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O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu adiar o julgamento sobre o Marco Civil da Internet que estava previsto para esta quarta-feira, 17. A presidente da Corte, ministra Rosa Weber, vai remarcar a análise do tema para a segunda quinzena de junho. Ainda não há data definida.

Com isso, a Câmara dos Deputados ganha mais tempo para debater e votar o Projeto de Lei (PL) 2630/2020, que ficou conhecido como PL das Fake News. A proposta institui a Lei Brasileira de liberdade, responsabilidade e transparência na internet. O julgamento no STF poderia atropelar o debate do assunto pelos deputados.

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Hoje, quatro ações no STF discutem a regulação das redes sociais. Duas delas tratam do artigo 19 do Marco Civil da Internet (lei 12.965/2014), que estabelece que as big techs - como Google, Meta (proprietária do Instagram e Facebook) e TikTok - só podem ser responsabilizadas por conteúdos de terceiros se não tomarem providências após ordem judicial. As outras duas questionam se aplicativos de mensagens - como Telegram e WhatsApp - podem ser suspensos caso não cumpram uma decisão da Justiça.

Um dos processos tem como base o caso de uma mulher que teve um perfil falso criado no Facebook sem seu consentimento. O usuário falso ofendeu familiares e conhecidos da autora. Mesmo após ser instada, a rede social não apagou a página.

A decisão de adiar o julgamento dessas ações foi feita a pedido dos relatores. Além de Rosa Weber, os temas são relatados pelos ministros Edson Fachin, Dias Toffoli e Luiz Fux.

Já na Câmara, líderes partidários articulam a análise nesta quarta-feira de dois trechos do PL das Fake News. Os deputados fatiaram o texto principal e removeram para o Projeto de Lei 2370/2019, de relatoria do deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA), os artigos que tratam do pagamento de direitos autorais a artistas e da remuneração de empresas jornalísticas pelas big techs.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) abriu nesta terça-feira, 31, consulta pública sobre a regulamentação da neutralidade de rede prevista no Marco Civil da Internet, aprovado no ano passado. Pela lei, as empresas provedoras de conexão à rede deverão dar o mesmo tratamento a todos os usuários e clientes, independentemente de pacotes, conteúdo, origem ou destino.

Dividida em seis temas, a consulta abre espaço para que a sociedade opine, por exemplo, sobre quais requisitos técnicos poderiam ser cobrados das empresas do setor para a prestação adequada de serviços e aplicações de internet. As perguntas feitas pelo órgão são abertas a qualquer contribuição, sem dar opções de respostas para os participantes da consulta.

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A Anatel também abriu questionamento sobre as relações entre os agentes envolvidos nesses serviços - provedores de aplicações e conteúdos, teles e usuários -, para que a regulamentação do Marco Civil possa combater eventuais práticas anticoncorrenciais no setor. "O objetivo é garantir a isonomia de tratamento entre os diversos agentes do mercado", afirmou o superintendente de Planejamento e Regulação do órgão, Alexandre Bicalho.

A agência questiona ainda qual seria a melhor forma de conduzir a regulamentação da neutralidade de rede, sobretudo na questão da oferta de serviços pelas prestadoras que priorizem determinados pacotes de conteúdos, como mensagens instantâneas ou serviços de vídeos. "Aqui discutiremos que tipo de ofertas podem ser feitas pelas empresas, sem que isso fira o Marco Civil", completou Bicalho.

Na consulta, também se pergunta quais tipos de serviços de emergência poderiam ser considerados exceções à neutralidade de rede. "Em algumas situações, o tráfego relacionado a determinado serviço de emergência poderá ser priorizado pelas empresas", explicou o superintendente.

Por fim, a Anatel ainda quer discutir se prestadora de internet poderia, a pedido do usuário, implantar bloqueios de determinados conteúdos ou aplicações, como jogos, pornografia e redes sociais. "Existem países que permitem isso e outros que até obrigam que essa opção seja ofertada pela própria empresa contratada", completou Bicalho.

As manifestações feitas pelo formulário específico disponibilizado no site da Anatel devem ser encaminhadas até as 24 horas do dia 4 de maio. Já as contribuições por carta, fax ou correspondência eletrônica serão aceitas se recebidas até às 18 horas também do dia 4 de maio.

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