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O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, nesta quinta-feira (19), por unanimidade, estabelecer regras para restringir a realização de transmissões ao vivo pela internet (live) de dentro de residências oficiais. 

A nova regra vale para prefeitos, governadores e presidente da República. A medida havia começado a ser discutida na última terça-feira (17), quando o TSE absolveu o ex-presidente Jair Bolsonaro da acusação de abuso de poder político durante a campanha à reeleição, no ano passado, por ter realizado lives de cunho eleitoreiro de dentro do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. 

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O entendimento, no caso específico, foi de que não houve gravidade bastante para configurar abuso de poder, pois o alcance das lives de Bolsonaro foi restrito por uma liminar (decisão urgente e provisória) ainda durante a campanha. 

Nesta quinta (19), entretanto, os ministros retornaram ao caso já com um consenso formado. O objetivo é estabelecer regras a tempo de disciplinar esse tipo de conduta para as eleições municipais do ano que vem e evitar o problema antes que ele ocorra.

Todos os ministros referendaram texto trazido pelo relator, o corregedor-geral eleitoral, ministro Benedito Gonçalves. Pelas regras aprovadas, qualquer prefeito ou governador, bem como o presidente, só pode utilizar a residência oficial para a transmissão de “live eleitoral” se: 

a. Tratar-se de ambiente neutro, desprovido de símbolos, insígnias, objetos,  decoração ou outros elementos associados ao Poder Público ou ao cargo ocupado.

b. A participação for restrita a pessoa detentora do cargo. 

c. O conteúdo divulgado se referir exclusivamente à sua candidatura.

d. Não forem empregados recursos materiais e serviços públicos, ou aproveitados servidoras e servidores da administração pública direta e indireta. 

e. Houver o devido registro na prestação de contas de todos os gastos efetuados das doações estimáveis relativas a live eleitoral, inclusive a recursos e serviços de acessibilidade.

Tal entendimento deverá nortear os julgamentos da Justiça Eleitoral em todo o território nacional. 

O presidente Jair Bolsonaro reforçou, nesta segunda-feira (9), para apoiadores a importância do voto nas eleições municipais que ocorrem neste fim de semana. Com uma lista de candidatos "afilhados", o chefe do Executivo voltou a criticar a política do "fecha tudo" adotada por parte dos atuais prefeitos no combate à pandemia.

"Vamos ter eleições municipais, o pessoal não dá muita bola para vereador e prefeito. É importante se preocupar e votar bem. Porque o prefeito, se fechou tudo, se achar que ele fez certo, reelege ele, se achar que não, mude", declarou nesta manhã de segunda na saída do Palácio da Alvorada.

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Bolsonaro comentou ainda que o setor do turismo foi muito afetado pela pandemia da Covid-19 e fez questão de lembrar aos apoiadores que sempre foi contra o distanciamento social. "Quem é que mandou fechar tudo, ficar em casa e a economia a gente vê depois? Foi eu, foi não, né?", questionou.

Como tem feito ultimamente, o presidente também se recusou a gravar vídeos com alguns apoiadores alegando a proximidade com as eleições municipais. "Eu não vou gravar com ninguém não, tá?", avisou. E reforçou depois: "Não vou cumprimentar, nem nada, não vou gravar vídeo, porque vão usar nas eleições agora e vou ter dor de cabeça".

Apesar da justificativa, no último sábado (7), Bolsonaro anunciou a intenção de gravar "lives" diárias para divulgar os seus candidatos apadrinhados nas eleições. "19h tem 'live' hoje sobre política, tá legal? Assiste lá", disse aos apoiadores na ocasião. Na semana passada, Bolsonaro deu início a um "horário eleitoral gratuito" em sua tradicional transmissão ao vivo pelas redes sociais às quintas-feiras.

Até o momento, Bolsonaro já divulgou apoio a candidatura para prefeito em oito cidades. A lista inclui Celso Russomanno, em São Paulo, e no Rio, Marcelo Crivella, ambos do partido Republicanos. O presidente também tem candidatos em Manaus, Belo Horizonte, Fortaleza, Santos, Parnaíba e Recife.

Na disputa de vereadores, dez nomes têm a preferência do presidente, entre eles o de seu filho Carlos Bolsonaro (Republicanos), que busca a reeleição no Rio de Janeiro. A ex-assessora do presidente Walderice Santos da Conceição, a Wal do Açaí, busca a eleição em Angra dos Reis (RJ) e também tem o apoio do chefe do Planalto.

Na "live" da última quinta-feira (5), Bolsonaro voltou a defender Wal e negou que ela tenho sido "funcionária fantasma". Em 2018, reportagem da Folha de S.Paulo mostrou que ela trabalhava vendendo açaí enquanto era nomeada no gabinete de Bolsonaro, então deputado federal.

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