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O panorama do pop sofreu uma transformação radical graças ao streaming, uma forma de consumir música on-line oferecida por empresas como o Spotify que agora tenta conquistar mercados de países emergentes.

O Spotify e seus rivais dominaram as manchetes musicais em 2014, ano em que as empresas atraíram muitos novos clientes, mas também críticas, principalmente da estrela pop Taylor Swift, rainha da parada musical nos Estados Unidos e em vários países.

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Swift e outros críticos acusam as empresas que oferecem o serviço - que permite ao usuário acessar sem limites e de maneira instantânea um catálogo gigantesco de música a partir do computador ou do telefone celular - de recompensar muito mal os artista e acelerar a morte do formato álbum.

A entrada dos países emergentes, onde as vendas de discos nunca representaram lucros expressivos para as gravadoras, pode mudar o debate. O streaming poderia seduzir a crescente classe média destes países, que nunca teve a tradição de adquirir discos.

Assim a Warner Music chegou a um acordo no mês passado com a empresa chinesa Tencent que inclui o streaming, o primeiro pacto do estilo assinado por uma das três grandes gravadoras do mundo no país de maior população do planeta.

Extremo oeste

Uma empresa que percebeu as rápidas mudanças nos últimos meses foi a Vuclip, fundada em 2008 e com sede na Califórnia, que lidera o setor de vídeos nos mercados emergentes.

"É o 'extremo oeste' lá fora", disse Nickhil Jakatdar, diretor geral da Vuclip. "Há um ano e meio, não havia concorrentes. Agora acordo todos os dias e vejo um novo competidor", disse à AFP.

A principal razão para o o boom, afirma, é a possibilidade de acesso à internet nos smartphones de maneira mais rápida e acessível, o que permite a um consumidor de recursos limitados desfrutar do conteúdo no dispositivo móvel.

A Vuclip, que afirma ter 120 milhões de usuários, enfatiza que tem um sistema de cobrança simples para usuários não acostumados a usar cartões de crédito ou a comprometer-se com um pagamento mensal.

A empresa, que não está presente na China, registrou um crescimento significativo na Índia, Indonésia, Malásia e Tailândia, assim como no Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

Gostos particulares

Um dos desafios nos mercados emergentes são os gostos particulares de entretenimento.

"O conteúdo que os consumidores buscam é muito regional por natureza. Uma pessoa na Índia quer conteúdo indiano, e cada estado tem seu mercado", explica Jakatdar.

Em contraste com a Ásia, os países da América Latina compartilham determinadas opiniões. Assim, empresas como Spotify, Deezer e Rhapsody estabeleceram alianças comerciais.

A arrecadação com música digital na América Latina aumentou 124% de 2010 a 2013, muito acima da média mundial, segundo a Federação Internacional da Indústria Fonográfica.

O Spotify está presente em 58 países. Na Ásia foram criadas muitas empresas locais.

O Ganaa.com, que pertence ao grupo de jornais The Times of India, permite aos usuários o acesso a milhares de listas de reprodução, ouvir estações de rádio ou aproveitar as canções em vários rankings, que vão da música tradicional indiana até a clássica.

A Índia, que está perto de superar os Estados Unidos como o segundo país com maior população conectada à internet, pode registrar um crescimento do consumo digital de música de 22% ao ano até 2016, segundo a consultoria KPMG.

Três anos depois da sua morte, o fundador da Apple Steve Jobs defendeu sua companhia em uma declaração póstuma, em um vídeo, durante um julgamento nos Estados Unidos em que a empresa é acusada de concorrência desleal na venda de música on-line.

Os membros do juri de um tribunal de Oakland examinam desde o início da semana um recurso coletivo que representa os compradores do reprodutor de música iPod, da Apple, entre 2006 e 2009. Eles consideram ter sido prejudicados pelo abuso da posição dominante da Apple, que teria barrado eventuais concorrentes de sua loja de música on-line iTunes.

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Uma declaração de Steve Jobs gravada alguns meses antes de sua morte foi divulgada na audiência da última sexta-feira.

Nos fragmentos publicados pelo site de notícias "The Verge", Jobs assegura que a Apple estava "muito preocupada" pelas represálias das gravadoras, se as músicas compradas no iTunes e carregadas no iPod fossem depois copiadas em outro computador.

"Trabalhamos muito duro para que as pessoas não pudessem piratear nossos sistemas de proteção de direitos (DRM), porque se tivessem feito, teríamos recebido emails muito desagradáveis das gravadoras, nos ameaçando de suspender a nossa licença", afirmou.

Além disso, garante que "muitos piratas" tentavam romper o esquema de DRM e que, por isso, a companhia precisava "revisar constantemente o programa do iTunes e do iPod para reparar todas as falhas e todos os problemas que pudesse haver". Se estas modificações impediram a chegada de competidores ao mercado, trata-se de um "dano colateral", disse Jobs.

Os demandantes afirmam que essas atualizações impediam que outras lojas on-line, eventualmente mais baratas, pudessem adaptar seus próprios sistemas rápido o bastante para que as músicas oferecidas pudessem ser ouvidas em um iPod. Os usuários desses dispositivos, então, se viam obrigados a comprar no iTunes.

Por se considerarem prejudicados, pedem 350 milhões de dólares de ressarcimento. A legislação americana autoriza, em caso de o pedido ser considerado legítimo, que o juiz triplique o valor pedido.

O julgamento do caso deve está previsto para continuar na semana que vem. Steve Jobs morreu de câncer no início de outubro de 2011, menos de dois meses depois de ter passado a direção geral do grupo a seu atual presidente, Tim Cook.

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