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O plágio é a mais comum e antiga fraude acadêmica. Vem dos tempos de Roma e Grécia antigas, quando já se tinha noções básicas de propriedade intelectual. De lá para cá, o direito autoral e os tipos de transgressões deram nova cara às condutas antiéticas, que podem ser mais comuns do que se tem notícia. Embora universidades prezem pela integridade científica e tenham mecanismos de controle, ainda há lacunas para identificar esses problemas no Brasil.

A discussão ficou mais evidente nos últimos dias, com a polêmica que envolve Carlos Alberto Decotelli. Nomeado ministro da Educação, ele pediu demissão após ter seu histórico acadêmico e profissional questionado, com suspeita de fraude na dissertação de mestrado e de registro de doutorado não concluído no currículo.

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Mas o que não é amplamente noticiado fica restrito aos comitês de ética das instituições de ensino ou nem chega a ser desvendado. Isso faz pesquisadores do tema acreditarem que há casos de subnotificação.

"Quando a comunidade científica era pequena, havia um autocontrole informal eficiente. Acho que sempre teve fraude", afirma Luiz Henrique Lopes dos Santos, coordenador adjunto da diretoria científica da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). "Hoje, uma pessoa não consegue acompanhar tudo. Então, você tem facilidade maior para ter fraudes não percebidas."

Outro indicador de que pode haver casos não notificados é a grande quantidade de trabalhos produzidos a cada ano, somada à ausência de busca proativa por essas más condutas. Munir Skaf, pró-reitor de Pesquisa da Unicamp, explica que a instituição não tem comitê que avalie as publicações, que chegam a 4,7 mil artigos por ano encaminhados a entidades internacionais. "Quem avalia é o sistema internacional e (as fraudes) são mais comuns do que se desejaria."

Na USP, cerca de 3 mil teses e 4 mil dissertações são defendidas a cada ano. Do total, três ou quatro são confirmadas com alguma fraude e o autor, que já foi nomeado doutor ou mestre, tem o título cancelado. Mas o processo de avaliação da má conduta só é feito a partir de denúncia. "Não tem como analisarmos 7 mil trabalhos por ano", justifica Carlos Gilberto Carlotti Junior, pró-reitor de Pós-graduação da USP. "Confiamos que a banca e o orientador tenham feito esse serviço."

Já na Universidade Estadual Paulista (Unesp), o sistema é semelhante: um caso é apreciado pela Comissão de Ética da instituição só quando há denúncia, diz Rosa Maria Feiteiro Cavalari, presidente do órgão interno.

Em nota, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que tem "rigoroso Código de Ética e Conduta e utiliza, já há 10 anos, as mais eficientes ferramentas antiplágio". Sobre a acusação de plágio na dissertação de mestrado de Decotelli, a universidade prometeu apurar o caso.

Menos clareza

Marilia Mendes Ferreira é professora livre-docente do Departamento de Letras Modernas da USP, trabalha com escrita acadêmica e, desde 2012, pesquisa plágio na educação. "Lá fora, você tem mais orientação para que as pessoas não cometam isso, as regras do jogo são mais claras."

Ela cita, por exemplo, que é mandatório para qualquer ingressante em universidade internacional fazer um curso de escrita acadêmica, independentemente da área em que vai atuar. A preparação pode durar mais de um semestre. Carlotti Junior, da USP, diz que todo aluno de pós-graduação faz curso introdutório de três aulas sobre definições de plágio e autoplágio (quando o autor "recicla" os próprios trabalhos anteriores).

Em uma de suas pesquisas, Marilia comparou o tratamento dado ao plágio pelas universidades de Harvard, Stanford, ambas dos Estados Unidos, USP e Unicamp. Ao analisar o site das instituições, notou que as internacionais deixam regras mais evidentes e há setores que ajudam os professores a lidar com a questão.

"Nos EUA e Europa, a maior consequência é o banimento acadêmico", diz François Ramos, professor da Universidade Presidente Antônio Carlos (Unipac), em Minas, que analisou fraude acadêmica. "A pessoa não é digna mais de habitar o ambiente acadêmico e terá de começar tudo de novo, em outra área." No Brasil, ele diz haver uma cultura de justificar as fraudes como incorreção curricular ou desajuste de informação.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, que foi convidado pelo presidente da República Jair Messias Bolsonaro (sem partido) para ser ministro da Educação na anunciou, neste domingo (5), ter declinado o convite. O comunicado foi feito através do Twitter de Feder. 

“Recebi na noite da última quinta-feira uma ligação do presidente Jair Bolsonaro me convidando para ser ministro da Educação. Fiquei muito honrado com o convite, que coroa o bom trabalho feito por 90 mil profissionais da Educação do Paraná. Agradeço ao presidente Jair Bolsonaro, por quem tenho grande apreço, mas declino do convite recebido. Sigo com o projeto no Paraná, desejo sorte ao presidente e uma boa gestão no Ministério da Educação”, escreveu o secretário.

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Indicação ao cargo

Desde a exoneração de Abraham Weintraub, não houve posse de um novo titular no MEC. O primeiro nome indicado foi o de Carlos Alberto Decotelli, que pediu demissão por meio de carta cinco dias após ser escolhido pelo presidente, depois que seu currículo foi contestado inúmeras vezes. 

Renato Feder, que é secretário de Educação do estado do Paraná, foi convidado para ser ministro na última quinta-feira (2) e teve seu nome oficialmente anunciado na sexta (3). No entanto, seu nome enfrentou resistência.

Feder havia sido cotado ao cargo antes mesmo da escolha de Decotelli, mas foi preterido por Bolsonaro devido a uma doação de R$ 120 mil feita para a campanha de João Doria (PSDB), ex-aliado e desafeto do presidente, no ano de 2016 quando Feder era dono da empresa de tecnologia Multilaser.

Nas redes sociais, Feder também sofreu rejeição de apoiadores do presidente devido à doação feita a Doria no passado. Evangélicos como Silas Malafaia e deputados bolsonaristas como Bia Kicis (PSL-DF) também demonstraram descontentamento em relação ao nome de Feder, assim como alunos do guru do governo, o astrólogo Olavo de Carvalho.

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Após deixar o Ministério da Educação (MEC) sem ao menos ter tido uma cerimônia de posse, o professor Carlos Alberto Decotelli atualizou seu currículo, na última sexta-feira (3), na plataforma do Centro Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnologia (CNPq), e incluiu a informação de que foi ministro da pasta entre os dias 25 e 30 de junho deste ano.

A nomeação do ex-ministro até foi publicada no "Diário Oficial da União", porém, com menos de uma semana no cargo, ele pediu para sair porque informações do seu currículo foram contestadas.

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Uma das informações questionadas pelo reitor Franco Bartolacci, da Universidade Nacional de Rosário (Argentina), foi o título de doutor em Administração, que ainda consta no seu currículo, mesmo após a atualização. Além disso, Decotelli ainda está envolvido em outras polêmicas sobre sua formação acadêmica, acusado de plágio na tese de mestrado, por exemplo.

O nome do atual reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Anderson Correa, tornou-se o mais forte para assumir o Ministério da Educação (MEC) depois da saída de Carlos Decotelli. Evangélico e com perfil técnico, ele passou a aglutinar apoio de vários grupos que indicam nomes ao presidente Jair Bolsonaro.

Correa foi presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) até o ano passado, quando foram cortadas milhares de bolsas de mestrado e doutorado. Ainda no cargo, passou a concorrer à vaga de reitor do ITA, posição que ele já tinha ocupado entre 2016 e 2019. Foi o escolhido mais uma vez.

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Ele fez carreira na instituição, foi pró-reitor de Pesquisa e Relacionamento Institucional, chefe de departamento, coordenador de cursos e coordenador de projetos.

Seu currículo indica que é formado em Engenharia Civil pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e é mestre pelo ITA. É ainda doutor em Engenharia de Transportes pela University of Calgary, no Canadá. Na noite de ontem, o governo checava suas credenciais e colhia apoios. O dono da Unisa, Antonio Veronezi, é um dos que exercem grande influência no governo e participa do lobby para o MEC.

Outro nome que surgiu entre os indicados é o do ex-pró-reitor da FGV Antonio Freitas. Freitas é professor titular de Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense (UFF) e membro do Conselho Nacional de Educação (CNE).

Gilberto Gonçalves Garcia, que tem formação em Filosofia e foi reitor de várias universidades privadas, também foi cogitado.

Além dele, há Marcus Vinícius Rodrigues, que foi presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC) na gestão de Ricardo Vélez. Ele é engenheiro e ligado ao mesmo grupo militar de Decotelli. Rodrigues deixou o Inep depois de desentendimento com o grupo olavista.

Na disputa há ainda o evangélico Benedito Guimarães Aguiar Neto, que foi reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e hoje é presidente da Capes. O secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, que esteve com o presidente na semana passada, voltou a ser analisado também.

A preocupação dos militares é a de que integrantes ligados a Olavo de Carvalho tenham força para indicar um nome que prevaleça. O deputado Eduardo Bolsonaro teria sugerido Sérgio Sant'ana, ex-assessor de Abraham Weintraub e ligado a olavistas. O nome de Ilona Becskehazy, que é secretária de Educação Básica no MEC, também está sendo defendido por grupos considerados ideológicos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, assinou despacho que torna sem efeito a nomeação do professor Carlos Alberto Decotelli para o cargo de ministro da Educação. A medida está na edição desta quarta-feira (1º) do Diário Oficial da União.

O docente levou nesta terça-feira (30) pessoalmente sua carta de demissão a Bolsonaro após virem à tona diversas falhas em seu currículo. Ao menos três instituições de ensino superior desmentiram o até então titular do MEC quanto aos títulos acadêmicos publicados por ele em seu histórico profissional.

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Em entrevista à CNN Brasil, Decotelli disse que o que motivou sua demissão do cargo foi a nota publicada na terça pela Fundação Getulio Vargas (FGV) na qual a instituição de ensino nega que ele tenha sido professor efetivo da instituição.

Com menos de uma semana no cargo e sem sequer ter tido uma cerimônia de posse, Carlos Decotelli é o mais novo ministro demissionário do governo Bolsonaro. Após ter tido seu currículo denunciado por universidades e causado nova crise na pasta, Decotelli tomou a decisão de deixar o governo em conjunto com o presidente Jair Bolsonaro, em reunião na tarde desta terça (30). Políticos de oposição criticaram a nova mudança na chefia do MEC, que teve quatro ministros em apenas 18 meses.

“O governo Bolsonaro é uma verdadeira bagunça. Ninguém quer se alinhar a esse projeto nefasto. Alguns ainda se propõe a esse tipo de papel ridículo protagonizado por Decotelli. A Educação está sem rumo e deverá ter o mesmo destino da Saúde, o caos total”, criticou o senador Humberto Costa (PT-PE).

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Decotelli não foi o único ministro do governo a ter tido seu currículo questionado. Em discursos e palestras, a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, costumava se apresentar como “advogada", "mestre em educação" e "em direito constitucional e direito da família". Questionada pela imprensa, ela própria assumiu que não possuía tais formações, afirmando, à Folha de São Paulo, que seus títulos estariam relacionados ao ensino bíblico.

Ao contrário do que foi veiculado durante sua participação no Programa Roda Viva, o ministro Ricardo Salles nunca estudou na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, não possuindo título de mestre em direito público obtido na instituição, segundo revelou o The Intercept Brasil, em fevereiro de 2019. 

“Decotelli apresentou seu pedido de demissão. Agora é pressionar para que o fraudador de pensão (Guedes), a mestra bíblica (Damares) e o que não foi estudante de Yale (Salles) saiam também”, escreveu a deputada federal Talíria Petrone (Psol-RJ). “Salles fraudou mapas ambientais em SP e seu currículo; Damares é acusada de sequestrar criança indígena; Gen. Heleno de promover absurdos no Haiti. Bolsonaro faz questão de bancá-los no governo apesar das irregularidades, mas não Decotelli. Todos deveriam cair. Pq só um caiu?”, questionou o deputado federal Nilto Tatto (PT-SP).

“Parece que depois de Decotelli, Salles e Damares também vão ser demitidos por mentirem em seus currículos”, comentou Manuella D’Ávila. O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) chamou atenção para a rotatividade do comando do MEC. “Depois do ministro da Saúde Nelson Teich, que durou 29 dias, agora temos o ministro da Educação Decotelli, que sequer foi empossado. E assim vamos pro 4º ministro da Educação em 18 meses... Esse é o governo Bolsonaro: sem seriedade, sem planos pro Brasil", criticou.

A saída de Carlos Alberto Decotelli do Ministério da Educação (MEC), sem que ele tivesse ao menos sido empossado após a indicação de seu nome para comandar a pasta, gerou uma enxurrada de memes na internet. O agora ex-ministro só ficou no cargo durante cinco dias após ter sido indicado pelo presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (sem partido). 

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A indicação de Decotelli foi conturbada desde o início, quando o reitor da Universidade do Rosário, na Argentina, contestou o título de doutorado que ele alegou ter obtido pela instituição. Em seguida, seu pós-doutorado na Alemanha também foi questionado e indícios de plágio foram apontados em sua tese de mestrado. 

Nesta terça-feira (30), a Fundação Getúlio Vargas (FGV), onde ele alega ter sido professor, declarou que a informação também é improcedente. As informações falsas a respeito do currículo levaram ao adiamento da posse e, em seguida, ao pedido de demissão do ministro que saiu do governo antes de entrar de fato. 

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 Com menos de uma semana no cargo e sem sequer ter tido uma cerimônia de posse, Carlos Decotelli é o mais novo ministro demissionário do governo Bolsonaro. Após ter tido seu currículo falso denunciado por universidades e causado nova crise na pasta, Decotelli tomou a decisão de deixar o governo em conjunto com o presidente Jair Bolsonaro, em reunião na tarde desta terça-feira (30).

Embora tenha sido escolhido para dar um perfil técnico ao MEC, Decotelli produziu o efeito oposto. Desde que foi anunciado como ministro, Decotelli teve as informações de seu currículo questionadas. Ao anunciá-lo, Bolsonaro mencionou a formação do professor. No dia seguinte, o título de doutor foi questionado por Franco Bartolacci, reitor da Universidade Nacional de Rosário (Argentina), onde sua tese não foi aprovada. O pós-doutorado na Universidade de Wupertal também foi desmentido pela instituição.

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A Fundação Getúlio Vargas suspeita de plágio no mestrado do ministro e investiga o caso. Antônio Freitas, pró-reitor da FGV, aparece como orientador do doutorado não concluído do ministro e é um dos nomes cotados para substituí-lo no MEC, bem como Renato Feder, secretário de Educação do Paraná, e o olavista e ex-assessor do MEC Sérgio Sant'Ana.

Na noite dessa segunda-feira (20), Bolsonaro usou suas redes sociais para comentar que "Decotelli não pretende ser um problema para a sua pasta (governo), bem como está ciente de seu equívoco", reiterando a incerteza de sua permanência no cargo.

Segundo assessores, Bolsonaro se irritou com as polêmica envolvendo a formação de Decotelli e ala militar do governo tomou as informações sobre seu currículo como uma quebra de confiança. No Planalto, teme-se que a demissão possa desgastar ainda mais a imagem do governo, inclusive porque Decotelli seria o primeiro ministro negro nomeado por Bolsonaro.

Após diversas polêmicas sobre a veracidade das informações prestadas no currículo levarem ao adiamento da posse do novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli estaria, segundo o canal de notícias CNN Brasil, preparando uma carta de demissão. 

Nomeado pelo presidente da República Jair Messias Bolsonaro (sem partido) cinco dias atrás, Decotelli já teve seu título de doutorado e o pós-doutorado questionados por universidades, além de ter sido acusado de plágio. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) afirmou também, nesta terça-feira (30), que o ministro não foi pesquisador ou professor da instituição, como afirmara. 

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O LeiaJá procurou o Ministério da Educação (MEC) para confirmar a informação sobre o suposto pedido de demissão do ministro, mas até a publicação desta matéria ainda não tivemos retorno acerca da solicitação. 

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Nota da Fundação Getulio Vargas (FGV) informando que Carlos Alberto Decotelli não foi pesquisador ou professor da instituição pode fazer com que o ministro nomeado da Educação deixe o governo ainda nesta terça-feira (30). O presidente Jair Bolsonaro ficou irritado ao saber de mais uma incoerência no currículo do indicado, que já teve doutorado e pós-doutorado questionados por universidades estrangeiras e é acusado de plágio no mestrado. A intenção do governo é a de que ele faça uma carta de demissão, enquanto o Planalto procura nomes para substituí-lo.

Segundo o Estadão apurou, Decotelli já perdeu o apoio do grupo militar que o indicou ao governo. A nota da FGV dizia que Decotelli cursou mestrado na FGV, concluído em 2008. "Prof. Decotelli atuou apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos e não como professor de qualquer das escolas da Fundação", completa o texto. A situação é comum na instituição em cursos com esse perfil, professores são chamados como pessoa jurídica e atuam apenas em cursos específicos.

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Nesta segunda-feira (29), o presidente chamou Decotelli para uma conversa e postou nas redes sociais que o economista estava sendo vítima de críticas para desmoralizá-lo. Mas deu um recado: "O Sr. Decotelli não pretende ser um problema para a sua pasta (Governo), bem como, está ciente de seu equívoco." E não indicou que haveria posse, anteriormente marcada para esta terça. Decotelli saiu da reunião dizendo que era o ministro da Educação.

Segundo fontes, no entanto, o fato de Decotelli ser contestado agora por uma instituição do País o fragilizou. Na semana passada, ele foi questionado por Franco Bartolacci, reitor da Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, que disse que Decotelli não conclui o doutorado. Nesta segunda, a Universidade de Wuppertal, na Alemanha, também afirmou que ele não fez pós-doutorado na instituição. Decotelli mudou seu currículo na plataforma Lattes depois dos questionamentos.

Bolsonaro deve reavaliar alguns dos indicados com que ele já se encontrou na semana passada, como Marcus Vinícius Rodrigues, que foi presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC) na gestão de Ricardo Velez. Ele é engenheiro e ligado ao mesmo grupo militar de Decotelli. Rodrigues deixou o Inep depois de desentendimento com o grupo ligado a Olavo de Carvalho.

Também esteve com o presidente o ex-pró-reitor da FGV Antonio Freitas, também indicado pelo mesmo grupo militar. O secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, também esteve com o presidente e depois foi avisado por ele que não tinha sido escolhido para o cargo.

A preocupação dos militares e de educadores é que integrantes ligados a Olavo de Carvalho agora tenham argumentos para indicar um nome que prevaleça. O deputado Eduardo Bolsonaro teria sugerido Sérgio Sant'ana, ex-assessor especial de Abraham Weintraub e ligado a olavistas do governo. O nome de Ilona Becskehazy, que é a atual secretária de Educação Básica no MEC, também está sendo defendido por grupos considerados ideológicos.

Veja a nota da FGV na íntegra:

"A FGV se encontra em regime de trabalho remoto, com aulas presenciais suspensas inclusive, desde março de 2020, por força do isolamento imposto pela pandemia do Coronavírus, seguindo determinação das autoridades constituídas, federal, estadual e municipal, em razão do estado de emergência de saúde.

O Prof. Decotelli cursou mestrado na FGV, concluído em 2008. Assim, qualquer informação a respeito demandará acesso a arquivos físicos da época pelos respectivos orientadores responsáveis, o que só poderá se dar após o retorno destes a atuação presencial, eis que todos pertencentes ao chamado grupo de risco.

Quanto aos cursos de doutorado e pós-doutorado, realizados com outras instituições educacionais, cabe a estas prestar eventuais esclarecimentos e não à FGV, para quem o Prof. Decotelli atuou apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos e não como professor de qualquer das escolas da Fundação.

Da mesma forma, não foi pesquisador da FGV, tampouco teve pesquisa financiada pela instituição."

Após um dia intenso ontem, o presidente Jair Bolsonaro decidiu dar sobrevida a Carlos Alberto Decotelli no Ministério da Educação (MEC), apesar dos sucessivos questionamentos ao seu currículo e da posse, prevista para hoje, ter sido adiada. Pelas redes sociais, Bolsonaro não deixou claro se dará ou não posse a Decotelli e disse só ter recebido mensagens de "trabalho e honradez" sobre o indicado. Ao mesmo tempo, importantes assessores do governo continuam sondando nomes para substituir o economista.

Decotelli perdeu apoio do grupo militar que o havia indicado e de professores da Fundação Getulio Vargas (FGV). Todos se disseram surpreendidos com as incoerências em sua vida acadêmica, já que doutorado e pós-doutorado foram questionados pelas instituições estrangeiras e há acusação de plágio no mestrado na FGV.

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Mesmo constrangidos, militares ainda continuam a indicar outros nomes para Bolsonaro. Assim como a ala ligada a Olavo de Carvalho. O ambiente no Planalto, segundo fontes, é de muita pressão e profusão de nomes para o MEC. O governo também não gostou de saber que Decotelli não é professor contratado da FGV - ele deu aulas como pessoa jurídica em alguns cursos - e teme aparecerem mais problemas.

Nas redes sociais, o presidente disse que "o professor vem enfrentando toda a forma deslegitimação para o ministério" por "inadequações curriculares". Segundo a publicação, "todos aqueles que conviveram com ele comprovam sua capacidade para construir uma educação inclusiva e de oportunidade para todos". Mesmo assim, não citou a posse do novo ministro.

A mensagem veio após conversa do presidente com Decotelli no fim da tarde de ontem. Ele ouviu as versões do indicado e concluiu que ele tem "lastro acadêmico" e "reconhecimento como gestor", após 42 anos de vida pública. "Sou ministro, tenho trabalhos agora e vou ficar até de noite para corrigir os ajustes no Enem, Sisu", disse Decotelli, ao deixar o encontro em Brasília.

Entre os nomes que tÊm sido sugeridos, estão alguns dos que Bolsonaro já recebeu na semana passada, como Marcus Vinícius Rodrigues, ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) na gestão de Ricardo Velez. Ele é engenheiro e ligado ao mesmo grupo militar de Decotelli. Rodrigues deixou o Inep, órgão do MEC, após desentendimento com o grupo ligado a Olavo de Carvalho.

Na segunda-feira também o Planalto passou a analisar o currículo do reitor do Instituto de Tecnologia Aeronáutica (ITA), Anderson Ribeiro Correia, que chefiou a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) até 2019.

Outro que esteve com Bolsonaro foi o ex-pró-reitor da FGV Antonio Freitas, também indicado pelo grupo militar. O secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, foi entrevistado pelo presidente e depois avisado que não tinha sido escolhido.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro teria sugerido Sérgio Sant'ana, ex-assessor especial do ex-ministro Abraham Weintraub e ligado a olavistas do governo. Ilona Becskeházy, atual secretária de Educação Básica do MEC, foi elogiada por jornal ligado a Olavo de Carvalho, que disse que ela "pode salvar a educação brasileira".

Desde o fim de semana, quando a formação acadêmica de Decotelli passou a ser alvo de contestação, auxiliares do presidente argumentam que os questionamentos inviabilizam totalmente o ex-professor no cargo, no momento em que o governo tenta recuperar a confiança na pasta. Outro grupo ponderou que outra mudança no MEC pode ser pior e alegam que outros ministros já tiveram o currículo contestado, mas seguiram no cargo após a explicação. O nome de Decotelli foi publicado no Diário Oficial depois de anunciado por Bolsonaro.

Polêmica

Desde que foi anunciado como ministro, Decotelli teve as informações de seu currículo questionadas. Ao anunciá-lo, Bolsonaro mencionou a formação do professor. No dia seguinte, o título de doutor foi questionado por Franco Bartolacci, reitor da Universidade Nacional de Rosário (Argentina). O ministro inicialmente negou e mostrou certificado de conclusão de disciplinas à reportagem. "É verdade. Pergunte lá para o reitor." No fim do dia, atualizou o currículo e passou a declarar que teve "créditos concluídos" no doutorado, em 2009. No campo relacionado ao orientador, o ministro assinalou: "Sem defesa de tese".

No sábado, a dissertação de mestrado do ministro também foi colocada sob suspeita após o economista Thomas Conti apontar, no Twitter, possíveis indícios de cópia no trabalho, de 2008. Ele citou trechos na dissertação idênticos a um relatório do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A FGV informou que vai investigar a suspeita.

"Tem um simbolismo muito grande ele ter sido desmentido por duas universidades estrangeiras e ainda tem problemas no mestrado", diz o deputado federal, da Frente Parlamentar Mista de Educação, Israel Batista (PV-DF). Segundo ele, vários deputados da Frente consideraram esperar a situação do ministro para convidá-lo para conversa na Câmara. Já na comissão de Educação da Câmara, a participação do ministro continua marcada para quinta-feira.

O presidente Jair Bolsonaro decidiu manter Carlos Alberto Dacotelli à frente do Ministério da Educação. Rumores de uma desistência começaram depois que a posse do novo comandante da pasta, prevista para essa segunda (29), foi adiada. Também circularam diversos questionamentos a respeito do seu currículo. Após ouvir Dacotelli, Bolsonaro concluiu que o economista possui “lastro acadêmico” e “reconhecimento como gestor”, após 42 anos de vida pública.

O Planalto chegou a pesquisar novos nomes para o MEC, mas, após a conversa, decidiu confiar a pasta a alguém que teria mais experiência de vida do que um vasto currículo acadêmico. Mais cedo, ainda nesta segunda, Bolsonaro usou as redes sociais para afirmar que “por inadequações curriculares o professor vem enfrentando todas as formas de deslegitimação para o Ministério”.

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Espera-se que uma posição oficial sobre a permanência de Decotelli seja anunciada nas próximas horas por Bolsonaro. Indagado pela imprensa a respeito do cargo, o ministro disse que continua no governo.

Currículo

Foi apontado que Decotelli apresenta em seu currículo Lattes um doutorado na Argentina que não foi obtido, bem como seu pós-doutorado na Alemanha, que não teria sido realizado. A Universidade alemã de Wuppertal nega que Decotelli tenha concluído a formação em seu programa, enquanto o reitor da Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, Franco Bartolacci, revelou que o ministro teve sua tese reprovada. Por fim, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) apura suspeita de plágio na dissertação de mestrado de Decotelli, apresentada ao departamento de administração.

A posse do novo ministro da educação Carlos Alberto Decotelli foi adiada pelo governo de Jair Bolsonaro depois de reveladas incoerências em seu currículo. A cerimônia estava marcada para esta terça-feira, 30, às 16 horas, mas segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, o Planalto já avisou que ela não ocorrerá nesta data. Depois das denúncias sobre seu doutorado e mestrado, o governo está repensando se vai manter Decotelli no cargo.

O próprio grupo militar que indicou o ex-professor está constrangido porque foi surpreendido pelos problemas acadêmicos e está avaliando a repercussão do caso. Ele também perdeu o apoio que tinha entre professores da Fundação Getulio Vargas (FGV). Enquanto isso, alas mais ideológicos estão fortemente tentando derrubá-lo antes mesmo de tomar posse.

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Sua nomeação foi publicado no Diário Oficial depois do nome anunciado. Durante o fim de semana, a crise aumentou e Decotelli chegou a divulgar uma carta mencionando que sua tese de doutorado não teve a defesa autorizada.

"Seria necessário, então, alterar a tese e submetê-la novamente à banca. Contudo, fruto de compromissos no Brasil e, principalmente, do esgotamento dos recursos financeiros pessoais, o ministro viu-se compelido a tomar a difícil decisão de regressar ao país sem o título de Doutor em Administração." Ele também afirmou que iria revisar o trabalho de mestrado na FGV.

Desde que foi anunciado como novo ministro da Educação, Decotelli passou a ter as informações de seu currículo questionadas.

Ao anunciar o sucessor de Abraham Weintraub na pasta, o presidente Jair Bolsonaro mencionou a formação do professor: "Decotelli é bacheral em Ciências Econômicas pela Uerj, Mestre pela FGV, Doutro pela Universidade de Rosário, Argentina, e Pós-doutor pela Universidade de Wuppertal, na Alemanha", escreveu nas redes sociais na quinta-feira, 25.

No dia seguinte, o título de doutor do novo ministro da Educação foi questionado por Franco Bartolacci, reitor da Universidade Nacional de Rosário, que disse que Decotelli não conclui o doutorado. "Cursou o doutorado, mas não o concluiu, pois lhe falta a aprovação da tese. Portanto, ele não é doutor pela Universidade Nacional de Rosário, como chegou a se afirmar."

O ministro inicialmente negou a declaração de Bartolacci e chegou a mostrar certificado de conclusão de disciplinas à reportagem. "É verdade. Pergunte lá para o reitor", disse Decotelli na sexta-feira ao Estadão. Questionado se havia defendido a tese, requisito para obter o título de doutor, o ministro não respondeu. No fim do dia, o novo titular do MEC atualizou o seu currículo na plataforma lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ele passou a declarar que teve "créditos concluídos" no curso de doutorado, em 2009. No campo relacionado ao orientador, o ministro assinalou: "Sem defesa de tese".

No sábado, 27, a dissertação de mestrado do ministro também foi colocada sob suspeita após o economista Thomas Conti apontar, no Twitter, possíveis indícios de cópia no trabalho, de 2008. Ele citou trechos na dissertação idênticos a um relatório do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A FGV informou que vai investigar a suspeita de plágio.

O pós-doutorado na Alemanha também passou a ser debatido após a universidade fornecer informações diferentes das que constam no currículo do ministro.

"Tem um simbolismo muito grande ele ter sido desmentido por duas universidades estrangeiras e ainda tem problemas no mestrado", diz deputado estadual e secretário-geral da Frente Parlamentar Mista de Educação, Israel Batista (PV-DF).

Segundo ele, vários deputados da Frente consideraram esperar a situação do ministro para convidá-lo para uma conversa na Câmara. A comissão de Educação da Câmara também está reavaliando o convite para a participação do ministro, marcada para quinta-feira.

A disputa pelo comando do MEC mobilizou as alas ideológica, militar e civil do Planalto. Decotelli, que é oficial da reserva da Marinha, acabou sendo o escolhido por Bolsonaro como uma alternativa apaziguardora e técnica para a função. O objetivo era reparar o desgaste da imagem do ministério após a gestão de Abraham Weintraub.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo horas após ser confirmado como ministro, Decotelli reforçou o seu perfil técnico e disse que sua missão era favorecer o dialogo. "O presidente solicitou a máxima dedicação para fortalecer a gestão e a comunicação do MEC para favorecer o diálogo."

A reportagem questionou o motivo do cancelamento do evento e se a posse será remarcada, mas o Palácio do Planalto ainda não se manifestou.

O novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, não tem pós-doutorado pela Universidade de Wüppertal, da Alemanha, como havia sido divulgado pelo Ministério da Educação. Em nota, a instituição informou que o ministro conduziu pesquisas por um período de três meses em 2016, mas não concluiu nenhum programa de pós-doutorado.

 "Carlos Decotelli não obteve nenhum título na nossa universidade", afirmou ao jornal O Globo a responsável pela comunicação da Bergische Universität Wüppertal (BUW), Jasmine Ait-Djoudi.

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 No currículo disponível na plataforma Lattes, Decotelli diz que frequentou a universidade alemã entre 2015 e 2017, tendo recebido lá o título de pós-doutor.

Ele fez uma pesquisa na Alemanha sob a orientação da professora de Teoria do Design Brigitte Wolf. Segundo O Globo, Wolf também confirmou que Decotelli não recebeu título universitário no país.

 Ele já havia corrigido seu currículo após o reitor da Universidade de Rosário, na Argentina, afirmar que Decotelli não obteve o título de doutor na instituição

O ministro também é acusado de plágio em sua dissertação de mestrado. Após as denúncias feitas no Twitter, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que apura um eventual plágio na dissertação. Em nota, o Ministério da Educação afirmou que o ministro iria revisar o trabalho "por respeito ao direito intelectual dos autores e pesquisadores citados". Diz a nota: "O ministro refuta as alegações de dolo, informa que o trabalho foi aprovado pela instituição de ensino e que procurou creditar todos os pesquisadores e autores que serviram de referência."  O MEC ainda não se manifestou sobre o pós-doutorado.

Após ser contestado pelo reitor da Universidade Nacional de Rosário sobre a suposta conclusão do doutorado em administração na instituição argentina, o novo ministro da Educação alterou o currículo e revelou que foi reprovado no curso. Nessa sexta-feira (26), Carlos Alberto Decotelli afirmou que concluiu as disciplinas, mas não defendeu sua tese.

Procurado pelo LeiaJá, o próprio Ministério da Educação (MEC) enviou um certificado de Decotelli na instituição estrangeira, que afirmava que o ministro havia cursado todas as cadeiras. No entanto, a tese "Gestão de Riscos na Modelagem dos Preços da Soja" não foi aprovada e o currículo acadêmico do sucessor de Abraham Weintraub foi alterado na plataforma do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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"Essa tese não foi aprovada e não recebeu um parecer favorável da banca. Portanto, ele não pôde concluir o doutorado que estava realizando na Universidade Nacional de Rosário. E, como consequência, não obteve o título de doutor", explicou o reitor Franco Bartolacci ao G1. Decotelli ainda informou que esteve na universidade de 2007 a 2009, mas Bartolacci diz que os registros apontam que ele só ingressou em 2008.

O reitor manteve as portas da instituição abertas e informou que, caso receber o doutorado, o ministro deve solicitar uma nova admissão e concluir todo o curso.

Na tarde desta sexta-feira (26), o reitor da Universidade do Rosário, Franco Bartolacci, usou sua conta no Twitter para contestar a afirmação feita pelo presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido) de que o novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, tem doutorado pela instituição. A informação foi divulgada pela colunista do jornal Folha de São Paulo, Mônica Bergamo. 

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Ao LeiaJá, a assessoria de imprensa do Ministério da Educação (MEC) reforçou a afirmação do presidente em sua postagem de anúncio da nomeação de Decotelli, e enviou um documento que, segundo o MEC, seria o certificado de conclusão do curso de doutorado do agora ministro e que supostamente atesta seu título de doutor.

Em tradução livre, o certificado [que está em espanhol] afirma que “Carlos Alberto Decotelli da Silva cursou a totalidade das matérias do curso de pós-graduação Doutorado em Administração”. O documento data de 2009 e, de acordo com o MEC, foi assinado pela coordenadora acadêmica de pós-graduação, pela secretária de pós-graduação e formação contínua e pelo decano da Faculdade de Ciências Econômicas e Estatística. 

Nas mídias oficiais da Universidade do Rosário, até o momento, não há posicionamentos oficiais sobre a questão. Confira, a seguir, o posicionamento do MEC enviado ao LeiaJá: "O Ministério da Educação informa que o ministro Carlos Alberto Decotelli da Silva concluiu, em fevereiro de 2009, todos os créditos do doutorado em Administração pela Faculdade de Ciências Econômicas e Estatística da Universidade Nacional de Rosário, na Argentina".

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Um dia depois de sua nomeação, o atual ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, disse, nesta sexta-feira (26), em uma entrevista à Rádio Bandeirantes, que políticas afirmativas - como as cotas destinadas a pessoas negras, indígenas e pessoas com deficiência - em instituições de ensino superior tornam-se ferramentas para amenizar a desigualdade em formações acadêmicas, nesta sexta-feira (26).

"Nós não podemos exigir resultados iguais para aqueles que têm acessos diferentes. Então, nós temos que dar um esforço para aqueles que possam, pelo menos desempatar a desigualdade", disse. Durante toda a entrevista, o ministro assumiu uma fala neutra com relação a questões raciais. Com um resgate histórico, ele afirma não ter sofrido racismo como um violência direta.

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“Passamos mais de 300 anos com esse conceito de escravocrata. Hoje, ainda temos muitas contaminações de metodologias, subjetividades. Eu nunca, como negro, fui um George Floyd. Nunca sofri o racismo de tomar dois tiros nas costas. Mas [sim de] perceber olhares, de eugenia de ambientação, ou seja, criar um ambiente que não seja para negros”, contou.

O titular da Educação ainda demonstra conhecimento sobre as demandas da pasta e explica que pretende realizar uma série de reuniões para avaliar quais passos serão dados e como devem ser atendidas as necessidades na educação, frente à pandemia do novo coronavírus. Dentre as reuniões, haverá um encontro com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para obter informações sobre a quantidade de recursos disponibilizados para o MEC.

O novo ministro da Educação nomeado nesta quinta-feira (25), Carlos Alberto Decotelli, declarou em entrevista ao jornal O Globo que diferentemente de seus antecessores Ricardo Vélez e Abraham Weintraub, não pretende fazer uma gestão pautada em discussões de cunho ideológico na pasta da educação. 

“Eu sou uma pessoa que sou professor da FGV há muito tempo e a minha questão é o trabalho. Eu não tenho nem preparação para fazer discussão ideológica. Vou conversar, dialogar. Minha visão é transformar o ambiente da política educacional em ambiente de sala de aula, e na sala de aula conversamos. A minha função é técnica”, afirmou o novo ministro.

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Militar da reserva da marinha, ex-presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), com formação na área econômica, Decotelli comentou outros assuntos como a pretensão de tocar adiante temas como a continuidade do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) como uma de suas prioridades no ministério. 

“São três as prioridades: a primeira é ampliar o diálogo e interlocução para que haja divulgação correta em relação às políticas do MEC; atualizar o cronograma dos compromissos que estão estabelecidos; as ponderações em relação ao novo Fundeb; as políticas envolvendo a covid-19  e a parte de biossegurança. Queremos fazer um trabalho de gestão interna integradora, com diálogo mais forte entre FNDE e a Capes, e a estrutura operacional que é a estrutura estratégica no gabinete. A preocupação com a biossegurança para reativação das aulas e o Fundeb (são as principais questões)”, disse o novo comandante do MEC. 

No que diz respeito ao combate à Covid-19, Carlos Alberto Decotelli destaca o desejo de se aproximar do Conselho de Secretários de Educação (Consed) para discutir e viabilizar o retorno dos estudantes às aulas presenciais junto aos secretários estaduais de educação. 

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Nesta quinta-feira (25), o presidente Jair Bolsonaro anunciou que Carlos Alberto Decotelli da Silva assumirá o ministério da Educação (MEC) no lugar de Abraham Weintraub, demitido no dia 18 de junho. A escolha do economista e ex-presidente do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE) dividiu os parlamentares.

A deputada federal (Psol-RS) Fernanda Melchionna mostrou-se descrente quanto ao trabalho do MEC. “Bolsonaro acaba de anunciar novo ministro da educação: Carlos Decotelli. Não adianta mudar o ministro se o chefe continua o mesmo. O autoritarismo teme a educação e tem ojeriza ao pensamento crítico. É preciso derrotar Bolsonaro”, comentou.

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Também oposicionista, Tábata Amaral (PDT-SP) desejou boa sorte ao novo ministro. “Decotelli chega com o desafio de reestruturar um MEC paralisado por dois ministros que nunca tiveram a educação como prioridade. Desejo que ele reconheça que o MEC precisa mudar de rota e esteja disposto ao diálogo p/ superarmos a crise. O futuro da nossa juventude depende disso”, colocou.

Já o vice-líder do governo na câmara, o deputado Carlos Jordy (PSL-RJ) assumiu que não conhece Decotelli. “Que seja técnico, mas não esqueça que estamos numa guerra cultural. Ao menos sinal de fraqueza, a esquerda não perdoará. Estarei à disposição para ajudar no avanço da agenda técnica e no enfrentamento ideológico”, comentou.

O deputado Rogério Peninha (MDB-SC), por sua vez,  celebrou a escolha. “Não havia escolha melhor para o MEC. Parabéns, PR @jairbolsonaro, por ter convidado o professor Decotteli para chefiar uma das pastas mais importantes do nosso País. Fez um baita trabalho à frente do FNDE, será um ministro da Educação de primeira qualidade”, escreveu.

A União Nacional dos Estudantes (UNE) criticou a escolha do novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli da Silva, anunciada nesta quinta (25) pelo presidente Jair Bolsonaro. Para a maior entidade estudantil do país, trata-se uma escolha que não prima pelo critério técnico, já que o novo gestor da pasta não possui experiência na área. Economista, Decotelli presidiu o Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), entre fevereiro e agosto de 2019.

“Pra Bolsonaro que falava tanto em ministros técnicos, a única técnica necessária para ser Ministro da Educação nesse governo é não ter nenhuma técnica relacionada a educação. Mais um ministro que não tem NADA em seu currículo vinculado à formação na área da educação”, publicou a UNE, em suas redes sociais.

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A UNE foi opositora ferrenha da gestão do ex-ministro Abraham Weintraub na Educação. Com sua demissão, no dia 18 junho, a instituição afirmou que essa era uma “vitória dos estudantes”. “A queda de Weintraub foi uma vitória que também contou com a participação da luta popular e estudantil para desgastá-lo. Foi importante para expor e enfraquecer ainda mais Bolsonaro. Agora ele precisa ser investigado e punido, inclusive por fugir usando recursos públicos”, comentou a entidade.

Defensora do adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que teve parecer favorável do Senado por 75 votos a um, a instituição defende a criação de uma comissão para discutir a adequação do cronograma. “Esta é uma importante decisão e ela precisa ser feita tendo como base uma discussão de uma comissão formada por representação de estudantes, professores, secretários de educação, profissionais da saúde, reitores, e outras organizações da área da educação em conjunto com o MEC e o INEP”, posicionou-se a UNE, por meio de nota.

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