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Depois de perder a marca registrada do empresário Eike Batista ao mudar de nome na semana passada, a antiga MPX, que agora se chama Eneva, está prestes a perder também o próprio Eike. Segundo fontes de mercado, ele está em negociações avançadas para vender sua participação e deixar definitivamente a companhia de geração e comercialização de energia. São três os investidores interessados em comprar as ações de Eike: a trading japonesa Marubeni, o fundo de pensão do setor público canadense CPP e o fundo australiano de infraestrutura IFM.

A proposta mais agressiva veio dos japoneses da Marubeni, multinacional que opera no Brasil desde a década de 1950 e atua em diversos setores, como o de siderurgia, químico, de máquinas e exportação de grãos. Entre as suas subsidiárias no País está a Companhia Iguaçu de Café Solúvel. Procurado, o vice-presidente da Marubeni no Brasil, Akihiro Fukuda, disse que não podia comentar as transações com a Eneva. A empresa afirmou, por meio de nota, que não há qualquer documento assinado até o momento.

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Do lado de Eike Batista, quem está conduzindo as negociações é o banco BTG. Os alemães da E.ON, assessorados pelo Goldman Sachs, terão papel decisivo na venda das ações de Eike Batista, já que eles é que ganharão um novo sócio. Uma fonte próxima à multinacional disse que ela entregou ao Goldman uma lista com empresas proibidas, para quem Eike não pode vender sua fatia. Entre elas, está a gigante francesa GDF Suez, concorrente dos alemães.

Em maio, a E.ON, que já era acionista da MPX, comprou uma participação de 24,5% por R$ 1,4 bilhão, passando a deter uma fatia de 36,2% da companhia de energia. O acordo previa um aumento de capital de R$ 800 milhões que foi homologado ontem. Ao fim desta operação, os alemães ficaram com 37,9% do capital da Eneva e Eike teve sua participação reduzida para 23,9%. Segundo o comunicado divulgado ontem, o acordo de acionistas entre a E.ON e Eike permanece vigente e não foi afetado pelo aumento de capital.

A venda da participação do empresário, prevista para ocorrer nas próximas semanas, interessa particularmente aos minoritários da antiga MPX. A alienação do controle dispara o que é conhecido no mercado financeiro por tag along, um mecanismo de proteção aos acionistas minoritários. É um direito que ele tem de participar da venda do controle, explica o advogado Raphael Martins, sócio do escritório Faoro & Fucci Advogados. Com essa operação, o minoritário pode vender suas ações para o novo controlador.

Isso não aconteceu, em maio, quando a E.ON aumentou sua participação na empresa, porque o acordo de acionistas previu que Eike continuaria no controle mesmo com uma fatia menor. É uma situação complicada para o minoritário, porque a legislação não é muito clara sobre o que caracteriza o tag along nesse caso, diz Martins.

LLX

No último domingo, Eike Batista também finalizou o acordo para venda da LLX, empresa responsável pelo projeto do Porto do Açu, no norte fluminense, para o fundo americano EIG Holdings. O acordo prevê o investimento de até R$ 1,3 bilhão por meio de uma operação de aumento de capital social.

O novo controlador da LLX atua no setor de energia e infraestrutura com projetos que movimentam US$ 12,8 bilhões.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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