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O ex-agente secreto israelense Rafi Eitan, responsável pela captura de Otto Adolf Eichmann, um dos principais responsáveis pelo genocídio de milhões de judeus, morreu neste sábado aos 92 anos de idade em Israel, anunciou a rádio pública do país.

De acordo com as primeiras informações, ele faleceu no hospital Ichilov de Tel Aviv, cidade costeira israelense.

"Rafi era um dos heróis dos serviços de inteligência do Estado de Israel, com múltiplas ações a favor da segurança de Israel", segundo um comunicado do primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu. "Choramos sua morte".

"Rafi, que era um dos fundadores do braço de operações do Shin Bet, conduziu e participou de pelo menos dez operações históricas que continuarão sendo secretas por muitos anos", afirmou em um comunicado Nadav Argaman, chefe do Shin Bet, a agência de segurança israelense .

Eitan era "um combatente nato que se entregava à missão e àquilo que considerava como justo", afirmou o presidente israelense, Reuven Rivlin, através de um comunicado.

Nascido em novembro de 1926 em um kibutz na Palestina na época do domínio britânico, Eitan ingressou no serviço secreto do Mossad nos anos 1950.

Após ser promovido, liderou várias operações importantes do Mossad, entre elas a captura em Buenos Aires de Eichmann, em 1960, que foi levado a Israel, onde foi julgado e condenado à forca em 1962 por seu envolvimento na criação da "solução final", a política nazista de extermínio que matou seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45).

Em 2006, foi eleito para o Parlamento e também foi ministro do governo.

Nesta sexta-feira, o ex-chefe do Shin Bet, polícia interna de Israel, fez fortes críticas à maneira como o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, lidou e lida com a questão nuclear iraniana. O funcionário que fez as críticas, Yuval Diskin, comandou o Shin Bet entre 2005 e 2011. Diskin acusou Netanyahu de agir ilegalmente, ao ordenar ao aparato de segurança de Israel que preparasse um ataque contra o Irã antes de obter a aprovação do gabinete de ministros em 2010. Segundo ele, o ataque não se materializou devido à oposição dos chefes do exército e do serviço secreto Mossad, que na época eram o general Gabi Ashkenazi e Meir Dagan.

"Eu tenho uma sensação muito forte de que na questão iraniana Netanyahu sempre foi assombrado por Menachem Begin, que atacou o reator no Iraque, e por Ehud Olmert, que, como foi dito várias vezes, bombardeou um reator na Síria", disse Diskin. Segundo ele, Netanyahu queria entrar para a história de Israel "como alguém que fez algo da mesma proporção". Begin, político conservador que era primeiro-ministro de Israel em 1981, ordenou o bombardeio da usina nuclear de Osirak, que o falecido ditador Saddam Hussein construía com auxílio franco-italiano. Já Olmert bombardeou um reator nuclear no leste da Síria em 2007, uma ação não admitida pelo governo de Israel.

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A entrevista de Diskin foi publicada hoje no diário Yediot Ahronot pouco antes das eleições gerais em Israel, que no dia 22 elegerá novo parlamento. Netanyahu, atual premiê, é o candidato favorito nas pesquisas de intenção de voto para vencer o sufrágio.

O escritório de Netanyahu reagiu aos comentários de Diskin, ao afirmar que eles "não têm base" e foram feitos porque o ex-chefe do Shin Bet ficou decepcionado em 2011, quando não foi nomeado por Netanyahu para comandar o Mossad, considerado mais poderoso. Questionado sobre a resposta, Diskin disse nesta sexta-feira ao escritório de Netanyahu: "tenham um bom Sabbath".

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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