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A saída de Carlos Alberto Decotelli do Ministério da Educação (MEC), sem que ele tivesse ao menos sido empossado após a indicação de seu nome para comandar a pasta, gerou uma enxurrada de memes na internet. O agora ex-ministro só ficou no cargo durante cinco dias após ter sido indicado pelo presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (sem partido). 

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A indicação de Decotelli foi conturbada desde o início, quando o reitor da Universidade do Rosário, na Argentina, contestou o título de doutorado que ele alegou ter obtido pela instituição. Em seguida, seu pós-doutorado na Alemanha também foi questionado e indícios de plágio foram apontados em sua tese de mestrado. 

Nesta terça-feira (30), a Fundação Getúlio Vargas (FGV), onde ele alega ter sido professor, declarou que a informação também é improcedente. As informações falsas a respeito do currículo levaram ao adiamento da posse e, em seguida, ao pedido de demissão do ministro que saiu do governo antes de entrar de fato. 

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Após diversas polêmicas sobre a veracidade das informações prestadas no currículo levarem ao adiamento da posse do novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli estaria, segundo o canal de notícias CNN Brasil, preparando uma carta de demissão. 

Nomeado pelo presidente da República Jair Messias Bolsonaro (sem partido) cinco dias atrás, Decotelli já teve seu título de doutorado e o pós-doutorado questionados por universidades, além de ter sido acusado de plágio. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) afirmou também, nesta terça-feira (30), que o ministro não foi pesquisador ou professor da instituição, como afirmara. 

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O LeiaJá procurou o Ministério da Educação (MEC) para confirmar a informação sobre o suposto pedido de demissão do ministro, mas até a publicação desta matéria ainda não tivemos retorno acerca da solicitação. 

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A carta de notificação de desligamento entregue em maio de 2016 a um homem que falou mal de sua chefe e da empresa onde trabalhava chamou a atenção de usuários de redes sociais por conter imagens das postagens em que Lucas Norberto falava mal de sua chefe e da empresa. A carta de notificação aponta que ele foi demitido por justa causa e já foi compartilhada por milhares de internautas.

O jovem disse, em sua conta no Twitter (@lucaslicioso), que desejava que sua chefe, identificada como Cristiane, voltasse de uma cirurgia “igual michael jackson”, além de outras mensagens onde ele aparece falando mal do posicionamento político de colegas. Lucas também se queixou publicamente de atrasos no pagamento do salário. "Vou calar minha boca. Tô no limite do meu estresse já. Hoje é dia 29, cara. Nove dias de atraso, eu tô sem cara de olhar quem eu devo", escreveu ele. 

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O documento que anuncia a demissão e continha prints das mensagens do ex-funcionário é assinada pela chefe de quem ele falou mal e afirma que “a Rebrun Macaé Comércio de Roupas vem notificar-lhe de que o seu contrato de trabalho com a notificante está rescindido por justa causa". Em resposta ao LeiaJá, Lucas disse que desistiu de levar o caso à justiça. "Eu ia entrar na justiça, mas fiquei com preguiça do tempo que ia levar e estava tão saturado que quis me ver livre de tudo e só aceitei o erro", revelou. 


Justa causa ou não? 

Para a professora, Mestre e Doutora em Direito Trabalhista Isabele Moraes D’Angelo, a aplicabilidade ou não da punição máxima que é a demissão por justa causa depende da gravidade da conduta do funcionário e se ela é ou não uma atitude repetida após notificações de reclamação sobre a atitude. A reincidência da atitude é um fator agravante, mas segundo Isabele “o passo que o empregado deve tomar é ir ao juiz para que seja avaliado se foi ou não justo”, explicou a professora que também destaca que a demissão por justa causa deve ser realizada quando há uma quebra da relação de confiança do empregador diante do seu funcionário, tornando impossível manter o vínculo entre a empresa e o empregado. 

No entanto, Isabele também lembra que, de acordo com o artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ofensas, calúnia, injúria e ofensa à honra ou imagem de colegas e funcionários tanto por parte de um empregado quanto do empregador são passíveis de punição, processo e demissão por justa causa. A doutora em direito trabalhista também lembra que o fato de as mensagens estarem nas redes sociais e, portanto, serem ditas de forma pública, também podem agravar a situação.

Ela também lembra outros casos semelhantes em que imagens postadas na internet acarretaram em demissões por justa causa, como uma enfermeira que tirou uma foto dentro de uma UTI com pacientes aparecendo atrás, dando a entender que seu trabalho era fácil pois as pessoas estão em coma, e também de uma atendente de petshop que falou mal da chefe e afirmou puxar o pelo e bater nos animais enquantos lhes dava banho. 

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O ministro das Cidades, Mário Negromonte, deve entregar sua carta de demissão, ainda nesta quinta-feira, em uma reunião que terá com a presidente Dilma Rousseff. Ele já informou a assessores e colegas do Partido dos Trabalhadores que não tem mais condições políticas e pessoais para permanecer no cargo.

Foram várias as denúncias envolvendo o Ministério das Cidades. Em uma delas, de acordo com reportagens do jornal Folha de São Paulo, o então chefe de gabinete, Márcio Peixoto, pressionou funcionários do ministério a fraudarem um parecer técnico que recomendava um sistema de transporte mais caro para Cuiabá na Copa do Mundo. A nova obra teria um custo três vezes maior do que o real.

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O Ministério negou a suposta fraude, mas o braço direito do ministro, o chefe de gabinete Cásio Peixoto, foi demitido na semana passada. Segundo assessores, Negromonte disse ter sentido falta dos membros do próprio partido, o PP (Partido Progressista).

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