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Afastado da Polícia Civil de Pernambuco pelo ex-governador Paulo Câmara (PSB), em 2021, o comissário Áureo Cisneiros foi reintegrado neste ano e ganhou as eleições do sindicato da categoria (SINPOL). O pleito contou com quatro chapas e quase três mil votos.

O resultado que garantiu a eleição de Áureo com Raimundo Lino como vice foi divulgado na madrugada deste sábado (21). “Voltei sendo porta-voz de um recado da categoria ao governo: Queremos valorização! Se existe R$ 1 bilhão para investimentos na segurança pública, se existem investimentos do governo federal, por que a governadora não valoriza os policiais civis?", provocou o novo presidente na primeira fala em sua volta à frente do SINPOL.

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Em sua terceira gestão, ele prometeu fortalecer o sindicato e indicou que vai tentar unir os policiais civis para buscar o reajuste salarial junto ao governo do estado. "O SINPOL voltará a ter voz ativa. Não dá mais para aceitar que uma das melhores polícias civis do país receba um dos piores salários. A nossa energia será destinada 100% aos policiais civis e a luta por uma segurança pública garantidora de paz social”, continuou.

Áureo também comentou sobre seu retorno ao quadro de efetivos em 2023, após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Fui o primeiro sindicalista demitido por um governo estadual por exercer atividade sindical desde a redemocratização.Mas mesmo assim continuei na luta por minha categoria e tinha certeza que a justiça seria feita."

A eleição foi acompanhada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e terminou com a chapa 1, com 481 votos, em segundo lugar. A chapa 3 recebeu 467, enquanto a chapa 2 obteve 330.

Termina nesta segunda-feira (19) o prazo para candidatos eleitos neste ano serem diplomados pela Justiça Eleitoral. 

O diploma é o documento oficial que atesta a vitória do candidato nas urnas e autoriza a posse no dia 1º de janeiro.

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Os eleitos para os cargos de governador, senador, deputado federal, estadual e distrital são diplomados pelos tribunais regionais eleitorais (TREs), sediados em cada estado e no Distrito Federal.

Hoje, a diplomação será realizada nos estados do  Amapá, Espírito Santo, de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, da Paraíba, do Paraná, de Pernambuco, do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, de Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e no Distrito Federal. 

Antes da data prevista pela legislação, os diplomas começaram a ser entregues. 

As primeiras diplomações ocorreram em 12 de dezembro no Amazonas e em Roraima. Na mesma data, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) diplomou o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin.. 

A Justiça Eleitoral do Acre, de Mato Grosso e Rondônia realizou a cerimônia no dia 15. 

Na sexta-feira (16), foram diplomados os eleitos em Alagoas, na Bahia, no Ceará, Piauí, Rio da Janeiro, em Rondônia e no Tocantins. No Maranhão, a cerimônia ocorreu no sábado (17). 

O Pará deverá realizar a diplomação no dia 21. O Tribunal Regional Eleitoral informou que o TSE abriu uma exceção e autorizou a diplomação no dia 21, após solicitação do governador do estado.

A cerimônia de diplomação da governadora eleita em Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), está marcada para a próxima segunda-feira (19), no Teatro Guararapes, na área Central do Recife. Eleita com quase 59% dos votos, a ex-prefeita de Caruaru será nomeada a primeira governadora da história do estado.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) também vai habilitar a vice Priscila Krause (Cidadania), a senadora Teresa Leitão (PT), os 49 deputados estaduais e os 25 federais eleitos. 

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A solenidade no teatro alocado no Centro de Convenções será transmitida ao vivo, a partir das 16h, no canal do YouTube do TRE-PE. O evento será aberto à imprensa credenciada, servidores da Justiça Eleitoral e outras autoridades. 

 

Pelo menos 21 políticos que já estiveram na mira da Operação Lava Jato devem permanecer no cenário político em 2023. Doze foram eleitos no último domingo a cargos no Legislativo e no Executivo - 11 conquistaram uma cadeira na Câmara dos Deputados e Gladson Cameli (PP) venceu a disputa ao governo do Acre. Outros sete ficaram como suplentes e seis não se elegeram.

Estarão na Câmara em 2023 Aécio Neves (PSDB-MG), Afonso Hamm (PP-RS), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Arthur Lira (PP-AL) - atual presidente da Casa -, Beto Richa (PSDB-PR), João Leão (PP-BA), Lindbergh Farias (PT-RJ), Luiz Fernando Faria (PSD-MG), Mário Negromonte Junior (PP-BA), Roseana Sarney (MDB-MA) e Vander Loubet (PT-MS).

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Ficaram fora Cacá Leão (PP-BA) e Romero Jucá (MDB-RR), que buscavam vaga no Senado; Eduardo Cunha (PTB-SP) e Delcídio Amaral (PTB-MS), candidatos a deputado federal; e Fernando Collor (PTB-AL) e Luis Carlos Heinze (PP-RS), que tentavam governos estaduais. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disputa o segundo turno da eleição ao Planalto.

Em outra frente, os algozes desses políticos tiveram votações expressivas. Filiado ao União Brasil, o ex-juiz Sérgio Moro, que conduziu a Lava Jato na primeira instância, foi eleito senador pelo Paraná com 1.953.188 votos, desbancando Álvaro Dias (Podemos).

'Fênix'

O ex-procurador da República Deltan Dallagnol (Podemos) recebeu 344.917 votos para uma cadeira na Câmara dos Deputados. Ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, ele ficou na frente de nomes conhecidos da política, como Gleisi Hoffmann, do PT (eleita com 261.247 votos), Ricardo Barros, do PP (107.022 votos), e Luísa Canziani, do PSD (74.643 votos). Em entrevista concedida ao Estadão na segunda-feira, Dallagnol falou no "renascimento" da Lava Jato "como uma Fênix".

"A operação alterou a rota do sistema político do mundo e o sistema de competição da disputa política no Brasil', afirma o professor da FGV Marco Antonio Carvalho Teixeira. Contudo, para ele, a eleição de tantos candidatos que passaram pelas investigações indica que os efeitos políticos dela "ficaram para trás".

Recall

Na avaliação do professor da UniRio e doutor em Ciência Política Fabio Kerche, "existem parcelas da sociedade que veem Moro e Dallagnol como heróis". Ele atribui a eleição dos dois a um "recall" da operação deflagrada em 2014.

Kerche vê semelhanças entre os desdobramentos da Lava Jato e da Mãos Limpas, que ocorreu na Itália. "Os promotores e os magistrados que fizeram parte também conseguiram ser eleitos. Saíram da 'política judicial' e foram para a 'política partidária'."

Aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Rio de Janeiro tiveram resultados díspares nas urnas nesta eleição. O ex-ministro da Saúde, general da reserva Eduardo Pazuello, o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e delegado da Polícia Federal Alexandre Ramagem e o deputado Hélio Lopes foram eleitos com votações expressivas. Mas Fabrício Queiroz, Waldir Ferraz e Major Fabiana ficaram de fora.

Pazuello, investigado por má gestão da pandemia à frente do Ministério da Saúde, foi o segundo deputado federal mais votado no Estado. Ficou atrás apenas da deputada Daniela do Waguinho (União). Ela se reelegeu para Câmara dos Deputados com 213.706 votos. Pazuello teve 205.324.

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O general da reserva deixou a pasta em março do ano passado. Desde então, ocupava o cargo de assessor especial da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), vinculada à Presidência da República. Ele é alvo de inquérito do Ministério Público Federal (MPF) por suposta omissão na pandemia. O ex-ministro nega as acusações.

Dos 47 eleitos para a Câmara dos Deputados pelo Rio, onze são do PL, partido do presidente. Entre eles, está o deputado Lopes, amigo de Bolsonaro da época dos quartéis. Ele perdeu 212 mil eleitores desde a eleição de 2018. Foi de 345.234 votos na última disputa para 132.986. Mas se manteve entre os mais votados pelos eleitores fluminenses.

Luiz Lima, Carlos Jordy, Sóstenes Cavalcante e Delegado Ramagem, todos do PL, também foram eleitos com o apoio do bolsonarismo. O vereador cassado da Câmara de Vereadores do Rio Gabriel Monteiro. Apoiador do presidente, ela emplacou o pai e a irmã na política. Roberto Monteiro (PL) vai estrear na Câmara. Já Giselle Monteiro (PL) conseguiu uma cadeira na Alerj.

Dani Cunha (União Brasil), filha de Eduardo Cunha (PTB), e o ex-prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) também foram eleitos.

Ficaram de fora da Câmara nomes como o ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj Fabrício Queiroz, investigado por chefiar um suposto esquema de "rachadinha" no gabinete do filho do presidente, e Waldir Ferraz, amigo de Bolsonaro que também trabalhou como assessor nos gabinetes da família Bolsonaro.

Bolsonarismo vence no Senado e no governo do Estado

O candidato do PL ao governo do Rio e governador do Rio, Cláudio Castro, venceu a disputa fluminense no primeiro turno na eleição para governador, com 58,22% dos votos. Em segundo lugar ficou Marcelo Freixo (PSB), com 26,7%.

Aliado de Bolsonaro, Castro contou com o apoio do bolsonarismo no Estado para se eleger. Sua campanha foi alavancada pelo presidente Jair Bolsonaro, que venceu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seu reduto eleitoral, o Rio. Candidato à reeleição, Bolsonaro atingiu 51% dos votos válidos contra 40,7% do petista.

O cenário no Senado também foi favorável a Bolsonaro. O senador Romário (PL) também foi reeleito. Ele terminou a disputa com 29%, à frente do deputado Alessandro Molon (PSB), que terminou a disputa em segundo lugar, com 27%. Daniel Silveira, condenado à prisão por ataques contra o Supremo Tribunal Federal (STF), não foi eleito, mas ficou em terceiro lugar na disputa com expressivos 19,18% dos votos.

Para representar Pernambuco em Brasília, nesse domingo (2), 25 deputados federais foram eleitos, com 13 candidatos alcançando a reeleição. O topo da votação no estado foi dominado por líderes conservadores alinhados a Jair Bolsonaro (PL). Confira, abaixo, a lista dos eleitos. 

O PSB foi o partido com mais representantes eleitos, com destaque para Pedro Campos com a terceira maior votação. O novo deputado federal, de 26 anos, é irmão do prefeito do Recife, João Campos, e filho do ex-governador Eduardo Campos.

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O topo da lista foi ocupado por André Ferreira (PL), reeleito após coordenar a campanha de Bolsonaro em Pernambuco. A segunda posição é de Clarissa Tercio (PP), que foi deputada estadual no último mandato.

Confira a lista de pernambucanos eleitos para a Câmara dos Deputados:

André Ferreira (PL): 273.267 (5,48%) 

Clarissa Tercio (PP): 240.511 (4,82%) 

Pedro Campos (PSB): 172.526 (3,46%) 

Silvio Costa Filho (Republicanos): 162.056 (3,25%) 

Fernando Filho (União Brasil): 155.305 (3,11%) 

Waldemar Oliveira (Avante): 141.386 (2,83%) 

Túlio Gadelha (Rede): 134.391 (2,69%) 

Carlos Veras (PT): 127.482 (2,56%) 

Eduardo da Fonte (PP): 124.850 (2,50%) 

Clodoaldo Magalhães (PV): 110.620 (2,22%) 

Maria Arraes (Solidariedade): 104.571 (2,10%) 

Iza Arruda (MDB): 103.950 (2,08%) 

Augusto Coutinho (Republicanos): 101.142 (2,03%) 

Pastor Eurico (PL): 100.811 (2,02%) 

Fernando Monteiro (PP): 99.751 (2%) 

Eriberto Medeiros (PSB): 99.226 (1,99) 

Lula da Fonte (PP): 94.122 (1,89%) 

Lucas Ramos (PSB): 85.571 (1,72%) 

Guilherme Uchoa Junior (PSB): 84.592 (1,70%) 

Coronel Meira (PL): 78.941 (1,58%) 

Felipe Carreras (PSB): 76.528 (1,53%) 

Mendonça Filho (União Brasil): 76.022 (1,52%) 

Luciano Bivar (União Brasil): 74.425 (1,49%) 

Fernando Rodolfo (PL): 60.088 (1,20%) 

Renildo Calheiros (PCdoB): 59.686 (1,20%)   

Mais de 100 mil eleitores voltaram às urnas nesse domingo (7) para eleger novos prefeitos em sete municípios brasileiros. As eleições suplementares foram definidas pela Justiça Eleitoral para substituir prefeitos e vices eleitos em 2020, que tiveram seus registros de candidatura indeferidos naquela eleição.

O maior processo eleitoral deste domingo ocorreu no município de Tomé-Açu, no Pará, em que 36.034 eleitores se mobilizaram na cidade. Carlos da Vila Nova (PL) foi eleito com 20.426 votos, ou 58,32% dos votos válidos.

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Em Jaguaruana, no Ceará, 23.276 pessoas foram às urnas. Elias do Sargento (PCdoB) foi escolhido com 11.603 votos (51,64%)

A cidade de João Dourado, na Bahia, mobilizou 13.342 eleitores e a maioria (56,08% ou 7.319 votos) escolheu Di Cardoso (PL). Guamaré, no Rio Grande do Norte, foi outro município da Região Nordeste a voltar às urnas. O eleito foi Arthur (PSB), com 6.984 votos (61,16%).

Em Carapebus, no Rio de Janeiro, Bernard Tavares (Republicanos) elegeu-se prefeito com 5.293 votos (53,14%). Os outros dois municípios com eleições suplementares foram Bandeirantes (MS), que elegeu Gustavo Sprotte (DEM), com 1.493 votos (36,25%), e Francisco Alves (PR), que escolheu Milena do Valtinho (PSDB), com 2.096 votos (49,35%).

O aumento de casos de coronavírus neste fim de ano levou Estados de todo o País a restringir mais a circulação de pessoas e a determinar o fechamento do comércio. A iniciativa não se aplica, no entanto, à posse dos vereadores e prefeitos, que na maior parte das capitais manterá o formato presencial. Levantamento feito pelo Estadão mostra que pelo menos 21 das 26 capitais terão cerimônias presenciais amanhã - e 11 delas com direito a convidados. Infectologistas apontam para o alto risco de contaminação e advertem que a realização de grandes eventos é um mau exemplo à população. Nesta quarta, 30, o Brasil registrou 1.224 mortes causadas pela covid-19 em 24 horas, maior número diário de óbitos desde 20 de agosto.

Eleito prefeito de Goiânia com 277 mil votos, Maguito Vilela (MDB) está desde o dia 27 de outubro internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, por complicações decorrentes da doença. Impossibilitado de sair do hospital, Maguito será empossado por videochamada, por meio de gestos, segundo resolução aprovada pela Câmara anteontem. Ele fez uma traqueostomia e segue internado na UTI, com ventilação mecânica.

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Mesmo assim, a Câmara de Goiânia decidiu manter a posse presencial de seus 35 vereadores e autorizou até 400 convidados. Os únicos que terão a opção de participar da cerimônia de forma remota são aqueles que comprovarem, por meio de atestado médico, o diagnóstico de covid ou a presença de sintomas relacionados à doença. Quem é de grupo de risco deve apresentar recomendação médica.

"Juntar 400 pessoas neste momento é uma demonstração pública de falta de preocupação com a transmissão do vírus", disse o infectologista Francisco Ivanildo de Oliveira Junior, gerente de qualidade do Hospital Infantil Sabará. Para ele, posses presenciais são "um péssimo exemplo" dado por vereadores e prefeitos. "Estamos em um momento extremamente delicado da pandemia, em que o número de casos e óbitos vem crescendo, agravado pelas festas de fim de ano."

A infectologista Rosana Richtmann, do Instituto Emílio Ribas, vai na mesma linha: "Em tempos de aumento significativo do número de casos da covid, não acho conveniente estimular qualquer evento em local fechado e com muitas pessoas".

A Câmara Municipal de Goiânia informou que vai adotar todos os protocolos de prevenção da doença, incluindo a obrigatoriedade de máscara e aferição da temperatura. Segundo a assessoria, a presença de 400 pessoas corresponde a 10% da lotação do Centro de Eventos.

O recorde de novas internações provocadas por covid-19 no Amazonas no domingo, 27, quando foram registradas 95 entradas em hospitais do Estado, não vai impedir a posse presencial dos 41 vereadores de Manaus - cada um poderá levar um convidado ao evento. Segundo a assessoria da Câmara, o local do evento foi mudado para evitar aglomeração. Porém, o plenário onde ocorrerá a cerimônia não tem janelas e os assentos dos vereadores não têm divisória de acrílico.

No Rio, os vereadores da atual legislatura trabalharam em formato exclusivamente virtual de março até agosto. Nos últimos meses, a presença passou a ser optativa. Na posse, no entanto, os eleitos e reeleitos terão que estar no plenário do Palácio Pedro Ernesto às 10 horas de amanhã, podendo até levar um acompanhante.

Com uma média diária de 51 mortes e 578 infectados e taxa de ocupação de leitos de UTI para covid-19 na rede SUS em 90%, a capital decidiu multar em até R$ 15 mil estabelecimentos que não respeitarem as medidas de prevenção no ano-novo, o que inclui distanciamento e ambientes arejados, com janelas e portas abertas.

Online

Em Teresina, a internação do presidente da Câmara por coronavírus e a preocupação com o aumento de casos levou ao cancelamento da cerimônia presencial. O evento será online. Os parlamentares de Curitiba também optaram pela posse virtual. "Respeitamos as recomendações sanitárias", disse o presidente da Câmara, Sabino Picolo (DEM). Apenas dois vereadores estarão presentes na Câmara - a mais votada e um escolhido para secretariá-la. Até o último balanço, a cidade tinha pouco mais de 2,1 mil mortos por coronavírus.

Em outras capitais, soluções tentam evitar a aglomeração, mesmo que os vereadores tenham que se deslocar até a Câmara. Em Fortaleza, os parlamentares ficarão em seus gabinetes, vendo a transmissão ao vivo. Para assinar a ata de posse, cada um será convocado a ir ao plenário.

Em SP, vereadores podem optar por evento online

Em São Paulo, Salvador e Natal, os vereadores poderão escolher entre participar da cerimônia online ou de forma presencial. A Câmara Municipal da capital paulista chegou a anunciar que os parlamentares teriam que ir à Casa, mas divulgou novas regras anteontem. Na mesma cerimônia será dada posse ao prefeito reeleito Bruno Covas (PSDB) e ao seu vice, Ricardo Nunes (MDB).

O ato publicado pela Mesa Diretora da Câmara paulistana anteontem cita a necessidade de adotar medidas administrativas voltadas para o combate à doença no âmbito da Câmara Municipal. E lembra também a edição do decreto que fez o Estado de São Paulo retornar à fase mais restritiva do plano de contenção durante o Natal e ano-novo.

Apesar da presença facultativa no plenário, a Mesa pediu aos vereadores para darem preferência ao sistema virtual. Na prática, a cerimônia dá continuidade ao formato de sessão já adotado pela Casa desde junho.

As mudanças para a sessão de posse incluem ainda a proibição do acesso de outras pessoas ao Plenário 1º de Maio, onde ocorrerá a cerimônia, e a limitação de acesso ao gabinete de cada parlamentar, agora restrita a um funcionário e um convidado.

Com início às 15h de amanhã, a sessão será presidida pelo parlamentar mais velho da Câmara, conforme determina o regime. Neste caso, será o vereador Eduardo Suplicy (PT), de 79 anos. Na mesma cerimônia, os eleitos indicarão os integrantes da nova Mesa Diretora.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 Foram decididos, neste domingo (15), os nomes dos 39 vereadores que ocuparão a Câmara Municipal do Recife entre 2021 e 2024. Dentre os candidatos eleitos, doze são do PSB. Dani Portela (PSOL) foi a mais votada no pleito, com 14.114 votos.

Confira abaixo a lista de vereadores eleitos para Recife:

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1. Dani Portela (PSOL): 14.114

2. Andreza Romero (PP): 13.249

3. Pastor Júnior Tércio (Podemos): 12.207

4. Eriberto Rafael (PP): 11.938

5. Romerinho Jatobá (PSB): 11.500

6. Davi Muniz (PSB): 10.498

7. Helio Guabiraba (PSB): 10.393

8. Aderaldo Pinto (PSB): 10.062

9. Felipe Francismar (PSB): 10.037

10. Chico Kiko (PP): 9.194

11. Samuel Salazar (MDB): 9.188

12. Carlos Muniz (PSB): 8.586

13. Natália de Menudo (PSB): 8.424

14. Fred Ferreira (PSC): 8.407

15. Alcides Teixeira Neto (PSB): 8.379

16. Rodrigo Coutinho (Solidariedade): 8.359

17. Renato Antunes (PSC): 8.104

18. Professora Ana Lúcia (Republicanos): 7.901

19. Luiz Eustaquio (PSB): 7.889

20. Eduardo Marques (PSB): 7.706

21. Wilton Brito (PSB): 7.539

22. Joselito Ferreira (PSB): 7.429

23. Almir Fernando (PC do B): 7.304

24. Missionária Michele Collins (PP): 6.823

25. Liana Cirne (PT): 6.819

26. Professor Jairo Britto (PT): 6.635

27. Ivan Moraes (PSOL): 6.319

28. Junior Bocão (Cidadania): 6.256

29. Paulo Muniz (Solidariedade): 5.908

30. Osmar Ricardo (PT): 5.838

31. Marco Aurelio Filho (PRTB): 5.810

32. Dr Tadeu Calheiros (Podemos): 5.610

33. Fabiano Ferraz (Avante): 5.276

34. Felipe Alecrim (PSC): 4.681

35. Dilson Batista (Avante): 4.404

36. Alcides Cardoso (DEM): 4.019

37. Cida Pedrosa (PC do B): 3.697

38. Ze Neto (Pros): 3.278

39. Doduel Varela (PSL): 2.302

 

O protagonismo de eleitos pelo PSL não empossados tem incomodado a família Bolsonaro. Nos últimos dias, dois filhos do presidente eleito mandaram recados pelas redes sociais.

Um dos alvos foi o deputado federal eleito Julian Lemos (PB). O vereador do Rio, Carlos Bolsonaro, publicou que Lemos não é e nunca foi o coordenador do presidente eleito no Nordeste e ainda sugeriu que ele parasse de "tentar aparecer" à sombra de seu pai. "Sugerimos parar de aparecer atrás dele por algum motivo como faz sempre!", escreveu.

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O deputado federal reeleito Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) foi mais sutil. "Apenas os deputados que estão exercendo mandato tem autonomia para fazer articulações no Congresso. Agradecemos o apoio e compreensão dos deputados eleitos do PSL", escreveu ele na noite de quarta-feira, dia 5. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na tarde desta quinta-feira (6), o Classic Hall sedia um momento de comemoração para os políticos pernambucanos que foram vitoriosos na disputa eleitoral deste ano. O governador Paulo Câmara, a vice-governadora Luciana Santos, o senador Humberto Costa e os deputados federais e estaduais eleitos em outubro lotam a área interna da casa de eventos.

Ao chegar no local, com cerca de 40 minutos de atraso, o governador não quis falar com a imprensa, mas se mostrava feliz. Quebrando o protocolo de costume, Paulo Câmara recebeu o documento das mãos de sua esposa, Ana Luiza Câmara.

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No palco, João Campos (PSB), que teve uma votação recorde no estado e integrará a Câmara dos Deputados a partir do próximo ano, está ao lado da prima Marília Arraes (PT), que teve a segunda maior votação. O filho do ex-governador Eduardo Campos foi bastante aplaudido ao receber o diploma.

Os parlamentares estão sendo chamado um por um para receberem seus respectivos certificados. Na abertura do evento, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), Luiz Carlos Figueiredo, ressaltou que as dificuldades durante a eleição foram imensas, mas que foram superadas. Ele comemorou o fato de que o estado estava na posição 25* na biometria e hoje ocupa a quarta colocação. Disse, ainda, que a competência da gama de profissionais da Corte fez a diferença.

Durante toda a campanha, o governador se mostrou confiante com a reeleição mesmo ciente das inúmeras críticas por uma parte da sociedade. No dia da eleição, 7 de outubro passado, durante sua votação, o próprio chegou a dizer que acreditava na vitória no primeiro turno. “Será uma vitória a favor do povo de Pernambuco", salientou na ocasião.

O deputado federal Ricardo Teobaldo (Pode), até o momento, foi o único que não compareceu à diplomação, mas não foi informado o motivo. O TRE de Pernambuco é o primeiro do país a conhecer o documento que, por lei, atesta que o candidato está apto a tomar posse no cargo.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na próxima segunda-feira (10), realizará a sessão solene de diplomação do presidente da República eleito em 2018, Jair Bolsonaro, e de seu vice, general Hamilton Mourão. A sessão solene de diplomação deve ocorrer até o dia 19 de dezembro.

A dramática situação financeira dos Estados não impediu que deputados armassem verdadeiras "bombas fiscais" para os governadores eleitos que vão assumir seus mandatos a partir de 1.° de janeiro. Em ao menos quatro Estados e no Distrito Federal, tramitam nos Legislativos estaduais ou já foram aprovados após o resultado das urnas projetos que, se somados, impactam em R$ 1,1 bilhão por ano os cofres públicos.

Em Minas, a Assembleia Legislativa aprovou há 13 dias um aumento de salário para os servidores públicos que terá impacto anual de R$ 122,5 milhões. O reajuste já foi sancionado pelo governador em exercício, desembargador Nelson Missias de Morais. Fernando Pimentel (PT), governador do Estado, está em viagem em caráter pessoal ao exterior. O vice, Antônio Andrade (MDB), e o presidente da Assembleia, Adalclever Lopes (MDB), substitutos diretos de Pimentel, também estão em viagem. No mês passado, já havia sido aprovada a transferência para o governo de uma dívida de R$ 100,7 milhões de fundações associadas à Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg).

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"Não nos parece um momento adequado. O Estado já está absolutamente falido", disse o vereador de Belo Horizonte Mateus Simões (Novo), coordenador da transição. O deputado estadual André Quintão (PT), líder do governo, afirmou que a aprovação dos reajustes representou uma questão legal, de data-base, e só não ocorreu antes por causa do período eleitoral.

No Rio Grande do Sul, o governador eleito, Eduardo Leite (PSDB), tenta convencer chefes dos outros Poderes a desistirem da proposta de reajuste salarial de 5,58% dos servidores, em análise na Assembleia. O impacto seria de R$ 132 milhões ao ano. O argumento usado por Leite é a dificuldade do Estado em contrair mais um gasto.

Atrasos

O governo mineiro tem atrasado o pagamento de salários e o repasse de recursos para os municípios do Estado. Também não sabe quando e como vai reunir receita para saldar o 13.º salário do funcionalismo deste ano. No Rio Grande do Sul, o problema ainda é o 13.º referente a 2017, que não foi pago de forma integral. Alguns governadores defendem a privatização de serviços públicos para fazer frente às despesas.

Ao avaliar as contas estaduais de 2017, o Tesouro Nacional classificou o quadro como "insustentável". Pelos dados do órgão, 14 Estados estouraram o limite de comprometimento de gastos com pessoal previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O campeão foi Minas Gerais (79,18% são comprometidos com salários e aposentadorias de servidores). Como resultado, o déficit orçamentário de 2017 dos Estados apresentou piora em R$ 12,5 bilhões em relação a 2016, fechando o ano com déficit de R$ 20,3 bilhões - pior resultado do triênio 2015-2017.

"Infelizmente é uma prática que faz parte da nossa cultura política. A LRF foi uma tentativa de colocar um freio nisso, mas existem muitos subterfúgios para driblá-la", diz o cientista político Rodrigo Prando, professor do Mackenzie.

Para o também cientista político Humberto Dantas, da USP, os Legislativos funcionam com uma lógica corporativista. "Muitas dessas pautas são relativas a gastos e benefícios para alguns setores do serviço público ou grupos de pressão com poder econômico."

Em Goiás, o Legislativo discute a adoção do Orçamento Impositivo, que obriga o governador a executar emendas parlamentares. O impacto pode passar de R$ 300 milhões. O governador eleito, Ronaldo Caiado (DEM), disse aos deputados ser favorável, mas ressaltou as dificuldades atuais. "Essa é uma prerrogativa dos deputados, eu tenho direito apenas de expor a eles a realidade do momento."

Em São Paulo, o Orçamento Impositivo já existe, mas os deputados querem ampliar seu valor.

No DF, a licitação para a contratação de planos de saúde e odontológicos para servidores públicos locais é tratada como uma possível "pauta-bomba" pela equipe do governador eleito, Ibaneis Rocha (MDB). Seriam necessários R$ 40 milhões para subsidiar o benefício. "Estou resolvendo isso na base do diálogo com o governador Rodrigo Rollemberg", afirma Ibaneis.

Emendas legislativas

O governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), vai encontrar na Assembleia Legislativa uma lista com 14 propostas que poderão ter reflexo direto no orçamento do Estado em 2019, previsto em R$ 229 bilhões.

O projeto de maior impacto é o que tramita com apoio da maioria das bancadas porque tem potencial de aumentar o capital político dos parlamentares. Trata-se de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pelo deputado estadual Jorge Caruso (PMDB) que propõe dobrar, pelo segundo ano consecutivo, o valor das emendas impositivas - cotas do Orçamento que dependem de indicação parlamentar para serem executadas.

Pela lei atual, os deputados estaduais paulistas dispõem de 0,3% da receita corrente líquida do Estado em emendas impositivas. Hoje, este valor equivale a cerca de R$ 4,5 milhões por deputado. A proposta é elevar essa cota individual para 0,6% já a partir do ano que vem, aumentando o valor para R$ 9 milhões. Se aprovada, a proposta geraria um impacto de R$ 423 milhões no orçamento do Estado.

Outro projeto que preocupa a base de Doria é o que propõe a redução da diferença salarial entre 1.° e 2.° tenentes da Polícia Militar - que exercem as mesmas funções, mas recebem remuneração 30,03% menor. Essa mudança acarretaria uma despesa extra anual de R$ 200 milhões.

Tramita ainda em caráter de urgência um Projeto de Lei Complementar que institui o Prêmio de Incentivo à Qualidade para os servidores da Secretaria da Fazenda. O impacto nesse caso seria menor: R$ 10 milhões por ano, de acordo com cálculo feito pela bancada do PSDB na Assembleia paulista.

"Vamos analisar com critério os projetos, aprovando o necessário, mas analisando também a saúde financeira do Estado", afirma o líder do PSDB, deputado Marco Vinholi. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente eleito Jair Bolsonaro deixou na tarde desta quarta-feira, 21, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde funciona o gabinete de transição governamental, e seguiu para a reunião dos parlamentares eleitos do PSL, que acontece em um hotel em Brasília. A participação no encontro não estava oficialmente na agenda de Bolsonaro.

O PSL, partido do presidente eleito Jair Bolsonaro, vai reunir a sua futura bancada no Congresso pela primeira vez nesta quarta-feira, 21. Apesar de o objetivo oficial ser a apresentação do funcionamento do Legislativo, integrantes do partido aproveitarão para azeitar os posicionamentos da sigla em relação às pautas prioritárias e à definição sobre a presidência da Câmara.

Como segunda maior bancada, com 52 deputados eleitos, e a possibilidade de ultrapassar o PT com novos nomes que devem migrar para a legenda, o PSL exercerá grande influência na definição sobre o comando da Casa. A questão, no entanto, divide os eleitos.

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Há três movimentos dentro do partido que prometem gerar faíscas no encontro. Pessoas mais próximas a Bolsonaro defendem a tese apresentada por ele de que a presidência da Câmara deveria ficar com alguém de um partido aliado para aumentar a coalizão governista. A ideia, no entanto, enfrenta resistência porque tiraria do partido a decisão sobre a pauta da Câmara.

Outra ala defende a recondução do atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Alguns parlamentares, no entanto, consideram que o DEM já está bem contemplado no governo Bolsonaro por ter dois ministros indicados até agora. Outro grupo, liderado pela deputada eleita Joice Hasselmann (SP), avalia que é impossível apoiá-lo porque Maia conta com os votos de partidos de esquerda, como o PCdoB.

A terceira via é a do lançamento de um nome próprio. Três integrantes do PSL já circulam como possíveis candidatos. O presidente da sigla, Luciano Bivar (PE), é um dos cotados. Ele conta com apoio de parte da sigla que defende um fortalecimento do PSL no Congresso. Delegado Waldir (GO) e Joice Hasselmann (SP), porém, também devem entrar no páreo.

No Senado, o partido admite não ter forças suficientes para definir a presidência da Casa. Com 4 senadores eleitos, o PSL ainda não fechou questão sobre quem poderá apoiar. Mas, se houver espaço, a sigla pretende lançar o nome de Flávio Bolsonaro (RJ) ao cargo.

Oficialmente, integrantes do partido afirmam que o encontro foi agendado para que os novos deputados conheçam o funcionamento do Congresso, suas regras e como poderão atuar.

Por um grupo de WhatsApp, praticamente quase todos os eleitos já confirmaram presença no evento, que será realizado em um hotel em Brasília.

O encontro deverá ser longo. Na programação, os poucos correligionários com experiência na Casa devem palestrar para os novatos (maioria no grupo) sobre questões como regimento e burocracias do Poder Legislativo.

A palestra de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), campeão de votos deste ano e filho do presidente eleito, é um dos eventos mais esperados. Haverá também um espaço para cada um dos 52 deputados e 4 senadores eleitos, que estiverem presentes, se apresentar e falar um pouco sobre suas ideias.

Parlamentares de outros partidos que pretendem migrar para o PSL também devem comparecer. A deputada eleita pelo PRP Bia Kicis já confirmou presença.

Pelo menos 96 dos 513 deputados eleitos para a próxima legislatura devem, juntos, mais de R$ 158,4 milhões à União. Os valores inscritos na dívida ativa se referem a tributos não pagos e foram levantados pelo jornal O Estado de S. Paulo na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). As pendências estão registradas no CPF dos parlamentares e em CNPJs de empresas das quais são sócios. Elas incluem pendências previdenciárias e outros tipos de tributos não quitados.

A maior devedora é a deputada Elcione Barbalho (MDB-PA), com R$ 47 milhões de dívida em duas empresas do ramo de comunicações. O jornal já havia mostrado que o ex-marido de Elcione, Jader Barbalho, é o senador eleito que mais deve à União, com R$ 57,7 milhões em pendências. Eles têm, inclusive, duas empresas em comum na contabilização da dívida.

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O Congresso aprovou, no início de 2018, o novo Refis, programa de refinanciamento de dívidas que beneficiou diretamente vários parlamentares. A família Barbalho, conforme mostrou reportagem de agosto do jornal Folha de S.Paulo, teve quatro das seis maiores parcelas negociadas após a aprovação da lei. Procurados, eles não se manifestaram.

As dívidas contraídas pelos cinco deputados que mais devem à União somam R$ 133,4 milhões, o que corresponde a 84% do montante que o levantamento encontrou. Elcione Barbalho é seguida de perto por Wilson Santiago (PTB-PB), que deve no próprio nome R$ 43 milhões. O parlamentar, que era senador e vai migrar para a Câmara em 2019, alegou que o débito tem a ver com uma "orquestração política de adversário". Segundo Santiago, ele teria sido incluído como sócio de uma empresa à qual nunca pertenceu.

Na Câmara desde 2003 e reeleito para assumir um novo mandato a partir do ano que vem, Fernando Giacobo (PR-PR) aparece em terceiro. Ele tem débitos pessoais de R$ 6,9 milhões e de R$ 14,6 milhões nos CNPJs de três empresas, mas. Ao Estado, ele se limitou a dizer que quem tem dívida é a pessoa jurídica e que o caso já está na Justiça.

A quarta posição fica com Júlio Cesar (PSD-PI), que tem encargos de R$ 11,1 milhões com a União. O valor corresponde a R$ 4,7 milhões no CPF e R$ 6,3 milhões no CNPJ de uma empresa. "Isso é dívida de origem de crédito rural junto ao Banco do Nordeste e Banco do Brasil", afirma o deputado. "Já está sendo registrada em cartório a negociação junto aos bancos."

A seguir vem Pedro Westphalen, do PP do Rio Grande do Sul, com uma dívida de R$ 10 milhões em pessoa jurídica. O parlamentar não se manifestou.

O levantamento ainda mostra que os deputados eleitos respondem a um total de 67 ações nos tribunais regionais do Trabalho de seus respectivos estados, seja nos CPFs ou nos CNPJs de empresas das quais são sócios, segundo consulta no Tribunal Superior do Trabalho (TST). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Reeleito deputado federal pelo Tocantins, Carlos Henrique Gaguim (DEM), tem 153 processos no Tribunal de Justiça estadual (TJ-TO), todos por improbidade administrativa, referentes ao período de um ano e meio em que foi governador interino.

"Desses processos, eu já ganhei 46, só faltam uns 100 e se Deus quiser vamos ganhar todos", afirmou Gaguim ao jornal O Estado de S. Paulo sobre sua situação. "Não tem nenhum transitando em julgado, não sou condenado em nenhum."

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As ações são principalmente relacionadas a uma investigação aberta em 2013 pelo Ministério Público sobre a possível venda irregular de lotes públicos em Palmas. A suspeita é de que os terrenos, administrados na época pela extinta Companhia de Desenvolvimento do Estado, eram dados em troca de favores políticos. "A responsabilidade era do secretário, não mandei ninguém fazer isso. Tinha autonomia e decretos onde a pasta era responsável por isso."

Reportagem da edição desta segunda-feira, 5, do Estado mostra que um terço do novo Congresso é acusado de crimes como corrupção, lavagem, assédio sexual e estelionato - ou é réu em ações por improbidade administrativa com dano ao erário ou enriquecimento ilícito.

O deputado Gaguim também foi alvo da 6ª fase da Operação Ápia, que investiga um esquema de desvio de dinheiro público de obras de infraestrutura no Tocantins.

A fase foi aberta após delação do empreiteiro Rossine Ayres Guimarães, que revelou pagamento de propina a políticos do Estado, inclusive Gaguim. "Ele falou que no meu governo tinha dado o dinheiro para uma pessoa mas não falou que foi para mim, tanto que todas as testemunhas negaram", diz.

Segundo o advogado Publio Borges Alves, que defende Gaguim, a ação do MP foi proposta com base em uma análise preliminar do Tribunal de Contas acerca do convênio firmado com o Banco do Brasil para financiamento das obras, julgada legal pelo próprio TCE/TO.

O deputado ainda foi condenado por improbidade pelo TJ-TO no ano passado, acusado de usar a Ouvidoria do Estado para campanha eleitoral em 2010. Recorreu. De acordo com Publio, "as consultas eram de questões qualitativas referentes a administração do Estado".

Apesar da quantidade de processos, o advogado frisa que "foi uma candidatura sem nenhum questionamento exatamente porque não há nada de substancial ou condenatório que impedisse". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os brasileiros escolheram neste domingo (28) governadores de 14 unidades da Federação. As eleições 2018 foram para o segundo turno em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Amapá, Rondônia, Rio Grande do Norte, Amazonas, Pará, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, Roraima e também no Distrito Federal.

Confira abaixo os governadores eleitos em cada um desses Estados.

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São Paulo

João Doria, candidato do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), foi eleito governador do Estado de São Paulo neste domingo. Com a totalidade das urnas apuradas, Doria obteve 10.990.160 (51,75%) dos votos. Seu concorrente, Márcio França, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), conquistou 10.248.653 (48,25%) dos votos.

Minas Gerais

O candidato do partido Novo, Romeu Zema, foi eleito neste domingo, 28, o novo governador de Minas Gerais. Com 99,96% das urnas apuradas, Zema tem 71,80% dos votos, segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Estado. O segundo colocado, Antônio Anastasia, do PSDB, tem 28,20% dos votos e não pode mais superar o rival.

Rio de Janeiro

O candidato Wilson Witzel, do Partido Social Cristão (PSC) é o novo governador do Estado do Rio de Janeiro. Com 100% das urnas apuradas, Witzel obteve 59,87% dos votos válidos. O segundo colocado, o candidato do Democratas (DEM), Eduardo Paes, recebeu 40,13% do total.

Rio Grande do Norte

A candidata do Partido dos Trabalhadores (PT), senadora Fátima Bezerra, venceu a disputa pelo governo do Rio Grande do Norte e se tornou a única mulher eleita governadora em 2018. Com 100% das urnas apuradas, ela teve 57,60% dos votos, contra 42,40% do concorrente Carlos Eduardo (PDT).

Distrito Federal

O candidato do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Ibaneis Rocha, foi eleito no Distrito Federal. Com todas as urnas apuradas, Ibaneis teve 69,79% dos votos. O segundo colocado, Rodrigo Rollemberg (PSB), ficou com 30,21%.

Amazonas

Com 99,70% das urnas apuradas, o candidato do PSC, Wilson Lima está matematicamente eleito para o governo do Amazonas. Wilson Lima tem 58,54% dos votos. O segundo colocado, Amazonino Mendes, do PDT, tem 41,46% dos votos.

Amapá

O candidato do Partido Democrático Trabalhista (PDT), Waldez Góes, foi reeleito governador do Amapá no segundo turno das eleições 2018. Goéz obteve 52,35% dos votos válidos e o segundo colocado, João Alberto Capiberibe, do Partido Socialista Brasileiro (PSB-AP), teve 47,65% dos votos.

Mato Grosso do Sul

Com 100% das urnas apuradas, Reinaldo Azambuja (PSDB) foi reeleito governador de Mato Grosso do Sul, com 52,35% dos votos. O tucano recebeu 677.310 votos contra 616.422 (47,65%) de seu adversário, o juiz federal aposentado, Odilon de Oliveira (PDT).

Pará

O candidato Helder Barbalho (MDB) foi eleito neste domingo, 28, governador do Pará. Com 99,98% das urnas apuradas, Barbalho acumulou 55,43% dos votos válidos contra 44,57% do seu adversário, Marcio Miranda, do DEM.

Rondônia

O candidato Coronel Marcos Rocha (PSL) foi eleito neste domingo, 28, governador de Rondônia com 66,34% dos votos válidos. O segundo colocado, Expedito Júnior (PSDB), teve 33,66% dos votos.

Roraima

O candidato do PSL, Antonio Denarium, foi eleito neste domingo, 27, governador de Roraima. Com 99,91% das urnas apuradas, Denarium teve 53,36% dos votos válidos. O segundo colocado, José de Anchieta, do PSDB, teve 46,64% dos votos.

Rio Grande do Sul

Com 100% das urnas apuradas, o ex-prefeito de Pelotas Eduardo Leite (PSDB) é o novo governador do Rio Grande do Sul. O tucano, com 53,62% dos votos válidos, bateu o candidato à reeleição, José Ivo Sartori (MDB), com 46,38%, nas eleições 2018.

Santa Catarina

O candidato do Partido Social Liberal (PSL), Comandante Moisés, foi eleito o governador de Santa Catarina. O comandante recebeu 71,09% dos votos válidos, segundo o Tribunal Superior Eleitoral. O segundo colocado, Gelson Merísio, do PDT, teve 28,91% dos votos.

Sergipe

O governador Belivaldo Chagas (PSD) foi reeleito para o cargo com 64,72% dos votos válidos. O segundo colocado, Valadares Filho (PSB), conseguiu 35,28% dos votos.

O Tribunal Regional Eeleitoral encerrou a apuração em Belém ainda na noite de domingo (2). Com 100% das urnas apuradas na capital, a Câmara Municipal já tem definida sua nova composição. Do total de 35 vagas, 14 vereadores foram reeleitos. Dois parlamentares eram suplentes e foram eleitos pela primeira vez neste pleito. Confira, abaixo, a lista de vereadores eleitos para mandato 2016-2019. Mais informações no site do TSE.

O resultado das eleições para vereador coloca na Câmara de Belém políticos tradicionais, como Marinor Brito (PSOL) e Nemias Valentim (PSDB), mas também revela nomes estranhos à cena política, como John Wayne (PMDB), Gleisson (PSB), Bieco (PR) e Toré Lima (PRB).

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Veja os vereadores eleitos em Belém

Marinor Brito (PSOL) - 13997 votos

Joaquim Campos (PMDB) - 11954 votos

Gustavo Sefer (PSD) - 11583 votos

Adriano Coelho (PDT) - 9745 votos

Simone Kahwage (PRB) - 9575 votos

John Wayne (PMDB) - 9132 votos

França (PRB) - 8801 votos

Victor Dias (PTC) - 8320 votos

Zeca Pirão (SD) - 7842 votos

Igor Andrade (PSB) - 7703 votos

Delegado Nilton Neves (PSL) - 7172 votos

Mauro Freitas (PSDC) - 6899 votos

Gleisson (PSB) - 6648 votos

Paulo Bengtson (PTB) - 6646 votos

Rildo Pessoa (PT do B) - 6402 votos

Moa Moraes (PC do B) - 6401 votos

Professor Wellington Magalhães (PPS) - 6349 votos

Igor Normando (PHS) - 6172 votos

Nemias Valentim (PSDB) - 5934 votos

Dinely (PSC) - 5880 votos

Blenda Quaresma (PMDB) - 5688 votos

Henrique Soares (PDT) - 5571 votos

Fabrício Gama (PMN) - 5462 votos

Marciel Manão (PEN) - 5218 votos

Emerson Sampaio (PP) - 4586 votos

Dr. Elenilson (PT do B) - 4570 votos

Lulu Pinheiro (PTC) - 4568 votos

Celsinho Sabino (PSC) - 4398 votos

Bieco (PR) - 4081 votos

Toré Lima (PRB) - 4077 votos

Sargento Silvano (PSD) - 3903 votos

Fernando Carneiro (PSOL) - 3543 votos

Altair Brandão (PC do B) - 3444 votos

Amaury da APPD (PT) - 3090 votos

Dr. Chiquinho (PSOL) - 2980 votos 

 

Os arranjos políticos resultante da escolha do novo secretariado do Governo de Pernambuco, apresentado pelo futuro gestor do Executivo estadual, Paulo Câmara, na última segunda-feira (15), ocasionará mudanças no parlamento Federal, Estadual e Câmara Municipal do Recife. E a nova conjuntura não altera apenas a composição da nova gestão, pois interfere nos mandatos atuais. 

Com a escalação de deputados federais eleitos, como Danilo Cabral (PSB) e Felipe Carreras (PSB), para as secretárias de Planejamento e Turismo, respectivamente, abre vaga na Câmara Federal. O vereador do Recife, Raul Jungmann (PPS), que conquistou 36.866 votos, mas não conseguiu se eleger, será contemplado com a escolha de Sebastião Oliveira para Secretaria de Transportes. Logo, sua vaga na Casa José Mariano será ocupada pela correligionária, Vera Lopes (PSS). 

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Outros suplentes que serão beneficiados pela escolha de Paulo Câmara são Augusto Coutinho (SD), que deve substituir Danilo Cabral, Fernando Monteiro passará a ocupar a cadeira de Felipe Carreras, André de Paula (PSD) cede a vaga para Cadoca (PCdoB).  

Danilo Cabral também está com um mandato em exercício na Câmara, mas não poderá finaliza-lo, pois terá que assumir o comando da secretaria delegada a ele, em janeiro. O suplente, Ninho, irá gozar dos direitos políticos de deputado federal por apenas um mês e no período do recesso parlamentar. O mesmo acontecerá com Edgar Moury Fernandes, que assumirá a vaga de André de Paula. 

Na Alepe, haverá  apenas uma modificação na composição do legislativo. Nilton Mota (PSB) não assume o mandato de deputado estadual, cedendo à vaga para o atual deputado, Antônio Moraes (PSDB). 

Mas os suplentes não serão diplomados na próxima sexta-feira (19), junto com os eleitos. De acordo com a assessoria do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE), não haverá uma cerimônia específica para a diplomação dos substitutos, mas o documento poderá ser solicitado na secretaria judiciária, na sede do TRE-PE, a partir do dia 22/12. 

A diplomação dos novos parlamentares será realizada no Teatro Guararapes, Centro de Convenções, a partir das 15h. A solenidade será comandada pelo Presidente da Corte Eleitoral, Desembargador Fausto Campos. Receberão os certificados o Governado eleito (Paulo Câmara), seu vice-governador (Raul Henry), o senador (Fernando Bezerra Coelho), 25 deputados federais e 49 deputados estaduais. 

Qualquer cidadão poderá assistir à solenidade, mas mediante a apresentação de senha que deve ser solicitada ao cerimonial do TRE. 

Confira a lista completa:

GOVERNADOR E VICE

PAULO HENRIQUE SARAIVA CÂMARA

RAUL JEAN LUIS HENRY JUNIOR

SENADOR

FERNANDO BEZERRA DE SOUZA COELHO

DEPUTADOS FEDERAIS

ADALBERTO CAVALCANTI RODRIGUES

ANDERSON FERREIRA RODRIGUES

ANDRE CARLOS ALVES DE PAULA FILHO

BRUNO CAVALCANTI DE ARAÚJO

DANIEL PIRES COELHO

DANILO JORGE DE BARROS CABRAL

EDUARDO HENRIQUE DA FONTE DE ALBUQUERQUE SILVA

FELIPE AUGUSTO LYRA CARRERAS

FERNANDO BEZERRA DE SOUZA COELHO FILHO

FRANCISCO EURICO DA SILVA

FRANCISCO TADEU BARBOSA DE ALENCAR

HEBERTE LAMARCK GOMES DA SILVA

JARBAS DE ANDRADE VASCONCELOS

JOAO FERNANDO PONTUAL COUTINHO

JORGE WICKS CÔRTE REAL

JOSE CAVALCANTI ALVES JUNIOR

JOSÉ MENDONÇA BEZERRA FILHO

KAIO CÉSAR DE MOURA MANIÇOBA NOVAES FERRAZ

LUCIANA BARBOSA DE OLIVEIRA SANTOS

LUIZ GONZAGA PATRIOTA

MARINALDO ROSENDO DE ALBUQUERQUE

RICARDO TEOBALDO CAVALCANTI

SEBASTIAO IGNACIO DE OLIVEIRA JUNIOR

SILVIO SERAFIM COSTA

WOLNEY QUEIROZ MACIEL

DEPUTADOS ESTADUAIS

ALBERTO JORGE DO NASCIMENTO FEITOSA

ÁLVARO PORTO DE BARROS

ANDRÉ FERREIRA RODRIGUES

ÂNGELO RAFAEL FERREIRA DOS SANTOS

ANTONIO GERALDO RODRIGUES DA SILVA

ANTONIO VALDI DE FRANÇA SALES

AUGUSTO CESAR ELIHIMAS DE CARVALHO

CLAUDIANO FERREIRA MARTINS FILHO

CLEITON GONÇALVES DA SILVA

CLODOALDO MAGALHÃES OLIVEIRA LYRA

DIOGO CASÉ MORAES

EDILSON FRANCISCO DA SILVA

EVERALDO CABRAL DE OLIVEIRA

FRANCISMAR MENDES PONTES

GUILHERME ARISTOTELES UCHOA CAVALCANTI PESSOA DE MELO

HENRIQUE JOSÉ QUEIROZ COSTA

JOÃO EUDES MACHADO TENORIO

JOAQUIM ELIAS CARNEIRO DE LIRA

JOEL MAURINO DO CARMO

JOSE ADALTO DOS SANTOS

JOSÉ AGLAILSON QUERALVARES JUNIOR

JOSÉ ALUISIO LESSA DA SILVA FILHO

JOSÉ EDUINO DE BRITO CAVALCANTI

JOSÉ ERIBERTO MEDEIROS DE OLIVEIRA

JOSE HUMBERTO DE MOURA CAVALCANTI FILHO

JOSE MAURICIO VALLADAO CAVALCANTI FERREIRA

JOSÉ ROBERTO SANTOS DE MOURA ACCIOLY

JÚLIO FREIRE CAVALCANTI

LUCAS CAVALCANTI RAMOS

LUIZ CABRAL DE OLIVEIRA FILHO

LUPERCIO CARLOS DO NASCIMENTO

MANOEL JOSE DOS SANTOS

MARIA DO SOCORRO HOLANDA MUNIZ FALCÃO DO ESPÍRITO SANTO

MARIA TERESA LEITÃO DE MELO

MIGUEL DE SOUZA LEÃO COELHO

NILTON DA MOTA SILVEIRA FILHO

ODACY AMORIM DE SOUZA

OSSESIO JOSE DA SILVA

PEDRO SERAFIM DE SOUZA NETO

PRISCILA KRAUSE BRANCO

RAQUEL TEIXEIRA LYRA

RICARDO JOSÉ DE OLIVEIRA COSTA

RODRIGO CAVALCANTI NOVAES

ROGERIO ARAÚJO LEÃO

ROMARIO DE CASTRO DIAS PEREIRA

SILVIO SERAFIM COSTA FILHO

SIMONE ALICE DE OLIVEIRA SANTANA

VINÍCIUS LABANCA

WALDEMAR ALBERTO BORGES RODRIGUES NETO

É o dinheiro, candidato! Quanto mais o postulante a um cargo legislativo arrecada, maior a chance de ele conseguir o que quer. Juntos, os cerca de 1,5 mil deputados federais, estaduais e distritais e os senadores eleitos gastaram 29% mais que a soma das despesas dos mais de 13 mil candidatos que não se elegeram. Os vencedores arrecadaram R$ 1,4 bilhão, ante R$ 1,1 bi dos derrotados. Na média, os eleitos gastaram 11 vezes mais que os não eleitos.

A diferença entre o gasto médio de vencedores e vencidos varia de cargo para cargo. A disputa financeira menos desigual é no Senado. São menos candidatos - média de 4 por vaga - e os partidos podem canalizar mais recursos para as candidaturas. Entre os concorrentes a senador, a campanha dos eleitos custou 4,3 vezes mais que a dos derrotados: R$ 4,9 milhões, em média, ante R$ 1,1 milhão para os que não irão a Brasília.

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Na eleição para a Câmara dos Deputados é que o cofre pesa mais. Os 513 vencedores gastaram, em média, R$ 1,422 milhão para se eleger, em um custo total de R$ 723 milhões. Já os milhares de candidatos que ficaram pelo caminho gastaram, juntos, pouco mais de metade disso. Na média, suas campanhas custaram 93% menos que a dos eleitos. Mesmo assim, gastaram R$ 397 milhões.

O dinheiro faz tanta diferença na eleição para deputado federal que há faixas de sucesso e de insucesso, proporcionais a quanto o candidato gastou. Por exemplo: todos aqueles que arrecadaram mais de R$ 5 milhões se elegeram. Foram dez, como Sergio Sveiter (PSD-RJ), que angariou R$ 5,7 milhões para conquistar 57 mil votos, média de R$ 99 por voto - a mais cara da nova Câmara.

Se o candidato à Câmara não puder gastar tanto, mas quiser assumir um risco de não se eleger menor do que 10%, ele terá de gastar entre R$ 3 milhões e R$ 5 milhões. Foram 59 os candidatos que gastaram nessa faixa, dos quais 54 se elegeram. O que gastou menos nesse grupo, Carlos Sampaio (PSDB-SP), declarou R$ 3 milhões. Entre os cinco que não tiveram a mesma eficiência está, por exemplo, Newton Lima (PT-SP), que gastou R$ 3,6 milhões mas não conseguiu voltar à Câmara.

Dos que gastaram mais de R$ 1 milhão e menos de R$ 3 milhões, 65% tiveram sucesso. Já entre os candidatos à Câmara que arrecadaram menos de R$ 500 mil, apenas 3% conseguiram garantir o mandato.

É claro que as chances de ser eleito dependem não apenas dos votos do candidato, mas da soma de sufrágios de sua coligação - e que isso varia de partido para partido e é diferente em cada Estado. Por isso, não é possível afirmar que os valores desta eleição sejam uma regra replicável em pleitos futuros.

Causalidade

Os dados tampouco provam o sentido da correlação. Uma corrente da ciência política advoga que o fato de um candidato já ser favorito facilita a arrecadação de recursos para sua campanha e a torna mais rica. Mas a maioria dos pesquisadores concorda que o oposto é mais determinante: mais dinheiro, mais votos.

Certo é que a regra não vale igualmente para todos. Ao menos não com a mesma intensidade, lembra o professor de ciência política da USP Bruno Speck. Especialista em financiamento eleitoral, seus estudos mostram que o peso do dinheiro depende muito se o candidato concorre à reeleição ou se ele é um novato.

Um parlamentar já larga com 60% de chance de ser eleito, e aumenta essa probabilidade em função da quantidade de recursos que consegue arrecadar. Já o novato parte com uma chance muito menor, que beira a zero, e vai aumentando suas possibilidades na razão direta de quanto ele consegue de doações. "Assim, o dinheiro alavanca mais o novato do que o candidato à reeleição", afirma.

Num artigo que Speck publicou recentemente, a intensidade da associação entre dinheiro e desempenho eleitoral depende do tipo de candidato, e é mais forte para os novatos, principalmente as mulheres, e menos forte para os homens que já estão no cargo.

Mobilização. O dinheiro só pesa pouco para um tipo de deputado: o que está inserido em redes sociais com interesses homogêneos e que se mobilizam para eleger um representante por sua ideologia.

O voto mais barato da nova Câmara foi o do pastor Marco Feliciano (PSC-SP), que representa os evangélicos, defende valores sociais tradicionais e ganhou notoriedade ao presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Não por acaso, o segundo voto mais barato foi o de seu antípoda, Jean Wyllys (PSOL-RJ), que defende o casamento gay e a legalização da maconha. O custo do voto do primeiro foi de R$ 0,37 e o do segundo, de R$ 0,47. Na média, seus futuros colegas gastaram R$ 12,60 por voto para chegar à Câmara. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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