Qualquer plano que divida o estado palestino é inaceitável, disse o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, mas acrescentou que tal estado pode existir temporariamente como parte do "território liberado". "Qualquer plano que crie dois estados estaria aceitando um estado sionista na terra palestina", acrescentou. Khamenei falou durante a Conferência Internacional sobre a Palestina, enquanto as Nações Unidas continuam estudando o pedido de filiação da Autoridade Palestina.
Ao criticar uma solução de dois estados para Israel e os palestinos, Khamenei acrescentou que o pedido de reconhecimento da Palestina pelas Nações Unidas deve fracassar. Ele disse que os palestinos não devem se limitar a buscar um país com base nas fronteiras pré-1967 - o que implicitamente reconheceria Israel - "porque toda a terra pertence aos palestinos".
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Em 23 de setembro, o Conselho de Segurança da ONU recebeu a pedido de reconhecimento pleno de um estado palestino em meio à veemente oposição de Israel e dos EUA. O presidente palestino Mahmoud Abbas pediu que o Conselho de Segurança reconheça um estado palestino independente na Cisjordânia, Leste de Jerusalém e Faixa de Gaza, áreas capturadas por Israel na guerra de 1967.
Khamenei voltou a chamar Israel de "tumor cancerígeno" e "uma ameaça permanente" à paz no Oriente Médio, como costuma fazer em seus discursos sobre o tema. "Não é preciso dizer que os palestinos, como fizeram em Gaza, vão criar um estado em qualquer terra palestina liberada", disse Khamenei. "Mas o objetivo final é liberar toda a Palestina, do Mediterrâneo ao Mar Morto."
"Não propomos uma guerra convencional pelos países islamitas, nem jogar os judeus ao mar nem arbitragem pelas Nações Unidos ou outros órgãos internacionais", mas um "referendo pelos palestinos", independentemente de religião, mas excluindo os judeus que imigraram, acrescentou.
Em agosto, o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad disse que o reconhecimento potencial de um estado palestino pela ONU deveria ser apenas "um passo" em direção "à total liberação". A conferência conta com a presença de parlamentares de cerca de 20 países. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.