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Considerado um dos fugitivos mais procurados pela polícia italiana, Gioacchino Gammino, membro da máfia "Stidda" - grupo que tem forte presença em áreas rurais da Sicília e é rival da Cosa Nostra -, foi rastreado e detido em Galapagar, na Espanha, após ser visto em uma imagem no Google Street View.

Foragido há 20 anos, Gammino vive na cidade espanhola perto de Madri e é conhecido por Manuel. Lá, ele se casou e trabalhava como chef, além de ser dono de uma loja de frutas e vegetais. Ao longo dos anos, a polícia siciliana realizou várias investigações em sua busca pelo criminoso de 61 anos. Inclusive, um mandado de prisão europeu foi emitido em 2014.

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No entanto, o fugitivo só foi localizado na Espanha, graças a uma imagem do Google Street View, que confirmou seu paradeiro. A ferramenta de navegação, acessível através do Google Maps, capturou a imagem de dois homens conversando do lado de fora de uma loja de frutas e vegetais chamada "El Huerto de Manu", em Galapagar.

A polícia acreditava que um dos homens se parecia muito com Gammino, mas sua identidade só foi confirmada quando os agentes encontraram uma lista de um restaurante próximo chamado La Cocina de Manu.

A loja e o restaurante estão fechados, mas as autoridades encontraram uma foto de Gammino, vestido com seu traje de chef, em uma página do Facebook. Com isso, os agentes o reconheceram pela cicatriz no lado esquerdo do queixo, além de associarem o fato de o cardápio do restaurante ter um prato chamado "Cena Siciliana" em referência à ilha italiana.

Gammino foi preso em 17 de dezembro de 2021, mas os detalhes de sua captura só foram divulgados nesta quarta-feira (5). O caso foi confirmado pelo promotor de Palermo, Francesco Lo Voi, que liderou a última investigação.

"Não é como se passássemos nossos dias vasculhando o Google Maps para encontrar fugitivos. Foram muitas e longas investigações anteriores, que nos levaram à Espanha. Estávamos em um bom caminho, com o Google Maps ajudando a confirmar nossas investigações", disse Lo Voi ao jornal "The Guardian".

Depois de 20 anos escondido, Gammino achava que havia conseguido cortar todos os laços com a Sicília. Ao ser preso, ele teria dito à polícia: "Como vocês me encontraram? Eu não liguei para minha família por 10 anos".

Gammino pertencia a um clã mafioso de Agrigento, na Sicília, que se envolveu em uma violenta rixa com a Cosa Nostra, a principal rede mafiosa da Sicília, na década de 1990. Ele foi preso pela primeira vez em 1984, quando foi investigado pelo juiz antimáfia Giovanni Falcone, assassinado pela máfia em 1992.

O mafioso italiano era procurado por assassinato e vários outros crimes relacionados à máfia. Ele foi detido pela segunda vez em Barcelona em 1998 e cumpria pena de prisão perpétua na penitenciária de Rebibbia, em Roma, quando, em 2002, conseguiu escapar durante a comoção da realização de um filme na prisão. 

Da Ansa

A falta de tolerância entre os povos e raças é um assunto recorrente e que por mais que seja combatido vez ou outra ganha fôlego com episódios como o que aconteceu recentemente na Câmara dos Vereadores de Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Na ocasião, o vereador Deoclécio Lira (PSB) disparou contra os baianos que residem na cidade, acusando-os de “mafiosos”, “safados” e alegando que eles estão ocupando vagas de trabalho que deveriam ser dos ipojucanos. 

“O baiano pulou da plataforma e já é encarregado ou gerente. É uma máfia, o gerente vem da Bahia e traz o encarregado”, dispara Lira, durante uma das sessões da Casa ao dizer que vai denunciar Ministério Público do Trabalho para ver se as carteiras profissionais apresentadas pelos baianos são legais. Ipojuca é a cidade que concentra as atividades das empresas ligadas à Petrobras em Pernambuco. 

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Os ataques, entretanto, não se resumem a isso. No vídeo, é possível perceber que o parlamentar é interrompido por uma mulher que se manifesta contra os argumentos dele no Plenário, mas não dá para identificar o que ela diz. Depois que os ânimos da pessoa são acalmados, ele volta a discursar, agora com um tom mais duro e outros xingamentos.

"Você viu esta mulher, o baiano é deste jeito. Eu sou contra qualquer tipo de preconceito, não tenho preconceito com nada, nem com gay, lésbica, com nada. Nem sou contra os baianos, mas sou contra a safadeza dos baianos. O que tem de baiano safado neste município não está no gibi. Vieram parar aqui e o que tem deles vendendo e traficando drogas neste município não está no gibi. Estou falando com a convicção de quem conhece este município. Eles não têm respeito e são desbocados…”, dispara Deoclécio Lira. 

Eleito em 2016, o vereador do PSB ainda diz que não precisa dos votos de baianos. “Se teve um baiano que votou em mim, eu agradeço, mas quero voto não de baiano não, podem ficar com eles”, disse. 

Assista ao vídeo do discurso de vereador:

A postura tem gerado discussões entre um grupo de 120 pessoas que são da Bahia e residem na capital pernambucana e outros municípios da RMR. De acordo com o gerente de marketing Raoni Franco, eles estão estudando uma forma jurídica de pedir a punição do parlamentar. “Ficamos todos estarrecidos com este discurso de ódio, a maioria tem esposas e filhos, não sabemos como isso pode repercutir. Neste momento de intolerância isso é preocupante”, declarou ao LeiaJá, ao ponderar que advogados já estão estudando o regimento interno da Câmara de Ipojuca para tomar medidas cabíveis. 

Outro lado

Procurado pela reportagem, o vereador Deoclecio Lira disse que houve uma “distorção” do seus discurso e pediu desculpas aos “baianos cidadãos de bem que se sentiram ofendidos”. “A discussão é disputa de espaço e emprego, não é de etnia, cor e raça. Estão querendo distorcer o que falei. Não tem fundamento levar isso para a xenofobia ou crime. Não tive a intenção de ofender o povo baiano, mas aqueles que se enquadram neste grupo que está em Ipojuca fazendo isso. A isenção de imposto da Petrobras de milhões e milhões não foi na Bahia, foi em Ipojuca e eu vou defender o meu povo”, salientou. 

O Papa Francisco lançou neste sábado um forte apelo para superar os desafios de Nápoles - a corrupção que "fede", a "escravidão" e a rejeição dos migrantes - chamando a máfia a se "converter".

Durante uma missa, Francisco denunciou o tráfico de drogas e, dirigindo-se aos mafiosos da Camorra, o Papa exortou-os a "converter-se ao amor e à justiça".

"É sempre possível voltar a uma vida honesta. São mães que choram que pedem isso nas igrejas de Nápoles", disse, diante de cem mil fiéis na praça do Plebiscito.

Ele pediu à população para viver uma nova "primavera" para "um futuro melhor", "sem se refugiar no passado".

Para esta primeira visita a Nápoles, o Papa argentino, acompanhado pelo cardeal Cescenzio Sepe, percorreu no papamóvel as ruas lotadas, onde dezenas de milhares de fiéis agitavam bandeiras do Vaticano.

"Como um animal morto fede, a corrupção fede, a sociedade corrupta fede, e um cristão que deixa entrar a corrupção fede", declarou sem rodeios aos habitantes do bairro pobre de Scampia, advertindo que "todos têm a oportunidade de ser corrupto e resvalar para a delinquência".

O Papa, sentado em um pódio no meio de centenas de crianças, criticou "aqueles que tomam o caminho do mal e que roubam um pedaço de esperança sobre si mesmo, a sociedade, a boa reputação da cidade, a sua economia".

Algumas faixas exibidas por fiéis proclamavam: "Não se entregue ao mal" e "Stop aos incêndios tóxicos", referindo-se ao escândalo das descargas tóxicas da "Terra dei fuochi."

No fundo cinzento e deprimido da praça João Paulo II (nome dado em memória a visita do Papa polonês, em 1990), Francisco respondeu ao magistrado napolitano Antonio Buonajuto, que havia considerado que "o respeito pela lei é traído diariamente pela corrupção pública e privada que permeia o corpo social, gerando delinquência Juvenil, desespero e morte".

'Somos todos migrantes'

O Papa apoiou fortemente o apelo da filipina Corazon Dag-Usen, que pediu que os imigrantes vindos da África e da Ásia sejam "reconhecidos", e apelou para um teto para as muitas pessoas que estão desabrigadas.

"Eles são cidadãos, não são cidadãos de segunda classe! Nós também somos todos migrantes, filhos de Deus, no caminho da vida! Ninguém tem um lar permanente nesta terra", insistiu Francisco.

O desemprego estrutural, especialmente entre os jovens, também foi denunciado. O Papa observou que o desemprego entre as pessoas com menos de 25 anos é de 40%. As instituições de caridade e assistência social não podem substituir a "dignidade" do trabalhador, que "não tem a oportunidade de levar o pão para casa".

O Papa considerou ainda que o trabalho clandestino, generalizado na economia paralela napolitana, era uma forma de "escravidão". Ele citou o testemunho de uma jovem que havia recebido uma proposta de 11 horas de trabalho por dia, por 600 euros por mês.

Neste quadro sombrio, em meio a aplausos estrondosos, o Papa exaltou a vitalidade da cultura napolitana: "A vida em Nápoles nunca foi fácil, mas nunca triste, seu maior recurso é a alegria".

Para evitar qualquer ataque, as medidas de segurança foram reforçadas neste sábado durante a visita de Francisco. Segundo a imprensa local, 3.000 agentes das forças de segurança, incluindo atiradores, foram mobilizados.

Desde sua eleição, Francisco denuncia as organizações mafiosas italianas, convidando os católicos a parar toda a cooperação ambígua com esses grupos criminosos.

Mafiosos ligados ao clã dos Casalesi ocupavam de forma ilegal o complexo residencial perto de Nápoles, onde foi realizado o filme "Gomorra", e lá extorquiram os moradores e negociaram drogas, anunciaram as autoridades.

A polícia prendeu um dos extras do filme dirigido por Matteo Garrone, Marcello D'Angelo, de 47 anos, acusado de extorsão e utilização de métodos mafiosos.

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Segundo a investigação, os mafiosos exigiam alugueis extorsivos dos ocupantes dos imóveis do complexo, habitado por 30 famílias formadas por uma grande maioria de imigrantes desprovidos de permissão de residência.

Se os moradores se negassem a pagar os alugueis, que variavam de 300 a 500 euros por mês, eram submetidos a ameaças de morte, agressões físicas, roubos e incêndios cometidos pelo clã para "liberar o imóvel".

D'Angelo é considerado o braço direito de Giovanni Venosa, preso pela mesma acusação, e interpretou a ele próprio em "Gomorra", filme inspirado no romance de investigação de Roberto Saviano sobre o clã dos Casalesi, um dos principais da camorra, a máfia napolitana.

O complexo Parco Saraceno foi construído há 30 anos como residência para a marinha militar americana, mas acabou virando um gueto abandonado.

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