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O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio da Procuradoria-Geral de Justiça e do Centro de Apoio Operacional à Atuação Criminal, defendeu, nesta quinta-feira (26), a sua atuação no julgamento de engenheiro Danilo Paes, que era acusado de ter matado o próprio pai, o cardiologista Denirson Paes da Silva.

O corpo do médico foi encontrado esquartejado dentro de um poço em um condomínio de luxo no bairro de Aldeia, na cidade de Camaragibe, em 4 de julho de 2018. Um ano após o crime, a viúva do médico, Jussara Rodrigues da Silva Paes, foi condenada a 19 anos de prisão pela execução e ocultação do cadáver.

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Danilo, que também era suspeito no envolvimento do assassinato, após longos cinco anos de investigação e idas e vindas à Justiça, foi absolvido por maioria de votos no júri popular, concluído na tarde da última quarta-feira (25).

Logo após a decisão, o irmão mais novo do engenheiro, Daniel Paes, disse que vai atuar para recorrer da decisão do júri de primeira instância e fez duras críticas à atuação do MPPE.

Segundo Daniel, a decisão do Ministério Público de Pernambuco foi responsável por "desmoralizar" os trabalhos realizados por equipes das Polícias Científica e Civil no caso.

"Matem os seus pais, esquartejem e façam o que vocês querem, porque no Brasil não existe lei. O Ministério Público (de Pernambuco) passou cinco anos acusando através do trabalho da polícia, que foi muito bem realizado, e, em um dia, no último domingo, o Ministério Público já sabia o resultado e mandou uma mensagem para o meu advogado dizendo que ia absolver", afirmou.

Com essas declarações, o MPPE disse, através de uma nota, que é imparcial e que forma "a sua convicção com base nas provas que constam no processo, cabendo aos jurados a decisão, absolutória ou não, de acordo com os seus respectivos convencimentos".

O MPPE destacou, ainda, que a "possível divergência entre o Promotor de Justiça e quaisquer outras partes, inclusive a assistência de acusação, não inviabiliza, de modo algum, a apresentação das teses ao Conselho de Sentença, devendo eventual irresignação ser dirimida com o manejo dos recursos processuais cabíveis".

A defesa do acusado Danilo Paes Rodrigues enviou um vídeo com o primeiro depoimento público do engenheiro indiciado pela morte do pai. O médico e advogado Denirson Paes da Silva foi assassinado em maio de 2018 no condomínio de luxo onde residia em Aldeia, Camaragibe, Região Metropolitana do Recife (RMR). No vídeo, Danilo reforça o discurso de que é inocente, diz que tinha um bom relacionamento com o pai e pede punição para a mãe, a farmacêutica Jussara Rodrigues da Silva Paes, que já confessou ter cometido o crime.

“O relacionamento com meu pai, eu posso dizer, era um relacionamento de respeito, de muito amor, de carinho. Ele nunca deixou faltar nada pra mim nem pro meu irmão”, diz Danilo na gravação. O engenheiro está em liberdade provisória desde 21 de dezembro de 2018, após o pagamento de fiança no valor de R$ 5 mil.

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O acusado também criticou a mãe: “Eu só quero que ela pague pelo que ela fez, pelo dano que causou não só ao meu pai, mas a toda a minha família, principalmente a mim. Me prejudicou ao não falar a verdade”, ele resumiu. “O problema era conjugal, eles não formavam mais um casal há muito tempo, viviam de aparências. Era, claramente, um problema entre eles”, complementou.

“Tudo que eu peço é justiça. Peço para que Deus me conforte, porque não é fácil lidar com a morte de um pai sabendo que a mãe fez isso, ser abandonado por pessoas injustamente. Perdi ele [Denirson], obviamente, que foi a maior perda. Perdi toda a minha família, perdi boa parte dos meus amigos, se é que podem ser chamados disso”, acrescentou.

Danilo também criticou a investigação policial. Um dos indícios da participação do mesmo é a dor nas costas que sentia nos dias que se seguiram após o assassinato. Para a Polícia Civil, é um indicativo de que ele participou do esquartejamento do médico. “Tenho problemas na coluna há um bom tempo, fiz exames de ressonância magnética e constataram problemas antes do ocorrido, três meses antes”, justifica.

Outro ponto mencionado pelo rapaz foi o fato de não ter chorado ao descobrir que os restos mortais do pai estavam escondidos no poço de sua casa, demonstrando certa frieza. “Cada pessoa tem o seu jeito de externar o seu sentimento. Eu sou uma pessoa tímida, que leva muito para o interior suas coisas e só Deus sabe o que sofri e venho sofrendo diante desses dias”, argumentou.

O caso já passou por audiências de instrução na Justiça de Camaragibe e é aguardada a confirmação de júri popular. O advogado de Jussara e Danilo, Rafael Nunes, diz acreditar que o filho será absolvido antes de ir a júri. "A inocência de Danilo é cristalina. Absolutamente nada foi comprovado com relação à culpabilidade de Danilo", afirmou. A Polícia Civil concluiu que Jussara não conseguiria cometer o crime sozinha. Após a viúva confessar o assassinato, foi feita uma reconstituição do crime e a polícia manteve a versão de que a mulher teria agido com a ajuda de alguém, apesar dela dizer o contrário. Confira o vídeo na íntegra:

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