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A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (3), uma operação contra o desvio de verbas do Sistema Único de Saúde (SUS) no município de Timbaúba, na Mata Norte de Pernambuco. A investigação iniciada há quatro anos calcula o prejuízo de R$ 7,9 milhões. O repasse federal era destinado para garantir o fornecimento de remédios e a compra de materiais hospitalares.

Sem revelar a identidade, um denunciante afirmou que a Prefeitura favorecia uma distribuidora nos contratos da Saúde entre 2013 e 2016. No mesmo período, foi constatado que a empresa realizou diversas transações financeiras com outras empresas do grupo empresarial de um dos prefeitos do município à época. A PF não revelou o nome do suspeito.

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Os alvos da Operação Desmame são ex-prefeitos, empresários, servidores e ex-servidores da Administração. Há suspeitas da prática de crime de fraude à competitividade em processos licitatórios, desvio de recursos públicos praticado por prefeitos e lavagem de dinheiro, cujas penas, somadas, podem chegar a 26 anos de prisão.

Dez mandados de busca e apreensão foram cumpridos por 50 agentes federais nos municípios de Olinda, Recife e Timbaúba.

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), vinculado ao Ministério da Fazenda, publicou no Diário Oficial da União (DOU) instruções complementares para as pessoas que comercializam veículos automotores.

O objetivo é aprimorar as regras estabelecidas pela Resolução Coaf nº 25, de 16 de janeiro de 2013, editada para prevenir a lavagem de dinheiro e o financiamento de ações de terrorismo por meio desse tipo de transação comercial.

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Segundo o texto, pessoas físicas e empresas que comercializam bens móveis de luxo ou de alto valor ou intermedeiam sua comercialização, ainda que por meio de leilão, deverão analisar com especial atenção as seguintes operações: "aquisição ou proposta de aquisição de veículo automotor na 'modalidade frotista' por pessoa física; aquisição ou proposta de aquisição de veículo automotor na 'modalidade frotista' por pessoa jurídica constituída recentemente ou sem manifesta experiência nesse mercado ou cuja atividade econômica não tenha relação com a utilização de frota de veículos automotores; aquisição ou proposta de aquisição de veículo automotor na 'modalidade frotista' cujo valor seja incompatível com o patrimônio ou com a capacidade financeira presumida do comprador ou proponente; ou aquisição ou proposta de aquisição de veículo automotor com pagamento efetuado por terceiro, sem justificativa, mesmo quando autorizado pelo cliente".

Se consideradas suspeitas, essas operações ou propostas de operações deverão ser comunicadas ao Coaf. As novas instruções entram em vigor em sessenta dias.

O governo federal pretende turbinar a estrutura administrativa que julga infrações relacionadas a lavagem de dinheiro, numa tentativa de aumentar as multas e afastar do mercado investidores e dirigentes de bancos flagrados cometendo esse tipo de irregularidade.

O projeto, sob estudo do Ministério da Fazenda, prevê o fortalecimento do Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN), conhecido como "Conselhinho" do Banco Central, cuja estrutura deve ser fortemente ampliada. Em estudo no governo desde o ano passado, a reforma estrutural foi acelerada na esteira do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal, onde 34 dos 38 réus foram acusados de falsificar a origem de recursos financeiros.

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Hoje, a maior parte dos casos é encaminhada ao Ministério Público, que atua no Judiciário tentando a condenação penal dos acusados. Com a mudança, ficará turbinada também a estrutura de punição administrativa, com foco nas instituições financeiras por onde os esquemas são construídos.

Ou seja, o governo avalia que é preciso tornar mais explícita a punição a bancos, corretoras e outros que, embora não estejam envolvidos diretamente em tráfico de drogas, por exemplo, acabam permitindo a lavagem do dinheiro ou dificultando a fiscalização pelo poder público.

Reforço

Para evitar isso, há leis e regulamentos que as instituições devem seguir, comunicando operações ou vetando o acesso a linhas de crédito por exemplo. Quando há lavagem de dinheiro, geralmente uma regra dessas é violada. Cabe ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) fiscalizar o sistema e impor multas quando há descumprimento de alguma regra. Isso tende a continuar da mesma forma, segundo fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo. O governo quer modificar o caminho do processo administrativo a partir do Coaf. Hoje, se o banco discordar da punição do conselho, sua única opção é recorrer diretamente ao ministro da Fazenda. No ano passado, foram seis casos.

O plano do ministério é deixar essa competência de julgar os recursos nas mãos do Conselhinho. Para isso, pretende ampliar o conselho, hoje formado por apenas oito conselheiros, metade indicada pelo setor privado.

Há também planos para aumentar o número de investigações e modificar o organograma do órgão, aproximando sua estrutura da que existe no Superior Tribunal de Justiça (STJ), com a criação de turmas especializadas de julgamento. Os estudos atuais apontam para três sessões, que terão um de julgamento, divididas em "turmas" de conselheiros com propósito específico, como lavagem de dinheiro, mercado cambial, distribuições públicas e outros. Serão três sessões: uma de crimes financeiros (BC), outra de distribuição pública (CVM), e uma terceira relativa a seguros e regras (Susep). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo


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