Tópicos | José Roberto Batochio

Os advogados que compõem as equipes de defesa, no âmbito da Lava Jato, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Roberto Batochio, e do ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB), Gamil Föppel, palestram em um seminário que acontece no Recife, nesta quinta (3) e sexta-feira (4). O ex-advogado-Geral da União e ex-ministro da Justiça do governo Dilma, José Eduardo Cardozo, também participa do 3º Seminário de Ciências Criminais, promovido pela União dos Advogados Criminalistas (Unacrim). 

O evento, que será no JCPM Trade Center no bairro do Pina, será norteado pela Operação Lava Jato e suas consequências para a justiça criminal, como a execução da pena a partir da condenação em 2ª instância. 

##RECOMENDA##

Também deverão ser debatidos temas que têm causado polêmica como a duração do processo, a distorção da prisão preventiva, o ativismo judicial, a lavagem de dinheiro e a crise da execução penal no Brasil.

“Há uma série de questões que precisam ser discutidas não só pelos tribunais, mas também pela sociedade, como a execução antecipada da pena e a necessidade de se respeitar as garantias constitucionais que protegem os cidadãos justamente dos arbítrios do estado”, aponta o presidente da Unacrim, o advogado criminalista Carlos Barros.

O criminalista José Roberto Batochio, defensor de Antonio Palocci, acompanhou o ex-ministro à superintendência da Polícia Federal em São Paulo na manhã de segunda-feira (26) e comparou a prisão de seu cliente a uma "operação secreta, no melhor estilo da ditadura militar".

"A operação que prendeu o ex-ministro é mais uma operação secreta, no melhor estilo da ditadura militar. Não sabemos de nada do que está sendo investigado. Um belo dia batem à sua porta e o levam preso. Qual a necessidade de prender uma pessoa que tem domicílio certo, que é médico, que pode dar todas as explicações com uma simples intimação?", questionou.

##RECOMENDA##

Batochio criticou, ainda, o nome da nova fase da Lava Jato, Omertà (humildade), que é como a lei do silêncio na máfia italiana é chamada. Segundo a PF, o termo refere-se ao codinome "italiano" que a Odebrecht usava para Palocci. "O que significa esse nome da operação? Omertà? Só porque o ministro tem sobrenome italiano se referem a ele invocando a lei do silêncio da máfia? Além de ser absolutamente preconceituosa contra nós, os descendentes dos italianos, esta designação é perigosa."

Questionado sobre as acusações contra Palocci, Batochio disse que as denúncias de facilitação de negócios ilícitos são vazias. O advogado também criticou o "espetáculo" das prisões que ele considera desnecessárias e afirmou que o Brasil não vive uma "propinocracia", e sim uma "delação premiadocracia".

Já sobre as declarações do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que no fim de semana avisou que haveria novas fases da Lava Jato esta semana, Batochio disse que é normal que o ministro tenha acesso a esse tipo de informação. "O que eu acho estranho é ele comentar isso publicamente", afirmou.

Mantega

Também defensor do ex-ministro Guido Mantega, que ficou preso temporariamente por algumas horas na sexta-feira, Batochio reagiu enfaticamente às suspeitas lançadas pela Operação Omertà sobre Mantega. O criminalista ironizou o relatório policial que chama Mantega de "Pós Itália". "A hora que resolverem definir quem quer que queiram como o verdadeiro 'italiano' vou me manifestar (sobre o relatório que liga Mantega ao suposto recebimento de R$ 50 milhões da Odebrecht)."

Em nota, o Instituto Lula afirmou que "mais uma vez, querem impingir ao ex-presidente Lula uma acusação sem materialidade, um suposto favorecimento que nunca existiu, inventando uma sede que o Instituto Lula nunca teve, com o claro objetivo de difamar sua imagem".

A defesa de Branislav Kontic afirmou que seu cliente não cometeu nenhum ato ilícito, nem recebeu qualquer vantagem indevida. O jornal O Estado de S. Paulo não localizou as defesas de Juscelino Dourado e Milton Lyra.

'Caminhamos para o estado de exceção', diz Dilma

A presidente cassada Dilma Rousseff usou na segunda-feira, 26, as redes sociais para criticar a revelação feita no domingo, em Ribeirão Preto (SP), pelo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, de que uma nova fase da Operação Lava Jato ocorreria esta semana. Dilma diz, no início da série de postagens, que o País vive "uma situação grave" e faz uma série de críticas à declaração de Moraes dada no evento político no interior paulista. Em seguida, a petista lembra da prisão do ex-ministro Antonio Palocci e encerra com a avaliação de que "estamos caminhando para o estado de exceção". "Se tal situação tivesse ocorrido em meu governo, seríamos duramente criticados pela imprensa e pela oposição." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando