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O Superior Tribunal de Justiça (STJ) recebeu mais dois processos ligados à Operação Lava Jato. Um deles é um inquérito contra o ex-ministro das Cidades Mário Negromonte e outro, um pedido de inquérito que envolve um desembargador de Santa Catarina. Os dois casos foram encaminhados pelo Ministério Público Federal ao ministro Luis Felipe Salomão, relator da Lava Jato no STJ.

Negromonte já é alvo de outro inquérito no Supremo Tribunal Federal por suposto envolvimento do esquema que desviou recursos da Petrobrás. Embora ele tenha prerrogativa de foro no STJ, por ocupar um cargo no Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia, o Ministério Público decidiu manter parte das investigações na Suprema Corte, já que o caso está bastante ligado a outros investigados.

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O procedimento que solicita a investigação de um desembargador de Santa Catarina está sob segredo de Justiça. O suposto envolvimento do juiz foi descoberto nas investigações de primeira instância, mas remetidos ao STJ por ser o tribunal competente para julgar desembargadores.

O ex-ministro Mário Negromonte e o senador Ciro Nogueira (PP-PI) eram os responsáveis por fazer a distribuição interna no Partido Progressista (PP) dos valores oriundos de propina no esquema de corrupção que envolvia os contratos da Petrobras, segundo depoimento do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa. De acordo com o delator, quem recebia os valores inicialmente era o ex-deputado José Janene (PP-PR), morto em 2010. Depois, Negromonte assumiu a função e, por último, Ciro Nogueira - atual presidente do partido. Os depoimentos do ex-diretor da Petrobras tiveram a quebra de sigilo determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Ainda de acordo com Costa, a operacionalização dos repasses era feita, inicialmente, pelo doleiro Alberto Youssef. Quando Ciro Nogueira assumiu a liderança do partido, contudo, os parlamentares do PP reclamaram de atrasos nos repasses dos valores feitos por Youssef e disseram que não havia mais confiança no doleiro. A função de Youssef, a partir daí, passou a ser feita por Henry Hoyer.

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Quando o atual deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) assumiu uma cadeira no Ministério das Cidades, segundo Costa, os repasses ao PP se mantiveram "constantes". Segundo o ex-diretor da Petrobras, provavelmente os nomes que compunham "a facção dominante do partido" recebiam mais recursos do que os demais parlamentares do PP envolvidos.

O ministro das Cidades, Mário Negromonte, deixou nesta quinta-feira o Palácio do Planalto, pouco antes das 16h (horário de verão), depois de uma rápida conversa de 20 minutos com a presidente Dilma Rousseff.

O seu próprio partido, Partido Progessista (que continua com a pasta), já anunciou o nome do deputado federal e líder do partido da Câmera que irá substituí-lo - o paraibano Agnaldo Ribeiro.

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A nova decisão será divulgada oficialmente, em nota, dentro de instantes.

O ministro das Cidades, Mário Negromonte, deve entregar sua carta de demissão, ainda nesta quinta-feira, em uma reunião que terá com a presidente Dilma Rousseff. Ele já informou a assessores e colegas do Partido dos Trabalhadores que não tem mais condições políticas e pessoais para permanecer no cargo.

Foram várias as denúncias envolvendo o Ministério das Cidades. Em uma delas, de acordo com reportagens do jornal Folha de São Paulo, o então chefe de gabinete, Márcio Peixoto, pressionou funcionários do ministério a fraudarem um parecer técnico que recomendava um sistema de transporte mais caro para Cuiabá na Copa do Mundo. A nova obra teria um custo três vezes maior do que o real.

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O Ministério negou a suposta fraude, mas o braço direito do ministro, o chefe de gabinete Cásio Peixoto, foi demitido na semana passada. Segundo assessores, Negromonte disse ter sentido falta dos membros do próprio partido, o PP (Partido Progressista).

O chefe de gabinete Cássio Peixoto, do ministro das Cidades, Mário Negromonte, foi demitido nesta quarta-feira (25). A exoneração foi publicada no Diário da União. A ministra da casa civil, Gleisi Hoffmann, assinou a exoneração de Peixoto.

A demissão é resultado de uma reportagem feita pelo jornal Folha de São Paulo sobre as negociações de Peixoto realizadas em seu gabinete com o empresário Luiz Garcia, dono da Poliedro Informática, com o lobista Mauro César dos Santos, interessados em um projeto milionário do ministério.

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Negromonte participou de pelo menos uma das reuniões, assim como seu secretário-executivo, Roberto Muniz. Todos os envolvidos negam que as conversas trataram de algum acerto. Na edição de hoje, a Folha mostrou que a cúpula do PP negociou, durante as mesmas reuniões, uma manobra que poderia evitar a fiscalização do dinheiro utilizado no projeto.

A estratégia discutida seria estabelecer um convênio da pasta com um organismo internacional para levantar recursos externos, que não podem, por exemplo, ser fiscalizados pelo TCU (Tribunal de Contas da União).

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