mercado da Ribeira. O encerramento se deu com Cauby- começaria tudo outras vez, cinebiografia de um dos mais importantes cantores brasileiros, Cauby Peixoto. Os filmes tinham o sabor especial de pipoca e amendoim, distribuídos gratuitamente para os espectadores.

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E assim, depois de quatro dias de atividades formativas, exibição de filmes e apresentações musicais de alto nível, o Mimo se despede de Olinda, para aportar no dia 10 de outubro em Paraty, cidade histórica do litoral do Rio de Janeiro.

O grande volume de chuvas registrado do sábado para este domingo (7) em Olinda não atrapalhou a programação de shows do último dia do Mimo - os horários foram mantidos -, mas certamente afastou muita gente da Praça do Carmo, onde acontecem as apresentações. O show de Jorginho Neto, trombonista que entrou na programação através do Prêmio Mimo Intrumental, começou no horário marcado, 16h, mesmo debaixo de chuva.

Jorginho Neto fez um show competente e pra cima, com sua banda formada por músicos jovens como ele. Tocando um jazz brasileiro, com balanço e a presença do samba como elemento rítmico marcante, o trombonista conseguiu a simpatia de quem foi conferir a apresentação.

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O público, apesar de pequeno, se mostrou presente e participativo. Ao fim dos típicos solos de jazz de cada instrumentista, respondia com aplausos. Ao fim, o grupo de pessoa concentrada no coreto ao lado do palco, se protegendo chuva, pediu bis. E foi atendido. "É muito legal o público valorizar o músico mesmo debaixo de chuva", diz a paulista Priscila Gouveia, que mora em Ilhéus, na Bahia. Ela veio a Olinda especialmente para acompanhar o Mimo com uma amiga.

Roueda Abou Said, ao lado de Priscila, conta que a convidou para conhecer o festival, que acompanha há quatro anos. O esforço em agendar datas, passagens, e cuidar da estadia, ela explica que se deve à qualidade do Mimo. "A qualidade musical e a produção são impecáveis. Nunca vi um festival gratuito tão bem feito. E acho que, em Olinda, eles fizeram uma formaçao de público muito boa", comenta.

Roueda aproveita para fazer um pedido à produção do festival: a volta do curso de regência, que não foi realizado neste ano. A programação musical do mimo Olinda 2014 se encerra com a apreasentação de Areia e Grupo de Música Aberta, também na Praça do Carmo.

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