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Em meio a uma crise interna, o PSB elegeu nesta segunda-feira (13) a nova Executiva Nacional, que assumirá o comando do partido durante o triênio 2015-2017. A chapa indicada pelo atual diretoria foi aclamada por unanimidade durante a reunião do diretório, em Brasília.

Na nova formação, Pernambuco tem ainda mais destaque. O presidente é Carlos Siqueira. Outros seis pernambucanos fazem parte da cúpula eleita. O governador eleito Paulo Câmara é o 1º vice-presidente. O governador João Lyra é o vice-presidente de relações federativas. O senador eleito Fernando Bezerra Coelho é o vice-presidente de relações parlamentares. Já o prefeito do Recife, Geraldo Julio, assume a secretaria-geral do partido. Milton Coelho integra a secretaria especial e Dora Pires permanece na Secretaria das Mulheres. 

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Apesar dos desentendimentos com o atual presidente, Roberto Amaral, os socialistas negaram que haja divisão no PSB. “O partido está muito unido em favor do Brasil”, frisou o governador eleito de Pernambuco, Paulo Câmara. Segundo ele, o apoio que o partido está dando a Aécio Neves, no segundo turno das eleições presidenciais, representa a vontade de “contribuir para um Brasil melhor, com instituições públicas que ofereçam serviço de qualidade à população”.

Segundo FBC, a expectativa é de que a legenda continue crescendo. “Nesses próximos três anos, sob a presidência de Carlos Siqueira e com a chegada de novos quadros da política brasileira, como Paulo Câmara e Geraldo Julio, nós estamos certos de que o PSB continuará crescendo já a partir das eleições municipais de 2016”. Segundo ele, a proposta é que o partido também lance candidatura própria para presidente em 2018.

Geraldo Julio disse que não terá problema em conciliar a gestão da Prefeitura do Recife com as atividades da cúpula. Na chapa, ele deverá assumir a secretaria-geral do partido. “Eduardo e Arraes foram presidentes do partido enquanto eram governadores e eles conciliaram muito bem [as duas funções]. A gente tem que conviver com essas atividades: as da Prefeitura, que são muito intensas, as da organização interna do partido e a política também”, frisou.

Ele negou que o PSB esteja deixando de ser um partido de esquerda. “O governo que aí está é que está aliado à direita. Isso é inquestionável. Ninguém é dono da esquerda democrática, sobretudo governando com quem o PT está governando. Nós temos as nossas posições. E nesse momento foi de botar uma candidatura do PSB para mudar o país. Nós queremos mudar o país. Aécio assumiu conteúdos programáticos importantes, que vinham da candidatura de Eduardo. Por isso, entendemos que o caminho de mudar o país, no segundo turno, é com Aécio”, salientou.

Críticas

O então presidente, Roberto Amaral, nem chegou a tentar a reeleição. Após reprovar o apoio da maioria do partido ao candidato à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB), no segundo turno, e afirmar que irá votar em Dilma Rousseff (PT), o nome dele foi preterido e Siqueira reforçou a candidatura ao cargo. Amaral assumiu temporariamente a chefia do PSB após a morte de Eduardo Campos em agosto.

Em carta aberta divulgada na semana passada, Amaral sustentou que o apoio a Aécio Neves no segundo turno representa um “suicídio político-ideológico” e que, dessa forma, o PSB "renega compromissos programáticos e estatutários, suspende o debate sobre o futuro do Brasil, joga no lixo o legado de seus fundadores e menospreza o árduo esforço de construção de uma resistência de esquerda, socialista e democrática".

Inclusive, ele considerou que o partido está traindo a luta de Eduardo Campos e afirmou que já estão sendo feito acordos sobre o comando dos ministérios caso a coligação Muda Brasil, de Aécio, vença as eleições. "Nas ante-salas de nossa sede em Brasília já se escolhem os ministros que o PSB ocuparia num eventual governo tucano", disse.

Confira com ficou a composição da Executiva Nacional do PSB:

Presidente – Carlos Siqueira

Primeiro Vice-Presidente – Paulo Câmara

Vice-presidente de relações governamentais – Roberto Albuquerque

Vice-presidente de relações interpartidárias – João Capiberibe

Vice-presidente de relações parlamentares - Fernando Bezerra Coelho

Vice-presidente para políticas públicas – Ricardo Coutinho

Vice-presidente de relações institucionais – Rodrigo Rollemberg

Vice-presidente de relações federativas – João Lyra Neto

Vice-presidente para movimentos sociais – Rubens Bomtempo

Secretário-Geral – Renato Casagrande

Primeiro-Secretário Nacional – Geraldo Julio

Segundo-Secretário Nacional – Antonio Carlos Valadares

Primeiro Secretário Nacional de Finanças – Márcio França

Segundo Secretário Nacional de Finanças – Severino Araújo

Secretários Especiais – Julio Delgado, Sérgio Novais, Lídice da Mata, Luciano Leitoa, Camilo Capiberibe, Wilson Martins, Milton Coelho, mari Trindade, Wilma Faria, Kátia Born, Cláudio Valverde, Cássio Andrade, Sérgio Gaudenzi, Jonas Ferreira, Serafim Correa, Waldomiro Lopes, Márcio Lacerda e Mauro Mendes

Secretária do Movimento Popular – Maria de Jesus Matos

Secretário da Juventude – Tony Sechi

Secretária das Mulheres – Dora Pires

Secretária do Movimento Negro – Valneide Nascimento

Secretário Sindical – Joilson Cardoso

Secretário LGBT – Otávio Oliveira

Confirmada nesta quarta-feira (20) pelo PSB como candidata à Presidência da República, a ex-senadora Marina Silva afirmou que a meta de seu antecessor Eduardo Campos, morto em acidente aéreo na semana passada, será perseguida por ela como cabeça de chapa ao lado do deputado Beto Albuquerque. "Precisamos mudar o Brasil preservando as coisas boas e corrigindo os equívocos", disse.

Marina agradeceu a indicação de Albuquerque, afirmando que ele ocupará o papel que era dela e que o recebia com "determinação e satisfação". "Quero, primeiramente, agradecer a Deus por estar nos ajudando a fazer essa travessia difícil, após a perda daquele que havíamos escolhido para nos guiar nessa difícil tarefa de mudar o Brasil. Mudar com a visão de que se começa o novo no novo, corrigindo os equívocos praticados e encarando os desafios desse início de século", afirmou.

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A candidata disse que ninguém do partido estava preparado pela tragédia, mas que assumia o compromisso de "responsabilidades já assumidas" por Campos. "Há aqui o sentido do peso dessa responsabilidade, há o compromisso com os compromissos construídos ombro a ombro nas madrugadas ao lado de Eduardo", comprometeu-se. Marina afirmou, ao receber uma carta inventário do PSB, que entre as responsabilidade assumidas por ela está a de "ajudar o partido a se reerguer" da perda de Campos. "A carta me diz o sentido do que é a história desse partido e agora temos a obrigação de o reerguer da fatalidade que se abateu", disse. "Recebo essa carta como pedido de acolhimento (no partido)", concluiu.

Com a nova chapa formada, a coligação Unidos pelo Brasil definiu os nomes que irão disputar a presidência e vice-presidência da república: Marina Silva e Beto Albuquerque, respectivamente. Mas a candidata ainda terá que assinar uma carta de compromisso com o partido, se comprometendo em dar continuidade as propostas e alianças firmadas por Eduardo Campos.   

A ideia da elaboração do documento surgiu após os sonháticos divulgarem nota informando que após a concessão do registro de Marina como candidata à presidência pelo Tribunal Superior Eleitoral, ela abandonaria o PSB. Dentro do próprio partido, o termo de compromisso diverge opiniões. O senador do Distrito Federal,  Rodrigo Rollemberg, defende que as propostas de campanha em si, já firmam a parceria, sendo desnecessário a elaboração de um documento. “Nossa parceria já está firmada no programa de governo. É ele que vai nortear a relação”, afirmou Rollemberg. 

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Já para o senador João Capibaribe, do PSB do Amapá, não é o momento de divergência entre os integrantes do partido e não há nada demais na elaboração de um documento pedindo a unidade. De acordo com o coordenador do programa de governo do PSB, Maurício Rands, o documento é necessário para garantir que Marina assumirá  os compromissos defendidos pelo socialista antes de morrer. Ele ressaltou que essa não é apenas uma preocupação do PSB, mas dos membros dos outros partidos que compõem a coligação. “ A militância dos seis partidos da coligação também tem perguntas que precisam de respostas", pontuou Rands.

Mas o presidente nacional do PSB nega que o partido está  impondo condições à Marina Silva. Mas apenas alinhando as propostas que já foram articuladas antes do acidente. “Não há nenhuma carta de compromissos. Vamos conversar com ela sobre as novas condições que surgiram com a morte de Eduardo”, concluiu Amaral.

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