Tópicos | meio de transporte

Desde janeiro de 2011 a artista plástica Natália Saints trocou o ônibus “Alto Santa Isabel/Conde da Boa Vista” por um meio de transporte de apenas duas rodas: a bicicleta. A mudança foi feita com o propósito de chegar mais rápido ao trabalho e de se livrar dos coletivos cada vez mais lotados. 

Deu certo. Hoje, a jovem de 24 anos, residente da Avenida Conde da Boa Vista há mais de 11, passa apenas 15 minutos para chegar ao escritório, localizado no bairro da Jaqueira, zona norte do Recife. O mesmo percurso de ônibus levava cerca de 40 minutos. 

Ela é um dos muitos que passaram a usar a bike como meio de transporte. Um levantamento do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN) revelou que de março para agosto o número de ciclistas mais do que dobrou, pulando de 2,9% para 9%.

A troca trouxe diversos benefícios para Saints. “Não sou espremida dentro do ônibus e ainda sinto aquele ventinho maravilhoso, todos os dias”, conta. A troca de transporte também trouxe outras vantagens como mais tempo com a família e menos estresse no dia a dia, causado pelos congestionamentos da capital pernambucana.

Mas, como tudo na vida não são só flores, a jovem já passou por algumas dificuldades no momento que decidiu dar “tchau” aos ônibus para utilizar sua bicicleta. “Minha mãe nunca concordou com a minha decisão. Ela até já chegou a dizer que iria jogar minha bike fora. Outras pessoas da minha família também ficaram no meu pé, mas acabaram acatando minha postura”, revela. 

Para reverter à preocupação da mãe, a jovem sempre utilizou um bom argumento. “Quando ela vem reclamar comigo, eu digo: - mãe, a senhora acha que eu vou perder mais de duas horas do meu dia neste trânsito caótico, podendo utilizar este tempo para investir mais em mim e na minha qualificação profissional?”, conta.

Saints é uma daquelas pessoas que faz de tudo para não usar carro. Porém, não descarta a possibilidade de utilizar. “O carro é muito útil. Pena que muitas pessoas não sabem utilizá-lo da forma correta. Tem gente que vai de carro a padaria, que é do lado de onde mora. Sempre achei isso um absurdo”, conclui Saints.

Outra exemplo é a fotógrafa Roberta Tavares, de 63 anos. Desde que chegou a casa dos 50 anos, a jovem senhora deixou de lado o conforto do carro para chegar ao trabalho e optou em usar sua bike. “Descobri a liberdade que a bicicleta proporciona e nada se compara a este sentimento”, disse. 

Tavares mora no bairro da Tamarineira e trabalha no Rosarinho, ambos na zona Norte do Recife. A distância de um local para o outro de carro é de apenas 20 minutos. Porém, mesmo assim, a fotógrafa faz questão de ir todos os dias ao trabalho de bike, por diversos motivos. “Além da liberdade que o passeio sob duas rodas me proporciona, eu ainda consigo manter meu peso e cuidar da saúde. Sem falar que é um excelente exercício para perder aquela barriguinha”, revela, sorridente. 

A fotógrafa utiliza a bike não só para ir ao trabalho, como também para outras coisas. “Vou ao supermercado, a farmácia e até ao banco pedalando. Consigo fazer tudo mais rápido, do que se fosse de carro”, revela.

A troca de um meio de transporte por outro rendeu frutos a Tavares. Há dez anos ela é uma das organizadoras do grupo de ciclismo Amigos Para Sempre, que se reúne sempre aos domingos no Parque da Jaqueira para pedalar pela cidade do Recife. “Nosso grupo é aberto e qualquer pessoa pode participar. Basta pegar sua bike e nos encontrar na Jaqueira”, conclui. 

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