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O padre Robson de Oliveira e mais 17 pessoas se tornaram réus nesta quinta-feira (10) pelos crimes de apropriação indébita, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e organização criminosa pelo desvio de R$ 120 milhões doados à organização religiosa Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe).

A juíza Placidina Pires aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público de Goiás e ressaltou que tomou a decisão "diante da existência de elementos probatórios acerca da materialidade delitiva e indícios suficientes de autoria".

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A investigação do MP-GO foi tornada pública em agosto desse ano e chegou a ser paralisada após uma decisão do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), que afirmou que, como se tratava de uma entidade privada, não cabia uma investigação de desvio de finalidade do uso do dinheiro arrecadado dos fiéis.

No entanto, no dia 4 de dezembro , o presidente do TJ-GO, Walter Carlos Lemes, autorizou que a investigação fosse retomada e a juíza Pires determinou nesta quinta que o material apreendido volte para o MP.

Segundo a denúncia dos promotores, o padre Robson comandava uma organização criminosa que desviava o dinheiro dos fiéis, que deveria ser usado na construção da basílica católica na cidade de Trindade, para empresas particulares e na compra de uma casa de mais de R$ 1 milhão.

A defesa do religioso continua afirmando que ele é inocente e que está "tranquilo" com o andamento do processo porque não há nenhuma "ilegalidade". 

Da Ansa

O Tribunal de Justiça de Goiás arquivou por decisão unânime, na última terça-feira (6), a investigação contra o padre Robson de Oliveira, presidente da Associação dos Filhos do Pai Eterno (Afipe), acusado de lavagem de dinheiro por meio da Afipe. A decisão foi tomada pelo desembargador Nicomedes Domingos Borges e acompanhada pela turma da 1ª Câmara Criminal do Tribunal, durante sessão on-line. A informação é do Correio Braziliense.

Investigações do Ministério Público de Goiás, por meio da Operação Vendilhões, tinham indicado que o religioso havia movimentado R$ 2 bilhões em 10 anos, por meio da associação, com sede na cidade de Trindade (GO). A denúncia foi aberta em 21 de agosto. 

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Pe. Robson era suspeito de praticar lavagem de dinheiro e de crimes de apropriação indébita, organização criminosa, sonegação fiscal e falsidade ideológica.

"Com isso, fica reconhecido que não houve a qualquer ilicitude praticada pelo religioso, que sempre se dispôs a esclarecer toda e qualquer dúvida sobre a sua atuação na Afipe ou em qualquer outro âmbito de evangelização", resumiu o advogado de defesa Pedro Paulo de Medeiros.

Cléber Lopes, também advogado de defesa do padre, afirmou que a decisão dos magistrados reforça que "a associação presidida pelo pároco é de natureza privada e não houve qualquer desvio de valores, sendo certo que todos os investimentos foram aprovados pelos membros da associação". A defesa ainda acres

O desembargador Borges, ao embasar a decisão, afirmou que o Ministério Público não obteve provas suficientes para comprovar que o pároco desviava dinheiro por meio da associação. “Por se tratar de uma entidade privada, com os membros não tendo questionado qualquer ato, ou alegado lesão aos seus interesses, não há que se falar em qualquer fato típico a ser investigado”, analisou o magistrado.

Em nota oficial, a Afipe assegura que “continuará o trabalho de auditoria, reforma administrativa, implantação de governança e demais ações que estão em andamento na associação".

Investigado por crimes de apropriação indébita, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, entre outros, o Padre Robson de Oliveira Pereira teria investido cerca de R$ 1,3 milhão em projetos que exploram jazidas de ouro e outros minérios no estado de Goiás. Segundo o MInistério Público de Goiás (MP-GO), os investimentos do religioso na área da mineração acontecem desde 2013. 

De acordo com a Revista Época, o MP-GO informou que o dinheiro gasto pelo padre é da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), gerida por Robson até a última semana quando ele pediu afastamento dos cargos após ser alvo de investigações por suspeita de lavagem de dinheiro. O ministério ainda apontou Celestina Celis Bueno, conselheira-fiscal da Afipe, foi a responsável pela liberação de mais de R$ 1 milhão da associação para o financiamento de atividades mineradoras.

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A Afipe possui nove processos abertos, solicitando a concessão de exploração de ouro e níquel nas terras dos municípios de Niquelândia, Iporá, Campestre de Goiás e Trindade, no Goiás. Além disso, a associação ainda abriu mais processos para explorar economicamente a mineração de quartzito, granito e argila, sendo responsável, ao todo, por 13 solicitações junto à Agência Nacional de Mineração (ANM).

O padre Robson é acusado de apropriação indébita, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e associação criminosa por ter comprado fazendas e apartamentos e fazer investimentos próprios com dinheiro da Afipe, que é financiada por doações. No início desta semana, a arquidiocese de Goiânia suspendeu o padre de realizar suas funções religiosas até janeiro de 2022.

A arquidiocese de Goiânia suspendeu temporariamente o direito do padre Robson de Oliveira de realizar celebrações. Em decisão tomada no domingo (23), a arquidiocese definiu que o padre, que é investigado pelo Ministério Público de Goiás por supostos desvios de doações de fiéis em valores que podem superar R$ 120 milhões, está proibido de qualquer ato de ministério sacerdotal, como a absolvição de pecados e pregação, assim como "participar, realizar e protagonizar programas de televisão, rádio ou internet". Segundo o decreto, o religioso está afastado de suas funções religiosas até janeiro de 2022.

A nota sobre a revogação foi assinada pelo Arcebispo de Goiânia, Dom Washington Cruz, e pelo chanceler Dom Levi Bonatto e tem como justificativa "a necessidade de prevenir escândalos, garantir o curso da justiça e tutelar a fé, bem como investigar as acusações realizadas contra o padre Robson de Oliveira".

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O padre já havia se afastado da reitoria do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, de Trindade (GO), e da presidência da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), entidade que recebe e administra os recursos recebidos em doação.

De acordo com o decreto, padre André Ricardo assumiu o cargo de padre Robson na Basílica de Trindade.

Em vídeo divulgado no sábado, 22, padre Robson havia manifestado o interesse em continuar com as orações transmitidas diariamente pela TV Divino Pai Eterno, o terço e a novena, logo após se afastar das atividades administrativas da igreja e da associação.

Em nota encaminhada à imprensa na noite de domingo, 23, pela assessoria, o religioso afirma que "recebe com humildade a revogação temporária do uso de ordens. Trata-se de um procedimento previsto no direito canônico" e que ele seria "o maior interessado no esclarecimento de todas as questões e na total transparência de todas as suas ações".

Operação Vendilhões

Padre Robson é investigado pela Operação Vendilhões, deflagrada na sexta-feira, 21, por suposta apropriação indébita, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e sonegação fiscal.

Acatando o pedido do MP, a juíza Placidina Pires, da Vara de Feitos Relativos a Organizações Criminosas e Lavagem de Capitais, determinou a busca e apreensão em 16 endereços ligados ao padre Robson, inclusive na TV Pai Eterno. Ela não atendeu ao pedido de prisão do padre.

Na decisão, a juíza afirma que, "além da suposta utilização das doações dos fiéis para a aquisição de imóveis de elevado valor econômico, infere-se que investigados estariam envolvidos em um articulado esquema criminoso voltado ao desvio de verbas das Afipe e à consequente lavagem, dissimulação e ocultação dos recursos, por meio de 'laranjas' e empresas de 'fachada' - com vistas a dificultar o rastreamento do dinheiro e posterior ressarcimento dos danos suportados pela entidade religiosa".

O advogado Pedro Paulo Medeiros afirma que os imóveis citados na denúncia do MP fazem parte das aplicações da Afipe, cujo lucros foram destinados à construção da nova Basílica, à compra da TV Pai Eterno e rádios e à construção de igrejas.

A investigação teve início em 2018, quando padre Robson foi vítima de extorsão e teria pago R$ 2 milhões para não ter vídeos expostos na internet. O advogado admite o pagamento da chantagem com recursos da Afipe, mas afirma que os pagamentos foram feitos de forma simulada sobre a orientação da polícia que investigava o caso.

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