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No Recife para o 9º Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas (CSHS), na manhã desta quarta (1º), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, comentou sobre o interesse do Centrão pelo seu cargo, mas disse confiar no compromisso do presidente Lula (PT) com a pasta.

A recém-demissão da ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, reacendeu o debate sobre a articulação do Centrão contra quadros femininos do alto escalão do Governo Federal em troca de apoio ao presidente Lula (PT).

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Antes, a ex-ministra dos Esportes, Ana Moser, foi vítima desse tipo de atuação e precisou deixar o cargo. As investidas do Centrão também já ameaçaram Marina Silva, do Meio Ambiente, e Anielle Franco, da Igualdade Racial.

Nísia lidera um dos "ministérios-chave", com orçamento mais robusto e, naturalmente, sua cadeira atrai a cobiça de parte do Congresso. Ela assume que convive com a pressão pelo cargo, mas reafirmou que confiança em Lula para dar continuidade à gestão.

"Pressões haverá sempre, né? Mas acho que o importante é que estou fazendo o trabalho que me proponho a fazer com a confiança do presidente Lula", afirmou.

A ministra compreende que a escolha pelo seu nome foi uma forma do presidente usar a voz "no sentido de dizer que indicou não só uma mulher, mas uma mulher comprometida com o Sistema Único de Saúde (SUS)".

A gestora ainda destacou que o presidente mostrou estar comprometido com a pasta quando houve a remessa na ordem de R$ 20 bilhões  para o orçamento deste ano através de Emendas Constitucionais. O recurso foi fundamental para retomar programas previstos pelo grupo de transição, pontou Nísia, que prometeu novos lançamentos até o fim do ano, sem dar detalhes.

Agenda no Recife

Primeira mulher a assumir o Ministério da Saúde, Nísia Trindade participou do 9º Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas (CSHS), na Concha Acústica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na Zona Oeste da cidade, nesta manhã.

Ela foi um dos destaques da programação com a conferência "A relevância das ciências sociais e humanas na reconstrução crítica da saúde brasileira", na qual pontuou sobre a figura dos conflitos sociais no centro do debate das políticas públicas e o papel da pasta em retomar a confiança da população no processo de reconstrução da Saúde no Brasil.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou neste domingo (7) que infecções pelo vírus Sars-COV 2, responsável pela Covid-19, vão continuar ocorrendo e que o momento é de fortalecimento dos sistemas de vigilância, diagnóstico, assistência e vacinação.

Segundo ela, o vírus ainda sofrerá mutações e, por isso, os cuidados devem ser mantidos.

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“É hora de intensificar a vacinação. As hospitalizações e óbitos pela Covid-19 ocorrem principalmente em indivíduos que não tomaram as doses de vacina recomendadas”, destacou a ministra em cadeia de rádio e televisão.

"Por esta razão, o Ministério da Saúde, ao lado de estados e municípios, realiza desde fevereiro um movimento nacional pela vacinação de reforço para covid- 19. Esta é a forma mais eficaz e segura de proteger nossa população. Precisamos estar unidos pela saúde, em defesa da vida", acrescentou.

Na última sexta-feira (5), a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou o fim da emergência de saúde pública de importância internacional. “Depois de termos passado por um período tão doloroso, nosso país recebe essa notícia com esperança”, afirmou Nísia.

“O momento é de transição do modo de emergência para enfrentamento continuado como parte da prevenção e controle de doenças infecciosas.”

Durante o pronunciamento, a ministra lembrou que o Brasil perdeu 700 mil vidas durante o surto sanitário.

"Outro teria sido o resultado se o governo anterior, durante toda a pandemia, respeitasse as recomendações da ciência. Se fossem seguidas e cumpridas as obrigações de governante de proteger a população do país. Não podemos esquecer. Precisamos preservar esta memória para construir um futuro digno", reforçou.

Ela agradeceu os cientistas e os laboratórios que desenvolveram os imunizantes e fez uma referência especial aos trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS). 

"Apesar do negacionismo, dos ataques à ciência e da política de descaso, muitas vidas foram salvas devido ao SUS e ao esforço sem limites dos trabalhadores e das trabalhadoras da saúde", destacou a ministra. 

"A eles, agradeço em meu nome e em nome do presidente Lula, que tem se dedicado desde o primeiro dia de nosso governo à política do cuidado e ao fortalecimento do SUS", reforçou Nísia.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça-feira (10), em Brasília, para discutir as ações prioritárias da pasta nos primeiros 100 dias de governo. Após o encontro, ela conversou com jornalistas, no Palácio do Planalto, e informou sobre algumas das medidas em andamento, como a definição de um plano para realização de cirurgias e exames. 

"Estamos trabalhando na elaboração de um plano emergencial para a realização de diagnósticos, para cirurgias, como um dos pontos centrais de atuação. O Ministério da Saúde trabalha em uma lógica interfederativa, então vamos discutir com o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde [Conass] e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde [Conasems] agora, no dia 26 de janeiro, para a definição conjunta desse plano", explicou. Nísia disse que uma das prioridades é justamente recuperar a "boa relação interfederativa" com estados e municípios na formulação das políticas de saúde. 

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Farmácia Popular

A ministra também falou sobre a retomada do Farmácia Popular. No ano passado, o governo Bolsonaro anunciou corte de 59% da verba do programa para o Orçamento de 2023. A retomada do programa virou uma das principais promessas de campanha de Lula, durante a campanha eleitoral.

Ela disse ainda que o rol de medicamentos ofertados pelo Farmácia Popular deverá ser ampliado, mas não deu detalhes sobre essa ampliação.  Nísia Trindade voltou a dizer que, nas próximas semanas, deverá revogar medidas da pasta tomadas "sem base científica, que não tenham amparo legal ou que contrariam princípios do Sistema Único de Saúde", mas sem entrar em detalhes sobre quais atos normativos serão revistos. Além disso, por ordem da nova gestão, a pasta está revisando todos os contrato em vigor. 

Vacinas

A ministra da Saúde também afirmou que está normalizando o abastecimento de vacinas pediátricas contra a covid-19, que estão em falta no país. Segundo Nísia Trindade, foi negociado um adiantamento das entregas com o Instituto Butantan com a chegada, nos próximos dias, de 715 mil doses e, mais adiante, outras 2 milhões de doses. Também estão em curso tratativas para a entrega adiantada de doses de vacina da fabricante Pfizer.

"Teremos o abastecimento dessas vacinas e aí nos restará trabalhar para que a sociedade vacine suas crianças", afirmou. 

Mais Médicos

Perguntada sobre a retomada do programa Mais Médicos, que visa levar profissionais para as localidades mais remotas e periféricas do país, Nísia Trindade disse que a fragilização do programa, nos últimos anos, deixou um vazio de assistência de saúde, e que agora pretende criar melhores incentivos para os médicos participarem da política. 

"O que nós estamos trabalhando é uma visão de incentivo para que os médicos brasileiros possam ter uma participação maior nesse programa", disse. Ela falou que não pretende fazer alterações legais nas atuais regras do Mais Médicos, que foram estabelecidas no governo anterior, que chegou a rebatizar a iniciativa de Médicos pelo Brasil.

Na entrevista, Nísia Trindade também criticou a "desestruturação de muitos programas" da pasta, como o Rede Cegonha, voltado para a saúde da mulher grávida. "O Brasil aumentou seus índices de mortalidade materna, e eu considero isso inaceitável", comentou. Ela se comprometeu a recuperar essa e outras iniciativas, especialmente na área de saúde sexual e reprodutiva, que foram afetadas por visões ideológicas no governo anterior, segundo a ministra.

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