Tópicos | mercado de capitais

A Bossanova Investimentos, micro venture capital que investe em startups em estágio pré-seed com atuação em todo o país, anuncia a chegada do empresário Janguiê Diniz em seu quadro de acionistas com aquisição de 25% da empresa por valor não revelado. 

A partir desse novo passo, a investidora pretende acelerar sua missão de democratizar o acesso ao capital por meio de investimentos em série no estágio inicial. E isso será possível devido a toda expertise e know-how de Janguiê no mercado de capitais. Dono do family office Epitychia e fundador do grupo Ser Educacional, considerado o maior do setor de Ensino Superior no Norte e Nordeste e um dos maiores do país, o empreendedor terá como responsabilidade ajudar na estratégia empresarial e gestão da investidora.

##RECOMENDA##

A partir da próxima segunda-feira (26), Janguiê já passa a atuar ativamente na Bossanova. “É muito bom ver como minha relação com a Bossanova vem sendo construída e se fortalecendo ao longo dos últimos anos, sempre baseada na confiança e parceria, e que culminou nessa sociedade. Espero colaborar com o crescimento de todo o grupo e também ajudar no estímulo às startups brasileiras, pois sabemos o potencial que o nosso país tem nesse campo”, avalia.

Janguiê Diniz teve sua trajetória pautada na educação. É mestre e doutor em Direito pela UFPE, foi Juiz Federal do Trabalho, Procurador do Ministério Público da União e professor da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Em 2003 criou a Faculdade Maurício de Nassau, embrião do grupo Ser Educacional – hoje um dos maiores grupos de ensino superior do País e que está listado na Bolsa de Valores desde 2013. Janguiê além de fundador, ocupa o cargo de presidente do Conselho de Administração do grupo. Em 2014 criou a Epitychia, seu family office focado em Private Equity, Venture Capital e Real Estate e que fica sediado em São Paulo. Já investiu em diversas startups e empresas com modelos de negócios escaláveis. Também é fundador e presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo, organização sem fins lucrativos que atua no fomento à educação empreendedora por meio da oferta de cursos online e gratuitos para ajudar os jovens carentes, especialmente de escolas públicas a empreender na vida e nos negócios.

Fundada em 2015 com a junção do portfólio de startups investidas dos investidores-anjos João Kepler e Pierre Schurmann, a Bossanova foi pensada para preencher uma lacuna entre os aportes iniciais que as startups recebem e as rodadas de investimento que realizam quando a operação já está consolidada.

Segundo João Kepler, CEO da investidora, apesar de Janguiê já ter investimentos junto à Bossanova em diversas startups, agora resolveram dar esse passo maior e importante para conquistar novos projetos. “É um empresário de grande experiência e sucesso que veio para nos agregar com sua visão e conhecimento no mercado de capitais, por já possuir uma empresa listada na Bolsa de Valores. Estamos muito contentes com essa adição que vai contribuir para o crescimento da Bossanova e do ecossistema brasileiro de startups”, finaliza Kepler.

Sobre a Bossanova

Criada em 2015 por meio da união do portfólio dos investidores-anjos João Kepler e Pierre Schurmann, a Bossanova Investimentos tem crescido e se fortalecido com novos sócios: o Grupo BMG, desde 2017; o empresário Thiago Oliveira, desde 2019; o Grupo Primo, desde março deste ano, liderado por Thiago Nigro; e, a partir de hoje, Janguiê Diniz, da Epitychia. Em seu portfólio, constam mais de 550 startups como RankMyApp, Smarthint, Kinvo, Hand Talk, Hallo, entre muitas outras e diversas saídas (exits) em startups tais como dLieve, Agenda Edu, Melhor Envio, Pedala e outras.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está concluindo uma reformulação em sua atuação no mercado de capitais. A meta é lançar até junho uma nova política para definir a compra de participações acionárias ou investimentos em títulos de dívida corporativa, também conhecidos como debêntures. A instituição promete uma presença mais atuante nesse segundo segmento, disse a diretora de Mercado de Capitais do BNDES, Eliane Lustosa.

Segundo a executiva, um dos objetivos é dar mais liquidez ao mercado secundário de debêntures, uma antiga demanda dos investidores institucionais (como grandes fundos de pensão brasileiros e grandes investidores estrangeiros). Eliane adiantou que o banco lança nesta terça-feira, 25, a chamada pública para selecionar o gestor de um fundo de até R$ 200 milhões de "venture debt", para oferecer financiamento a pequenas empresas inovadoras. Um fundo de recebíveis também está nos planos para o segundo semestre, com foco em médias empresas.

##RECOMENDA##

A BNDESPar, empresa de participações do banco, é o maior investidor institucional do País, lembrou Eliane. A carteira total encerrou 2016 avaliada em R$ 92,5 bilhões. Com a nova política operacional, a ideia é ter regras mais claras sobre a atuação desse "gigante" do mercado. "A gente tem trabalhado no sentido de dar mais transparência às escolhas nas entradas dos investimentos, seja em equity (ações), seja em dívida", disse.

Novo foco

Em janeiro, o BNDES anunciou a nova política operacional para as operações de crédito, reservando as melhores condições em termos de juros e prazos aos projetos com atributos que sinalizem benefícios públicos ("externalidades") maiores do que os privados (a rentabilidade do investidor).

À época, a presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, explicou que a ideia é mudar o foco das prioridades do banco dos setores para as características dos projetos. Investimentos em infraestrutura social (como o saneamento básico), inovação, eficiência energética e ambiental, por exemplo, serão favorecidos.

Segundo Eliane, os mesmos princípios guiarão as políticas operacionais para o mercado de capitais. Será acrescentado um atributo: o desenvolvimento do mercado em si. Aí estão incluídas tanto as ações para ampliar a liquidez quanto aquelas para oferecer acesso a empresas que não operam no mercado.

Esse é o intuito do fundo de "venture debt". O instrumento financeiro, voltado para empresas iniciantes, ainda não existe no País, que já possui fundos especializados em "venture capital". Famosos no Vale do Silício, os fundos de "venture capital" aportam recursos em empresas iniciantes, principalmente no setor de tecnologia da informação, em troca de fatias na composição acionária. No "venture debt", em vez de vender parte de seu capital, a empresa emite títulos de dívida a serem comprados pelo fundo.

Segundo o chefe do Departamento de Investimento em Fundos do BNDES, em países

desenvolvidos, as operações de "venture debt" respondem por cerca de 10% do total aplicado em "venture capital". No Brasil, o BNDES estima que esse segmento tem potencial para chegar a R$ 1 bilhão.

O BNDES espera lançar o novo fundo em até 180 dias. Poderão recorrer a ele firmas com faturamento anual de, no máximo, R$ 90 milhões, dos setores de tecnologia da informação, novos materiais, biotecnologia, nanotecnologia e audiovisual. A BNDESPar investirá até R$ 80 milhões, limitados ao teto de 50% no patrimônio máximo de R$ 200 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O diretor-presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, disse nesta quinta, 27, que espera que o governo olhe para trás para ver que no passado a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) "destruiu o mercado de capitais" e que, caso esse tributo retorne, que seja implementado de uma forma que preserve esse mercado, especialmente o de ações. "O mercado de ações vive de compras e vendas diárias e constantes. Tendo o imposto, em qualquer alíquota que seja, é danoso", destacou a jornalistas, após abertura do 7º Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais, organizado pela Bolsa em Campos do Jordão.

Edemir disse que no Brasil já existem muitos tributos e que, por outro lado, entende a dificuldade do governo em relação à situação fiscal do País, mas diz que a questão precisa ser olhada com cuidado para que o impacto que existiu no passado não ocorra novamente caso o tributo volte a ser adotado. Segundo ele, "o mercado de capitais demorou para conseguir se reerguer" depois da CPMF.

##RECOMENDA##

O presidente da Bolsa disse que, caso se confirme essa intenção do retorno da contribuição, a Bolsa deverá procurar o governo para entender melhor a questão e para conversar sobre o assunto.

As empresas dos grupos econômicos com os quais a Petrobrás suspendeu negócios temporariamente por terem sido citadas como integrantes do cartel investigado na operação Lava Jato, da Polícia Federal, têm papéis no valor de R$ 7,65 bilhões em poder do mercado doméstico. É o que mostra levantamento da consultoria Economática, elaborado a pedido do Estado.

A pesquisa levou em conta as posições de carteiras de fundos, segundo informado por seus gestores à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A base foi a lista de 23 fornecedores divulgada pela Petrobrás em 30 de dezembro.

##RECOMENDA##

Os números mostram que quase metade desses papéis, ou R$ 3,7 bilhões, está em poder da Caixa. O restante está pulverizado em outras 35 instituições financeiras de portes variados.

O Estado apurou que a Caixa não tem preocupação em relação a essa exposição porque, segundo uma fonte do banco, a maior parte refere-se a financiamentos cuja garantia é o próprio empreendimento, o chamado "project finance". Essas operações são diferentes do "corporate finance", que é o empréstimo direto às empresas. Os financiamentos, segundo a fonte, foram concedidos em consórcio com outros bancos, como BNDES e Banco do Brasil. Ou seja, o risco não é apenas da Caixa, que emite as debêntures (papéis de dívida privada).

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, encomendou um mapeamento dos volumes e prazos de vencimento dos papéis das empresas investigadas, como informou ontem (16) o Estado. Depois que a OAS, uma das investigadas na Lava Jato, deixou de honrar pagamentos de juros de alguns de seus títulos, surgiu o temor com a descoberta de outros casos semelhantes.

Ratings

O único caso de falta de pagamento até o momento foi o da OAS. Mas outras investigadas tiveram suas notas de crédito rebaixadas pelas agências de classificação de risco. É o caso da Mendes Júnior, Queiroz Galvão, Galvão Participações e Galvão Engenharia, além da própria OAS.

As captações em bônus e ações das empresas são uma parte menor do que essas companhias devem na praça. A maior parte da dívida está em bancos. Uma estimativa que circula no governo dá conta de um endividamento total próximo de R$ 130 bilhões - poderia chegar a R$ 400 bilhões quando consideradas as operações no mercado externo. É um valor elevado, cuja eventual contaminação o governo quer evitar.

Fontes de mercado informam que as investigações da Lava Jato afetaram as empresas de forma heterogênea. Enquanto a OAS amargou uma desvalorização em que cada R$ 100 passaram a valer cerca de R$ 15, outras empresas tiveram quedas mais amenas - caíram de R$ 100 para R$ 85, por exemplo. Isso é considerado razoável num quadro como o atual. Porém, é um indicativo de dificuldade de crédito.

Por outro lado, as subsidiárias dessas companhias no exterior ainda não enfrentam problemas para captar recursos. Assim, essa poderia ser uma alternativa para fortalecer o caixa dessas companhias.

No Brasil, é grande a preocupação com os desdobramentos da Lava Jato. O drama mais imediato é com o balanço do terceiro trimestre de 2014 da Petrobrás, ainda não divulgado - deve ser analisado pelo conselho de administração no dia 27.

A estatal corre o risco de ser declarada inadimplente se não divulgar os dados até o fim de janeiro. É o chamado "default técnico", que pode acarretar punições como o vencimento antecipado de dívidas. Na avaliação de uma fonte do mercado, isso agravaria a crise de crédito. (Murilo Rodrigues Alves, Lu Aiko Otta e Adriana Fernandes) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os fundos de índices (ETFs, na sigla em inglês) são uma das apostas das gestoras para atrair investidores ao mercado de capitais no começo do ano que vem, data prevista para o lançamento dos primeiros ETFs de renda fixa, que foram incluídos na Medida Provisória 651 e trazem algumas vantagens. O produto de renda fixa, além de não contar com o come-cotas, terá alíquotas de IR decrescentes.

Esse desenho tributário deverá favorecer os ETFs de papéis como o IRFM, que acompanha os papeis públicos prefixados, e o IMA-B, que segue a rentabilidade dos títulos indexados ao IPCA, segundo o diretor executivo de Produtos e de Relações com Investidores da BM&FBovespa, Eduardo Guardia. Esses benefícios terão validade a partir do próximo ano.

##RECOMENDA##

A Superintendente de estratégia de fundos indexados da Itaú Asset Management, Tatiana Grecco, lembra que o caminho do surgimento dos ETFs no Brasil segue o histórico externo, com as estratégias atreladas aos índices de renda fixa surgindo posteriormente aos de renda variável. "No Brasil, o desenvolvimento dos ETFs ficou limitado, já que por aqui há pouco cultura de investimento em bolsa", afirma a especialista. Uma das dificuldades para a popularização desses produtos aos investidores pessoas físicas, destaca, é a sua distribuição, que é feita pelas corretoras.

Tatiana destaca ainda que para o investidor de perfil sofisticado, o ETF pode trazer dinamismo para a carteira, podendo, até mesmo ser instrumento de gestão ativa. "O ETF permite fazer arbitragens, é possível fazer operações com opções, por exemplo", destaca a especialista. O Itaú administra seis fundos de índices.

No Brasil, há 16 ETFs listados na BM&FBovespa, - o primeiro deles foi lançado há dez anos - todos de renda variável, sendo um deles com exposição internacional. De acordo com dados de junho da Bolsa, as pessoas físicas respondem por 10,1% do total. A maior fatia está nas mãos dos institucionais, caso dos fundos de pensão, com 37,29%. Em seguida estão as instituições financeiras (28,66%) e os estrangeiros (23,58%). Há dois anos, a Bolsa registrou mais de 35 mil investidores nesse produto, mas atualmente o patamar está na casa dos 25,5 mil, fato relacionado à aversão ao risco.

O grupo de ETFs negociados na Bolsa tem patrimônio líquido de aproximadamente R$ 3 bilhões, e responde por cerca de 1% do total dos volume de ações negociado no mercado brasileiro. O dado enseja que há espaço considerável para o produto crescer, já que em países mais desenvolvidos a representatividade dos ETFs passa para 20%. "O ETF é um instrumento bastante eficiente e com bastante apelo ao investidor", observa Guardia.

A BlackRock é gestora de nove dos 16 fundos de índice negociados no Brasil. Bruno Stein, diretor da gestora e responsável pelo Desenvolvimento de Negócios e corresponsável pelas operações da BlackRock no Brasil, acredita que o ETF de renda fixa poderá exercer um papel relevante na atração da pessoa física, que ainda não investe em Bolsa. "Esse ETF pode ser um instrumento fortíssimo de democratização dos títulos de renda fixa", destaca, dizendo que a BlackRock tem interesse em lançar um produto dessa categoria, mas não deu maiores detalhes.

Dos fundos de ETF da BlackRock, Stein destaca que o produto com o conceito "verde", o ECO11, patrocinado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foi o que mais contou com a presença da pessoa física. O apelo desse produto, lançado em 2012, foi a garantia de recompra dada pelo BNDES, que teve validade de um ano para quem comprou cotas do fundo na oferta primária.

A BlackRock mantém ainda aposta em ETF com exposição internacional. Depois de lançar o primeiro produto com essa característica no Brasil neste ano, com foco nos fundos de pensão, mas também para o varejo, a gestora não descarta novos produtos com essa característica. "Estamos trabalhando com produtos e muito provavelmente deveremos seguir nessa linha. Já temos um grupo de índices que faz sentido para clientes", disse o diretor da BlackRock.

A Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec) quer instituir o voto a distância em assembleias, segundo o presidente da entidade, Mauro da Cunha. "Queremos transpor a dificuldade de nos comunicarmos com investidores estrangeiros e de sensibilizar os investidores institucionais a votar", declarou nesta terça-feira, 17. De acordo com o executivo, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está "muito aberta" para discutir o pleito.

Dentre as sugestões protocoladas na autarquia, mencionou Cunha, também estão a simplificação de procedimentos burocráticos e a liberdade de informação.

##RECOMENDA##

O executivo comentou ainda que o Comitê de Aquisições e Fusões (CAF), lançado recentemente, "tem potencial de ser mais importante para o mercado de capitais brasileiro do que foi o Novo Mercado". "Isso porque o segmento (Novo Mercado) nada mais é do que um check-list para resolver problemas de minoritários nos anos 90. Já com o CAF, se de fato conseguirmos sensibilizar as companhias para aderir, temos capacidade de dar um salto no desenvolvimento do mercado de capitais, e o mercado de capitais tem efeito multiplicador. É de interesse de todos que funcione bem", disse.

O mercado de capitais brasileiro deve retomar as atividades no início de setembro, segundo o diretor de Estudos Econômicos do Bradesco, Octavio de Barros. Para ele, as empresas estão postergando ofertas somente por causa do atual momento de incertezas e alta volatilidade, que deve mudar até o fim do ano. "É um momento circunstancial natural, pois o mercado internacional de capitais está virtualmente parado. Mas a partir de 10 de setembro as coisas começam a voltar a uma certa normalidade", disse em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Ele ressalta que a janela de oportunidade nos mercados emergentes não foi fechada, e que há possibilidade de companhias irem a mercado ainda neste ano. "Não há uma parada súbita de capitais como muita gente erroneamente sugere. Seria totalmente precipitado dizer que as ofertas ficarão para o ano que vem. Muitas operações estão no pipeline aguardando a melhora do mercado. Nomes importantes do Brasil certamente irão a mercado tão logo essa volatilidade se reduza, é natural aguardar um momento mais oportuno", afirmou.

##RECOMENDA##

Barros acredita haver uma confusão entre reprecificação de ativos de emergentes e fechamento de mercado para emergentes. "São coisas completamente diferentes. Ainda há apetite importante para os países emergentes, mas claro que não no momento de grande incerteza global", comentou.

Como exemplo "emblemático" disso o executivo citou a emissão de bônus da Bolívia, de dez anos, que pagou 6,5%, e foi considerada bem sucedida. "É um país com risco bem pior que Brasil. Seria uma temeridade sugerir que o mercado internacional está fechado para emergentes, é apenas um momento", reforçou.

Ele destacou ainda que a taxa de rolagem brasileira está "bem acima de 100%" e "vai continuar assim". Barros também disse que há de fato um deslocamento de capitais para a economia americana, mas que tudo reflete o momento de alta volatilidade combinado com as férias no hemisfério norte. O executivo esteve presente no XI Encontro Nacional da Comunidade SCA.

O mercado de capitais brasileiro deve crescer para R$ 8 trilhões em 2020, segundo o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Leonardo Pereira. Essa expansão depende, segundo ele, de três pontos fundamentais: desenvolvimento de novos produtos, tecnologia e da globalização.

"Há grandes investimentos a serem feitos no Brasil e as alternativas existentes no mercado de capitais são a resposta", disse Pereira, que participa nesta sexta-feira, 10, de almoço-palestra do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo (IBEF-SP).

##RECOMENDA##

Neste contexto, ele ressaltou a importância e o papel dos executivos de finanças no estímulo ao gerenciamento de risco. Esta área ganhou mais relevância depois da crise internacional e deve estar ainda mais no radar doa mercados, segundo o presidente CVM.

"Os executivos de finanças devem ser a mola propulsora na identificação, avaliação e gerenciamento de risco nos próximos anos", avaliou Pereira, ressaltando que o dever do órgão regulador é estimular a transparência e proteção do mercado. "Só assim os agentes terão confiança para tomarem suas decisões", acrescentou.

O governo estuda novas medidas para incentivar o desenvolvimento do mercado de capitais e popularizar a compra de títulos privados de longo prazo pelos fundos de investimentos dos bancos.

Em entrevista ao Estado, o secretário adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Pablo Fonseca, informou que o governo quer que as novas emissões de títulos privados (debêntures), que têm redução tributária, cheguem ao investidor final por meio dos fundos de investimentos, oferecidos pelos bancos de varejo e voltados para investidores pessoas físicas. Para isso, deverá fazer um ajuste na regulamentação dos fundos que é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

##RECOMENDA##

A medida, ressaltou, deve dar fôlego ao mercado de debêntures e fortalecer os investimentos em infraestrutura que estão por trás desses papéis. Hoje, o mercado de debêntures é restrito a grandes investidores institucionais, como os fundos de pensão, ou para pessoas físicas muito ricas. "Por meio de regulação dos fundos, tem como facilitar isso", disse Fonseca. Segundo ele, a Caixa e o Itaú já lançaram recentemente iniciativas de fundos para pessoas físicas formados por debêntures.

O Ministério da Fazenda também estuda com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mecanismos para fortalecer o mercado de compra e venda desses títulos privados. A proposta de criação de um fundo formador de preços, com recursos do governo e dos bancos para garantir negócios no chamado mercado secundário de debêntures, não avançou, mas outras medidas estão sendo preparadas para dar mais liquidez e atrair os investidores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

O fluxo de recursos atual para o Brasil não é bom nem forte o suficiente para viabilizar ofertas de ações no mercado local, sejam elas iniciais (IPOs, na sigla em inglês) ou subsequentes (follow on), na opinião de Guilherme da Nóbrega, economista do Itaú BBA. Diante do cenário atual, as oportunidades podem ficar para 2013, embora, segundo ele, exista uma empresa ou outra tentando captar via bolsa.

"O ano está sendo difícil para o mercado de capitais. Os investidores ainda estão resistentes ao Brasil", analisou Nóbrega, durante workshop para jornalistas, organizado pelo Centro de Estudos em Finanças (GVCef) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP), em parceria com a BBDTVM - área de fundos do Banco do Brasil.

##RECOMENDA##

O especialista, que acaba de voltar de uma rodada de conversas com investidores europeus, destacou que a resistência está maior do que ele mesmo imaginava, com o interesse maior por mercados como México, Chile e Colômbia. "Não é culpa do Brasil. O mercado de capitais está muito relacionado ao resto do mundo", justificou ele.

Quanto aos setores que devem atrair mais recursos no cenário atual, Nóbrega citou indústria e infraestrutura. "Esses segmentos estão com mais apelo que consumo e varejo, por exemplo, cujos ativos ficaram caros. Não está sendo fácil vender o Brasil. Não basta apenas ter demanda. Há o custo-Brasil (câmbio, mão de obra, carga tributária), que deve ser considerado na produção das empresas", avaliou o economista.

Ele também tem uma visão favorável em relação ao setor bancário, embora o nível de rentabilidade não deva ficar nos patamares do passado em meio à queda dos juros. O atual momento, conforme Nóbrega, é de transição e vai se normalizar.

Apesar de considerar o momento difícil para o mercado de capitais, principalmente na captação via ações, o economista lembrou que o potencial de novatas na bolsa é grande, com cerca de 3 mil possíveis candidatas. "Há alguns anos, esse número era de 500 empresas. Mas o mercado de capitais ainda é um veículo de financiamento para companhias de 'certo porte'", concluiu.

A Secretaria da Receita Federal publicou nesta segunda-feira no Diário Oficial da União (DOU) instrução normativa que altera instrução anterior, de maio de 2010, sobre imposto de renda incidente nos rendimentos e ganhos líquidos auferidos nos mercados financeiro e de capitais. Foram excluídos dessa determinação os fundos de investimento e participação na produção econômica intensiva em pesquisa e inovação; de investimento com carteira em debêntures e de investimento de índice de ações.

As emissões em renda variável - via ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) ou subsequentes (follow on) - devem retomar o "caminho do crescimento" no segundo semestre. A previsão é do diretor da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Marcio Guedes. "A conjuntura internacional adversa em alguma hora vai ter que acabar e no Brasil não há questões conjunturais ruins que afastem o investidor", declarou. O diretor não quis, no entanto, mencionar uma projeção de quantas operações podem ser realizadas até o final do ano.

De acordo com dados da Anbima, no primeiro semestre o volume captado no mercado de ações totalizou R$ 8,630 bilhões, queda de 45% ante os R$ 15,681 bilhões do mesmo período de 2011. "Mais ofertas só não foram realizadas por discordâncias de preços. O emissor quer um valor superior do que o investidor quer pagar. Mas já há discussões para equilibrar as remunerações. Também a urgência da necessidade desse capital pode fazer com que a empresa acelere sua emissão", explicou.

##RECOMENDA##

Hoje, na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), há seis ofertas em análise, entre iniciais e subsequentes, pela autarquia. "Acreditamos que existam mais do que essas seis empresas que querem acessar o mercado de capitais de renda variável. Esse mercado opera em janelas de oportunidade. Então, o que as instituições que participam dessas operações têm feito é dizer para essas empresas se prepararem, porque assim que a janela abrir o processo tem que ser feito o mais rápido possível", declarou Guedes.

Segundo ele, companhias dos setores de educação, varejo, saúde, ou seja, mais voltados ao mercado nacional, são as que têm mais potencial de acessar o mercado de renda variável. Ele, no entanto, não arrisca se serão mais IPOs ou operações de follow on. "O que a gente sente é que o investidor está mais reticente em 'comprar' projetos, até pelos processos burocráticos, como obtenção de licenças, por exemplo. Portanto, operações do setor de óleo e gás serão mais difíceis de ter demanda. Os investidores estão querendo mais empresas que mostrem que têm potencial de crescimento", completou a diretora da Anbima, Carolina Lacerda.

CRIs

Para Guedes, a recente desaceleração do crescimento do setor imobiliário deverá influenciar a emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), pois o lastro desses títulos geralmente são recebíveis e estoques de empresas do setor. "Hoje, o setor está menos aquecido, você tem uma oferta grande, mas uma demanda mais fraca. Então as empresas estão buscando menos recursos com CRIs", disse o executivo.

No primeiro semestre, conforme a Anbima, o volume desses certificados totalizou R$ 3,345 bilhões, queda de 49,2% ante os R$ 6,578 bilhões de janeiro a junho do ano passado. "A base de comparação é forte. Então, ante 2011 vamos ver quedas. Mas o ritmo do primeiro semestre deve ser mantido no restante do ano, ou seja, o ritmo dessas operações deverá ser estável", disse, ressaltando que as empresas desse setor, embora estejam crescendo menos, estão "saudáveis".

A companhia de frotas Locamerica iniciou a negociação dos seus papéis no Novo Mercado da Bovespa no pregão desta segunda-feira, marcando a primeira oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) deste ano após nove meses sem novas aberturas de capital na bolsa. "A Locamerica marca o fim desse jejum. O cenário de incertezas permanece, mas as nuvens negras parecem estar se dissipando", afirmou Edemir Pinto, diretor presidente da BM&FBovespa, durante evento que marcou o início da negociação das ações da empresa na bolsa. "O ingresso da Locamerica simboliza uma nova etapa de crescimento do mercado de capitais brasileiro. Seu IPO deve servir de estímulo para as demais empresas que estão represadas se listarem na bolsa", avaliou.

A meta de ter entre 40 e 45 ofertas (entre IPOs e follow on) no ano de 2012 está mantida, de acordo com Edemir. O fato de a ação da mineira Locamerica ter sido precificada 18,2% abaixo do piso inicial, de R$ 11, é positivo, na avaliação do presidente da BM&FBovespa. Isso porque a empresa teria a possibilidade de recuperar esse desconto no dia a dia. "É muito melhor do que outras empresas que preferiram recuar no IPO. Retomar um projeto de abertura de capital pode demorar de três a quatro meses e ainda atrasar os projetos de expansão das companhias", disse.

##RECOMENDA##

O preço de emissão foi fixado em R$ 9 por ação, conforme adiantado pela Agência Estado. O teto da faixa era de R$ 14. Segundo fontes de mercado, a companhia teve dificuldade para conseguir obter toda a demanda necessária para a operação em meio ao resultado do primeiro trimestre deste ano "acima do esperado" da concorrente Localiza. O IPO da Locamerica movimentou até R$ 313,926 milhões. O montante corresponde às ofertas primária e secundária e o lote suplementar, que tem 30 dias para ser exercido. Caso isso não ocorra, a companhia irá captar R$ 272,979 milhões com a oferta. A data de liquidação das ações está marcada para o dia 25 de abril.

A abertura de capital da empresa de frotas está sendo cogitada, de acordo com Luis Fernando Porto, diretor presidente da Locamerica, desde 2008, quando a companhia recebeu aporte de R$ 110 milhões do Banco Votorantim, sendo R$ 70 milhões no mesmo ano e os outros R$ 40 milhões em 2010. "O aporte do fundo de private equity (que compra participações em empresas) foi fundamental para o projeto de preparação da empresa", disse ele, à Agência Estado.

A Locamerica, fundada há 19 anos, é a segunda empresa do setor de locação de frotas na Bovespa. Os papéis da companhia são negociadas no Novo Mercado sob o código "LCAM3". O segmento já totaliza 126 companhias listadas. Os Níveis 1 e 2 contam com 35 e 21 empresas, nesta ordem.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando