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A revisão automática das metas fiscais para o próximo ano impedirá que o Orçamento de 2021 sofra contingenciamentos (bloqueios) de verbas, disse hoje (31) o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues. Segundo ele, isso será possível porque as metas de déficit primário para o próximo ano passarão a ser alteradas automaticamente toda vez em que o governo revisar a estimativa de arrecadação.

A revisão automática das metas fiscais consta do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2021, que ainda está sob análise do Congresso. O projeto da Lei Orçamentária Anual (PLOA) para o próximo ano, enviado hoje ao Congresso, prevê que o déficit primário (resultado negativo nas contas do governo sem os juros da dívida pública), chegará a R$ 233,6 bilhões em 2021, mas a meta será ajustada de dois em dois meses, conforme a evolução das receitas do governo.

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Nesse novo modelo, explicou Rodrigues, a única âncora fiscal efetiva para 2021 será o teto federal de gastos, que limita o crescimento das despesas à inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) entre julho de dois anos antes e junho do ano anterior. Para 2021, o teto está fixado em R$ 1,486 trilhões, com alta de 2,13% em relação ao limite de 2020.

Com as metas fiscais variando ao longo do ano, o governo não precisará mais contingenciar valores do Orçamento para despesas discricionárias (não obrigatórias) a cada dois meses. Em 2019, o bloqueio de verbas provocou restrições no orçamento de diversas universidades federais. A situação só foi revertida por causa da arrecadação de cerca de R$ 69,96 bilhões do leilão da cessão onerosa, dos quais o Tesouro Nacional ficou com R$ 23,82 bilhões.

O Orçamento traz outra limitação fiscal: a insuficiência de R$ 453,72 bilhões da regra de ouro. Espécie de teto para a dívida pública, a regra de ouro estabelece o valor que o Congresso precisa autorizar o governo para emitir títulos da dívida pública para financiar gastos correntes. No entanto, basta a aprovação de um crédito suplementar por maioria absoluta pelo Plenário do Congresso para suspender o limite.

Gastos discricionários

Apesar da ausência de contingenciamento, o Orçamento de 2021 terá os gastos discricionários (não obrigatórios) limitados a R$ 92,05 bilhões, contra valor autorizado de R$ 126 bilhões em 2020. Se forem consideradas as emendas parlamentares impositivas, o volume de despesas discricionárias sobe para R$ 108,4 bilhões em 2021.

Embora não sejam obrigatórios, os gastos discricionários incluem despesas como água, luz, telefone, internet e material de escritório, entre outros. A redução dessas despesas pode comprometer a prestação de serviços públicos. No limite, baixos níveis de gastos discricionários elevam a ameaça de shutdown (paralisia) não apenas dos investimentos públicos, mas de serviços como concessão de bolsas para estudantes e atletas, ações de defesa agropecuária, vigilância em estradas e aeroportos, emissão de passaportes, manutenção da infraestrutura de atividades e outros.

Segundo o secretário especial de Fazenda, o risco de shutdown pode ser minimizado caso o Congresso aprove as reformas administrativa e tributária no próximo ano. De acordo com Rodrigues, essas medidas reduziriam as despesas obrigatórias e permitiriam a realocação de recursos para despesas discricionárias.

O presidente Michel Temer sancionou nesta quarta-feira, 13, o Projeto de Lei que altera as metas fiscais de 2017 e 2018. A informação foi confirmada pelo Palácio do Planalto. O projeto de lei foi convertido na Lei 13.480, que deve ser publicada no Diário Oficial da União de amanhã.

O projeto de lei alterou a meta de déficit primário para este ano de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões. Para 2018, a meta de déficit primário que era de R$ 129 bilhões também foi alterada para um rombo de R$ 159 bilhões.

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A ex-ministra da Casa Civil senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) usou a tribuna do Senado nesta quinta-feira, 20, para defender o corte de R$ 44 bilhões no Orçamento da União, anunciado pelo governo federal. "Por que isso é importante? Porque isso mostra a responsabilidade do governo brasileiro de não gastar mais do que arrecada, de se preocupar com o endividamento e de ter uma economia saudável, para que nós possamos entregar à população brasileira resultados econômicos que melhorem a sua vida", destacou.

De volta ao Senado há três semanas, a ex-ministra tem assumido a postura de defensora das ações do Planalto, tanto em pronunciamento em plenário, quanto na hora das articulações para dificultar a tramitação de propostas com as quais o governo não concorda.

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Gleisi destacou que a economia de R$ 99 bilhões, de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), não vai prejudicar o andamento da área social, principal bandeira da presidente Dilma Rousseff. "Tivemos um tempo no nosso País em que nós não conseguíamos fazer investimento, não conseguíamos ter programas e projetos sociais, não conseguíamos atender à população", disse e completou: "Nós não temos mais esse tempo".

Num momento em que a equipe econômica do governo teme o rebaixamento na nota de investimento no Brasil por agências de risco, a senadora afirmou ainda que "as contas estão em equilíbrio" e é preciso "desmistificar a falsa polêmica de que há um descontrole fiscal no País".

A Comissão Europeia deve amenizar as metas de déficit orçamentário para França, Espanha e Holanda quando anunciar a sua revisão anual dos orçamentos da UE, ainda nesta quarta-feira, informou o jornal Financial Times.

Os três países receberão mais tempo para levar seus déficits orçamentários anuais para abaixo de 3% do PIB. A Comissão também deve suavizar o monitoramento fiscal intenso sobre a Itália, informou o jornal. A flexibilização das normas será feita com a condição de que os governos embarquem em reformas no mercado de trabalho.

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Apesar das mudanças, autoridades da Comissão da UE dizem que não estão abandonando a austeridade fiscal, mas estão se concentrando na necessidade de reformas estruturais. Uma série de governos, incluindo o de Paris, será criticado por seu ritmo lento de reformas e será exigido que medidas urgentes sejam tomadas para evitar um período prolongado de estagnação econômica, disse o jornal. As informações são da Market News International.

O vice-ministro da Economia da Itália, Stefano Fassina, disse neste domingo que o país deve solicitar mais dois anos para cumprir as metas de déficit fiscal impostas pela União Europeia (UE). Em entrevista ao jornal La Repubblica, Fassina afirmou que considera "absolutamente necessário" que a Itália peça mais tempo para cumprir o seu acordo com a UE, a exemplo de outros países.

No entanto, na última semana o novo primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, disse que a Itália pretende manter os seus prazos de meta orçamentária. O acordo fiscal da UE, assinado em 2012, exige que os Estados signatários mantenham o déficit público abaixo de 3% do seu Produto Interno Bruto (PIB). Se a meta não for cumprida, os países ficam sujeitos a possíveis sanções.

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A Itália conseguiu trazer o seu déficit orçamentário para 3% do PIB no ano passado, o que torna provável a saída de Roma do forte controle fiscal do bloco econômico. Para isso, o país precisa ser capaz de sustentar essa conquista, informou o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, na semana passada.

Recém-nomeado vice-ministro da Economia, Fassina também ressaltou que o novo governo terá que encontrar pelo menos 6 bilhões de euros até o próximo mês para cobrir gastos sociais, suspender um imposto sobre propriedade e cancelar o plano de aumento dos impostos sobre venda de produtos. As informações são da Dow Jones.

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