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De acordo com um levantamento dos gastos de senadores e deputados federais, com base no Portal da Transparência, foram reembolsados, no mínimo, R$ 1.461.316,10 com alimentação, pela cota parlamentar. O benefício muda de estado para estado, e permite que despesas parlamentares, como viagens a trabalho, escritórios locais, alimentação e hospedagens, sejam custeadas pelo Estado. Acobertado por lei, o gasto não é ilegal, mas revela gostos luxuosos do Legislativo, que ostentou alta cozinha durante a pandemia. 

O levantamento, feito pelo Metrópoles, rastreia despesas desde 2019, mas a Casa Legislativa está sem atividades presenciais desde 2020, com retomada prevista para a próxima segunda-feira (18).  

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No cardápio com saldos milionários, a reportagem constatou, listados, pedidos de ostras, tambaqui com farofa, picanha especial, camarão ao molho de trufas, risoto com camarão rosa e rapadura, profiteroles e petit gateau. Os parlamentares também usufruíram de aperitivos e pratos de entrada luxuosos, pratos principais, sobremesas, cafezinhos e, às vezes, até taxa de rolha ou gorjetas financiadas com dinheiro público. 

O consumo é amparado por uma resolução interna que não estipula limites para gastos com alimentação bancadas pela cota parlamentar, a não ser o total reservado por mês. Teoricamente, um congressista pode usar todo o montante para comida. 

Atualmente, na Câmara, os valores mensais das cotas (além do salário) vão de R$ 30.788,66, para deputados do Distrito Federal, a R$ 45.612,53, para os de Roraima. No Senado, esses números oscilam entre R$ 21.045,20, para parlamentares do DF e de Goiás, e R$ 44.276,60, para os do Amazonas. 

No caso de servidores públicos federais, por exemplo, o valor mensal do auxílio-alimentação é de R$ 458. Para funcionários do Judiciário federal, esse montante chega a R$ 910,08. O vale ainda é a forma mais comum de oferecer o benefício, e a forma como o Legislativo faz uso da cota chama a atenção pelo alto custo e por discrepar da realidade do brasileiro atual, sobretudo após a pandemia. 

Desde então, a pobreza no Brasil triplicou. O número de pobres saltou de 9,5 milhões em agosto de 2020 para mais de 27 milhões em fevereiro de 2021. Boa parte da população está vivendo com o benefício médio de R$ 193 do Bolsa Família ou com cerca de R$ 300 do auxílio emergencial, enquanto a cesta básica aumenta progressivamente, em todas as capitais do país, desde o início do ano. 

 

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