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O diretor de Pesquisas Macroeconômicas do Bradesco, Octavio de Barros, disse nesta quinta-feira (12) que o governo deverá entregar neste ano um superávit primário da ordem de 0,7% na proporção do Produto Interno Bruto (PIB). Ou seja, a meta proposta de 1,2% não deverá ser atingida, disse o diretor do Bradesco durante o seminário "Os 100 dias do Novo Governo", realizado pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef).

Mas, de acordo com Barros, o que vale é a mudança de atitude longitudinal. "Entregar a meta não nos diz nada em termos de futuro", disse. O economista defendeu a adoção da regra que atrelasse a expansão do gasto público ao crescimento do PIB. "A melhor forma de um País fazer poupança é desfazendo a despoupança do setor público", afirmou o diretor do Bradesco.

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O Departamento Econômico do Bradesco projeta para este ano uma queda de 8% na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). Segundo Barros, o problema maior do Brasil hoje é corporativo, é a parte micro que afeta as empresas . "A parte macro está endereçada. Joaquim Levy e Otacílio Godoy (ministro da Fazenda e secretário-executivo da Fazenda, respectivamente) estão gostando do trabalho e vão até o fim."

Assim mesmo o economista do Bradesco prevê uma queda de 1,5% do PIB neste ano, um déficit em conta corrente de US$ 30 bilhões e uma taxa de inflação de 8%.

Sobre o atual momento político que se volta contra a presidente Dilma, o diretor do Bradesco ressalvou que "não se pode confundir baixa popularidade com legitimidade". É bom lembrar que em 1999 FHC teve avaliação de ótimo e bom por apenas 9% da população", disse.

O economista entende que os ministros Levy e Nelson Barbosa, do Planejamento, são competentes e vão conseguir recolocar a economia a trajetória do crescimento.

O diretor de Pesquisas Macroeconômicas do Bradesco, Octavio de Barros, disse nesta quinta-feira (21) que no departamento econômico do banco não se trabalha com a tese de que uma série de reajustes de tarifa de serviços, o chamado tarifaço, possa provocar uma explosão na taxa de inflação do País.

De acordo com ele, que proferiu palestra em evento da SCA System Consultores Associados em São Paulo, é sabido que se necessita ajustar os preços administrados, mas "não acreditamos na tese do tarifaço no sentido de que vai haver uma explosão da inflação". Para o economista, enquanto os preços administrados estiverem sendo ajustados, outros preços como os dos alimentos e dos serviços deverão mostrar queda.

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Para o Bradesco, a tarifa de energia deverá ser aumentada em 16% neste ano e em 14,50% em 2015. Para a gasolina o economista espera um aumento de cerca de 5% na bomba para este ano, o que significa mais ou menos 16% de alta nas refinarias. "E isso já está no nosso IPCA para o ano que vem", disse Barros, que projeta uma inflação de 6,3% para este ano e de 6% para 2015.

Câmbio

De acordo com Barros, há muita controvérsia nas discussões sobre a taxa de câmbio. "Nenhum economista sério pode dizer que o câmbio vai ser isso ou aquilo. A nossa previsão assusta muita gente porque alguns acham que precisamos ter mais câmbio. É natural, não vou brigar se alguém nesta sala dizer que precisamos de mais cinco centavos na curva a cada ano", afirmou.

"Mas não posso deixar de mencionar que o que determina câmbio no curto prazo não são os fundamentos macroeconômicos. Não é pessoal", enfatizou Barros. "Fundamento determina câmbio", continuou, "é no médio e longo prazos. No curto prazo, o que determina taxa de câmbio é confiança. Confiança sim aprecia câmbio".

De acordo com o diretor do Bradesco, "se piorar a confiança, o câmbio pode se apreciar mais ainda". Ainda segundo ele, se as taxas de juros dos Treasuries dos EUA "se abrirem mais rápido é evidente que a taxa de câmbio aqui vai andar mais rápido também".

"Mas eu não acredito. Acho que as Treasuries vão se abrir de forma muito lenta e acho que, com os ajustes adaptativos que nós vamos fazer, independente de quem vai ganhar a eleição, poderemos ter uma melhora da confiança e isso atenua bastante a depreciação que, teoricamente, os fundamentos sugerem. Além do que o diferencial entre as taxas de juros do Brasil e do mundo vai continuar gigantesco", explicou, acrescentando que para o cenário inflacionário isso é relevante.

"Nós temos um patamar de inflação que vai manter a taxa de juros ainda neste patamar de 11%. E a taxa de juros no mundo vai continuar relativamente baixa. Ou alguém se ilude que Japão e Europa e mesmo Estados Unidos vão crescer de forma exuberante levando a uma mudança na política monetária?", questionou Barros.

Então, disse ele, esse diferencial de juros num país como o Brasil, que não tem problemas de solvência, de calote, manterá os fluxos de capitais interessados ainda em Brasil.

O Bradesco trabalha com taxas de câmbio de R$ 2,35 em 2014, R$ 2,45 em 2015, R$ 2,55 em 2016, R$ 2,62 em 2017 e R$ 2,70 em 2018.

As medidas de incentivo ao crédito anunciadas na quarta-feira, 20, pelo Banco Central e pelo Ministério da Fazenda são positivas, mas devem surtir efeito somente no médio prazo, pois o maior entrave ao crescimento do crédito no Brasil não é a oferta, mas a demanda dos consumidores. A avaliação foi feita nesta quinta-feira, 21, pelo economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros, durante evento sobre o cenário econômico de 2015 promovido pela SCA.

"O que trava o crédito à pessoa física é a confiança do consumidor. Não é um problema de oferta, os bancos estão fazendo o dever de casa. O mesmo vale para as pessoas jurídicas", disse o economista a jornalistas. Ele citou o crédito a veículos e disse que a retomada do crescimento nesse segmento dependerá do apetite do consumidor na busca por financiamento.

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O economista destacou que, em sua avaliação, a inadimplência está em um dos níveis mais baixos da história, e que este não é um entrave para o crescimento do crédito. "Ao contrário do que muita gente fala, estamos vivendo uma das mais baixas inadimplências bancárias da história", disse. Em sua visão, o que está "comendo" o orçamento das famílias é o maior nível de consumo e não o endividamento excessivo. Segundo Barros, existe maior inadimplência apenas em setores muito desfavorecidos dentro das classes D e E.

De acordo com Barros, o cenário atual de inadimplência foi criado pela maior cautela adotada pelos bancos desde 2011 e também pelo conservadorismo dos consumidores. Uma evidência, segundo ele, é a queda do crédito rotativo do cartão de crédito.

A economia brasileira em 2015 tende a uma semelhança muito grande com 2003, disse nesta quinta-feira (21), o diretor de Pesquisa Macroeconômica do Bradesco, Octavio de Barros, durante evento da SCA System Consultores Associados que ocorre hoje e amanhã em São Paulo.

Neste sentido, segundo o economista, como foi em 2003, o primeiro semestre do ano que vem será de ajustes e reformas e o segundo semestre de recuperação da confiança. De acordo com Barros, a previsão de crescimento do PIB nacional para este ano é de 1%, mas com algum viés de baixa. Em 2015, no entanto, disse o diretor do Bradesco, a economia brasileira deve crescer a uma taxa de 1,5%.

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"Acho que vamos crescer 1,5% em 2015, porque já estamos fazendo alguns ajustes, como na energia elétrica, por exemplo", disse Barros. Uma área que poderá contribuir para o melhor desempenho da economia brasileira em 2015, segundo Barros, é a produção de petróleo, que deve crescer no ano que vem acima da expansão de 5,8% prevista para neste ano.

Outra variável que de acordo com o economista do Bradesco vai ajudar é o consumo das famílias, que deve se expandir a uma taxa de 1,5% neste e no próximo ano. "É natural que o consumo das famílias cresça em diálogo com o crescimento do PIB", observou.

Mas esse patamar de crescimento do PIB deve se alargar, de acordo com Barros. "Não vai ficar nesse patamar. Vai se recuperar. É intuitivo se imaginar que o PIB potencial do Brasil vai ficar em 3,5%", disse o diretor do Bradesco, que antes acreditava que fosse de 4%, mas que alterou sua visão diante da mudança do patamar de crescimento da economia global.

Para Barros, o problema do Brasil é eminentemente industrial, e o setor só deve se recuperar porque a base de comparação é baixa.

O diretor do departamento econômico do Bradesco, Octávio de Barros, afirmou que "o Banco Central está muito determinado a manter o câmbio entre R$ 2,20 e R$ 2,25". Para ele, a posição do BC tem como foco conter o excesso de volatilidade no mercado do dólar.

Barros estima que a cotação da moeda brasileira ante a americana deve fechar este ano em R$ 2,25 e no encerramento de 2014 deverá chegar a R$ 2,35. De acordo com ele, o BC deverá levar até o fim do ano a sua programação de venda diária de dólares por leilões de swap cambial e de linha. "Acredito que o Banco Central está comprometido a suprir a demanda de hedge em 2013 e 2014, especialmente para atender questões relacionadas a dívidas e remessas", ponderou. Ele fez os comentários em palestra realizada na Câmara do Comércio França Brasil.

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Para o economista, o déficit de contas correntes neste ano deve ficar em US$ 79 bilhões e atingir US$ 76 bilhões em 2014, o que significaria 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) e 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB), respectivamente. Contudo, Barros destacou que boa parte deste déficit das contas internacionais está sendo provocado pela piora da conta petróleo, motivada por questões de produção do combustível no Brasil.

Neste ano, ele estima que o saldo negativo comercial relacionado ao petróleo deve atingir perto de US$ 26 bilhões. Segundo Barros, sem esse déficit, o déficit de transações correntes no País seria menor e atingiria cerca de 2,5% do PIB.

Por outro lado, Octávio de Barros aponta que à primeira vista a magnitude do déficit de transações correntes poderia parecer desconfortável, mas o País desfruta de condições plenamente favoráveis para financiá-lo. Ele apontou que o investimento estrangeiro direto deve atingir um montante entre US$ 55 bilhões e US$ 60 bilhões neste ano e no próximo, o que deve garantir ao Brasil a terceira posição como maior receptor de IED no mundo.

Barros ressaltou também que na fase atual, o Banco Central busca reduzir a volatilidade do câmbio evitando a todo custo uma situação artificial. "Na minha visão, uma taxa oscilando entre R$ 2,20 e R$ 2,25 no curto prazo ajudaria bastante o trabalho do Banco Central, mas isso não depende dele e sim de condições globais e sobretudo da continuidade de melhora da confiança", ponderou. Ele fez os comentários em palestra realizada na Câmara do Comércio França Brasil.

O mercado de capitais brasileiro deve retomar as atividades no início de setembro, segundo o diretor de Estudos Econômicos do Bradesco, Octavio de Barros. Para ele, as empresas estão postergando ofertas somente por causa do atual momento de incertezas e alta volatilidade, que deve mudar até o fim do ano. "É um momento circunstancial natural, pois o mercado internacional de capitais está virtualmente parado. Mas a partir de 10 de setembro as coisas começam a voltar a uma certa normalidade", disse em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Ele ressalta que a janela de oportunidade nos mercados emergentes não foi fechada, e que há possibilidade de companhias irem a mercado ainda neste ano. "Não há uma parada súbita de capitais como muita gente erroneamente sugere. Seria totalmente precipitado dizer que as ofertas ficarão para o ano que vem. Muitas operações estão no pipeline aguardando a melhora do mercado. Nomes importantes do Brasil certamente irão a mercado tão logo essa volatilidade se reduza, é natural aguardar um momento mais oportuno", afirmou.

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Barros acredita haver uma confusão entre reprecificação de ativos de emergentes e fechamento de mercado para emergentes. "São coisas completamente diferentes. Ainda há apetite importante para os países emergentes, mas claro que não no momento de grande incerteza global", comentou.

Como exemplo "emblemático" disso o executivo citou a emissão de bônus da Bolívia, de dez anos, que pagou 6,5%, e foi considerada bem sucedida. "É um país com risco bem pior que Brasil. Seria uma temeridade sugerir que o mercado internacional está fechado para emergentes, é apenas um momento", reforçou.

Ele destacou ainda que a taxa de rolagem brasileira está "bem acima de 100%" e "vai continuar assim". Barros também disse que há de fato um deslocamento de capitais para a economia americana, mas que tudo reflete o momento de alta volatilidade combinado com as férias no hemisfério norte. O executivo esteve presente no XI Encontro Nacional da Comunidade SCA.

A decisão do governo anunciada na terça-feira, 4, pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, de reduzir de 6% para zero o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que incide sobre os investimentos estrangeiros em renda fixa tende a atenuar a depreciação do real, que vem seguindo um movimento global de fortalecimento do dólar frente à maioria das moedas. A avaliação é do diretor de Pesquisas Macroeconômicas do Bradesco, Octavio de Barros, e consta de relatório que o banco enviou nesta quarta-feira, 5, a seus clientes. A medida, ressalta Barros, ocorre quase quatro anos após o governo ter resolvido taxar os investimentos estrangeiros em renda fixa.

O ministro Mantega, ao justificar a decisão, disse que estava retirando os obstáculos para o ingresso de capital estrangeiro para aplicações de renda fixa, que são sobretudo aplicações em títulos do Tesouro do Brasil. "No passado, tínhamos elevado este tributo, que era zero, para 6%, porque havia grande liquidez no mercado internacional, e essa liquidez ameaçava entrar fortemente no Brasil, atrapalhando nosso câmbio e nossas atividades", afirmou o ministro. "Recentemente, eliminamos o IOF que havia sobre o mercado de renda variável, retiramos e esse mercado está normalizado. Agora observamos possibilidade de redução da liquidez externa, inclusive para o Brasil."

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Segundo o diretor do Bradesco, vale dizer que, além da influência vinda das expectativas relacionadas à retirada dos estímulos monetários por parte do Federal Reserve (Fed), a tendência de enfraquecimento da moeda brasileira tem sido impactada pela desaceleração em curso da China - que vem puxando os preços das commodities para baixo - e por fundamentos domésticos, como o aumento do déficit em transações correntes do balanço de pagamentos.

"Essa iniciativa é oportuna e, combinada ao ajuste da política monetária em curso, deve impactar de forma favorável a leitura dos agentes econômicos, sobretudo investidores estrangeiros, sobre a condução da política econômica no País, no sentido de menor intervencionismo", avaliou Barros. "Vemos, portanto, essa medida como o início de uma possível releitura positiva do mercado sobre as oportunidades de investimentos no Brasil. Com isso, a tese da retomada do pragmatismo deve voltar a se propagar", afirmou o economista.

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