Católicos romanos e protestantes relembraram hoje na Terra Santa a crucificação de Jesus Cristo com preces e procissões na Cidade Velha de Jerusalém. Para os católicos e protestantes que seguem o novo calendário gregoriano, a Sexta-Feira da Paixão neste ano coincide com o feriado da Páscoa Judaica (Pessach), que começou no pôr-do-sol. Os cristãos ortodoxos, que seguem o antigo calendário juliano, celebram a Páscoa uma semana depois.
Em Jerusalém, peregrinos cristãos lotaram as vielas da Cidade Velha ao longo da Via Dolorosa. Eles seguiram as 14 estações, terminando na antiga Igreja do Santo Sepulcro. A tradição diz que a Igreja foi construída no lugar onde Jesus foi crucificado, na Sexta-Feira da Paixão, e enterrado. Depois, conforme a tradição, ele ressuscitou no Domingo de Páscoa.
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Em preparação para a Páscoa Judaica, o Exército de Israel anunciou o fechamento geral da Cisjordânia. Isso significa que nenhum palestino pode entrar em Israel - exceto aqueles que precisam de tratamento médico. A proibição será encerrada às 24 horas de sábado e não se aplica às centenas de milhares de israelenses que moram na Cisjordânia.
Israel geralmente fecha os acessos da Cisjordânia durante os feriados judeus, quando as multidões que lotam as sinagogas e outros lugares públicos ficam mais vulneráveis a potenciais ataques de militantes palestinos. Uma década atrás, 29 pessoas foram assassinadas na véspera da Páscoa Judaica, quando participavam de um tradicional festival em um hotel no resort israelense de Netanya.
Na cidade de Beit Jala, perto de Belém, palestinos católicos reencenaram hoje os passos da crucificação de Jesus em suas vinhas e olivais. O padre Ibrahim Shomali liderou a procissão da Sexta-Feira da Paixão em árabe. Dezenas de fiéis o seguiram, carregando bandeiras da Palestina e cruzes feitas de galhos de oliveiras.
Centenas de palestinos realizaram celebrações em suas fazendas este ano na região, que fica entre dois assentamentos israelenses e na linha na qual Israel planeja construir um muro divisório. As cerimônias foram realizadas para destacar e protestar contra o que os palestinos afirmam que são restrições cada vez maiores dos israelenses para que eles possam chegar às suas terras, especialmente em áreas coladas ao Estado judeu e perto de assentamentos na Cisjordânia.
O governo de Israel diz que precisa impedir o acesso dos palestinos a certas áreas para evitar conflitos em regiões na qual o relacionamento com os colonos judeus é complicado. Em outras áreas, Israel afirma que precisa dos terrenos para construir seu muro de separação e impedir os ataques palestinos. As informações são da Associated Press.