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Uma adolescente de 14 anos, da etnia indígena Kaingang, foi encontrada morta na última quarta-feira (4) em uma reserva da cidade de Redentora, no Noroeste gaúcho, e também tida como a maior terra indígena de todo o estado. Identificada como Daiane Griá Sales, a menina foi vista por um agricultor local, que percebeu aves sobrevoando uma região de mata, onde estava o corpo, que teve sua parte inferior dilacerada. Segundo informações do Sul 21, a hipótese policial é de o crime se trata de um homicídio.

Daiane saiu de casa sábado passado (31), por volta das 16h, e encontrou amigos em uma reunião na localidade conhecida como Vila São João, onde dançaram e ouviram músicas. Após o encontro, a jovem não voltou para casa. Sem atualizações até então, lideranças indígenas e organizações pedem atenção ao caso por parte da Justiça e da mídia.

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A família deu falta da menina no dia seguinte, mas não chegou a registrar o desaparecimento dela, achando que regressaria, segundo relatos feitos à investigação. Eles só voltaram a ter notícias dela quando o corpo foi localizado pelo agricultor.

A principal linha de apuração é a de homicídio, mas a polícia busca apurar se a menina foi ainda vítima de crime sexual e se houve ocultação do cadáver, devido ao local onde o corpo foi encontrado. ​No corpo da jovem, de acordo com informações preliminares passadas pelo médico legista à investigação, não havia sinais de ferimentos por arma branca ou arma de fogo.

A Associação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) publicou uma nota em redes sociais repudiando a violência contra mulheres indígenas e pedindo justiça pela jovem, qualificando a morte como crime bárbaro.

"A Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul) e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), em conjunto com todas as organizações regionais de base, repudiam toda e qualquer violência contra mulheres indígenas e exige que a justiça seja feita a quem cometeu tal atrocidade".

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi), também por meio de nota, manifestou indignação pelo caso e pediu que a Fundação Nacional do Índio (Funai) e órgãos de investigação federal promovam ações para coibir violências e responsabilizar autores dos crimes, além de verificar se eles estão vinculados à intolerância e ao racismo contra os povos indígenas.

Um protesto de 42 indígenas da etnia Kaingang, do Rio Grande do Sul, bloqueou por quase uma hora a pista em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília. O objetivo foi pedir resposta à solicitação de audiência feita há dois meses. Na reunião, os índios querem convencer o governo a acelerar a demarcação de terras indígenas no estado.

Às 15h30, os índios começaram a dançar e entoar gritos de guerra. Os motoristas que tentavam chegar à Esplanada dos Ministérios ou deixar o local encontraram a rua bloqueada até as 16h18, quando uma negociação pôs fim à manifestação.

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Durante o protesto, os motoristas faziam retorno em frente aos índios e seguiram por outras vias. Alguns buzinaram em frente à manifestação e tentaram furar o bloqueio. Outros chegaram a xingar os indígenas.

Há dois meses, os índios reivindicam um encontro com os ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, e da Justiça, José Eduardo Cardozo. Segundo Luiz Salvador, um dos líderes indígenas, a manifestação foi a forma encontrada para serem recebidos pelo governo.

“Nossa ideia é fazer com que eles recebam o povo indígena pelas demandas que eles têm hoje, a demarcação e identificação das terras indígenas no Rio Grande do Sul. O povo brasileiro tem que saber que nós não queremos todo o Brasil. Nós queremos a sobrevivência do povo Kaigang lá no território”, disse.

Um acordo foi fechado para que o ministro Miguel Rossetto receba as lideranças amanhã à tarde (26), encontro para o qual os Patrus e Cardozo serão convidados.

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