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A 25ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes começa no dia 27 de agosto e vai até 4 de setembro, em Belém, marcando o retorno ao Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia após dois anos. A programação literária, além de homenagear a cantora e compositora Dona Onete e o escritor, jornalista e roteirista Edyr Augusto Proença, vai contemplar vozes da cultura popular, da infância, da Amazônia, entre outros.

Entre as diversas apresentações da Feira está o sarau do coletivo Slam Dandaras do Norte, na quinta-feira (1º), às 16h30. Criado pela rapper Shaira Mana Josy, em 2017, o grupo surgiu com a intenção de reunir pessoas – em especial mulheres – em torno da poesia e de maneira diferenciada, transformando os sentimentos provocados pela inquietação.

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Segundo a rapper, a poética das Dandaras carrega desde a denúncia do racismo até o feminicídio. “Falamos sobre tudo o que nos atravessa, e assim denunciamos e resistimos através da arte. Quando declamamos, nossos corpos e vozes ecoam e se libertam ao mesmo tempo”, relata.

Shaira diz que muitas mudanças podem ser vistas desde a criação do projeto. De acordo com a artista, havia grupos que falavam em poesias, mas eram cânones literários e acadêmicos. “Com a poesia marginal/periférica e a partir do surgimento do Slam Dandaras do Norte, vemos uma onda crescente de saraus de poesia e da inserção de intervenção poética em quase todo tipo de atividade cultural em Belém”, explica.

Essa é a segunda vez que o coletivo participa da programação, agora como um sarau. A rapper revela que as expectativas são de que o público aproveite bastante e sinta a intensidade das poesias e das performances de corpo poético que geralmente são apresentadas pelo grupo. "Já posso adiantar que será um sarau forte, potente, como sempre foram nossas intervenções", conta.

A apresentação do coletivo, em eventos como a Feira do Livro, contribui para o processo de identificação e fortalecimento da arte. Shaira pondera que a Feira é um espaço de encontro de pessoas que valorizam a arte, a leitura.

Shaira diz que, pela experiência, a intervenção poética encoraja quem sempre teve o desejo de escrever poesias, mas não sabia como iniciar; quem já escreve, observa, tem a oportunidade de sentir o calor do público quando declama a própria composição.

A artista ressalta a importância do incentivo dos espectadores para os participantes do evento. "Que o público se comprometa em consumir a arte que produzimos. Por exemplo: a maioria irá lançar livro na Feira e é extremamente importante que as pessoas que irão visitar a Feira comprem da gente. Isso é valorizar os/as escritores(as) locais, já que falamos de nossa realidade, afroindígena e amazônida", conclui.

Veja a programação completa no site:

https://feiradolivroedasmultivozes.com.br/programacao

Por Even Oliveira e Isabella Cordeiro (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

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