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A frase "Só pode ter sido pintado por um louco" gravada no quadro “O Grito”, quase de forma invisível, foi escrita pelo próprio autor da obra, Edvard Munch. O segredo foi revelado após investigação liderada pelo Museu Nacional da Noruega.

"A escrita é, sem dúvida, do próprio Munch. A própria caligrafia, assim como os acontecimentos ocorridos em 1895, quando Munch mostrou a pintura na Noruega pela primeira vez, apontam todos na mesma direção", disse Mai Britt Guleng, curadora do museu.

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Muito se foi questionado se a mensagem era um ato de vandalismo feito por um espectador indignado ou se fora escrita pelo próprio Munch, conhecido por ter tido problemas de saúde mental ao longo de sua vida.

O método utilizado na investigação foi usar uma tecnologia de infravermelho para analisar a mensagem na tela da obra e logo após analisar a caligrafia e compará-la com os diários e cartas do pintor.

A pintura original, exibida pela primeira vez na cidade natal de Munch, Oslo (então Kristiania), em 1893, tornou-se uma expressão radical e atemporal da ansiedade humana.

"A caligrafia, assim como os acontecimentos ocorridos em 1895, quando Munch apresentou a pintura na Noruega pela primeira vez, apontam no mesmo sentido", argumenta Mai Britt Guleng.

De acordo com seus diários, Munch que teve uma vida de perdas duras e pesares (perdeu mãe e irmã antes dos 14 anos, o pai aos 26 e teve uma irmã internada com transtorno bipolar) ficou profundamente magoado com a reação dos críticos sobre sua arte e acredita-se que ele tenha voltado à pintura para adicionar sua declaração a lápis depois.

No seu diário escreveu: "Desde que me lembro, tenho sofrido de um profundo sentimento de ansiedade que tentei expressar em minha arte". E ainda: "Sem essa ansiedade e doença, eu seria como um navio sem leme."

Em 1994, “O Grito” foi roubado de um museu de arte norueguês. O quadro foi recuperado por detetives britânicos, em uma operação secreta ousada. A obra de arte será exibida com uma série de outros quadros de Munch, incluindo Madonna, A Dança da Vida e Autorretrato com Cigarro, no Museu Nacional da Noruega em 2022.

O município de Oslo anunciou nesta terça-feira (29) um acordo, após anos de divergências, para a construção de um novo museu, destinado a receber a maior coleção de obras do pioneiro norueguês do expressionismo, Edvard Munch. De acordo com um compromisso político que lhe garante uma maioria, três formações de direita e de centro-direita e um partido de esquerda se reuniram ao redor do projeto chamado Lambda, um edifício futurista situado nas margens do fiorde de Oslo, perto da nova ópera.

O município de Oslo discutia há vários anos sobre o local, o aspecto, o custo e inclusive sobre a necessidade de construir um novo museu para abrigar as obras de Munch (1863-1944), em especial dois exemplares da obra-prima O Grito. A coleção, que inclui 1.100 pinturas, 3.000 desenhos e 18.000 gravuras, encontra-se por enquanto em um velho edifício dos arredores, onde em 2004 ocorreu um roubo espetacular de O Grito e Madonna, encontrados dois anos mais tarde.

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Depois de ter optado por uma transferência em 2008, e um ano depois pelo projeto Lambda, a maioria em torno ao projeto seguiu bloqueada. O bloqueio era tão incômodo que a Noruega celebra neste ano o 150º aniversário do nascimento de seu pintor mais famoso, enquanto o atual museu Munch vive graves dificuldades orçamentárias.

Para sair do impasse, o governo norueguês mostrou-se disposto a participar do financiamento de um novo museu cujo custo é calculado em 215 milhões de euros. Segundo o compromisso anunciado nesta terça-feira, os responsáveis políticos colocaram em andamento o Lambda por meio de uma reabilitação cultural e social do bairro relativamente pobre de Toeyen, onde o atual museu está situado. O futuro museu deve ficar pronto em 2018.

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