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Reconhecida como a empresa mais sólida do império de Eike Batista, a Eneva (ex-MPX) está passando por dificuldades. O motivo é o atraso nas obras da última térmica do Complexo Parnaíba (MA), a usina a gás natural Parnaíba II. O empreendimento deveria ter entrado em operação comercial no início deste mês para fornecer energia às distribuidoras, mas só uma das três turbinas da usina está em fase de testes hoje. Isso deixou a geradora exposta ao mercado à vista num momento em que o preço da energia está em R$ 822,23/Mwh.

Os problemas operacionais da Eneva não passaram despercebidos ao mercado. As ações ordinárias da empresa já acumulam queda de 45% em 2014 e de 84,26% em um ano. Os papéis chegaram a cair quase 8% em uma única sessão da bolsa na última quarta-feira,12, em meio aos rumores de que a companhia entraria com pedido de recuperação judicial, seguindo o caminho de outras empresas do grupo X, e à divulgação de que o resultado da geradora brasileira contribuiu para reduzir os ganhos fora da União Europeia de sua controladora, a alemã E.ON.

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No fim de 2013, a Eneva anunciou um plano para reestruturar o endividamento de curto prazo de sua holding. Após alongar os vencimentos, a intenção é reduzir a dívida de R$ 2,1 bilhões, apurada ao fim do ano passado, para R$ 500 milhões em 2015. Mas os investidores começaram a questionar a capacidade da Eneva de executar esse plano, diante da necessidade de comprar energia no mercado à vista para cumprir os seus contratos com as distribuidoras, alimentando os rumores sobre a recuperação judicial.

Prazos

A Eneva negociou 450 MW médios da usina Parnaíba II ao preço de R$ 101,9/MWh no leilão de energia nova A-3 de 2011, sendo que 400 MW médios começariam a ser entregues a partir de março deste ano. Pelo cronograma da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), as unidades geradoras I e II deveriam ser concluídas no início de fevereiro, enquanto a unidade III deveria estar pronta em junho. Mas, até o momento, só a unidade geradora I foi liberada para testes, no fim do mês passado, com três meses de atraso em relação ao prazo estabelecido pelo regulador e pela própria geradora.

Segundo relatório da Aneel, a previsão era de que a unidade geradora I entraria em operação comercial no último sábado, dia 15 de março, o que não ocorreu. A unidade geradora II, que ainda não foi liberada para testes pelo órgão regulador, estava prevista para iniciar a produção de energia em 20 de abril. Já a terceira unidade, que ainda também não teve os seus testes iniciados, estaria programada para 31 de outubro deste ano.

Essas datas, porém, foram todas revisadas no relatório de fiscalização de março, divulgado nesta semana pelo regulador. Hoje, a previsão da Aneel é de que as três turbinas entrem em operação comercial em 31 de dezembro. Caso isso se confirme, a Eneva teria uma grande exposição ao mercado à vista.

Fontes próximas à companhia afirmaram desconhecer qualquer tipo de estudo da Eneva para um pedido de recuperação judicial, mas analistas do mercado financeiro que acompanham o setor elétrico alegam que essa seria a única saída da geradora neste momento. Questionada, a Eneva disse que não comentaria a situação da térmica nem as informações sobre a recuperação judicial.

O Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, apurou que a empresa estuda um novo aumento de capital dentro do seu processo de reestruturação do endividamento. Além de injetar novos recursos na empresa, essa operação também visaria o ingresso de um novo sócio. A E.ON, que detém o controle compartilhado da Eneva com Eike Batista, teria retomado as negociações com a trading japonesa Marubeni. Procurado, o vice-presidente da Marubeni no Brasil, Akihiro Fukuda, não quis comentar o assunto. Colaborou Mariana Durão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Eneva planeja vender ativos operacionais para reduzir sua alavancagem, informou nesta sexta-feira, 13, o diretor presidente e de Relações com Investidores da companhia, Eduardo Karrer, a analistas do mercado financeiro, durante teleconferência.

O executivo deu o exemplo das usinas do Complexo do Parnaíba, onde o grupo já tem parceiros em usinas. É o caso de Parnaíba I, III e IV, onde a Petra tem 30% de participação. "Podemos vender mais", disse ele, afirmando em seguida que não há nenhuma decisão sobre que ativos vender.

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De acordo com Karrer, a empresa está concluindo a instalação do motor da primeira turbina da usina de Parnaíba II. A previsão é de que a turbina entre em operação no primeiro trimestre de 2014, provavelmente em janeiro.

A Eneva, ex-MPX Energia, controlada pela alemã E-ON e por Eike Batista, assinou contrato com os bancos credores da OGX Maranhão (OGX-M), de modo que Itaú BBA, Morgan Stanley e Santander terão o direito de vender as ações OGX-M para a Eneva em caso de inadimplência da OGX Holding. O acordo prevê a venda de 66,7% das ações emitidas pela OGX-M por R$ 200 milhões. Essa opção de venda (put) poderá ser exercida a partir do dia 19 de fevereiro de 2014, segundo fato relevante divulgado pela empresa.

Em ata de reunião do conselho da Eneva, a empresa informou que o direito de put dos credores ocorrerá mediante a assinatura de alguns instrumentos de financiamento. Entre eles, a celebração de um contrato de refinanciamento com uma ou mais instituições financeiras, a serem determinadas pela diretoria da Eneva, no valor aproximado de R$ 600 milhões, além de um termo de compromisso vinculante com "uma ou mais instituições financeiras a serem determinadas pela empresa" para a contratação de um financiamento para o pagamento do preço de aquisição da opção de venda e também "celebração de acordos finais para o financiamento do preço de aquisição da opção de venda".

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A participação da Eneva na OGX Maranhão é atualmente de 33,3%, enquanto os outros 66,7% são da OGX. A E.ON tem 37,9% da Eneva, enquanto Eike tem 23,9% da companhia. A Eneva informou que esse acordo está condicionado à aprovação da transação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e Agência Nacional de Petróleo (ANP), além da disponibilidade das linhas de crédito detalhadas na ata.

Depois de perder a marca registrada do empresário Eike Batista ao mudar de nome na semana passada, a antiga MPX, que agora se chama Eneva, está prestes a perder também o próprio Eike. Segundo fontes de mercado, ele está em negociações avançadas para vender sua participação e deixar definitivamente a companhia de geração e comercialização de energia. São três os investidores interessados em comprar as ações de Eike: a trading japonesa Marubeni, o fundo de pensão do setor público canadense CPP e o fundo australiano de infraestrutura IFM.

A proposta mais agressiva veio dos japoneses da Marubeni, multinacional que opera no Brasil desde a década de 1950 e atua em diversos setores, como o de siderurgia, químico, de máquinas e exportação de grãos. Entre as suas subsidiárias no País está a Companhia Iguaçu de Café Solúvel. Procurado, o vice-presidente da Marubeni no Brasil, Akihiro Fukuda, disse que não podia comentar as transações com a Eneva. A empresa afirmou, por meio de nota, que não há qualquer documento assinado até o momento.

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Do lado de Eike Batista, quem está conduzindo as negociações é o banco BTG. Os alemães da E.ON, assessorados pelo Goldman Sachs, terão papel decisivo na venda das ações de Eike Batista, já que eles é que ganharão um novo sócio. Uma fonte próxima à multinacional disse que ela entregou ao Goldman uma lista com empresas proibidas, para quem Eike não pode vender sua fatia. Entre elas, está a gigante francesa GDF Suez, concorrente dos alemães.

Em maio, a E.ON, que já era acionista da MPX, comprou uma participação de 24,5% por R$ 1,4 bilhão, passando a deter uma fatia de 36,2% da companhia de energia. O acordo previa um aumento de capital de R$ 800 milhões que foi homologado ontem. Ao fim desta operação, os alemães ficaram com 37,9% do capital da Eneva e Eike teve sua participação reduzida para 23,9%. Segundo o comunicado divulgado ontem, o acordo de acionistas entre a E.ON e Eike permanece vigente e não foi afetado pelo aumento de capital.

A venda da participação do empresário, prevista para ocorrer nas próximas semanas, interessa particularmente aos minoritários da antiga MPX. A alienação do controle dispara o que é conhecido no mercado financeiro por tag along, um mecanismo de proteção aos acionistas minoritários. É um direito que ele tem de participar da venda do controle, explica o advogado Raphael Martins, sócio do escritório Faoro & Fucci Advogados. Com essa operação, o minoritário pode vender suas ações para o novo controlador.

Isso não aconteceu, em maio, quando a E.ON aumentou sua participação na empresa, porque o acordo de acionistas previu que Eike continuaria no controle mesmo com uma fatia menor. É uma situação complicada para o minoritário, porque a legislação não é muito clara sobre o que caracteriza o tag along nesse caso, diz Martins.

LLX

No último domingo, Eike Batista também finalizou o acordo para venda da LLX, empresa responsável pelo projeto do Porto do Açu, no norte fluminense, para o fundo americano EIG Holdings. O acordo prevê o investimento de até R$ 1,3 bilhão por meio de uma operação de aumento de capital social.

O novo controlador da LLX atua no setor de energia e infraestrutura com projetos que movimentam US$ 12,8 bilhões.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A MPX Energia passa a se chamar Eneva, conforme alteração da razão social aprovada nesta quarta-feira, 11, em assembleia geral extraordinária (AGE). Também foram aprovadas a reforma e a consolidação do estatuto social, além de Joel Mendes Rennó Jr como novo membro do Conselho de Administração, com mandato de dois anos.

As ações continuam a ser negociadas sob os códigos MPXE3 na BM&FBovespa e MPXEY no mercado de balcão americano (GDR I) até que os pedidos de alteração sejam processados e deferidos pela BM&FBovespa e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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A alteração do nome era prevista desde junho, quando a companhia finalizou um acordo de acionistas para ampliar a participação da empresa alemã E.ON. A ideia era desvincular a empresa de Eike Batista com a exclusão da letra "X", marca dos negócios do empresário.

A empresa está em processo de aumento de capital, com elevação da fatia da E.ON, que ao final de agosto detinha 36,20% do capital, ao passo que Eike Batista estava com 25,19%, e a BNDESPar, 10,34%.

No início de julho, Eike renunciou à presidência e membro do conselho da MPX.

Na segunda-feira, 16, o Conselho de Administração se reúne para homologar o aumento do capital social de R$ 800 milhões e o total de ações a serem emitidas pela companhia.

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