Tópicos | Marcelo Viana

O ano de 2023 nem começou direito e vários famosos já começaram a terminar seus relacionamentos. Nesta quarta-feira (22), Nicole Bahls anunciou por meio de seus Stories o fim de seu namoro com Marcelo Viana.

Nos vídeos, ela contou que não estava muito bem:

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"Hoje meu dia não está muito animado, o dia está um pouco triste. Terminei meu relacionamento, estou bem triste, mas logo, logo vou ficar bem. Todo término sempre é muito difícil. Desejo que o Marcelo seja muito feliz, ele é uma pessoa muito especial. E está tudo bem".

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Aos 20 anos, o rapaz não havia terminado o ensino médio. Tinha pouca paciência com os professores, não fazia as provas, abandonou a escola. Mas era brilhante em matemática. O pai o levou ao Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), na zona sul do Rio. Os pesquisadores o acolheram, com a condição de que se tornasse disciplinado. Leonardo Macarini concluiu o doutorado sem ter pisado numa faculdade, aos 23 anos. Foi preciso autorização especial do Conselho Nacional de Educação para que o diploma fosse validado. Hoje, ele é professor do Instituto de Matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Histórias como essas são possíveis por causa do perfil do Impa, instituição de pesquisa de ponta, uma das mais respeitadas do mundo. "Fazemos qualquer coisa para nos ajustar ao mérito", resume o diretor-geral, Marcelo Viana. Quarenta e sete pesquisadores e 195 alunos atuam num prédio de 12 mil metros quadrados, em meio a um trecho de Mata Atlântica, no Horto. Dali saíram pesquisas que mereceram reconhecimento internacional, como a medalha Fields, considerado o Nobel da Matemática, recebida por Artur Avila, em 2014. Nesta quarta-feira, Viana se tornará o primeiro matemático do mundo a receber o Grande Prêmio Científico Louis D., principal comenda da França em Ciências.

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Fundado em 1952 como instituto federal, com dois pesquisadores e um diretor, desde 2001 o Impa se transformou em Organização Social. "É mais cômodo ser funcionário público, por outro lado há mais amarras. Então fizemos a opção consciente, difícil, de que encararíamos o risco de ser uma OS", afirma Viana. Recentemente, enfrentou o sufoco da incerteza sobre a renovação do convênio com o governo federal, depois da extinção do Ministério da Ciência e Tecnologia (fundido com o das Comunicações). Se o contrato não fosse assinado, o Impa fecharia. "Em seis meses de mandato, tratei com quatro ministros da Ciência e Tecnologia diferentes. Todos bem intencionados, mas você começa o diálogo com um ministro diferente e é difícil avançar."

O matemático Jacob Palis era o diretor do Impa nessa transição para OS. "O ministro (Ronaldo) Sardenberg corria de mim nos corredores do MCT. Eu sentia uma frustração muito grande por não poder contratar professores, tinha de esperar o Ministério do Planejamento abrir uma vaga. E depois do concurso não tinha previsão de quando haveria a posse. Era um grilhão", afirma Palis, de 76 anos, que está no instituto desde 1968. "Só dois pesquisadores não aprovaram. Fui acusado de privatizar o Impa."

A mudança facilitou a adoção de um dos lemas do instituto. Ali, não se olha passaporte - nem de professor nem de alunos. Pelos longos corredores do Impa circulam russos, alemães, franceses, iranianos, peruanos, argentinos. No último concurso internacional para professores, os brasileiros eram minoria entre os cem candidatos. Havia três vagas, mas só dois foram contratados. "O crescimento sempre foi ponderado e rigoroso. Em 60 anos, o Impa cometeu poucos erros."

O acesso dos alunos é feito por meio de dossiês, em que os candidatos apresentam cartas de recomendação, histórico escolar e respondem a perguntas como quais os livros já leram. As cartas de recomendação precisam informar ainda como os estudantes lidam com a competição e como é a estabilidade emocional dos jovens, que vão enfrentar grande pressão. Em 2012, uma tragédia abalou o instituto: o estudante de mestrado José Leandro Pinheiro, de 21 anos, foi morto a facadas por um colega numa república estudantil. Hoje, o Impa arca com metade dos custos do tratamento psicológico para os alunos que requisitarem esse tipo de atendimento.

Olimpíada

A face mais popular do Impa é a de organizador da Olimpíada Brasileira de Matemática da Escola Pública (Obmep), que teve 18 milhões de candidatos em 2015. Do orçamento anual de R$ 89 milhões, R$ 53 milhões são destinados à competição. As provas da primeira etapa da 12ª edição ocorrem amanhã. "A gente descobre talentos, mas a missão é melhorar o ensino da matemática no País", afirma o diretor adjunto, Claudio Landim. A instituição produz material didático, disponível na internet no Portal da Matemática, e que vem sendo adotado por escolas particulares.

"A olimpíada dá uma visibilidade que o Impa não tinha. Mas a instituição, do ponto de vista científico, tem reconhecimento internacional em razão da qualidade da pesquisa", diz Landin. Poucos sabem, mas dos laboratórios do Impa saem aplicativos de tablet e smartphones, como o Blues Machine, instrumento musical que pode ser "tocado" pela tela do tablet, por exemplo; ou o Lua, linguagem usada para programar jogos; ou ainda o Botanic, aplicativo que permite fazer uma passeio pelo Jardim Botânico, mediado por Tom Jobim e o fotógrafo Zeka Araujo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O carioca Marcelo Viana, de 54 anos, é o primeiro brasileiro e primeiro matemático do mundo a receber o Grande Prêmio Científico Louis D., principal premiação científica da França, oferecido pelo Institut de France. Viana é diretor-geral do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), instituição que faz pesquisa de ponta e organiza a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, que teve 18 milhões de candidatos em 2015.

Viana dividirá o prêmio de ¤ 450 mil (cerca de metade do valor pago aos vencedores do Nobel) com o francês François Labourie, da Universidade de Nice. Os recursos financiarão estudo sobre sistemas dinâmicos, em cooperação com pesquisadores franceses. Crítico do ensino no Brasil, ele falou ao Estado sobre estratégias do Impa para reabilitar a Matemática aos olhos dos estudantes e defende maior controle do Ministério da Educação sobre os cursos de formação de professores. Para ele, a fusão do Ministério da Ciência com o das Comunicações é "simplesmente má ideia".

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Ensino de Matemática

"Nossa escola é terrível. Todo o sistema conspira para acabar com o gosto pela Matemática. O professor é um herói. Estamos envolvidos em um projeto ambicioso de expansão do Impa, porque há muito a ser feito pela Matemática no País. A gente faz a olimpíada com crianças do 6º ano ao fim do ensino médio. Mas o nosso diagnóstico é de que 'o bicho-papão' começa antes. Queremos incluir alunos de 4º e 5º anos, momento em que estão sendo massacrados para perder o gosto pela Matemática. Há muita rejeição, porque a olimpíada promove competição. Mas é fantástica: a garotada se organiza em grupos de estudo; os professores, motivados, ensinam melhor."

Formação do professor

"A universidade pública presencial forma menos de 5% dos professores. O controle do MEC para particulares é muito deficiente. O exame de ingresso no mestrado profissional da Sociedade Brasileira de Matemática é um balizador. Tem mais de 20 mil candidatos ao ano. Há instituições de formação em que praticamente 100% dos seus egressos zeram a prova. Deveriam ser fechadas. Tem mais uma agravante: essa minoria que vem das universidades públicas não vai para a sala de aula. É desperdício o País investir em formação de professores e irem para trás do balcão de banco. Isso basta para dizer que a formação de professores é catastrófica."

Fusão do Ministério de Ciência e Tecnologia com Comunicações

"É artificial. Em time que está ganhando não se mexe. Basta olhar os números da ciência brasileira em 30 anos, desde a fundação do MCTI, para ver que o progresso foi muito forte. Certamente o ministério e o CNPq têm muito a ver com isso. Os efeitos sobre a ciência serão negativos. Todo mundo quer máquina eficiente. Mas alterar a estrutura de um ministério que já deu contribuição enorme ao País é simplesmente má ideia. Espero que seja revertida. Já basta nossa comunidade estar apanhando com cortes de recursos. Ciência tem de ter continuidade."

O motivo do prêmio

"Sistemas dinâmicos é o ramo da Matemática que estuda os fenômenos que evoluem no tempo. Permite fazer no computador modelagens matemáticas dos fenômenos para poder entender, descrever, prever e controlar o que vai acontecer. Qualquer coisa que muda no tempo é assunto para sistema dinâmico, como o clima. Um exemplo é a volta do cometa Harley, em 1986. Os Estados Unidos queriam enviar uma sonda, mas precisavam economizar combustível. O que fizeram foi usar métodos de sistemas dinâmicos para calcular como enviar a sonda com consumo pequeno de combustível. Em vez de enviar direto para o cometa, jogaram para a Lua. Ela deu a volta na Lua, voltou à Terra e ficou dando voltas, pegando impulso. Até que, finalmente, a sonda saiu em disparada na direção do cometa com a energia que pegou nas voltas da Terra. Meu projeto propõe aperfeiçoar cálculos como esses. É preciso trazer mais e mais ferramentas matemáticas. Temos várias ideias de como usar a noção de probabilidade nos estudos desses problemas."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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