Tópicos | Linha Branca

Depois de financiar descontos na venda de carros zero quilômetro - programa que foi criticado por especialistas -, o governo deve discutir eventual redução de impostos para itens de linha branca, como geladeiras e máquinas de lavar. O assunto vai entrar na pauta de reunião marcada para esta sexta (14) entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Na última quarta-feira (12) em evento que marcou a reabertura do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, Lula falou em reduzir o preço dos eletrodomésticos como forma de incentivar o consumo por parte da população de menor renda. "Falei para o (Geraldo) Alckmin (ministro da Indústria): que tal a gente fazer uma 'aberturazinha' para a linha branca outra vez?", disse Lula. Em 2009, durante seu segundo mandato, Lula já havia autorizado o corte do IPI para itens como geladeiras e lavadoras de roupa.

##RECOMENDA##

"Amanhã (hoje) tenho despacho com Lula, e linha branca deve ser tema", disse Haddad, em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, da RedeTV. Questionado sobre a possibilidade de o governo lançar um programa com reduções de impostos para esses produtos, Haddad respondeu que é preciso "encontrar espaço" fiscal para a ação.

Carros

Neste ano, o governo já lançou um programa para o setor automotivo, no valor total de R$ 1,8 bilhão. Desta cifra, R$ 800 milhões foram usados para bancar descontos entre R$ 2 mil e R$ 8 mil para carros de passeio com valor de venda de até R$ 120 mil, num momento em que as montadoras anunciavam a suspensão de produção e férias coletivas para seus funcionários alegando baixo volume de vendas.

Segundo a Anfavea (que representa as montadoras), o mercado chegou a vender 27 mil veículos no último dia de junho - o terceiro maior volume em um único dia da história. Com a corrida dos consumidores às lojas para aproveitar os descontos, os estoques de veículos em pátios de montadoras e concessionárias caíram de 251,7 mil para 223,6 mil unidades. O programa foi criticado por especialistas por incentivar a venda de carros fora do chamado segmento popular e por envolver a concessão de crédito tributário às empresas.

O presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Jorge Nascimento, disse ao Estadão/Broadcast, sistma de notícias em tempo real do Grupo Estado, que o setor já trabalha em uma proposta de política pública para substituição de aparelhos desse segmento. "Já conversamos com alguns ministérios e a proposta está em construção no setor. Dentro de 40 dias, devemos ter algo mais estruturado", disse Nascimento.

Ainda durante o processo de votação da medida provisória que retomou o programa Minha Casa, Minha Vida, o setor tentou emplacar a disponibilização, custeada pelo governo, de eletrodomésticos para os beneficiários da faixa 1 do programa, bem como crédito subsidiado para a aquisição desses bens duráveis em outras faixas de renda do MCMV. A proposta acabou ficando fora do texto da MP.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) do Recife visita lojas para identificar se o preço dos eletrodomésticos subiu com o aumento da demanda de consumidores que perderam bens nas chuvas. A fiscalização começou nessa quarta-feira (8) e será concluída nesta quinta (9).

A pesquisa feita nas lojas vai acompanhar e comparar o valor dos itens da linha branca, como como geladeira, fogão, máquina de lavar e microondas. "O levantamento primário de itens comercializados está sendo realizado em cinco lojas de redes diferentes, totalizando 10 estabelecimentos localizados no centro e no bairro de Casa Amarela, Zona Norte da cidade", informou o Procon Recife.

##RECOMENDA##

O resultado da fiscalização será divulgado ao termino nas visitas. O órgão reforça que a população pode registrar denúncias através do site procon.recife.pe.gov.br ou pelo e-mail denunciaproconrecife@recife.pe.gov.br.

O tradicional mercado de linha branca já não é mais o mesmo no Brasil. No ano passado, uma mudança que vinha sendo ensaiada no setor se consolidou. Em número de unidades, as vendas caíram, mas, em valor, elas aumentaram - reflexo da sofisticação do consumo e da incorporação da tecnologia aos produtos de casa. De acordo com a consultoria alemã GfK, entre janeiro e outubro de 2014, o número de refrigeradores vendidos, por exemplo, caiu 11% em unidades, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Em reais, porém, a alta foi de 4,6%.

De acordo com Oliver Römerscheidt, diretor da área de varejo e tecnologia da GfK Brasil, tanto a mudança do perfil dos produtos quanto a inflação contribuíram para que uma maior parte das vendas se concentre em faixas de preços mais altas. Entre 2013 e 2014, por exemplo, a fatia de mercado das geladeiras de preço até R$ 800 caiu de 9% para 2%, consideradas as vendas até outubro, de acordo com a GFK.

##RECOMENDA##

No setor de geladeiras e de fogões, produtos que já estão presentes em quase todos os lares brasileiros, a tendência é que o consumidor, na hora da troca, opte por um produto que tenha mais funções - segundo as fabricantes, a geladeira frost-free já é uma exigência comum entre os consumidores.

No entanto, a tendência de migração para produtos mais caros também é percebida em produtos como máquina de lavar automática, que hoje está presente somente em 50% dos lares. Produtos como o tanquinho, que exigem que o consumidor use a força para torcer a roupa, estão caindo em desuso. "A gente já percebe que a classe C busca produtos mais caros, como as máquinas lava e seca, desde que eles representem um benefício concreto de economia de tempo", diz Kati Dias, gerente geral de produtos para o lar da LG do Brasil.

Opções

À medida que o consumidor exige mais diferenciais embarcados nos produto, empresas como Samsung, LG e Panasonic estão apostando em seu "DNA" de tecnologia para conquistar uma fatia maior do mercado, que ainda é dominado por duas multinacionais: a sueca Electrolux e a americana Whirlpool (dona das marcas Brastemp e Consul). "O mercado como um todo realmente está em desaceleração, mas os nichos específicos ainda crescem", disse Adelson Coelho, diretor da área de produtos para o lar da Samsung Brasil.

Apesar da disparada recente do dólar, que está ao redor de R$ 2,60, a Samsung e a LG ainda vão apostar em importações para abastecer nichos específicos no mercado brasileiro. No segmento de refrigeração, por exemplo, ambas têm produtos que custam em torno de R$ 10 mil no varejo. As duas empresas haviam anunciado novas fábricas no País, mas acabaram desistindo dos projetos.

Uma das estratégias da Samsung para agradar ao consumidor com dinheiro para gastar, segundo Coelho, é reduzir o tempo de espera para que as novidades dos EUA e da Europa cheguem ao mercado brasileiro com as devidas adaptações técnicas. Além de inovações nas categorias em que já atua no Brasil - como refrigeradores e máquinas lava e seca -, a Samsung pretende introduzir duas novas linhas no País em 2015: a de micro-ondas e a de lava-louças.

Enquanto a Samsung importa a maior parte de seus produtos de linha branca, a LG "mescla" a produção local e a importação. A companhia coreana tem uma fábrica de lava e seca em Taubaté (SP) e produz micro-ondas em Manaus. Os refrigeradores e as lava-louças são importados. Para atrair a atenção do consumidor, a companhia aposta em inovações, como uma gaveta de geladeira que conserva legumes por até 14 dias e um "híbrido" de micro-ondas e forno elétrico, que permite até assar bolos.

Enquanto LG e Samsung lançam produtos importados de nicho, a Panasonic, que tem produção local de micro-ondas (em Manaus) e de lavadoras e refrigeradores (em Extrema, MG) também investe em produtos de preços mais altos, mas ainda com chance de atingir um público maior. Sergei Epof, gerente da área de linha branca da Panasonic, diz que, na área de refrigeradores, por exemplo, a empresa se concentra em produtos com preço próximo de R$ 2 mil, com especificações como frost-free e portas separadas para geladeira e freezer.

Para o executivo, embora o mercado de geladeiras e máquinas de lavar, em especial, seja dominado por Whirlpool e Electrolux, as dificuldades da Mabe, que era a terceira colocada no mercado, deixaram um espaço para novos entrantes. No caso da Panasonic, as principais apostas para atrair o consumidor, segundo o executivo, seriam o design e a eficiência em consumo de energia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As vendas da indústria em volume de eletrodomésticos da linha branca fecharam o primeiro semestre deste ano 5% abaixo do patamar de 2013, informou nesta segunda-feira (15) o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula. Durante o lançamento da feira Eletrolarshow em São Paulo, o executivo informou, porém, que a indústria espera recuperação neste segmento.

Na avaliação de Kiçula, os estoques mais altos do varejo não foram favoráveis para as vendas do setor até junho, mas ele acredita que a tendência a partir da segunda metade do ano é mais positiva. "Até junho de fato a linha branca não estava bem em termos de giro de estoque, mas sei que o varejo já está tendo vendas melhores e a indústria está mais animada que no ano passado", comentou.

##RECOMENDA##

Kiçula ressaltou que na primeira metade do ano as vendas de linha branca foram prejudicadas pelo fato de o consumidor ter priorizado a compra de televisores em razão da Copa do Mundo. De acordo com a Eletros, a venda de TVs em numero de unidades cresceu 16% no primeiro semestre na comparação com o mesmo período do ano anterior. Kiçula destacou que o segmento de TVs vinha tendo um crescimento mais acelerado até maio e freou em junho. Ainda assim, a expectativa para a linha marrom é de manutenção do patamar de crescimento até o final do ano, disse.

Os números de vendas do varejo em junho e julho mostram redução nas vendas do mês na comparação com o ano anterior depois de uma aceleração até maio. De acordo com o IBGE, as vendas em volume de eletrodomésticos subiram 7,9% em maio ante igual período do ano anterior, mas caíram 1,8% e 9,6% em junho e julho, respectivamente, também na comparação com os mesmos meses de 2013.

Kiçula avaliou, porém, que os números revelam a desaceleração do varejo após a Copa, uma vez que as vendas, principalmente de TVs, haviam sido antecipadas. Na avaliação dele, há sinais mais positivos nos meses seguintes. Ainda assim, ele ponderou que a inflação vem tendo um efeito negativo no consumo. "Toda vez que cresce a inflação e reduz a disponibilidade de renda é claro que todos nós pagamos", concluiu.

O presidente da Eletros, Lourival Kiçula, levará nesta segunda-feira, 11, um grupo de presidentes e diretores de empresas associadas à entidade ao gabinete ministerial, em São Paulo, para uma reunião com o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcio Holland de Brito.

A priori, o encontro será para que os empresários mostrem ao secretário os números de vendas do segmento de linha branca no segundo trimestre, que não foram bons: caíram 20% na comparação com as vendas acumuladas de janeiro a março.

##RECOMENDA##

Contudo, sinalizou o presidente da Eletros, apesar de não haver nenhuma pauta de reivindicações formal para ser levada à Fazenda, os empresários pretendem discutir com o secretário Holland algumas medidas que possam, eventualmente, amenizar os impactos decorrentes da diminuição das vendas.

Impostos

A discussão, segundo Kiçula, deve passar pela retirada, ou redução, de alguns outros impostos que não o IPI incidentes sobre as produção e vendas dos produtos de linha branca. "Não dá mais para fazer qualquer pedido de redução de IPI porque a alíquota desse imposto já está reduzida. O que era 20% está 10%, o que era 10% está 5%, mas tem outros impostos que podem ser mexidos", disse o presidente da Eletros, segundo o qual alguns destes impostos caem bem para alguns produtos, mas não para outros.

Segundo Kiçula, no segundo trimestre o consumidor abortou qualquer intenção de comprar linha branca. Se esforçou apenas para comprar televisores em resposta aos apelos da Copa do Mundo.

Vale salientar que, além da redução do IPI que incide sobre as vendas de produto da linha branca, o governo federal criou e colocou à disposição dos mutuários do Programa Minha Casa, Minha Vida, o Minha Casa Melhor, programa que libera um crédito de R$ 5 mil para quem adquiriu uma moradia no programa habitacional federal mobiliar sua casa ou apartamento.

No entanto, a forte desaceleração da economia que já começa a bater no mercado de trabalho, a elevada taxa de inflação que corrói a renda dos que continuam empregados, o elevado patamar de juros, entre outros fatores que deterioram a confiança na economia estão afastando o consumidor das lojas.

Afetados pelo ritmo mais lento de crescimento da economia e pelo impacto negativo da Copa do Mundo que drenou a renda do brasileiro para a compra de TVs, os fabricantes de fogões, geladeiras e lavadoras fecharam o primeiro semestre com o pior desempenho de vendas dos últimos dez anos. De janeiro a junho, o número de eletrodomésticos comercializados da indústria para o comércio caiu 12% na comparação com o mesmo período de 2013.

O resultado do semestre foi influenciado especialmente pelo forte recuo no segundo trimestre. Levantamento da Eletros, associação que reúne a indústria do setor, mostra que, entre abril e junho, as vendas industriais da linha branca caíram 20% na comparação anual.

##RECOMENDA##

O baixo astral do setor prevalece, apesar da ajuda do governo para impulsionar as vendas. Os eletrodomésticos continuam com Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido, benefício que começou na crise de 2009. Os itens também fazem parte do programa Minha Casa Melhor, que dá crédito facilitado de R$ 5 mil para equipar a casa a quem adquiriu imóvel no programa.

Preocupados com a queda nas vendas e o aumento dos estoques, os fabricantes fazem de tudo para adequar a produção ao menor ritmo de negócios no varejo. Deram férias coletivas, não repuseram as vagas dos trabalhadores que pediram demissão e suspenderam temporariamente o contrato de trabalho (lay-off), seguindo o exemplo da indústria automobilística.

Mesmo assim, o número de empresas com produtos encalhados não para de crescer. Em julho, por exemplo, a fatia de indústrias do setor mecânico, onde se enquadram os fabricantes de eletrodomésticos e máquinas, com estoques excessivos foi de 16,7%, segundo a sondagem industrial da Fundação Getulio Vargas. Em junho, essa parcela tinha sido de 16,2%.

"Foi o pior primeiro semestre dos últimos dez anos", disse Armando Valle, vice-presidente de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Whirlpool Latin America, maior fabricante do setor e dona das marcas Brastemp e Consul. Para o presidente da Eletros, Lourival Kiçula, a queda no trimestre foi maior do que se esperava.

Segundo Valle, na crise de 2009 a queda nas vendas não foi tão forte quanto a atual porque a redução do IPI ajudou. Agora, observa, o corte da alíquota do imposto é menor em relação ao daquela época. No caso de lavadoras, o IPI hoje está em 10%, ante 5% em 2009. O IPI normal de lavadoras é de 20%.

Kiçula atribui o resultado ruim ao cenário econômico mais complicado, com o acesso ao crédito mais difícil e mais caro. Ele não arrisca fazer projeções para o ano. Já Valle acredita numa recuperação a partir de agosto e num segundo semestre estável em relação ao mesmo período de 2013. Se a projeção se confirmar, o ano fechará com queda entre 7% e 8% nas vendas industriais. "Esse resultado não seria um desastre, mas razoável", diz Valle. A linha branca encerrou 2013 com retração de 5% nas vendas.

Emprego

Com negócios em baixa no segundo trimestre, cenário que persistiu em julho, as indústrias pisaram no freio. O primeiro reflexo dessa decisão apareceu no emprego. Entre abril e junho, o saldo de geração de postos formais de trabalho da indústria mecânica, que engloba a linha branca, foi negativo em 15,2 mil vagas, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. No primeiro trimestre, o saldo de vagas foi positivo, com 13,5 mil vagas.

Além de demitir, as empresas do setor adotaram o lay-off. Erick Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos e Região (SP), conta que a Electrolux suspendeu temporariamente o contrato de trabalho de 120 trabalhadores, a partir de 7 de julho, onde está a fábrica de lavadoras e fogões. "Foi a primeira vez que negociamos lay-off na linha branca", diz o sindicalista, destacando que foi uma medida para preservar empregos. Em junho, a empresa já tinha dado férias coletivas a 4,6 mil funcionários nas três fábricas. Procurada, a empresa não comentou o lay-off.

Também em junho, a Whirlpool deu férias coletivas a 5 mil trabalhadores. "Não descartamos a possibilidade de novas férias coletivas e de fazermos lay-off neste semestre", diz Vale, vice-presidente da empresa. Ele conta que, nos últimos meses, a companhia não repôs as vagas dos que pediram demissão. Com isso, foram enxugadas entre 300 e 500 vagas.

"O cenário é preocupante. As empresas estão demitindo aos poucos", diz o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Itu e Região, Dorival Jesus do Nascimento. Depois que a mexicana Mabe, desde maio em recuperação judicial, fechou no ano passado a fábrica de Itu, restaram na cidade as indústrias de componentes.

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, Jair dos Santos, que responde pela área onde estão as duas outras fábricas da Mabe, Hortolândia e Campinas, em São Paulo, a empresa diz que tem 200 funcionários excedentes, parte deles em casa em licença remunerada. "Recentemente, houve 80 demissões na empresa." Procurada, a Mabe não comenta a situação.

Santos atribui o corte ao ajuste pelo qual passa a empresa em razão da recuperação judicial. Ele acredita que a redução na linha branca é um movimento normal para o período por causa do inverno. Para ele, a chiadeira dos empresários está ligada às negociações salariais, com data-base em 1º de setembro. Neste ano, o pleito é de aumento de 5,69%, descontada a inflação. Em 2013, os trabalhadores conseguiram reajuste real de 2%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para produtos da linha branca não terá aumento a partir desta quarta-feira, 1º de janeiro. O ministério da Fazenda informou que as alíquotas, que já foram elevadas em outubro passado, serão mantidas no nível atual conforme já estava previsto.

A partir de amanhã, estará mais alto o IPI sobre automóveis, móveis, painéis e produtos plásticos. O IPI para máquina de lavar roupa, refrigerador e congelador está em 10% desde o dia 1º de outubro. O imposto para tanquinho está em 5% e para fogões, 4%. As alíquotas valem para produtos com eficiência energética A. Alguns itens de material de construção também estão com o imposto reduzido e não sofrem alteração neste início de ano.

##RECOMENDA##

Desde o início da crise financeira internacional em 2009, o governo tem usado a redução de tributos para estimular alguns setores e aumentar as vendas no varejo. A receita vem sendo repetida na tentativa de melhorar o crescimento da economia depois da crise na Zona do Euro. Por conta da queda na arrecadação e a dificuldade de fechar as contas do governo, o ministério da Fazenda vem fazendo recomposições parciais das alíquotas de IPI.

Amanhã haverá um aumento de IPI para automóveis, móveis, painéis e produtos plásticos conforme já anunciado pelo governo. As alíquotas para carros estavam reduzidas desde maio de 2012 e serão recompostas em duas etapas - a segunda será em 1.º de julho.

No caso do carro popular, com motor 1.0, a alíquota a partir de janeiro passará de 2% para 3% e, em julho, para 7%, voltando assim aos níveis normais. Para os caminhões, a decisão foi manter a alíquota em zero, em vigor desde janeiro do ano passado. No caso dos móveis, painéis e produtos plásticos, o aumento será de 3,5% para 4%. A mudança terá validade até 30 de junho do próximo ano.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta quinta-feira (27) a recomposição parcial das alíquotas do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para produtos da linha branca, móveis e painéis. Os novos valores passarão a valer a partir de 1º de julho e irão vigorar até o fim de setembro.

Em dezembro de 2012, o ministro já havia anunciado que o imposto voltaria de forma gradual, com um escalonamento entre os meses de janeiro e junho. A medida irá abranger produtos como fogão, tanquinho, refrigerador, congelador, móveis, painéis e laminados, entre outros.

##RECOMENDA##

O valor do tributo para o fogão, por exemplo, passará de 2% para 3%. No caso do tanquinho, a taxa terá aumento de 2% para 4,5%. “A máquina de lavar roupa já está num patamar definitivo de 10%. Antigamente, era 20% e ela ficará permanentemente em 10%”, afirmou o ministro.

Móveis, painéis e laminados terão alíquota de 3% a partir da próxima segunda-feira (1º de julho). Entre os meses de fevereiro e junho deste ano, o valor que vigorou para esses produtos era de 2,5%. Com as novas taxas a arrecadação de IPI aumentará em R$ 118 milhões no período de julho a setembro.

Absorção das Alíquotas

Mais cedo, o ministro havia se reunido com diversos representantes dos setores de bens de consumo, móveis e painéis. Segundo o ministro da Fazenda, a recomposição gradual das alíquotas é uma medida que poderá ser absorvida pelo setor.

“Tanto o varejo quanto o setor produtor farão um esforço de acomodar esse aumento de alíquotas nos preços atuais de modo que isso não venha a prejudicar as vendas e, ao mesmo tempo, não venha a aumentar a inflação”, disse Mantega.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social - GMF

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta quinta-feira, 27, a recomposição parcial do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para linha branca e móveis. As novas alíquotas passam a valer na segunda-feira, 1º. A alíquota do fogão, que hoje é 2%, passa para 3% e valerá até setembro. Para tanquinho, a alíquota de 3,5% passa para 4,5%. Para refrigerador e congelador, os 7,5% passam para 8,5%. A máquina de lavar roupa, que antes tinha taxa de 20%, já está em tarifa definitiva de 10%. Móveis em geral, que têm alíquota de 2,5%, passarão a ter 3%. Para painéis, o valor de 2,5% passa para 3%. Laminados, com alíquota de 2,5%, terão IPI de 3%. A alíquota de luminárias, que hoje é de 7,5%, passará para 10%. No caso dos papeis de parede, a mudança é de 10% para 15%. O ministro lembrou que a recomposição das alíquotas começou neste ano. "Em fevereiro, já demos um primeiro passo e já fizemos recomposição parcial das alíquotas", lembrou Mantega.

Mantega garantiu que o varejo e a indústria de móveis e eletrodomésticos de linha branca farão um esforço para absorver a recomposição das alíquotas de IPI sem que haja um aumento de preços. O compromisso, acrescentou o ministro, tem o objetivo de não prejudicar as vendas e nem causar impacto na inflação. "Os setores vão procurar absorver o aumento de tarifas de forma que preço não se eleve. Tanto o varejo quanto o setor produtor farão esforço para manter os preços atuais", disse Mantega.

##RECOMENDA##

Ainda assim, afirmou o ministro, os empresários se queixaram do aumento de custos de alguns insumos e componentes. "Ficamos de estudar o que fazer para impedir que haja um aumento de custos para a produção que possa ser repassado para o consumidor final. O nível de vendas desses produtos teve crescimento moderado nesses primeiros cinco meses do ano e, portanto, deve continuar tendo esse desempenho", completou.

A entrevista coletiva, marcada para 18h, começou com quase uma hora de atraso. Ao chegar ao auditório do ministério, jornalistas perguntaram ao ministro sobre o jogo da Copa das Confederações entre Espanha e Itália, que havia terminado alguns minutos antes, com vitória dos espanhóis. "Eu estava torcendo para Itália ganhar porque ela é um adversário melhor para o Brasil", disse Mantega. "Na verdade, nem sabia que tinha o jogo", afirmou em seguida.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou neste quinta-feira, 27, novas medidas de desonerações e disse que o momento é de colher os frutos das ações já realizadas. Segundo ele, o governo não pode mais abrir mão de receitas este ano.

Perguntado sobre as demandas do setor de aço, Mantega disse estar preocupado com os aumentos de preço que ocorreram com as principais matérias-primas. "Estamos vendo o que podemos fazer para que produtos caiam e não subam, diminuindo custos para indústria brasileira que utiliza aço", afirmou, para logo em seguida descartar uma desoneração específica para o segmento

##RECOMENDA##

"Não temos perspectivas de fazer desonerações para o setor porque já estamos com programa em curso e não dá para aumentá-lo, não temos condições ficais para aumentar", admitiu. "Novas medidas ficam postergadas para não termos frustração da arrecadação. Temos que melhorar nosso desempenho fiscal", completou.

Mantega afirmou que o aumento das alíquotas do IPI para linha branca e móveis anunciado nesta tarde vai gerar aumento de R$ 118 milhões na arrecadação em três meses. Já a renúncia, por não ter colocado a alíquota plena do IPI de julho a setembro, é de R$ 307,5 milhões, segundo o ministro. Questionado sobre o que ocorrerá após setembro, Mantega disse: "vamos ver". "A ideia é a recomposição das alíquotas, mas podemos calibrar o tempo disso, dependendo da situação da arrecadação, do desempenho do setor e da inflação, porque essa alíquota tem reflexo nesses três elementos", afirmou.

O presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), Flávio Rocha, afirmou nesta quinta-feira, 27, que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, está "impedido" de fazer uma "pura e simples prorrogação" da atual redução do IPI para a linha branca. "Deve sair uma solução intermediária", afirmou em referência à elevação da alíquota do tributo. A alíquota menor de IPI para esses produtos vale apenas até o próximo domingo, dia 30.

Depois de sair de reunião com Mantega, Rocha afirmou que teve a percepção de que o dilema está entre o comprometimento do governo com o ajuste fiscal e o desejo de manter a competitividade dos itens relacionados no Programa Minha Casa Melhor, recém-lançado para financiar móveis e eletrodomésticos para beneficiários do Minha Casa Minha Vida.

##RECOMENDA##

Rocha falou ainda que as vendas do setor tiveram prejuízo de cerca de 15% nas últimas duas semanas. Segundo ele, um dos motivos é que as lojas passaram mais tempo fechadas devido às manifestações populares realizadas no País. Ele afirma que os estabelecimentos só ficaram abertos 90% do tempo que deveriam nesse período.

A vice-presidente do IDV, Luiza Trajano, confirmou que o governo não deve prorrogar a redução de IPI para a linha branca e móveis. Segundo ela, esse foi o sentimento dos empresários após reunião encerrada com o ministro Mantega. "Não deve ter prorrogação pelo que eu senti", afirmou a presidente do Magazine Luiza. "Acredito que vai ter reajuste no IPI. O tamanho dele, eu não sei. Estou torcendo para ser menor", disse. A empresária acrescentou que, se não houver a recomposição total da alíquota do IPI de uma só vez, dá para o varejo segurar os preços.

De acordo com Luiza, o governo tem um ajuste fiscal a ser feito, o que não deixa espaço para renúncia de receitas. "Ele (governo) está muito ponderado porque o momento exige aperto fiscal. Mas também precisa de consumo, porque sem consumo não tem emprego", disse a empresária.

Segundo ela, o aumento do IPI pode não chegar ao consumidor se o governo garantir que não haverá elevação de preços dos insumos, como aço e madeira.

Luiza disse que durante a reunião os empresários explicaram a situação atual do mercado, que teve queda nas vendas nas últimas duas semanas porque as lojas tiveram que ficar fechadas por conta das manifestações em todo o País, mas, por outro lado, os empresários entendem que têm um trabalho fiscal a ser feito.

Luiza disse que, apesar disso, o pleito do setor é de que não houvesse o aumento do IPI.

Ela disse que os empresários trabalham no sentido de conseguir um pacto para que não haja impacto nos preços dos produtos incluídos no programa Minha Casa Melhor. Esse programa do governo financia a compra de eletrodomésticos como fogão e geladeira, com o compromisso de um desconto de 5% no preço pelo varejo.

Mesmo contando com os efeitos das medidas já adotadas para fazer a economia voltar a crescer num ritmo de 4% em 2013, o governo estuda a possibilidade de manter alguns dos estímulos provisórios que deveriam ser retirados a partir de janeiro. Está em avaliação a prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de produtos da linha branca e do Reintegra, regime que devolve às empresas 3% do faturamento com exportações.

Os benefícios podem, no entanto, sofrer algumas adaptações. No caso do IPI para produtos da linha branca, o governo estuda a possibilidade de tornar permanente parte da redução do imposto para alguns itens, como os chamados tanquinhos. Não está descartada a renovação do IPI para carros, segundo uma fonte da área econômica.

##RECOMENDA##

Uma das preocupações do governo é com o impacto no crescimento econômico e na inflação decorrente da retirada total dos incentivos no primeiro trimestre do ano que vem. Há uma avaliação de que a volta do IPI cheio pode arrefecer o ímpeto da retomada da atividade industrial.

Os dados mostram que as empresas estão desovando os estoques nesta primeira fase de recuperação da economia e manter a expectativa de demanda é importante para que a produção cresça com mais força. Mas ainda não há decisão por causa do impacto fiscal da renovação, mesmo que parcial. Isso só deverá ocorrer no fim do mês. Ainda pesa contra a renovação o efeito colateral negativo no comportamento do consumidor de sucessivas renovações do benefício.

Reintegra

Segundo fontes, o Reintegra pode ter mudanças na lista de produtos que geram direito ao crédito. A ideia original era que a relação de produtos fosse apenas de manufaturados, mas alguns semimanufaturados foram incluídos. Por isso, o governo pode tornar a lista mais enxuta.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior defende a extensão do programa no modelo em vigor por mais um ano, mas a Fazenda entende que o programa é caro e questiona a efetividade dos resultados gerados. A equipe do ministro Guido Mantega não gostaria de prorrogar o Reintegra, que tem uma renúncia fiscal estimada em R$ 5,3 bilhões ao ano. Mas o governo enfrenta uma pressão do setor empresarial, que pede a sua extensão.

"Neste momento tão delicado da economia mundial e de redução do saldo da balança comercial brasileira fica difícil não ter a prorrogação do Reintegra", diz um técnico do governo. Essa fonte lembra que somente agora o programa está "azeitado".

O governo tem sido pressionado pelos empresários a tomar uma decisão rápida sobre o Reintegra. Eles argumentam que as empresas estão inseguras para fechar os contratos de exportação sem uma definição se poderão contar com o benefício em 2013.

Brasil Maior

O Reintegra foi um mecanismo estabelecido no Plano Brasil Maior - a política industrial do governo Dilma Rousseff - para devolver até 3% dos impostos pagos na cadeia produtiva aos exportadores de bens manufaturados.

Embora tenha sido anunciado em agosto do ano passado, a sua regulamentação saiu apenas no fim de 2011, quando efetivamente entrou em vigor. Na ocasião na edição da MP do Brasil Maior, o câmbio era ainda de R$ 1,56 por dólar.

A lei prevê que a devolução dos impostos pelo Reintegra pode variar de 0,5% a 3% das exportações e ser definida conforme o produto. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou na noite desta sexta-feira a prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os setores de linha branca e móveis. Para o segmento de móveis a redução vai se estender por mais três meses. O ministro disse ainda que neste segmento ele vai tentar incluir ainda painéis de madeira, cuja a alíquota do IPI cairá de 5% para zero.

Para o segmento de linha branca, a prorrogação vai se estender por mais dois meses. Os refrigeradores continuam com redução de 15% para 5%; fogões, de 4% para zero; máquinas de lavar, de 20% para 10% e tanquinhos, de 10% para zero.

##RECOMENDA##

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que o governo não está planejando prorrogar a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para produtos da linha branca, que vence no fim de junho. "Vencem no fim do mês os estímulos e não se está pensando em prorrogá-los. Se você está pensando em comprar geladeira ou fogão, aproveite que pode ser a última oportunidade", disse o ministro.

Ele concedeu a coletiva ao anunciar uma série de acordos com a China. O ministro ressaltou que os Brics são uma parceria que está dando certo. Segundo ele, apesar da crise, a China não diminuiu a importação de commodities do Brasil, acrescentando que, mesmo com a desaceleração, o gigante asiático continuará sendo uma das maiores economias do mundo. Mantega acrescentou que o País vê disposição da China em fazer aproximação importante com o Brasil.

##RECOMENDA##

A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), prorrogada até o próximo mês de junho, continua impulsionado às vendas dos produtos da chamada linha branca, como refrigeradores, fogões e máquinas de lavar. A medida tem estimulado a saída desses eletrodomésticos e favorecido tanto os clientes quanto os vendedores. Às vesperas do Dia das Mães, comerciantes já comemoram aumento no rendimento, com a boa saída dos produtos.

Na rua da Palma, localizada no centro comercial da cidade do Recife, diversos estabelecimentos comemoraram os lucros extras obtidos desde que a redução foi estabelecida, em dezembro passado. Na loja gerenciada por Jailton Rodrigues Pereira (foto), o rendimento chegou a 10% e até junho deve continuar crescendo.

##RECOMENDA##

Num estabelecimento comercial do mesmo ramo, o gerente Frank Ferreira acredita que além da redução do IPI a chegada do dia das mães também está favorecendo a saída dos produtos da linha branca. “O refrigerador faz parte dessa linha e é um dos produtos mais procurados pelos clientes para serem dados como presentes para as mães”, afirmou.

O benefício cortou de 15% para 5% o IPI das geladeiras e de 20% para 10% em máquinas de lavar. Jailton Rodrigues explica que na prática a economia para os clientes é gigantesca. “Devido à redução do IPI tivemos refrigeradores que custavam R$ 700 e foram vendidos por R$ 590. Uma máquina de lavar que custava R$ 600 saiu por R$ 499”, explicou.

A diarista Maria José da Silva do Amaral, de 43 anos, não perdeu tempo e resolveu aproveitar a oportunidade dos preços baixos para realizar um sonho antigo. “Sempre quis ter uma geladeira duplex e com o IPI reduzido ficou bem mais fácil”, contou. Mesmo com o IPI reduzido, ela garante que a pesquisa de preços também ajuda o cliente a economizar. "Desde a semana passada estou andando pelas lojas em busca do melhor preço", finalizou.

A prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos da chamada linha branca (geladeiras, lavadoras de roupa, tanquinhos e fogões) deve manter os preços desses produtos em patamares baixos, mas não há espaço para quedas mais expressivas. Isso porque trata-se de um alongamento e não de um aumento na magnitude da queda do IPI, conforme analistas ouvidos pela Agência Estado.

Alguns especialistas consultados, no entanto, ressaltam que, caso não houvesse a prorrogação, os preços poderiam voltar a subir em abril, assim que a medida anunciada em dezembro chegasse ao fim, em 31 de março. Com o anúncio do governo, feito na segunda-feira, a isenção do IPI para eletrodomésticos foi prorrogada até o fim de junho. Além disso, a medida passa a valer para móveis, laminados e luminárias. Para os analistas, a desoneração é um evidente sinal de preocupação do governo com a indústria, mas eles ressaltam que o efeito será pontual.

##RECOMENDA##

O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Rafael Costa Lima, confirmou hoje que a redução do IPI para linha branca está refletida no comportamento dos preços deste tipo de eletrodoméstico nos últimos meses, com exceção de janeiro, quando os preços avançaram. "Em dezembro, os preços caíram, mas, por volta da metade de janeiro, voltaram a subir", disse. Segundo ele, naquele período, os preços teriam reagido a uma queda no volume dos estoques dos produtos, que se tornaram escassos em razão da forte demanda após a redução do imposto. "Em fevereiro, os estoques foram repostos e os preços voltaram a cair", explicou.

No IPC de dezembro, geladeira, máquina de lavar roupas e fogão apareceram com deflação de 1,65%, 2,34% e 0,81%, respectivamente. No IPC de janeiro, os três itens tiveram variação positiva de 3,81%, 2,78% e 1,52%, respectivamente. Em fevereiro, geladeira arrefeceu a alta para 0,04%; máquina de lavar roupa teve recuo de 0,43%; e fogão, de 1,92%. Na terceira quadrissemana de março, as quedas foram de 3,49%, 3,87% e 1,64%, respectivamente.

Com a prorrogação do benefício, a expectativa é de manutenção nos preços de linha branca em patamares baixos, colaborando para a inflação bem comportada do grupo Habitação dentro do IPC. "Se não houvesse a prorrogação, esses preços já voltariam a subir em abril", disse Costa Lima, que, por outro lado, também não vê espaço para quedas mais acentuadas.

Inflação em baixa

O analista Daniel Lima, da Rosenberg & Associados, lembra que a redução do IPI no último mês de 2011 diminuiu os preços dos eletrodomésticos e ainda ajudou a suavizar a inflação fechada do ano. "Houve, sim, queda nos preços, principalmente em dezembro. Talvez a diminuição tenha até ajudado a amenizar o IPCA fechado do ano, que encerrou no teto (+6,50%). Depois, em janeiro, houve alta dos preços, mas foi pontual. Já em fevereiro, os preços voltaram a cair", lembrou.

De fato, os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comprovam que os consumidores pagaram menos na hora de comprar eletrodomésticos em dezembro, quando houve a diminuição do IPI. No IPCA do mês em questão, os eletrodomésticos ficaram 2,68% mais baratos. Em janeiro, porém, houve alta de 0,88%, enquanto em fevereiro os preços retomaram o sinal de baixa (-0,38%).

Para o analista da Rosenberg & Associados, a expectativa é que os preços permaneçam baixos, mas o movimento não deve ser acentuado, já que não houve alteração no tamanho da redução do imposto. Segundo ele, a medida deve servir mais para atenuar a situação difícil que a indústria enfrenta. "É mais uma medida paliativa para a indústria e deve provocar melhora das vendas de eletrodomésticos no período em que estiver vigorando, mas o impacto não será expressivo. O governo só prorrogou, e não aumentou a magnitude da queda do IPI. Não será isso que vai resolver o problema da indústria e que vai dar impulso forte à economia", afirmou Lima.

Para o economista-chefe da Votorantim Corretora, Roberto Padovani, a prorrogação não deixa qualquer dúvida de que a proposta do governo é estimular muito mais a atividade do que a inflação, o que deve permitir preços mais baixos dos eletrodomésticos. "Os preços caem também porque os empresários estão apertados em termos de competição de produtos importados", avaliou.

O economista Thiago Carlos, da Link Investimentos, concorda com os colegas que o alongamento do IPI vai manter a queda dos preços, principalmente dos eletrodomésticos, mas observa que o impacto será "temporário". "A maior parte do efeito já ocorreu. Houve prorrogação do IPI, e não uma nova queda. Os preços já haviam caído", acrescentou. Segundo Thiago Carlos, a medida terá efeito "zero" sobre o IPCA fechado de 2012. "Como a prorrogação tem prazo para acabar (fim de junho), o impacto na inflação do ano é neutro, porque o imposto será recomposto e, depois, haverá alta de preços", estimou.

Mesmo se o governo não tivesse estendido, de março para junho, a redução do IPI para eletrodomésticos, os preços continuariam com deflação até meados de julho, na avaliação do economista Fábio Romão, da LCA Consultores. Segundo ele, uma das justificativas para a expectativa de queda dos preços, mesmo sem as medidas, é o crescimento da inadimplência e do endividamento das famílias, além do arrefecimento da atividade. "Os produtos devem continuar em queda, mas o ritmo não deve se intensificar. Apesar dos incentivos, os brasileiros estão mais endividados, o que pode comprometer a evolução do crescimento da economia", disse.

Outro argumento do economista da LCA para a manutenção da queda dos preços dos eletrodomésticos é a de que muitos consumidores já teriam adquirido eletrodomésticos da chamada linha branca em 2009, quando, pela primeira vez, o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva promoveu a redução do IPI para estes produtos. "Existia uma demanda reprimida em razão da dificuldade dos brasileiros para conseguir crédito. Com o incentivo, muitos trocaram seus refrigeradores, por exemplo. Não acredito que esses mesmo consumidores vão fazer o mesmo agora", explicou.

As lojas Extra, rede pertencente ao grupo Pão de Açúcar, vão repassar a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para móveis de forma imediata, segundo nota enviada à imprensa nesta segunda-feira.

"A medida é um benefício para o consumidor que conta com nossa adesão imediata, a exemplo das iniciativas de redução do imposto anteriores", disse Enéas Pestana, presidente da empresa.

##RECOMENDA##

Segundo o comunicado, nos dois primeiros meses da iniciativa do governo, as vendas de geladeiras, fogões e máquinas de lavar roupas, itens contemplados com a redução do IPI, tiveram aumento superior a 60%.

Entre os itens mais vendidos estão os refrigeradores inox e lavadoras acima de 10kg.

"A expectativa da rede é de que a medida repercuta positivamente nas vendas tanto de linha branca como também de móveis comercializados no Extra", informou a nota.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que será prorrogada por mais três meses a diminuição do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para mercadorias da linha branca, entre elas geladeiras, máquinas de lavar, fogões e tanquinhos. As medidas fazem parte da política de estímulo ao consumo do governo, que visam elevar o nível de atividade.

O PIB cresceu 2,7% no ano passado e o ministro Mantega avalia que, com vários estímulos oficiais, especialmente a queda de juros pelo Banco Central e desonerações fiscais, será possível fazer com que a economia do País avance 4% em 2012.

##RECOMENDA##

De acordo com o ministro, serão estendidas até o final de junho as alíquotas de IPI para geladeira (5%) e máquina de lavar (10%). Será mantida em 0% a cobrança do imposto sobre fogões e tanquinhos.

O governo também decidiu reduzir o IPI para luminárias, laminados e revestimentos e móveis até o final de junho. Para as luminárias, a alíquota baixará de 15% para 5%, enquanto para laminados de 15% para 0%; papel de parede de 20% para 10% e móveis, de 5% para 0%. "A contrapartida destas medidas é a manutenção dos empregos. Esperamos que eles aumentem, para atender à demanda, que deve crescer", disse.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando