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O combate ao conservadorismo político que se instala no país e a ampliação da democracia foram os motes de debates durante a Virada Política que acontece na Faculdade de Direito do Recife, na área central da capital pernambucana, neste sábado (11). Criada desde 2014, “para combater a polarização política do país”, é a primeira vez que a iniciativa é realizada no Recife. O encontro reúne movimentos e ativistas de diversos setores.

“Vivemos um processo de elitização da política e não temos o debaixo para cima acontecendo, ou seja, um político que se sinta povo ou o povo que se veja representado por um político. Aqui queremos debater isso, uma transformação que quebre paradigmas e a onda conservadora que se instala no país”, salientou Rodrigo Assis, um dos organizadores do evento e membro do Movimento Acredito e da Escola de Inovações Políticas e Públicas. 

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Citando como exemplo de conservadorismo a ascensão de nomes como o do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC), que aparece nas pesquisas de intenções de votos para 2018 como o segundo mais citado, Rodrigo Assis disse que a sociedade não pode ser vencida pelo medo e a falta de diálogo na política. “O medo não pode vencer de maneira nenhuma o debate e o diálogo. Defendemos não um progressismo pelo progressismo, mas um olhar à frente mesmo baseado no diálogo da população com a política”, ponderou. 

Além do painel abordando a conjuntura política atual, outros debates foram norteados por temas como a construção de pensamento crítico e atuação política para juventude, além de corrupção e ações políticas nos bairros.

Trazendo à tona a construção de políticas nos bairros do Recife, a líder do Centro de Comunicação da Juventude (CCJ), Jéssica Vanessa, apresentou a iniciativa “Role nas quebradas” que visa ampliar a discussão do empoderamento da mulher negra e a expectativa desta população diante da conjuntura municipal em bairros como Peixinhos, Jardim São Paulo e Chão de Estrelas. 

“Nosso intuito é quebrar o silêncio que existe nessas comunidades através da comunicação e do debate político. Falta diálogo da gestão que administra a cidade com a população periférica, pois o Recife é pensado para as elites. Por exemplo, a LOA e o PPA não tem verba para a juventude, enquanto R$ 10 milhões é destinado para o gabinete do prefeito [Geraldo Julio -PSB]. Então em momentos como essa Virada Política e no dia a dia das comunidades nós queremos formar as pessoas e incentivar que elas tenham voz e possam ir à luta por mais democracia”, destacou. 

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A democracia é mais eficaz diante do combate à corrupção do que um regime de ditadura militar. Ao menos é o que indica um levantamento feito pelo Movimento Acredito em parceria com a Ideia Big Data durante o mês de outubro em todo o país. A região que mais endossa a tese é o Nordeste. Segundo dados da pesquisa, 58% dos entrevistados nordestinos têm essa visão contra 23% que enxergam ditaduras militares como sendo mais efetivas. Já 25% acreditam que os dois regimes conseguem combater a corrupção com o mesmo nível de efetividade.

Em um panorama geral, esse índice muda alguns pontos percentuais: 55% dos entrevistados acreditam na democracia, 22% nas ditaduras e 23% em ambos os sistemas de governo. Já quando o assunto é o combate à violência, 46% acreditam que a democracia seja mais eficiente, contra 32% que confiam mais no regime militar. Os dados também revelam que as respostas pró-democracia são mais comuns entre jovens e mulheres. Para a amostra foram ouvidas 2.000 pessoas.

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“O brasileiro ainda acredita que o caminho é pela política. Isso é bom. Apesar das crises e turbulências da nossa jovem democracia há um sentimento compartilhado de que é com mais e não menos participação que teremos uma democracia mais efetiva. Esse sentimento, principalmente entre os jovens, nos dá esperança de superar essa crise muito em breve”, argumentou o cofundador e líder em Pernambuco do Movimento Acredito, Felipe Oriá.

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